Entomologia

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Adolpho Lutz

  • Pessoa
  • 1855-1940

Nasceu no Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1855, filho dos suíços Gustav Lutz e Mathilde Oberteuffer Lutz. Mudou para Berna (Suíça) em 1857, onde obteve toda sua formação escolar. Diplomou-se em medicina em 1879, doutorando-se em julho de 1880 com a tese "Sobre os efeitos terapêuticos do quebracho cobrado". Durante sua formação médica, frequentou as aulas de Rudolph Leuckart, em Leipizig, sobre ciências naturais, tendo descrito, inclusive, uma espécie nova de cladóceros. Estagiou também em ginecologia e obstetrícia em Praga. Em 1881, depois de frequentar vários centros científicos, regressou ao Brasil onde revalidou seu diploma com tese de título semelhante àquela que lhe conferira o grau de doutor em Berna. Durante o primeiro semestre de 1882 foi morar em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Mudou, então, no segundo semestre desse mesmo ano para Limeira, em São Paulo, onde existia uma colônia suíço-alemã, exercendo a medicina até 1885. Durante esse período publicou suas observações clínicas e também trabalhos sobre helmintologia, parasitologia e dermatologia, descrevendo uma nova doença observada em crianças de Limeira. Em 1886 voltou à Europa com o intuito de fazer pesquisas sobre o micróbio da lepra, indo estudar em Hamburgo no Instituto de Dermatologia do professor Unna. Publicou entre 1886 e 1887 vários trabalhos sobre a lepra. De volta ao Brasil, transferiu-se, em 1887, para a capital de São Paulo, onde desenvolveu várias pesquisas sobre dermatologia, helmintologia, micologia e protozoologia. Em 1889 foi convidado para dirigir o hospital de leprosos de Honolulu (Kalihi Leper Hospital) e realizar ensaios terapêuticos no Havaí. Ficou na região até meados de 1892, quando deixou Honolulu para estabelecer-se em São Francisco, na Califórnia, onde exerceu a clínica. Voltou ao Brasil em fins de 1892, tendo sido convidado, em 1893, para dirigir o Instituto Bacteriológico de São Paulo. Durante o período em que ficou à frente do Instituto Bacteriológico (1893-1908), promoveu a transformação da medicina tradicional. Conhecedor da bacteriologia e parasitologia, abriu novos rumos para a medicina humana. No que concerne aos transmissores de doenças deu especial atenção aos insetos, trabalhando com a sistemática e a biologia de diferentes grupos. Pesquisou a febre amarela e a malária, descobrindo à época a malária silvestre. Em 1908, aceitando convite de Oswaldo G. Cruz, transferiu-se para Manguinhos, com o cargo de chefe de serviço, onde dedicou-se inteiramente aos trabalhos de entomologia médica, helmintologia e zoologia, mesclando os interesses puramente biológicos com a aplicação na medicina tropical. Durante os primeiros anos no Rio, ocupou-se em organizar a coleção de insetos do Bacteriológico de São Paulo, que se encontra depositada no IOC. Participou também ativamente na elborção da revista Memórias do IOC, na qual ficou encarregado de traduzir para o inglês e o alemão os artigos científicos para publicação. Durante o período em que atuou no Instituto (1908-1940), fez várias viagens de estudo a diversas regiões do país e do continente, entre elas ao Nordeste, Paraná, Argentina e Venezuela. Reuniu durante os seus anos de pesquisa diversas coleções científicas, entre elas as de insetos, helmintos, moluscos, anfíbios, répteis, plantas etc, que estão hoje depositadas na Fiocruz e no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Sua contribuição foi decisiva para o desenvolvimento da entomologia médica e dos estudos sobre verminoses dos homens e dos animais, da febra amarela e malária, iniciando também no Brasil a pesquisa veterinária. Recebeu ao longo de seus 85 anos várias homenagens no país e no exterior. Teve seu nome perpetuado nos mais diferentes grupos e, entre os insetos, destacam-se os gêneros Lutzomyia França,1924 e Lutzsimulium d'Andretta e d'Andretta, 1947, e as espécies Sabethes lutzii Theobald, 1903, Drosophila lutzii Sturtevant, 1916, Pastrongylus lutzi (Neiva & Pinto, 1923) e Wyeomyia lutzi (Costa Lima, 1930). Morreu em 6 de outubro de 1940, no Rio de Janeiro.

Alda Lima Falcão

  • Pessoa
  • 1925-2019

Nasceu em 27 de março de 1925, em Aracati (CE), filha de João Barbosa Lima e Raimunda Pereira Lima. Sua trajetória profissional, iniciada em 1939, aos 14 anos, esteve ligada a instituições da área da saúde pública. Primeiramente atuou no Serviço de Malária do Nordeste (1939-1942), depois no Serviço Nacional de Malária (1942-1956), e posteriormente no Instituto Nacional de Endemias Rurais (1956-1975), que a partir de 1976 passou a fazer parte da Fiocruz. Nessa instituição foi pesquisadora e chefe do Laboratório de Leishmanioses do Centro de Pesquisas René Rachou, como também curadora da Coleção de Flebotomíneos. Em 1958 fez o curso de especialização em entomologia médica da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Aposentou-se em 1994, mas permaneceu desenvolvendo seus trabalhos sobre sistemática de flebotomíneos. Em 2007 recebeu o título de pesquisadora emérita da Fiocruz. Morreu em agosto de 2019, em Belo Horizonte.

Alina Perlowagora-Szumlewicz

  • Pessoa
  • 1911-1997

Nasceu em 18 de dezembro de 1911, em Jedwabne, Polônia, filha de Herman e Sabina Perlowagora. Formou-se em ciências naturais pela Universidade de Varsóvia, onde obteve o título de doutora em filosofia e trabalhou como pesquisadora associada do Instituto de Fisiologia Aplicada até 1939. Diante da perseguição nazista aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, transferiu-se para o Brasil em 1942 e ingressou como pesquisadora associada no Serviço de Estudos e Pesquisas sobre a Febre Amarela da Fundação Rockefeller, com sede no Rio de Janeiro. Realizou importantes pesquisas sobre febre amarela, sendo responsável pela implantação do método de fixação do complemento para o diagnóstico dessa doença no Brasil. Em 1949 foi para o Instituto de Malariologia do Serviço Nacional de Malária, incorporado em 1956 ao Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), para desenvolver pesquisas sobre o controle de moluscos vetores da esquistossomose através do uso de moluscicidas. Naturalizou-se brasileira em 1951. De 1962 a 1963 foi bolsista da União Pan-Americana e pesquisadora visitante do National Institutes of Health, lotada no Laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, em Bethesda, Maryland, Estados Unidos. Trabalhou no INERu até 1970, quando seu laboratório foi anexado à recém-criada Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ainda em 1970 assumiu como pesquisadora titular o Laboratório de Biologia e Controle de Vetores da Doença de Chagas do INERu, localizado no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Nesse laboratório desenvolveu estudos sobre a importância de parâmetros biológicos para o planejamento de medidas de controle de barbeiros, controle químico desse vetor por meio do uso de inseticidas, controle integrando métodos biológicos, como o lançamento de machos estéreis na natureza, e controle químico no desenvolvimento de inseticidas. Na Fiocruz, entre as décadas de 1980 e 1990, atuou no Laboratório de Vetores da Doença de Chagas do Departamento de Entomologia e no Laboratório/Núcleo de Biologia de Vetores e de Interação Vetor/Parasito do Departamento de Medicina Tropical, ambos do Instituto Oswaldo Cruz. Morreu em 21 de maio de 1997, no Rio de Janeiro.

Angelo Moreira da Costa Lima

  • Pessoa
  • 1887-1964

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 29 de junho de 1887, filho de Valeriano Moreira da Costa Lima e Rosa Delfina Brum de Lima. Diplomou-se em 1910 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ainda como estudante, foi auxiliar acadêmico do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela na capital federal. De 1910 a 1913, na função de inspetor sanitário, fez parte das comissões de profilaxia da febre amarela em Belém - chefiada por Oswaldo Cruz - e em Santarém e Óbidos (PA). Em 1913 iniciou sua trajetória no IOC como estagiário no laboratório de Adolpho Lutz. No ano seguinte frequentou o Curso de Aplicação e, por indicação de Oswaldo Cruz, foi nomeado catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (depois Escola Nacional de Agronomia e atualmente Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). No ano de 1916 ingressou no Laboratório de Entomologia Agrícola do Museu Nacional, onde dirigiu o Serviço de Combate à Lagarta Rósea (1918-1920). Entre 1920 e 1926 esteve à frente do Serviço de Vigilância Sanitária Vegetal, do Instituto Biológico de Defesa Agrícola. Em 1924, com Arthur Neiva e Edmundo Navarro de Andrade, participou da comissão designada pelo governo paulista para estudar a broca-do-café e propor meios de combatê-la. Dois anos depois, a convite de Carlos Chagas, regressou ao IOC, onde atuou como assistente e chefe de laboratório. De 1933 a 1934 foi diretor do Instituto de Biologia Vegetal. Em 1938, em virtude da lei de desacumulação de cargos criada no Estado Novo, optou pelo cargo de professor da Escola Nacional de Agronomia, mas continuou a frequentar o IOC realizando pesquisas sobre entomologia até depois de sua aposentadoria, em 1956. Autor de mais de trezentos trabalhos científicos, investigou quase todos os grupos de insetos, como dípteros, coleópteros, himenópteros, lepidópteros, hemípteros e sifonápteros. A obra “Insetos do Brasil”, composta de 12 volumes publicados entre 1938 e 1962, foi a consagração de sua carreira. Outro destaque são os dois volumes do “Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil”. Recebeu o prêmio Fundação Moinho Santista em 1956 e, em 1962 instituiu-se em sua homenagem o prêmio Costa Lima na Academia Brasileira de Ciências, pela família Campos Seabra, destinado a pesquisadores brasileiros de destaque na área de entomologia. Morreu em 20 de maio de 1964, no Rio de Janeiro.

Arthur Neiva

  • Pessoa
  • 1880-1943

Nasceu em 22 de março de 1880, em Salvador (BA), filho de João Augusto Neiva e Ana Adelaide Paço Neiva. Iniciou o curso superior na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1903. Trabalhou para a Inspetoria de Profilaxia da Febre Amarela nas campanhas dirigidas por Oswaldo Cruz visando à erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Em 1906 ingressou no Instituto Soroterápico Federal, posteriormente denominado IOC, onde realizou pesquisas em entomologia e parasitologia. Em 1907 participou ao lado de Carlos Chagas da campanha de profilaxia da malária em Xerém (RJ). Nessa região estudou os hábitos e as características dos mosquitos transmissores da doença e identificou alguns grupos de seus parasitos resistentes à quinina. Em 1908, como pesquisador do IOC, desenvolveu pesquisas sobre os insetos transmissores da doença de Chagas. Em 1910 forneceu informações detalhadas sobre a biologia do Conorhinus megistus – depois denominado Panstrongylus megistus –, que contribuíram para os primeiros conhecimentos sobre o ciclo evolutivo do Trypanosoma cruzi. Ainda sobre a doença de Chagas, realizou a classificação de espécies de barbeiros e explicou o mecanismo de transmissão, formulando a hipótese de que, ao se coçar, o indivíduo introduz em seu corpo, pela pele ou por uma mucosa, as fezes do inseto que contém tripanossomas. Durante a década de 1910 participou de expedições científicas enviadas pelo IOC ao interior do Brasil. Ao lado de Belisário Penna percorreu estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, com recursos do IOC e da Inspetoria de Obras contra as Secas, e publicou, quatro anos depois, um relatório em que são denunciadas as más condições de vida e saúde da população rural. Participou do movimento que congregou cientistas, médicos e intelectuais em prol do saneamento do país. Em 1914, com a tese intitulada "Revisão do gênero Triatoma Lap.", sobre um dos gêneros de barbeiros, tornou-se livre-docente da cadeira de história natural médica e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1923 a 1927 dirigiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1924 e 1927 chefiou a Comissão de Estudos e Debelação da Praga Cafeeira do estado de São Paulo, trabalhando com Angelo Moreira da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade. Em 1928 o governo paulista o contratou como diretor-superintendente do recém-criado Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, denominado, a partir de 1937, Instituto Biológico, onde permaneceu até 1932. Após a Revolução de 1930, ocupou cargos na administração pública, como o de interventor federal na Bahia. De 1935 a 1937 foi deputado federal pelo Partido Social Democrático baiano. Com a implantação do Estado Novo, retomou suas atividades em Manguinhos. Morreu em 6 de junho de 1943, no Rio de Janeiro.

Cesar Ferreira Pinto

  • Pessoa
  • 1896-1964

Nasceu na cidade de Cruz Alta (RS), em 2 de abril de 1896. Em 1914 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro formando-se em 1919, tendo à época recebido o prêmio Gunning. Seu primeiro trabalho, “Sobre as eugregarinas dos arthropodos brazileiros. Nota prévia”, foi publicado em 1918. Frequentador assíduo de Manguinhos desde 1920, logo interessou-se pela parasitologia médica. Em 1924 foi contratado como adjunto de assistente do IOC. Em 1931 foi nomeado chefe de laboratório, tendo sido designado para chefe da Seção de Entomologia em 1942 e, novamente, em 1944. Em 1950 aposentou-se do IOC, fato que não o impediu de continuar exercendo suas atividades de pesquisa. Durante os anos que trabalhou em Manguinhos realizou pesquisas com diferentes grupos de interesse médico, iniciadas com os estudos sobre barbeiros ao lado de Arthur Neiva. Interessou- se posteriormente pelos helmintos, publicando em parceria com Firmato de Almeida um trabalho sobre a biologia do Schistosoma mansoni hospedeiro invertebrado e vertebrado. Trabalhou ainda com gregarinas e hírudíneos. Dedicou-se intensivamente ao ensino, tendo ministrado curso de Parasitologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, entre 1926 e 1928 junto com Lauro Pereira Travassos. Lecionou também no IOC, na Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Rio de Janeiro, atuando na cadeira de higiene e polícia sanitária animal, na Faculdade de Medicina de Uberaba e na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, onde organizou o laboratório de parasitologia. Além de suas atividades de ensino e pesquisa, atuou como biologista do Ministério da Educação e Saúde; organizou e dirigiu o Serviço de Combate às Doenças Infecciosas no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, durante os anos de 1948 e 1949 e dedicou-se à pesquisa sobre parasitas pulmonares, tendo atuado entre 1955 e 1957 no Serviço Nacional de Tuberculose. Deixou numerosas publicações em periódicos especializados, tendo contribuído ainda com três importantes obras para a ciência: “Doenças infecciosas e parasitárias dos animais domésticos”, “Zooparasitos de interesse médico e veterinário” e “Artrópodes parasitos e transmissores de doença”. Por seu legado à ciência, Foi homenageado por estudiosos de diferentes grupos que dedicaram a ele várias espécies e gêneros, como Brumptomyia pintoi (Lima, 1932), Simulium pintoi d'Andretta & d'Andretta, 1945, Cesartrema pintoi Travassos & Kohn, 1964 e o gênero Cesartrema Travassos & Kohn, 1964, e subgênero Pintomyia (Costa Lima, 1932). Morreu em 28 de julho de 1964, no Rio de Janeiro.

Delir Corrêa Gomes Maués da Serra Freire

  • Pessoa
  • 1938-

Nasceu em 4 de setembro de 1938, na cidade do Rio de Janeiro, filha de Antônio Corrêa Gomes e Nadya Pinhel Gomes. Conduiu seus estudos secundários em uma escola da Irmandade das Freiras Servas do Espírito Santo, contando como incentivo e esforço de seus pais. Apesar da insistência de seu pai para que optasse pela medicina, o gosto pela biologia surgiu desde muito cedo, quando ainda frequentava o curso ginasial. A visita ao IOC, em 1961, por convite de uma amiga, e o incentivo do pesquisador Lauro Travassos fizeram com que ela contrariasse o desejo paterno e se decidisse pelo curso de história natural. Em 1963, começava a sua graduação na Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual UERJ, onde se formou em 1966. Ao iniciar o curso superior, conseguiu um estágio no IOC, tendo como orientadores Lauro Travassos e João Ferreira Teixeira de Freitas, importantes lideranças na Divisão de Zoologia do Instituto. O contato com estes dois pesquisadores de renome fez com que tomasse gosto pela área da helmintologia, a qual dedicaria a maior parte das atividades exercidas ao longo de sua carreira, seja na prática da pesquisa, da docência ou da gerência. Em 1967, já graduada, frequentou o Curso de Aplicação de Manguinhos, ampliando os seus conhecimentos na área biomédica. Quando estagiária no IOC, publicou os resultados de suas primeiras pesquisas nas Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro na revista Memórias do lOC. Entre 1963 e 1968, permaneceu como estagiária no Departamento de Helmintologia. A partir de então, recebeu apoio do CNPq, quando assumiu a função de pesquisadora assistente. Em fins dos anos 1970, foi contratada pela Fiocruz. Apesar das dificuldades financeiras e institucionais no decorrer das décadas de 1970 e 1980, concluiu o Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, na área de parasitologia, da UFRRJ. Concomitantemente, exerceu atividades docentes e cargos administrativos na Fiocruz. Convidada por Teixeira de Freitas, passou a ministrar aulas de entomologia e helmintologia, no Curso de Aplicação do IOC. A partir de então, a atividade docente se fez permanente em sua trajetória, exercendo-a em várias instituições. Entre 1990 e 1994, além do cargo de professora em helmintologia e parasitologia médica, assumiu a coordenação do Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical no IOC/Fiocruz. Dentre os cargos gerenciais, tornou-se responsável, em 1977, pelo Laboratório de Helmintologia; entre 1985 e 1991 assumiu a chefia do departamento, cargo que retomaria a partir de 1997. Entre 1982 e 1989, foi designada curadora da Coleção Helmintológica, embora sua relação com a mesma tenha começado desde muito cedo. Sempre reconhecendo a importância do acervo para as pesquisas na área da helmintologia, teve participação decisiva, em meados dos anos 1970, para que a coleção não fosse destruída mediante a proposta de transferência do acervo para outras instituições. Atualmente, é chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados (IOC).

Fábio Leoni Werneck

  • Pessoa
  • 1891-1961

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 13 de agosto de 1891. Em 1919 formou-se em medicina pela Faculdade Nacional de Medicina e, em 1920, em farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro. O título de doutor em medicina foi obtido somente em 1936, com a defesa da tese intitulada “Contribuição ao conhecimento dos Mallophagos encontrados nos mamíferos sul-americanos”. Ainda estudante, frequentou, como voluntário, os laboratórios de Zoologia, Parasitologia e Histologia da Faculdade de Medicina e os de Química Mineral e Analítica da Escola Politécnica. Também esteve no Laboratório de Química Analítica do Serviço Geológico e Mineralógico, sob a direção de Orville Derby. De 1919 a 1931 exerceu a profissão de farmacêutico como diretor técnico do Laboratório Werneck, que havia recebido de herança. Ingressou no IOC em 1930, como voluntário, no Laboratório de Entomologia, chefiado por Angelo Moreira da Costa Lima. Entre 1931 e 1932 frequentou o Curso de Aplicação do IOC, tendo obtido diploma de aperfeiçoamento e especialização. Nessa época, publicou seu primeiro trabalho, intitulado “Nota prévia sobre uma nova espécie de Mallophaga (Gyropidae)”, Logo após a conclusão do curso tornou-se adjunto de chefe de laboratório, atuando nesta função de 1933 a 1936, quando passou a chefe de laboratório. Em 1951 foi promovido a pesquisador, exercendo também a função de professor de entomologia do IOC. Realizou várias excursões científicas pelo interior do país coletando anopluros e malófagos de mamíferos e aves, sua especialidade. Em 1945 foi designado para exercer a função de professor de entomologia aplicada no Curso de Peste, do Departamento Nacional de Saúde, realizado em Recife. Em 1943 recebeu bolsa de estudos da John Simon Guggenheim Memorial Foundation para estagiar na Universidade de Stanford e, em 1953, beneficiou-se de bolsa de estudos concedida pelo Conselho Nacional de Pesquisas para viajar à África a fim de coletar material e visitar as coleções de malófagos e anopluros depositadas em museus europeus. Autor de dois livros e de mais de sessenta trabalhos publicados, foi homenageado com o gênero Werneckiella Eichler,1940 e algumas espécies, tais como Ornithonyssus wernecki (Fonseca, 1935); Strongylocotes wernecki Guimarães &Lane, 1937; e Pariodontis wernecki, Lima 1940. Morreu em 19 de fevereiro de 1961, no Rio de Janeiro.

Gordon Floyd Ferris

  • Pessoa
  • 1893-1958

Nasceu em Bayard, Kansas, Estados Unidos, em 2 de janeiro de 1893. Em 1909 ingressou na Universidade Ottawa, no Kansas, mas logo desistiu para trabalhar em uma companhia de energia. Como esta financiava educação para seus empregados, em 1912 foi enviado para estudar na Universidade de Stanford. Em 1917 obteve o grau de mestre e tornou-se professor assistente permanecendo na instituição ao longo de seus 42 anos de carreira acadêmica. Atuou como taxonomista, pesquisando Anoplura, Mallophaga, Diptera, Coccoidea, Cimicidae e Polyctenidae. Realizou viagens de estudos e coleta de insetos por todo o sudoeste dos Estados Unidos, além de México, China e Inglaterra. Publicou 275 trabalhos dos quais se destaca a obra em sete volumes intitulada Atlas of the scale insects of North America (1937-1955). Entre os inúmeros táxons novos de sua autoria, criou em 1951 o gênero Werneckia para homenagear o pesquisador do IOC. Morreu em 21 de maio de 1958, na Califórnia.

Herman Lent

  • Pessoa
  • 1911-2004

Nasceu em 3 de fevereiro de 1911, no Rio de Janeiro, filho de Hano e Anna Lent. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, obtendo o título de agrimensor e bacharel em ciências e letras em 1928. Entre 1931 e 1932 realizou o Curso de Aplicação do IOC. Em 1934, graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1929 e exerceu a função de auxiliar acadêmico de parasitologia (1933-1934). Em 1932, a convite de Carlos Chagas, iniciou sua trajetória no IOC como estagiário do Laboratório de Helmintologia dirigido por Lauro Travassos. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico com João Ferreira Teixeira de Freitas (1934), com quem manteve parceria por alguns anos. Influenciado por Arthur Neiva, passou a se interessar por entomologia, especializando-se no estudo da família Reduviidae, com destaque para os vetores da doença de Chagas. No IOC exerceu os cargos de chefe de clínica (1936), assistente técnico (1938), técnico especializado (1939) e pesquisador (1941). Além disso, chefiou a Seção de Entomologia (1950, 1954-1956 e 1959-1961) e a Divisão de Zoologia (1961-1964). Desde 1934 participou de inúmeras expedições pelo Brasil e América Latina para coleta de material científico. Integrou a Missão de Cooperação Intelectual do Ministério de Relações Exteriores do Brasil ao Paraguai (1943-1944), sendo nomeado chefe honorário do Laboratório de Parasitologia do Instituto de Higiene de Assunção. Atuou como professor na Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal (1935-1937), na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1940), em cursos do Ministério da Saúde (1940-1942 e 1964), no Colégio Pedro II (1954-1967) e como conferencista do Conselho Nacional de Pesquisas (1968-1970). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10, episódio relatado no livro "O massacre de Manguinhos". Dois anos depois foi para a Venezuela, atuando como professor de pós-graduação em parasitologia da Universidade de Los Andes até 1974. De 1975 a 1976 foi pesquisador associado do Museu Americano de História Natural, quando produziu com Pedro Wygodzinsky uma obra de referência sobre triatomíneos, "Revision of the Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), and their significance as vectors of Chagas' disease", publicada em 1979. Após retornar ao Brasil, em 1976, foi convidado para trabalhar na Universidade Santa Úrsula, onde desempenhou as funções de professor titular, decano (1980-1981) e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa (1982-1989). Não aceitou a reintegração à Fiocruz em 1986, porém fez parte do Conselho Técnico-Científico da instituição (1985-1988), além de frequentar o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC. Foi membro da Sociedade Brasileira de Biologia (1940), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1961) e da Academia Brasileira de Ciências (1966), entre outras. Recebeu diversas honrarias, como o prêmio Costa Lima (1972), a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de pesquisador emérito da Fiocruz (2004). Morreu em 7 de junho de 2004, no Rio de Janeiro.

Hugo de Souza Lopes

  • Pessoa
  • 1909-1991

Nasceu no Rio de Janeiro em 5 de janeiro de 1909. Formou-se médico veterinário pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (1933). Ainda estudante, em 1931 ingressou como estagiário voluntário no laboratório de Lauro Travassos no IOC, onde iniciou suas pesquisas sobre dípteros Sarcophagidae (moscas). De 1932 a 1938 foi auxiliar técnico da Seção de Entomologia do Instituto de Biologia Vegetal, chefiada por frei Thomaz Borgmeier. Em 1938 retornou ao IOC, ocupando os cargos de pesquisador na Seção de Helmintologia (1949) e chefe da Seção de Entomologia (1960-1964). Além de suas atividades de pesquisa, dedicou-se ao ensino de zoologia médica, parasitologia e entomologia na escola onde se formou (1934-1964), no Curso de Aplicação do IOC (1950-1968) e no Curso de Saúde Pública da Fundação Gonçalo Muniz (1951). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos AI-5 e AI-10, no episódio denominado Massacre de Manguinhos. Passou, então, a desenvolver suas pesquisas no laboratório de entomologia do Museu Nacional. Em 1976 integrou o corpo docente da Universidade Santa Úrsula. Com a anistia, foi reintegrado à Fiocruz em 1986 e passou a atuar no Departamento de Biologia do IOC como pesquisador titular. Suas pesquisas abrangeram os campos da entomologia, malacologia e botânica. Formou expressiva coleção de espécies dos grupos estudados, principalmente de insetos, bem como descreveu inúmeros gêneros e espécies novas para a ciência, com mais de duzentas publicações nessa área. Morreu em 10 de maio de 1991, no Rio de Janeiro.

José Jurberg

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 24 de julho de 1936, no Rio de Janeiro. Em 1960 graduou-se em farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal Fluminense. Ainda em 1960 iniciou sua trajetória no IOC como estagiário na Seção de Entomologia sob a orientação de Herman Lent e Hugo de Souza Lopes. Dois anos depois frequentou o Curso de Entomologia e em seguida foi contratado como pesquisador da instituição. Em 1963 publicou nas Memórias do IOC seu primeiro trabalho científico, intitulado “Contribuição para o estudo da morfologia do Myrmeleon januarius (Navas, 1916) (Neuroptera, Myrmeleonidae)”. Nessa mesma década ingressou na área de ensino como professor de higiene e legislação farmacêutica da faculdade em que se formou. Junto aos orientadores participou da criação de uma nova ferramenta para identificar os triatomíneos (barbeiros) e outros grupos de insetos por meio da análise comparativa das estruturas fálicas e anatomia interna. A partir desse momento, destacou-se por sua habilidade na arte do desenho científico e pelo intercâmbio estabelecido com instituições brasileiras e estrangeiras. Com a suspensão dos direitos políticos e a aposentadoria de dez pesquisadores do IOC pelos Atos Institucionais 5 e 10 em 1970, episódio denominado Massacre de Manguinhos, tornou-se responsável pela Seção de Entomologia e defensor da manutenção da Coleção Entomológica. Além disso, se empenhou pelo reingresso dos pesquisadores à Fiocruz, fato ocorrido em 1986 durante a gestão de Sérgio Arouca, de quem foi assessor no Conselho Técnico-Científico. Em 1978 foi mestre em ciências biológicas pelo Museu Nacional. Em 1989 implantou o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos. No ano de 1996 obteve o título de doutor em ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Entre 1991 e 1997 chefiou o Departamento de Entomologia do IOC. Aposentou-se em 2006, mas permaneceu como chefe de laboratório e curador da Coleção de Triatomíneos.

Leônidas de Mello Deane

  • Pessoa
  • 1914-1993

Nasceu em 18 de março de 1914, em Belém (PA), filho de Leonard Eustace Deane e Helvécia de Mello Deane. Em 1935 formou-se pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, onde ingressou como professor de microbiologia em 1936. Dessa data até 1939, e de 1942 a 1949, foi parasitologista do Instituto de Patologia Experimental do Norte. No primeiro período, fez parte da equipe de Evandro Chagas que realizava estudos pioneiros sobre leishmaniose visceral e outras endemias rurais. De 1939 a 1942 atuou no Serviço de Malária do Nordeste, quando participou da campanha de combate ao mosquito Anopheles gambiae. Desse período até 1949 atuou como parasitologista do Laboratório Central do Serviço Especial de Saúde Pública, em Belém. Entre 1944 e 1945 realizou nos Estados Unidos o mestrado em saúde pública na Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e os cursos de entomologia geral e parasitologia humana na Universidade de Michigan. Retornando ao Brasil, ocupou o cargo de chefe do Laboratório de Entomologia do Instituto de Malariologia, no Rio de Janeiro, até 1953. Ainda nesse ano, a convite de Samuel Pessoa, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde lecionou parasitologia até 1970 e defendeu a tese de livre-docência "Leishmaniose visceral no Brasil: estudos sobre reservatórios e transmissores realizados no estado do Ceará (1956-1958)". Em 1966 esteve também na Universidade de Carabobo, na Venezuela, como professor visitante de parasitologia. A partir da década de 1960 atuou em instituições médicas e de pesquisa científica internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. Nessa instituição, além de ter participado de uma viagem ao redor do mundo para estudos relacionados à malária simiana (1964), foi perito em doenças parasitárias (1964-1980 e 1985), membro do Grupo Científico sobre a Parasitologia da Malária (1968) e do Comitê de Conselheiros em Pesquisa Médica (1974-1977) e consultor temporário em doenças tropicais (1978-1979). A partir de 1970 foi professor titular de parasitologia da Faculdade de Medicina do Norte do Paraná, cientista visitante do Colégio Imperial, em Ascot, Inglaterra, além de professor titular de parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre 1971-1973. Em 1968 Luísa, filha única de seu casamento com a pesquisadora Maria José von Paumgartten Deane, deixou o Brasil como tantos outros cujas atividades políticas não foram toleradas depois de 1964. O episódio fez com que o casal Deane buscasse, no exterior, uma colocação que lhes permitisse acompanhar a filha. O exílio voluntário levou-os de volta à Universidade de Carabobo (1976-1979), após um período no Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa (1975). Em 1980, com a Anistia, retornou ao Brasil, e convidado por José Rodrigues Coura, vice-presidente de Pesquisa da Fiocruz, ingressou na instituição como pesquisador titular e chefe do Departamento de Entomologia do IOC. Embora aposentado em 1990, permaneceu desenvolvendo suas atividades como chefe do Laboratório de Transmissores de Hematozoários. Morreu em 30 de janeiro de 1993, no Rio de Janeiro.

Marcos Kogan

  • Pessoa
  • 1933-

Nasceu em 9 de junho de 1933 no Rio de Janeiro. Em 1961 gradou-se engenheiro agrônomo pela Escola Nacional de Agronomia da Universidade Rural do Rio de Janeiro. Ainda como estudante, estagiou no IOC com Sebastião de Oliveira até 1962. Posteriormente, atuou no Ministério da Agricultura como agrônomo no Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias entre os anos de 1962 e 1965. Em 1963 regressou ao IOC como biologista da Seção de Entomologia da Divisão de Zoologia. Nesse período publicou artigos sobre a biologia e taxonomia de Coleoptera e Strepsiptera, bem como de pragas de tomateiros e cítricos. Entre 1966 e 1967 foi para a Universidade da Califórnia, Riverside, Estados Unidos, estudar os fatores biológicos e fisiológicos da seleção específica de hospedeiros por insetos zoo e fito-parasitos com bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation. De 1968 a 1970 realizou doutoramento na mesma instituição, novamente com finaciamento da Guggenheim. Ainda vinculado ao IOC, foi nomeado pesquisador em Biologia em 1970 e se exonerou em 1974. Posteriomente, atuou no Illinois Natural History Survey e na Universidade de Illinois. Em 1991 tornou-se diretor do Centro Integrado de Proteção de Plantas da Universidade do Estado do Oregon. Aposentou-se em 2003, mas continuou estudando insetos de suas áreas de interesse. Recebeu os títulos de professor emérito das Universidades de Illinois e do Oregon.

Maria José von Paumgartten Deane

  • Pessoa
  • 1916-1995

Nasceu em 24 de julho de 1916, na cidade de Belém (PA), filha de Sigismundo von Paumgartten e Adelaide Borges. Graduou-se pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará em 1937. Durante o curso atuou como assistente da Comissão Encarregada dos Estudos da Leishmaniose Visceral Americana e, posteriormente, do Serviço de Estudos das Grandes Endemias, ambas as iniciativas sob o comando de Evandro Chagas. Em 1939 se transferiu para o Serviço de Malária do Nordeste e fez parte da vitoriosa campanha contra o mosquito Anopheles gambiae no Ceará e Rio Grande do Norte. No ano seguinte casou-se com Leônidas de Mello Deane, de quem se tornou parceira em importantes estudos sobre parasitologia e entomologia médica. Em 1942 assumiu a função de assistente do Departamento de Parasitologia do Serviço Especial de Saúde Pública e, três anos depois, foi indicada para comandar a Seção de Parasitologia do Laboratório Central da instituição. Em 1953, junto ao marido, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. De 1958 a 1959 chefiou o Laboratório de Entomologia da Campanha de Erradicação da Malária do Ministério da Saúde. Em 1961 foi para o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. A partir de 1969 esteve na Faculdade de Medicina de Taubaté, na Universidade Federal de Minas Gerais (1971-1973), no Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa (1973-1975) e na Universidade de Carabobo, na Venezuela (1976-1979). Em 1980, também com Leônidas Deane, transferiu-se para o IOC, onde inicialmente atuou como chefe pro-tempore do Centro de Microscopia Eletrônica. Em seguida exerceu as funções de chefe do Departamento de Protozoologia (1980-1988), vice-diretora (1986-1988) e chefe do Laboratório de Biologia de Tripanossomas (1992-1995). Morreu em 13 de agosto de 1995, no Rio de Janeiro.

Martín Ladislao Aczél

  • Pessoa
  • 1906-1958

Nasceu em 8 de junho de 1906 na cidade de Budapeste (Hungria). Em 1933, com uma tese sobre botânica, obteve seu doutorado pela Real Universidade Húngara de Ciências. De 1934 a 1945 trabalhou em entomologia aplicada para o Real Instituto Húngaro para Proteção de Plantas, período no qual passou a se interessar pela taxonomia de insetos da ordem Diptera. Em 1937 publicou seu primeiro artigo sobre moscas das frutas. Em 1943 foi indicado para lecionar Dipterologia na Real Universidade Húngara de Ciências. Após a Segunda Guerra Mundial deixou a Hungria com sua família e por mais de dois anos viveu em campos de refugiados na zona de ocupação francesa na Áustria. Em 1948 imigrou para a Argentina. Nesse país foi professor de Entomologia no Instituto Miguel Lillo da Universidade Nacional de Tucumán, onde retomou suas pesquisas sobre dípteros e tornou-se uma das principais referências em moscas neotropicais. Suas pesquisas focalizaram principalmente as famílias Dorilaidae (Pipunculidae), Tephritidae (Trypetidae), Tylidae, Neriidae, Musidoridae (Lonchopteridae), Muscidae, Clythiidae (Platypezidae) e Pyrgotidae. Morreu em 28 de abril de 1958 em San Miguel de Tucumán (Argentina).

Octávio Mangabeira Filho

  • Pessoa
  • 1913-1963

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 13 de julho de 1913. Em 1936 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. De 1936 a 1937 fez o Curso de Aplicação do IOC. Ingressou na instituição como técnico especializado em 1938, integrando a Comissão Encarregada dos Estudos da Leishmaniose Visceral Americana, coordenada por Evandro Chagas, com sede no Instituto de Patologia Experimental do Norte, em Belém (PA). Nessa mesma época iniciou seus estudos sobre os vetores de leishmanioses, os flebotomíneos. Em 1940 foi convidado por Evandro Chagas para participar do Serviço de Estudos das Grandes Endemias, excursionando pelo Norte e Nordeste do Brasil, coletando vasto material entomológico. Após a morte do pesquisador nesse mesmo ano, deu continuidade aos seus trabalhos com flebotomíneos no IOC, onde passou em 1945 a entomologista e, em 1947, a pesquisador. Entre 1943 e 1944 recebeu bolsa de estudos da Oficina Sanitária Pan-Americana para visitar centros de investigações epidemiológicas de países latino-americanos. Em 1950 reestruturou o Instituto de Saúde Pública da Bahia na Fundação Gonçalo Moniz, que dirigiu até 1956. No ano seguinte criou o Núcleo de Pesquisas da Bahia, do Instituto Nacional de Endemias Rurais, com o objetivo de estudar leishmanioses, doença de Chagas e esquistossomose. De 1956 a 1959 atuou como assessor-técnico do gabinete do ministro da Saúde. À época coletou informações para o IOC sobre leishmaniose visceral na Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Foi responsável pela padronização dos estudos de sistemática, morfologia e biologia dos vetores de leishmanioses, bem como descreveu cerca de quarenta espécies novas para a ciência. Com Hugo de Souza Lopes publicou trabalhos sobre insetos das famílias Muscidae e Bittacidae. Morreu em 4 de maio de 1963, em Salvador (BA).

Petr Wolfgang Wygodzinsky

  • Pessoa
  • 1916-1987

Nasceu em Bonn, na Alemanha, em 27 de janeiro de 1916. Doutorou-se pela Universidade de Basileia, na Suíça, em 1941. No mesmo ano imigrou para o Brasil após um período em Portugal. Foi taxonomista no Serviço Nacional de Malária e, posteriormente, no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícolas, do Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro. Durante sua estada no país travou amizade com vários pesquisadores, entre eles Herman Lent e Hugo de Souza Lopes. Do primeiro tornou-se parceiro em estudos sobre os insetos da família Reduviidae. Em 1948 transferiu-se para a Universidade Nacional de Tucumán, na Argentina, sendo especialista em taxonomia de Simuliidae no Instituto de Medicina Regional e professor de entomologia e genética na Faculdade de Ciências Naturais. Em 1954 foi para o Instituto Miguel Lillo, pertencente à mesma universidade, e, de 1959 a 1962, lecionou entomologia na Universidade de Buenos Aires. Enquanto esteve na Argentina recebeu duas bolsas da John Simon Guggenheim Memorial Foundation (1955 e 1960) para estudar na Universidade da Califórnia em Berkeley. Em 1962 ingressou no Museu Americano de História Natural, em Nova York, onde atuou como curador das coleções de Diptera e Heteroptera até o final de sua carreira. Publicou mais de duzentos trabalhos, entre os quais se destacam as monografias sobre Emesinae (1966) e Enicocephalidae (1991), bem como a revisão dos Triatominae realizada com Herman Lent (1979). Foi um exímio desenhista, tendo produzido em torno de 21 mil desenhos científicos. Afirmava que ao produzir seus próprios desenhos, o pesquisador teria melhor compreensão da estrutura morfológica do inseto estudado. Morreu em 27 de janeiro de 1987, na cidade de Middletown (NY).

Roger Pierre Hipolyte Arlé

  • Pessoa
  • 1909-2001

Nasceu em 7 de setembro de 1909 na cidade de Joigny (França). Em 1930 concluiu os cursos de Ciências Naturais e de Entomologia Geral e Sistemática de René Jeannel, na Faculdade de Ciências de Paris. De 1929 a 1932 foi estagiário no Laboratório de Entomologia do Museu Nacional de História Natural, em Paris, e participou de missão científica no norte da África para a coleta de himenópteros. Em 1932 veio para o Brasil, onde inicialmente se dedicou ao desenho de joias, ofício que aprendeu em seu país após se formar em desenho técnico no Liceu Voltaire. Em seguida estagiou na Divisão de Zoologia do Museu Nacional. Durante esse período colaborou como desenhista com o professor Cândido de Mello Leitão, trabalhando em pesquisas sobre aracnídeos e himenópteros. Desenhos de sua autoria também figuraram em publicações de outros pesquisadores. No museu especializou-se no grupo dos microinsetos do solo, principalmente da ordem Collembola. Em 1938 fez parte da primeira expedição científica do pesquisador do IOC Lauro Travassos a Mato Grosso, onde coletou material para a coleção de colêmbolos da instituição. Em 1939 foi nomeado naturalista do Ministério da Educação e Saúde, mas exonerou-se dois anos depois. Atuou novamente no Museu Nacional até 1962, data em que foi requisitado pelo Conselho Nacional de Pesquisas para colaborar com as atividades científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Entre as décadas de 1970 e 1980 foi professor de cursos de graduação e pós-graduação sobre ecologia de insetos do solo e mesofauna. Ao longo de sua carreira descreveu gêneros e espécies novos para a ciência das ordens Hymenoptera, Collembola e Orthoptera. Morreu em 7 de dezembro de 2001.

Rubens Pinto de Mello

  • Pessoa
  • 1934-

Nasceu em Petrópolis (RJ), em 16 de setembro de 1934. Graduou-se médico veterinário pela Escola Nacional de Veterinária da Universidade Rural do Brasil em 1961. Ainda como estudante, foi bolsista sob a supervisão de Hugo de Souza Lopes, pesquisando dípteros da família Calliphoridae. Com a orientação desse pesquisador também elaborou sua dissertação de mestrado (1967) e tese de doutorado (1989). Em 1962 ocupou o cargo de médico veterinário do Ministério da Agricultura, inicialmente no Instituto de Biologia Animal. Com a reforma do ministério, em 1975, passou a realizar fiscalização zoosanitária no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, função que exerceu até 1994, quando se aposentou. Em 1964 foi aprovado em concurso público na universidade onde se formou, mas não assumiu a vaga devido à exigência de dedicação exclusiva. Em 1969 ingressou como professor no Departamento de Biologia Animal do Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, cargo que ocupou até 1991. Em 1972 criou, junto com seu colega Hugo Edison Barboza de Rezende, o Curso de Pós-Graduação em Parasitologia no departamento em que atuava. Em 1999 foi agraciado com o título de professor emérito. Lecionou em outras instituições, como a Universidade Plínio Leite, a Universidade do Grande Rio e a Universidade Estácio de Sá. No IOC, instituição que frequenta desde sua graduação, foi colaborador a partir de 1987 nos departamentos de Entomologia, a convite de José Jurberg, e de Biologia, com Hugo de Souza Lopes. Posteriormente, convidado por Leônidas Deane para chefiar o Laboratório de Diptera, exerceu essa função de 1991 a 2006. Prossegue com seus estudos sobre Diptera e com atividades docentes no IOC.

Sebastião José de Oliveira

  • Pessoa
  • 1918-2005

Nasceu em 3 de novembro de 1918, no Rio de Janeiro, filho de Onofre José de Oliveira e Jesuína Fonseca Oliveira. Em 1941 diplomou-se em medicina veterinária pela Escola Nacional de Veterinária, atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em 1939 ingressou no IOC como estagiário sem remuneração na Seção de Helmintologia, chefiada por Lauro Travassos. Trabalhou na coleção de dípteros sob a orientação de Hugo de Souza Lopes, dedicando-se, inicialmente, ao estudo de moscas da família Clusiidae (Acaliptrata) e Anthomyidae. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico, intitulado “Sobre Ophyra aenescens (Widermann, 1830) (Diptera, Anthomyidae)”. Em 1940, por indicação de Arthur Neiva, Lauro Travassos e Hugo de Souza Lopes, obteve uma vaga de entomologista no Serviço de Malária da Baixada Fluminense. Já formado, foi convidado por César Pinto, em 1942, para integrar o Serviço de Doenças Parasitárias do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, onde trabalhou como entomologista. Entre 1943 e 1944 desenvolveu experiências com DDT na Companhia de Anilinas e Produtos Químicos Geigy do Brasil Sociedade Anônima. Durante todo esse tempo permaneceu como estagiário no IOC, sendo contratado em 1950 como pesquisador especializado, e efetivado como biologista por meio de concurso realizado pelo Departamento Administrativo do Serviço Público. Atuou também como assistente voluntário da cadeira de Zoologia Médica e Parasitologia da Escola Nacional de Veterinária (1953-1954), assistente do Curso de Parasitologia, Bacteriologia e Imunologia do IOC (1954 e 1959), professor da cadeira de doenças parasitárias do Curso de Aperfeiçoamento, Especialização e Extensão do Ministério da Agricultura (1954-1955, 1957-1958 e 1959-1960) e professor do Curso de Entomologia do IOC (1962). Em 1970, com outros nove pesquisadores da instituição, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10, episódio denominado de "Massacre de Manguinhos". Como ficou proibido de trabalhar em qualquer instituição pública, passou a prestar serviços à iniciativa privada. Com a Anistia, foi reintegrado à Fiocruz em 1986 como curador da Coleção Entomológica do IOC, cargo que ocupou até a sua morte, e como professor de entomologia médica no Curso de Biologia Parasitária da unidade. De 1992 a 1993 foi subsecretário adjunto de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do estado do Rio de Janeiro. Em 1998, aos oitenta anos, obteve o grau de doutor em ciências no Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do IOC. Sua contribuição para os estudos entomológicos abrangeu as ordens Strepsiptera (Stylopidae, Myrmecolacidae e Mengeidae), em colaboração com Marcos Kogan, e Diptera (Anthomyidae, Culicidae, Ephydridae, Agromyzidae e Chironomidae), sendo responsável pela descrição de quatro gêneros e setenta espécies de insetos para a ciência. O material entomológico reunido durante suas pesquisas encontra-se depositado na Coleção Entomológica. Recebeu homenagens de pesquisadores brasileiros e estrangeiros com a descrição do gênero Oliveriella Wiedenbrug & Fittkau, 1997 e com dez espécies, tais como: Palpomyia oliveirai Lane, 1947, Lutzomyia oliveirai Martins, Silva & Falcão, 1970 e Oukurilla oliveirai Messias & Fittkau, 1997. Morreu em 16 de abril de 2005, no Rio de Janeiro.