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História oral
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1995: 50 anos de criação do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro

Reúne cinco entrevistas de História oral realizadas no âmbito do projeto coordenado por André de Faria Pereira Neto, cujo objetivo foi recuperar a memória de criação do Conselho de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) por ocasião do seu cinquentenário. A conjuntura de criação do Conselho situa-se entre a fundação do Sindicato dos Médicos em 1927 e a institucionalização definitiva dos Conselhos de Medicina no Brasil em 1957, quando foi promulgado o decreto-lei nº 3.268. Este projeto faz parte de uma pesquisa mais abrangente desenvolvida no Departamento de Pesquisa da Casa de Oswaldo Cruz que objetiva recuperar a História das Instituições, Políticas e Profissões de Saúde. Possui como instrumento de pesquisa um catálogo, além da descrição dos seguintes fundos documentais: “Fundo Sindicato dos Médicos” e “Fundo Álvaro Tavares de Souza”, localizados respectivamente no Arquivo do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e no Departamento de Arquivo e Documentação, da Casa de Oswaldo Cruz. As entrevistas foram realizadas entre 18/10/1994 e 18/07/1995.

Antônio Jorge Abunahman

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto, Érika Gemino Mendes e Sérgio Luiz Alves da Rocha, em Niterói (RJ), nos dias 31 de maio, 06, 13 e 21 de junho de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A chegada dos pais, imigrantes libaneses, ao Rio de Janeiro em 1907; a instalação da família em Neves (São Gonçalo); a mudança para Cachoeiras de Macacu; sua infância e vida escolar em Cachoeiras de Macacu; o período no colégio interno, em Petrópolis, e no ginásio, em Niterói; o vestibular para medicina; a vida de estudante de medicina; a influência de Almir Madeira na opção pela medicina; a atividade de comerciante do pai; o reencontro com Almir Madeira como aluno da faculdade; seu irmão, Emílio Abunahmam; a morte de dois de seus irmãos; as condições de saúde de Cachoeiras no período da infância; a família; o regime disciplinar do colégio em Petrópolis; a fundação da Academia Literária e do jornal O Acadêmico; sua experiência de vida fora de casa; o relacionamento com o pai; o desejo de participar da Revolução de 1930; a simpatia inicial por Getúlio Vargas e a posterior decepção; a política em Cachoeiras de Macacu em 1930; o início da faculdade de medicina em 1932; o entusiasmo pela medicina; as transformações ocorridas na medicina durante seu período na faculdade; a visão da época sobre a tuberculose; o tratamento de ricos e pobres; as terapias utilizadas na época; a aplicação do pneumotórax nas mulheres.

Fita 1 - Lado B
O prestígio da carreira de médico; a influência exercida por Almir Madeira; as faculdades de medicina do Rio de Janeiro e de Niterói; sua opção pela faculdade em Niterói; como era realizado um exame de coração; a importância do exame clínico na "medicina sacrificada" de seu tempo; os raios X, um dos poucos recursos tecnológicos da época; o paralelo entre o diagnóstico feito hoje e o do tempo em que atuava como médico; o relacionamento do médico com seus pacientes; o número de formandos em medicina e sua péssima formação; o excesso de faculdades de medicina no Brasil; a origem social de seus colegas de faculdade; como sobrevivia durante o período da faculdade; as experiências na faculdade; sua opção pela tisiologia, influenciado pelo professor Mazine Bueno; o debate entre comunistas e integralistas na Faculdade; a recusa em participar da política partidária; sua opinião sobre o período do Estado Novo.

Fita 2 - Lado A
Mazine Bueno e sua influência sobre a opção de Abunahmam pela tisiologia; o trabalho como interno no Hospital de Isolamento do Barreto; os métodos para tratar os casos mais graves; o aparecimento dos quimioterápicos; a preocupação com o contágio pela tuberculose; as precauções tomadas; as outras doenças dos pulmões; a mortalidade dentro do hospital; sua participação, como estudante, no primeiro curso de especialização em tuberculose do país (1937); sua dedicação aos pacientes tuberculosos (incuráveis); o surgimento do remédio contra a tuberculose em 1947; as consequências do abandono do tratamento antes da cura da doença; a satisfação por ter a certeza de ter cumprido o dever de médico; a monitoria na cadeira de tisiologia; como conseguiu um lugar no hospital público Ary Parreiras; o Hospital Ary Parreiras: o regime de trabalho, a localização, a clientela, as especialidades e o espaço físico; como encarava o risco de vida no trato cotidiano com a tuberculose; o sanatório montado em sociedade com outros dois colegas em Nova Friburgo; o período como interno do Hospital Escola São João Batista.

Fita 2 - Lado B
A organização do horário entre as aulas na faculdade, o internato no Hospital Escola e no Ary Parreiras; os colegas de faculdade e a vida de estudante; a atuação como diretor do Hospital Ary Parreiras e as dificuldades que teve que enfrentar; o período em que dirigiu o dispensário de tuberculose no Centro de Saúde São Lourenço; o cadastro dos doentes e a carteira de saúde; como dividia o tempo entre o dispensário, a atividade docente e o consultório; a sublocação de seu primeiro consultório; as primeiras aquisições para o consultório; a sua organização física; o medo dos pacientes em permanecer próximos uns dos outros; as 140 mil fichas deixadas quando se aposentou; algumas considerações sobre Jorge Eduardo Manhães de Carvalho, seu substituto na clínica; como adquiriu o consultório e o aparelho de raios X; a clientela de classe média e a diferença dos pacientes do dispensário; a relação entre a clientela do hospital e a do consultório; a cobrança de honorários.

Fita 3 - Lado A
A clientela do interior e os tipos de pagamento; o relato de um caso curioso; a difícil vida de médico; seu constrangimento em receber os honorários diretamente das mãos dos clientes; o serviço público coma fonte de aprendizagem e experiência profissional; a importância da consideração pelos pacientes; os atendimentos gratuitos que realizava; as transformações tecnológicas na ciência médica; um histórico dos. tratamentos contra a tuberculose; a reação dos médicos à vacina BCG; a aplicação do pneumotórax e seu efeito no tratamento da tuberculose; Mazine Bueno: um dos maiores especialistas em tuberculose do Brasil; referências às suas amizades com Aloysio de Paula, José Rosemberg, Germano Gerardt Filho e Nilton Bethlem; sua amizade com Manoel de Abreu; a cultura humanista dos médicos de sua época; a situação do tratamento da tuberculose no Brasil e no exterior; a ação do governo com relação ao combate à tuberculose.

Fita 3 - Lado B
A ação do governo com relação ao combate à tuberculose nas décadas de 1930/1940; a utilidade dos sanatórios no combate à tuberculose; a introdução dos quimioterápicos no tratamento da tuberculose; os avanços do tratamento e as modificações na relação entre o médico e seu paciente; o que eram as hemoptises.

Fita 4 - Lado A
As especialidades na década de 1940 e a comparação com a situação atual; algumas considerações sobre o número de formandos das faculdades de medicina em 1937; a limitação do número de vagas pelo governo em 1932; a importância atual do Sindicato dos Médicos; o Primeiro Conselho Federal de Medicina (1944/45); sua atuação como presidente do Conselho Regional de Medicina de Estado do Rio de Janeiro (1956); o Código de 1945 e a proibição à "concorrência desleal" e aos anúncios de curas milagrosas; a importância das conferências médicas; as associações médicas e sua importância para o aprendizado do médico; o papel do médico perito; o relacionamento entre médicos e farmacêuticos; a fiscalização do charlatanismo ontem e hoje; as práticas utilizadas pelos curandeiros e o relacionamento entre médicos alopatas e homeopatas; o segredo médico.

Fita 4 - Lado B
A indústria dos agradecimentos; seu posicionamento diante do assalariamento; o salário dos médicos nas décadas de 1940 e hoje; as consultas gratuitas; a atuação do Conselho depois de 1956, as normas para os anúncios médicos estabelecidas pelo Conselho; a entrada de jovens médicos no mercado de trabalho e a introdução de novos métodos; as modificações na medicina a partir de 1950; sua atuação à frente do Conselho filiando os médicos; o período em que foi presidente da Associação Médica Fluminense (AMF); o receio dos médicos se filiarem ao Conselho; a criação da Associação de Medicina e Cirurgia de Niterói (1920); como se tornou presidente da AMF em 1956; seu desinteresse pela política partidária; o status do cargo de presidente da AME.

Fita 5 - Lado A
O movimento da "Letra O" em Niterói, sua atuação à frente do Conselho; o processo de escolha dos primeiros presidentes dos conselhos regionais; as obrigações dos médicos para com o Conselho; a imagem do Conselho como um órgão apenas punitivo; as estratégias de convencimento utilizadas por ele para filiar os médicos ao Conselho; o desconhecimento do Código de Ética de 1957; João Gomes da Silva: seu sucessor no Conselho.

Fita 5 - Lado B
A sua participação em congressos internacionais; as relações entre os médicos clínicos e os sanitaristas; como conciliava as atividades do consultório, da docência e do Hospital São Lourenço; a importância do trabalho desenvolvido lá; o prestígio do professor universitário; o receio dos médicos de optarem pela tisiologia; a relação entre a cátedra e o consultório particular; o risco de o médico contrair a tuberculose e os cuidados que ele tomava para evitar a doença; a aplicação de pneumotórax; o relacionamento entre médico e enfermeira.

Fita 6 - Lado A
O comportamento dos doentes de diferentes classes sociais diante das determinações médicas; o pavor das famílias e dos pacientes diante da hemoptise; como tratava hemorragia, como identificava o pulmão afetado sem dispor de qualquer tipo de equipamento; o relacionamento do médico com o doente e sua família; a gratidão dos doentes; o exame dos pacientes hoje, a evolução da medicina nos últimos 50 anos; sua crítica à utilização, sem critérios, da tecnologia médica; a dedicação ao estudo e a formação humanista dos médicos de seu tempo; as razões de ter participado da vida associativa; o status conferido às lideranças médicas; as razões de seu sucesso como médico tisiologista em Niterói; a participação dos médicos comunistas na Associação Médica Fluminense; sua indicação para a presidência do Conselho Regional; sua atuação à frente do Conselho; a indicação de seu sucessor; a disputa pela presidência da Associação Médica.

Fita 6 - Lado B
O medo dos médicos de que o Conselho fosse apenas um órgão punitivo; o aumento de sua popularidade depois de ter sido presidente do Conselho; sua falta de conhecimento do texto do Código de 1957; o relacionamento entre os médicos em Niterói; os anúncios de curas milagrosas para doenças incuráveis; as razões de seu sucesso profissional; sua emoção como médico diante da vida e da morte; os remédios que curam a tuberculose; a ação dos curandeiros hoje; a ação do Conselho com relação aos curandeiros durante a sua gestão; as razões para a diminuição do mercado de trabalho para o tisiólogo; um paralelo entre a formação dos médicos em seu tempo de estudante e de hoje; o relacionamento médico/ paciente hoje; sua opinião sobre o paciente ideal ontem e hoje; o segredo profissional; a liberdade do paciente em escolher o médico; a autonomia do médico.

Fita 7 - Lado A
O pudor em receber os seus honorários das mãos dos pacientes; o estímulo dado a sua carreira pelo Dr. Mazine Bueno; Dr. Jorge Eduardo Manhães de Carvalho: o continuador de sua clínica e de seu consultório.

Carlos Renato Grey

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto e Sérgio Luiz da Rocha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 18, 24 e 31 de outubro e 6, 14 e 28 de novembro de 1994.
Sumário
Fita 1 - Lado A
As influências para a escolha da carreira de médico; a atuação de seu pai durante a gripe espanhola; a formação do pai; o curso primário com a tia Josefina Calvet; a organização do sistema de ensino na época; a atuação do pai como professor substituto na cadeira de ginecologia da Faculdade do Paraná; a influência do primo Jorge de Moraes Grey; o convívio com os colegas da faculdade em sua casa; o serviço de Jorge Soares de Gouvêa no Hospital São Francisco de Assis: a grande escola cirúrgica do Rio de Janeiro; a Santa Casa da Misericórdia: a primeira escola cirúrgica do Brasil; a importância do Rio de Janeiro como centro de formação de médicos; como foi sua entrada para o serviço de Jorge Gouvêa; a situação da cirurgia de crânio no Brasil no início do século e o pioneirismo de Alfredo Monteiro.

Fita 1 - Lado B
Alfredo Monteiro: um pioneiro da cirurgia de crânio no Brasil; a morte de seus irmãos; alguns fatos sobre a família; as relações com o primo Jorge de Moraes Grey; o período como interno no Hospital São Francisco; a condição sócio-econômica de sua família; os centros de formação em medicina, engenharia e direito no país; a Lei Rocha Vaz: a estrutura do ensino e a dinâmica dos exames; a volta de sua família do Paraná em 1926 e a mudança para o Flamengo (RJ); a situação da cirurgia de úlcera ontem e hoje; seu pai: sua formação e a área de atuação.

Fita 2 - Lado A
A formação de seu pai no Instituto Pasteur; suas lembranças sobre a gripe espanhola; a atuação de seu pai neste período na Tijuca, Andaraí e Vila Isabel (RJ); as dificuldades iniciais de inserção no mercado depois de formado; seu trabalho no consultório do primo Jorge de Moraes; referências a Evandro Chagas, seu professor na cadeira de medicina tropical; seu trabalho no Nordeste (1940-1942), no Centro de Estudos da Malária (convênio com a Fundação Rockefeller); o sucesso de seu trabalho no Nordeste; sua trajetória associativa no Ginásio Paraense; seus pais; a concorrência como exercício permanente rumo à perfeição; o ingresso na faculdade de medicina; a relação entre a generalidade e a particularidade na medicina; sua participação na fundação da Sociedade Brasileira de Urologia.

Fita 2 - Lado B
Sua formação na faculdade: a ênfase na embriologia e na anatomia; a relação entre a generalidade e a especialidade; a fundação da Faculdade de Medicina de São Paulo pela Fundação Rockefeller; a evolução da cirurgia no Rio de Janeiro; o 'feudo' na cirurgia carioca do período; os institutos como instrumentos de democratização do acesso ao mercado de trabalho médico; o governo Getúlio Vargas e algumas de suas realizações; sua opinião sobre como deveria ser a organização dos serviços de saúde no Brasil de hoje; o prestígio da profissão médica no início do século; a importância da hierarquia salarial no hospital; o vestibular para medicina na década de 1930: o grau de dificuldade, o número de vagas, o sistema de avaliação.

Fita 3 - Lado A
As lembranças de seus colegas de turma na faculdade; a estrutura curricular do curso de medicina; algumas das técnicas utilizadas na cirurgia na época; referências aos chamados médicos medalhões e a convivência destes com os médicos mais novos; o cotidiano das aulas na faculdade; seu período como monitor na faculdade de medicina; o processo de avaliação na faculdade; os amigos de faculdade.

Fita 3 - Lado B
A experiência associativa na época do Ginásio Paranaense e depois na faculdade de medicina; como se tornou líder no período da faculdade; a França: centro médico e filosófico mundial da época; referências ao Bloco Operário Camponês; sua posição crítica diante dos regimes totalitários durante a Segunda Guerra Mundial; as relações internacionais no pós-Segunda Guerra; sua participação política na época da faculdade; a situação política brasileira: a Aliança Nacional Libertadora e o Partido Integralista Brasileiro de Plínio Salgado; a hegemonia dos integralistas na faculdade e a sua posição destoante; sua escolha para orador na formatura de 1937; as polêmicas no movimento estudantil no período na faculdade; sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932.

Fita 4 - Lado A
Sua participação no Movimento de 1932; os objetivos do Movimento de 1932; o posicionamento de integralistas e comunistas com relação ao Movimento de 1932; a Revolução de 1935; o regime da 'copa e cozinha'; seu trabalho como jornalista da Agência Brasileira; a 'compra' de empregos; a UDN e o PSD; a competição como exercício para o aperfeiçoamento; sua atuação como diretor de intercâmbio do Diretório Central dos Estudantes; as reivindicações do movimento estudantil de sua época; a atuação de Anísio Teixeira na área educacional.

Fita 4 - Lado B
A preocupação, durante a sua formação, com a generalidade; seu período na Cruz Vermelha; o interesse pela microbiologia; seu período como monitor de histologia; as atividades realizadas pelos internos; os recursos da medicina da época; sua atuação, depois de formado, no Hospital São Francisco; o relacionamento do médico assistente com os chamados médicos 'medalhões'; como conciliava os vários trabalhos; a experiência do Hospital do Pronto Socorro na cirurgia de urgência; a vivência no Hospital do Pronto Socorro; o trabalho com seu primo Jorge (1938).

Fita 5 - Lado A
Sua atividade no consultório do primo Jorge; o concurso como possibilidade de 'alçar voo' - autonomia técnica; o concurso dos comerciários como o momento profissional mais importante de sua vida profissional; o processo seletivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões ontem e hoje; o processo de avaliação na faculdade; o professor Evandro Chagas e a proposta de trabalho em medicina tropical; a ida para o serviço de malária do Nordeste (1940-1042); a importância da erradicação do mosquito anofelino no Nordeste; seu trabalho no serviço do primo Jorge de Moraes no Hospital Nossa Senhora do Socorro; seu consultório particular; seu trabalho como médico na Embaixada Americana.

Fita 6 - Lado A
A erradicação do mosquito anofelino e seu trabalho posterior; como foi selecionado para este trabalho no Nordeste; a importância do trabalho nos hospitais públicos: aquisição de experiência; o convite feito a ele por Evandro Chagas para trabalhar no Nordeste, o curso de propedêutica médica com Feijó; a preparação para o concurso do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários; como conciliava suas várias atividades; o seu consultório: a clientela, a constituição física; a aprovação no concurso do Instituto dos Comerciários e as consequências para a sua carreira profissional; o Hospital Nossa Senhora das Vitórias; a amizade com Euclides Figueiredo.

Fita 6 - Lado B
Suas relações com Euclides Figueiredo; os efeitos profissionais de sua aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; a compra do atual Hospital de Ipanema pelo Instituto dos Comerciários; o movimento para pôr fim ao "regime da copa e cozinha" em 1944; a atuação de Álvaro Tavares de Souza à frente do Sindicato dos Médicos; sua participação no IV Congresso Médico Sindicalista e suas propostas; a briga com os 'senhores feudais da cirurgia' pelo pagamento de seus auxiliares, participação de Getúlio na criação do Conselho e na reformulação do Código; a queda de Getúlio e a ascensão de Dutra; o conflito entre o PSD e a UDN; a composição do Conselho Provisório de Disciplina Profissional; a posição política de Álvaro Tavares de Souza; o relacionamento entre Tavares de Souza e o presidente Getúlio Vargas; as limitações do presidente Dutra.

Fita 7 - Lado A
O atentado da rua Tonelero; Getúlio Vargas e sua compulsão pelo poder; as causas da queda do presidente Getúlio Vargas em 1945; o IV Congresso Médico Sindicalista: perfil de seus participantes e de seus principais temas; a necessidade da reformulação ética e administrativa; a seleção para o internato ontem e hoje.

Fita 7 - Lado B
O processo de seleção de internos para o serviço de Jorge de Gouvêa; o crescimento da medicina em São Paulo com a fundação da faculdade de medicina; os motivos que levavam os médicos a participar do IV Congresso Médico Sindicalista; o Sindicato e suas funções éticas e administrativas; a repercussão das ações do Sindicato entre a categoria médica; os anúncios médicos e a ação do Sindicato; os anúncios médicos hoje; a divisão entre a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; o processo seletivo para o Colégio na época de seu ingresso; a fundação do Colégio; a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro: suas funções e atuação; sua opinião sobre a maneira pela qual os serviços de saúde deveriam ser organizados.
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Fita 8 - Lado A
As dificuldades de inserção no mercado nas décadas de 1930 e 1940; o aparecimento da residência médica no Brasil; os donos da cirurgia no Rio de Janeiro; o significado da carreira universitária (docência); o serviço do hospital como uma forma de realizar sua formação técnica; a Fundação Rockefeller e a criação do hospital da Faculdade de São Paulo; a Revolução de 1930 e os seus efeitos sobre o mercado de trabalho médico; a criação das Caixas como um novo elemento na reordenação do mercado de trabalho médico; sua ida ao Nordeste a partir de um convênio com a Fundação Rockefeller; as facilidades de inserção no mercado de trabalho para os médicos sanitaristas; o relacionamento entre os médicos 'medalhões' e os médicos assistentes.

Fita 8 - Lado B
As deformações no processo de constituição dos serviços médicos dos institutos; as três fases da cirurgia no Rio de Janeiro: a Santa Casa, o Pronto Socorro e os Institutos; a imprensa médica da época; o serviço dos médicos nas Caixas; seu trabalho no Instituto dos Comerciários; seu Serviço no Board Economic Affairs (Embaixada Americana); o aprendizado no Hospital Nossa Senhora do Socorro; o aspecto caritativo da prática médica do período; o surgimento da Previdência e a diminuição dos pacientes pobres na Santa Casa; a qualidade técnica do corpo de médicos do Instituto dos Industriários e dos Comerciários; a experiência adquirida no estágio no Hospital do Pronto Socorro; a primeira cirurgia de coração no Brasil.

Fita 9 - Lado A
A natureza da prática cirúrgica; o erro médico; os concursos como forma de elevar o nível do serviço; o processo de formação dos residentes; a residência na formação de bons profissionais,. a residência hoje; como o médico conquistava sua clientela; a competição como forma de aperfeiçoamento; o processo de especialização na urologia e na medicina em geral; a relação entre a generalidade e a particularidade; sua opção pela urologia; a formação de seu pai; a concorrência no mercado de trabalho médico.

Fita 9 - Lado B
Sua opção pela urologia; a 'escola' de Jorge de Gouvêa; as principais especializações da medicina no seu período de formado; a insatisfação dos médicos recém formados com as limitações do mercado de trabalho; sua preparação para o primeiro concurso público; a tentativa de ir aos Estados Unidos como bolsista; a abertura dos concursos; sua entrada no Sindicato juntamente com outros médicos recém-formados; os objetivos do IV Congresso Médico Sindicalista; seu atrito com Álvaro Cumplido Sant'Anna em relação ao valor do salário mínimo.

Fita 10 - Lado A
A reunião com o presidente Getúlio Vargas para expor as deliberações do IV Congresso Médico Sindicalista; as sugestões do presidente em relação à criação do Conselho de Medicina; os membros do Conselho Provisório de 1945; a importância do IV Congresso Médico Sindicalista; sua atuação neste Congresso; sua explicação para a queda de Getúlio Vargas.

Fita 11 - Lado A
O horário do consultório; o significado profissional da aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; o concurso: número de vagas, candidatos, estrutura das provas; a relação entre o concurso para os Comerciários e a sua clínica particular; o regime de trabalho no Instituto dos Comerciários: salário, carga horária e o cotidiano de trabalho; a discussão em torno da acumulação de empregos pelos médicos nas décadas de 1930 e 1940; sua crítica à acumulação de empregos pelos médicos; sua participação em associações cientificas; a preocupação em 'fazer clínica'.

Fita 11 - Lado B
As referências à sua capacidade de estudo e aos motivos que o levavam a participar de associações cientificas; suas críticas ao Código de 1931; as razões que o levaram a participar do Conselho de Medicina; a exploração dos médicos assistentes pelos denominados médicos 'medalhões'; a exploração dos médicos pela Santa Casa; sua posição em relação à ação dos charlatães e curandeiros; sua proposta para a organização dos serviços de saúde; a luta pelo estabelecimento da residência nos moldes americanos; a questão da livre escolha do médico pelo paciente; como atuava o Sindicato com relação à propaganda médica na imprensa leiga; a ação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões com relação à propaganda médica na imprensa leiga.

Fita 12 - Lado A
Sua opinião sobre os anúncios médicos na imprensa leiga; o direito dos pacientes em manter a sua privacidade; as opiniões do Conselho sobre a questão dos anúncios; a importância do sigilo médico; a situação da indústria farmacêutica no Brasil nas décadas de 1930 e 1940 e também na atualidade; a utilidade para os serviços de saúde dos consultórios localizados nas farmácias; Pedro Ernesto e a ampliação dos serviços de saúde no Distrito Federal; as conferências médicas: o que eram, como se realizavam; a medicina como ciência conjecturai e sua tendência a tornar-se uma ciência exata; a relação entre o médico generalista e o especialista; o médico assistente (Código de 1931); a tendência da medicina para utilizar o diagnóstico feito pela imagem.

Fita 12 - Lado B
A opinião do Conselho sobre a questão do atendimento gratuito; as discussões sobre o salário mínimo dos médicos; sua opinião sobre o Sistema Único de Saúde; as 'disputas ideológicas' no movimento médico depois de 1964; sua opinião sobre a ação do Estado com relação aos serviços de saúde: como e a quem atender; como deve ser a remuneração do médico; a relação entre o Conselho e os médicos; a conjuntura política nacional na década de 1940; a atuação do Conselho hoje; a representatividade do Conselho nas décadas de 1940 e 1950; as disputas eleitorais para o Conselho hoje; o atual desrespeito ao Código de ética; a greve da letra 'O'.

Fita 13 - Lado A
A ação da Santa Casa revertendo as decisões do IV Congresso Médico Sindicalista; sua fama de comunista; a diferença entre a liberdade e o livre arbítrio; o impacto da Reforma Pedro Ernesto sobre o mercado de trabalho médico; os motivos da prisão de Pedro Ernesto; a queda de Getúlio Vargas em 1945; um balanço de sua vida profissional; a evolução da urologia e da cirurgia no mundo e no Brasil; os efeitos dessa evolução sobre a prática médica; o avanço tecnológico e a desumanização da medicina; a tendência da medicina a tornar-se no futuro uma ciência exata.

Fita 13 - Lado B
Os motivos de sua entrada no Colégio Brasileiro de Cirurgiões; a situação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Academia Nacional de Medicina ontem e hoje; a relação da medicina alopata com as práticas denominadas 'alternativas'; as contribuições da psicanálise à pratica médica; a medicina e sua tendência a tornar-se ciência exata; as relações entre a medicina científica e a medicina popular; a medicina e o espiritismo; os fatores que auxiliaram a sua formação profissional.

Fita 14 - Lado A
As características do paciente ideal; o relacionamento médico/paciente; os princípios básicos do exercício profissional; as dificuldades causadas por seu parentesco com Jorge Moraes Grey; suas relações de trabalho com seu primo Jorge de Moraes Grey.

Fita 15 - Lado A
O Dr. Grey tece alguns comentários sobre uma série de fotografias por ele escolhidas.

Herman Lent

Entrevista realizada por Flavio Coelho Edler e Wanda Suzana Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12, 20 e 27 de setembro, 11 e 21 de outubro, 8 e 23 de novembro de 1994.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Comparação entre os cientistas da década de 1920 e dos tempos atuais; considerações sobre a trajetória escolar e sua opção pela medicina; alusão ao currículo e aos professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ), da Universidade do Brasil, no período da graduação no final dos anos 1920; a opção pela carreira científica e o relato da primeira tentativa de ingresso no IOC; a influência de Carlos Chagas em sua matrícula no Curso de Aplicação do IOC.

Fita 1 - Lado B
O ingresso no Curso de Aplicação do IOC, reflexões sobre o ensino neste curso e o perfil de Lauro Travassos; o estágio no Laboratório de Helmintologia, em 1932; breve referência à sua relação com João Ferreira Teixeira de Freitas; o Curso de Aplicação do IOC e seus professores; reflexões sobre o projeto de Oswaldo Cruz para o IOC; a formação em medicina; breve comentário sobre Carlos Chagas Filho, fundador do Instituto de Biofísica, da UFRJ; considerações sobre a FMRJ; o perfil de João Ferreira Teixeira de Freitas; menção às aulas ministradas por Carlos Chagas no anfiteatro da FMRJ.

Fita 2 - Lado A
Comparações entre a FMRJ e o Curso de Aplicação do IOC; a opção pela medicina; o perfil de Haity Moussatché; menção à sua contratação como assistente de Lauro Travassos na cadeira de zoologia da Faculdade de Ciências da UDF, em 1935; comentários acerca da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos (1937) e a opção por permanecer no IOC; o perfil do professor Aristides Marques da Cunha, do Curso de Aplicação do IOC; as refeições no IOC; o perfil de Adolpho Lutz, Joaquim Venâncio, Miguel Ozório de Almeida e Carneiro Felipe.

Fita 2 - Lado B
As aulas ministradas por Lauro Travassos no Curso de Aplicação do IOC; considerações sobre o perfil de Lauro Travassos e a influência recebida na opção pela helmintologia; o perfil de Costa Lima; o período em que foi estagiário de Lauro Travassos; o perfil de Carlos Chagas; o trabalho na Seção de Zoologia Médica com Lauro Travassos; referência à importância da Coleção Helmintológica; a evolução da biologia e a influência da tecnologia nas linhas de pesquisa; o perfil de Miguel Ozório de Almeida; a importância da taxonomia para o pesquisador; os tipos conhecidos de helmintos; as excursões de coletas promovidas por Lauro Travassos; comentários sobre a tradição de realizar excursões de coletas de espécies no IOC; breve comentário sobre a doença de Chagas.

Fita 3 - Lado A
A primeira expedição de coleta; breve relato sobre o perfil de M. Cavalcanti Proença; os discípulos de Lauro Travassos no estado de São Paulo; considerações sobre o Boletim Biológico e os procedimentos técnicos após a coleta de material; a importância em publicar a respeito da descoberta de novas espécies; a importância da atualização bibliográfica na pesquisa; o convite de Pedro Wygodzinsky para permanecer em Nova York, com financiamento da Fundação Rockefeller; reflexões sobre o uso da expressão “Escola de Travassos” no IOC; considerações sobre o perfil de Lauro Travassos.

Fita 3 - Lado B
O perfil de Lauro Travassos; as publicações Ciência Médica, Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Memórias do Instituto Butantan e Boletim Biológico, breve relato de sua participação na criação da Revista Brasileira de Biologia, a colaboração como editor da Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e Anais da Academia Brasileira de Ciências, o perfil de César Pinto; o convite para participar da Missão Científica Brasileira no Paraguai; considerações sobre o perfil de João Ferreira Teixeira de Freitas, os trabalhos publicados em colaboração com João Ferreira Teixeira de Freitas; a influência de Arthur Neiva no seu interesse pela entomologia; o perfil de Arthur Neiva.

Fita 4 - Lado A
Comentários sobre a helmintologia; o perfil de Gomes de Faria; a personalidade de Adolpho Lutz; as publicações em helmintologia; a importância da Coleção Helmintológica do IOC; as regras de nomenclatura na área de zoologia; as contribuições para a formação das coleções científicas; a importância da Coleção Helmintológica; reflexões sobre o empréstimo e a coleta de espécies; a relação entre o grupo da helmintologia no IOC e o grupo da parasitologia da “Escola do professor Samuel Pessoa”, no estado de São Paulo; a sistemática e a filogenia dos helmintos; comentários sobre o intercâmbio entre helmintologistas.

Fita 4 - Lado B
Os pesquisadores estrangeiros da área de helmintologia; a importância das separatas para a divulgação de trabalhos; a importância da revisão bibliográfica; as publicações internacionais na área de zoologia; a fotografia como novo recurso tecnológico trazido de Hamburgo por Lauro Travassos; críticas ao tratamento dispensado à Coleção Helmintológica do IOC.

Fita 5 - Lado A
A importância das separatas para o pesquisador; os temas publicados na área de helmintologia; comentários sobre os helmintólogos do laboratório de Lauro Travassos e a pesquisa em entomologia; o processo de sua transferência para a entomologia; o período em que chefiou a Seção de Entomologia; o primeiro trabalho em entomologia; o perfil de Arthur Neiva; considerações sobre a transferência para a entomologia e sobre sua contratação pelo IOC; o perfil de Costa Lima; a gestão Vinícius da Fonseca; o contexto da criação da Fiocruz; a definição das linhas de pesquisas prioritárias do IOC; considerações sobre Carlos Alberto Seabra e a formação de coleções entomológicas; o perfil de Fábio Leoni Werneck.

Fita 5 - Lado B
O perfil de Fábio Leoni Werneck; a gestão de Sebastião José de Oliveira como curador da Coleção Entomológica; comentários sobre coleções abertas e fechadas; o processo de aquisição da Coleção Zikán pelo IOC; comentários sobre Carlos Alberto Seabra, Fábio Leoni Wemeck e Hugo de Souza Lopes.

Fita 6 - Lado A
O perfil de Fábio Leoni Werneck e sua coleção depositada no IOC; o momento de ingresso no IOC e a possibilidade de escolha das linhas de pesquisa; considerações sobre Miguel Ozório de Almeida, Lauro Travassos e Costa Lima; comentários sobre troca de espécies e correspondência entre pesquisadores; o perfil de Carlos Alberto Seabra; considerações sobre a Coleção Zikán; o perfil de Costa Lima; comentários sobre a revista Chácaras e Quintais; reflexões sobre o contexto de criação da Fiocruz e o universo de pesquisas; a importância de Manguinhos na formação de profissionais; as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; reflexões sobre as seções científicas do IOC; breve comentário sobre o período inicial do IOC.

Fita 6 - Lado B
Considerações sobre o período inicial do IOC; referência ao projeto de Oswaldo Cruz para Manguinhos; considerações sobre as seções científicas do IOC; os trabalhos publicados com Sebastião José de Oliveira, na Revista Brasileira de Biologia; o processo aberto pelo pesquisador José Jurberg relativo às Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; reflexões sobre a passagem por Manguinhos e o envolvimento com a instituição; considerações sobre pesquisadores da área de entomologia; críticas à gestão do IOC no período das cassações; breve análise de sua personalidade; o perfil de Francisco de Paula Rocha Lagoa; comentário sobre sua demissão da Divisão de Entomologia; o perfil de Hugo de Souza Lopes; considerações sobre o Laboratório de Helmintologia e seu papel na assessoria aos pesquisadores de outras instituições.

Fita 7 - Lado A
Menção a Hugo de Souza Lopes e a homenagem recebida por este ao nomear uma espécie com o sobrenome Lent; comentários sobre as atividades na FMRJ.

Fita 8 - Lado A
A importância das publicações científicas; a diversidade de suas publicações desde o período da faculdade; menção ao perfil dos irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida; o financiamento de Guilherme Guinle, nos anos 1940, para a publicação da Revista Brasileira de Biologia, comentários sobre a participação como editor da Revista Brasileira de Biologia, menção à eleição como membro titular da Academia Brasileira de Ciências, em 1968; o convite de Aristides Pacheco Leão para editar os Anais da Academia Brasileira de Ciências, considerações sobre a repercussão da sua cassação na Revista Brasileira de Biologia, os perfis de Tito Cavalcanti e Sebastião José de Oliveira; considerações sobre a “doação” da Revista Brasileira de Biologia à Academia Brasileira de Ciências, na década de 1970; as revistas existentes na época da fundação da Revista Brasileira de Biologia.

Fita 8 - Lado B
As revistas existentes na época da fundação da Revista Brasileira de Biologia, o artigo denunciando plágio na revista O Campo, o conhecimento das publicações de referência na área de zoologia; o desligamento da supervisão das publicações da Academia Brasileira de Medicina, em 1981; a Revista Brasileira de Biologia, a parceria com José Jurberg para publicar trabalhos em colaboração nas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, descrição dos atributos de um periódico científico ideal; o trabalho publicado no boletim do American Museum of Natural History, de Nova York; menção à falta de financiamento dos periódicos científicos nos anos 1940; as instituições de fomento à pesquisa; o financiamento para a participação em eventos científicos no exterior, na gestão de Amilcar Vianna Martins no IOC; o perfil de Olympio da Fonseca, reflexões sobre as opções dos funcionários no momento da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos, de 1937.

Fita 9 - Lado A
Considerações sobre sua relação com Olympio da Fonseca; os trabalhos de helmintologia publicados no Boletim Biológico, dirigido por Lauro Travassos e César Pinto; importância da Sociedade Brasileira de Entomologia; considerações sobre a Revista de Entomologia e a Revista Brasileira de Entomologia, homenagem recebida pela contribuição à pesquisa científica.

Fita 9 - Lado B
A participação como editor das Atas do Simpósio da Biota Amazônica; o perfil de José Cândido de Carvalho, do Museu Nacional; considerações sobre a Revista de Biologia e a Revista Brasileira de Biologia, menção à área de editoração científica; indicação para integrar o corpo editorial das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, comentários sobre os critérios de publicação de algumas revistas estrangeiras; considerações sobre a utilização de “estrangeirismos” nas publicações científicas; comentários sobre os diversos diretores do IOC; a gestão de Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde; recebimento da verba originada da vacina da manqueira.

Fita 10 - Lado A
O ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema; os cientistas Alcides Godoy e Astrogildo Machado, criadores da vacina contra a peste da manqueira; a situação do IOC com a perda da verba da vacina da manqueira; o gosto pela pesquisa e o estágio no IOC; o convite de Lauro Travassos para ser seu assistente na cátedra de zoologia da UDF, em 1935; a gestão de Cardoso Fontes em Manguinhos; a influência da política na gestão dos diretores do IOC; os reflexos da instabilidade política em 1960 e 1970 no IOC; a gestão de Henrique Aragão; breve comentário sobre o “Massacre de Manguinhos”, em 1970; a participação como presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Niterói, atual Associação Médica Fluminense de Niterói; a experiência como assistente de Lauro Travassos na UDF e comentários sobre os professores; o perfil de Anísio Teixeira; a conjuntura da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos, em 1937; o perfil de Costa Lima.

Fita 10 - Lado B
A presença de profissionais de outros estados no Curso de Aplicação do IOC; reflexões sobre o Curso de Saúde Pública, na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP); o projeto de Oswaldo Cruz e de Carlos Chagas para o IOC; as instituições de pesquisa do Estado de São Paulo; a trajetória profissional de Henrique de Beaurepaire Aragão; considerações sobre as atividades de um cientista; a gestão de Cardoso Fontes no IOC, entre 1934 e 1942; os recursos extras cedidos ao IOC por instituições de fomento à pesquisa; os remédios fabricados pelo IOC; comentário acerca da sua ocupação na gestão de Henrique de Beaurepaire Aragão, entre 1942 e 1944; reflexões sobre as expectativas dos profissionais que frequentavam o Curso de Aplicação do IOC e o Curso de Saúde Pública da ENSP; as aulas que ministrou no Instituto Gonçalo Muniz, na Bahia.

Fita 11 - Lado A
A insatisfação com o tratamento dado, pelo IOC, à Coleção Geral Entomológica; a gestão de Rocha Lagoa no Ministério da Saúde; a mudança da Coleção Entomológica para o Hospital Evandro Chagas e suas consequências; referência a Orlando Vicente Ferreira; comentários sobre o papel de José Jurberg na preservação da Coleção Entomológica; o momento em que a coleção retomou ao Castelo, na gestão de Sérgio Arouca na Fiocruz (1985-1989); reflexões sobre as novas intenções de transferência da Coleção Entomológica; o perfil de Rocha Lagoa; considerações sobre a atuação de Costa Lima na preservação da Coleção Entomológica; o quantitativo de espécies da Coleção Entomológica; os motivos que o levam, até hoje, a proteger as coleções; comparação entre as coleções particulares e as institucionais; considerações sobre Orlando Vicente Ferreira; a organização da Coleção Entomológica; os empréstimos de espécies da coleção que não foram devolvidos ao IOC; o papel das coleções científicas e a postura de alguns dirigentes com a mesma; menção à coleção de barbeiros.

Fita 11 - Lado B
O ciclo evolutivo do barbeiro; o perfil de Dario Mendes; referência ao período em que as coleções eram utilizadas para fins didáticos; a importância da Coleção Entomológica do IOC; comparação entre as coleções do Museu Nacional e as do IOC; explicação sobre os elementos que constituem uma coleção; a preferência em Manguinhos por alguns grupos de espécies; a importância da coleção do pesquisador Costa Lima; reflexões sobre coleções abertas e fechadas; considerações sobre Costa Lima e a diversidade dos temas por ele pesquisados; as espécies estudadas por Costa Lima que estão na Coleção Entomológica; o recebimento do prêmio Costa Lima, da Academia Brasileira de Ciências; o intercâmbio de espécies para identificação; considerações sobre as regras internacionais na Nomenclatura Zoológica; o perfil de Antônio Pugas; considerações sobre o intercâmbio de espécies.

Palestra de François Delaporte

Versões acerca da descoberta da Doença de Chagas. O palestrante inicia lendo 2 textos com diferentes versões históricas sobre a descoberta da Doença de Chagas: o primeiro texto é de Oswaldo Cruz, produzido em 1915 e o segundo, de Carlos Chagas, datado de 1921. Em seguida, François Delaporte faz uma análise comparativa das duas versões apresentadas. Segue-se, então, debate com participação de pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz.

Memória da tuberculose no Brasil

Reúne 11 depoimentos orais de médicos com atuação nas áreas de ensino, pesquisa e serviços de controle da tuberculose no Brasil desde a década de 1930. Buscou-se dar subsídios à reconstituição da história da tuberculose, questões como as representações sociais da doença, a evolução terapêutica e as políticas de saúde implementadas ao longo deste período. Este projeto resultou de convênio firmado entre a Casa de Oswaldo Cruz e a extinta Campanha Nacional contra a Tuberculose e sua continuidade foi assegurada através do Centro de Referência Professor Hélio Fraga e da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária, órgãos da Fundação Nacional de Saúde.

Memória do Centro de Pesquisa René Rachou

Reúne 13 depoimentos orais com pesquisadores e técnicos do Centro de Pesquisa René Rachou (CPRR), cujas trajetórias profissionais permitem subsidiar a reconstituição da história da instituição, sediada em Belo Horizonte (MG) e integrada em 1970 à estrutura organizacional da Fiocruz. Os depoimentos permitem resgatar a atuação do Instituto Oswaldo Cruz no estado de Minas Gerais desde 1906. O período abordado pelo projeto abrange desde a criação do CPRR em 1955 até dezembro de 1991.

Hélio Gelli Pereira

Entrevista realizada por Jaime Benchimol, Luiz Antonio Teixeira e Ana Palma, narrando a trajetória de vida pessoal e profissional do depoente, bem como a pesquisa no IOC e na Inglaterra, sua convivência com outros pesquisadores da instituição, dentre outros temas.
Sumário:
Fita 1 - Lado A:

  • sua formação em Medicina na UFF e o curso de aplicação no IOC;
  • o estágio na Inglaterra;
  • seu trabalho no IAPTEC, no laboratório de microbiologia;
  • o trabalho no IOC com Joaquim Travassos da Rosa;
  • alusão à construção do Pavilhão do Vírus no IOC;
  • referência a seu casamento;
  • a saída do IAPTEC e a volta para trabalhar na Inglaterra;
  • sobre os estudos na área da Virologia e seu trabalho na Inglaterra;
  • sobre a febre amarela e sua repercussão mundial;
  • o microscópio eletrônico e sua importância para a Virologia;
  • referência à técnicas de laboratório empregados na Virologia;
  • os estudos sobre a poliomielite e a utilização de antibióticos nas pesquisas;
  • menção às pesquisas sobre a penicilina;
  • sobre sua opção em especializar-se em Virologia.
    Fita 1 - Lado B:
  • o desenvolvimento da virologia enquanto campo de pesquisa;
  • sobre palestra que assistiu acerca da virologia sob a ótica da Física;
  • referência à gênese da Biologia Molecular;
  • o IV Congresso Internacional de Microbiologia, em 1950, a afirmação da virologia como disciplina autônoma e a elaboração de sua nomenclatura;
  • seu trabalho de pesquisa no IOC e alguns pesquisadores da Instituição;
  • referência à Fundação Rockfeller;
  • a importância da Biologia Molecular para o desenvolvimento da Virologia e o papel do microscópio eletrônico neste processo;
  • sobre os métodos de pesquisas em Virologia anteriores ao microscópio eletrônico.
    Fita 2 - Lado A:
  • a pesquisa em Virologia a partir da microscopia eletrônica, e a estrutura viral;
  • sobre a relação da Virologia com a Imunologia;
  • comentário sobre o desenvolvimento de vacinas na atualidade;
  • referência ao campo da Virologia e menção ao desenvolvimento deste tipo de pesquisa no mundo;
  • introdução no Brasil do vírus da peste sul africana;
  • seu trabalho com gastroenterite viral;
  • referência à Sociedade Brasileira de Virologia;
  • à respeito do financiamento de pesquisas no exterior;
  • sobre seu trabalho de pesquisas em Londres e o financiamento de pesquisas nos Estados Unidos;
  • sobre o projeto que desenvolve acerca do vírus da gastroenterite.
    Fita 2 - Lado B:
  • comentário sobre os estudos de Virologia e alguns métodos utilizados;
  • sua colaboração e de sua esposa aos estudos sobre a AIDS;
  • os princípios da Biologia Molecular e da Engenharia Genética e o treinamento de profissionais para estas áreas;
  • sobre o campo de Virologia Molecular na FIOCRUZ e as condições de equipamento e pessoal;
  • a formação de pessoal para a área de pesquisa e os cursos de pós-graduação oferecidos em Manguinhos;
  • referência a seu trabalho em Patologia Clínica, na Santa Casa;
  • alusão ao potencial da Virologia Molecular;
  • a questão da interdisciplinaridade na pesquisa, atualmente;
  • referência a alguns ex-diretores do IOC.
    Fita 3 - Lado A:
  • sua participação na organização do Congresso Internacional de Microbiologia, realizado no Brasil;
  • referência à Aragão, ex-diretor do IOC;
  • alusão ao seu trabalho da UFRJ, no Instituto de Microbiologia;
  • menção à cassação de pesquisadores do IOC;
  • sua volta para a FIOCRUZ para trabalhar com meningite;
  • seu envolvimento na área de produção de vacinas;
  • o impacto dos antibióticos na microbiologia;
  • alusão à tentativa de produção de antibióticos no IOC e à fabricação de vacinas;
  • alguns personagens importantes na história do IOC, com destaque para Joaquim Travassos da Rosa;
  • a personalidade e o trabalho de Aragão;
  • sobre o perfil dos cientistas da sua geração;
  • lembrança da sua ida para o IOC;
  • sobre a preferência dos profissionais pela clínica em detrimento da pesquisa;
  • referência à profissão de seu filho e nora.
    Fita 3 - Lado B:
  • Não há gravação.

Chagas na Amazônia

Reúne um conjunto de depoimentos coletados durante viagem realizada por equipe de pesquisadores da Fiocruz pelas regiões próximas aos rios Solimões, Juruá e Tarauacá, com o objetivo de levantar dados sobre as condições médico-sanitárias destas regiões, a fim de possibilitar a comparação com as condições encontradas por Carlos Chagas, em 1912. Dentre os depoentes encontram-se médicos, políticos, agentes de saúde e habitantes das localidades percorridas, cujo trabalho e vivência possibilitam traçar um quadro das condições de vida encontradas nestas regiões.

Maria Penna

Entrevista realizada em duas sessões, por Nísia Trindade Lima, Ricardo Augusto dos Santos e Eduardo Thielen, nos dias 2 e 31 de agosto de 1990, no Rio de Janeiro, a respeito do sanitarista Belisário Penna, pai da depoente, enfatizando sua trajetória política e profissional.

Memória de Manguinhos

Reúne 30 depoimentos que foram coletados com o objetivo de reconstituir a história do Instituto Oswaldo Cruz através da vivência de alguns de seus cientistas, auxiliares e administradores, enfocando questões relativas ao ensino, pesquisa, política institucional e governamental, produção de terapêuticos e o desenvolvimento da ciência. As entrevistas tratam principalmente do período compreendido entre a década de 1930 e o "Massacre de Manguinhos" nos anos 1970. O projeto obteve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Wilson Pinto

Entrevista realizada pelos pesquisadores Eduardo Thielen, Ricardo Augusto dos Santos e Jaime Benchimol e teve breve participação da irmã do depoente, Elza Pinto. O tema foi a produção de fotografias no IOC e a importância de J. Pinto, pai do depoente.
Sumário:
Elaboração de Poliana Orosa

Fita 1 - Lado A:
Entrevistado comenta sobre as pessoas com as quais teve contato dentro do Instituto Oswaldo Cruz, dentre elas estão Bertha Lutz e seu pai Adolpho Lutz; comenta sobre o nascimento de seu pai J. Pinto, as casas por onde morou e a ida para Manguinhos; sobre a passagem breve de seu irmão Milton Pinto como fotógrafo na Fiocruz; sobre a morte de seu pai em 1951 e também de sua primeira esposa; dá detalhes do temperamento de seu pai e também do equipamento que utilizava como, por exemplo, sua máquina fotográfica, uma Leica 35mm e também sobre os relacionamentos em Manguinhos; processo de trabalho de fotografia dentro de Manguinhos e também fora; ações políticas de seu pai, dá detalhes sobre as memórias da revolução de 30; reconhecimento de fotos propostas pelos entrevistadores e localização do laboratório de J. Pinto; fala sobre as memórias afetivas de seu pai e sua mãe Isaura da Costa Silva; comenta a aposentadoria e afastamento de J. Pinto de Manguinhos por conta de uma hemiplegia e também do salário da época; idas a Manguinhos com seu pai e seu irmão e rotina de seu pai até a Fiocruz.

Fita 1 - Lado B:
Depoente fala sobre foto teleobjetiva feita por seu pai J. Pinto em Manguinhos que alcançou até o corcovado e conta de outra imagem feita do alto de uma chaminé em Manguinhos; sobre a trajetória do pai, desde de seu nascimento em Alagoinhas, Bahia, seu desgosto pelo nome Joaquim, fato que o fez adotar J. Pinto, até sua vinda ainda adolescente para o Rio de Janeiro e a chegada em Manguinhos onde já entrou como fotógrafo; aprendizado de J. Pinto em microfotografia ensinado por Oswaldo Cruz e tendo trabalhado exclusivamente em Manguinhos; período de trabalho de seu irmão Milton Pinto na Fiocruz; lembrança da amizade do pai com Cardoso Fontes; o laboratório de J. Pinto, seu trabalho em Manguinhos e o processo de microfotografia implantado por ele; lembranças de seus irmãos e período de trabalho de sua irmã Zeni Pinto da Silva em Manguinhos; comentários sobre a amizade de seu pai com Carlos Éboli e menção a filme feito por J. Pinto sobre Manguinhos; referência das visitas de Adolpho Lutz à sua casa e às caçadas de rã em brejos no Méier; a participação de J. Pinto em expedição científica à região do Rio São Francisco; referência a Dr. José Teixeira, que o tratou de uma doença venérea.

Fita 2 - Lado A:
Referência ao colégio onde estudou na infância; comenta o fato de seu pai não ter mantido atividades como fotógrafo fora de Manguinhos e ter apenas feito fotos para título eleitoral; mostra à equipe a certidão de batismo de J. Pinto e também a certidão de óbito de sua esposa Isaura; início do depoimento de D. Elza, também filha de J, Pinto que comenta da saudade do pai e de suas viagens à Minas Gerais com Carlos Chagas; breve comentário sobre o trabalho de sua mãe Isaura, como professora de piano; alusão a amizade de J. Pinto e Oswaldo Cruz; menciona o período de trabalho de sua irmã Zeni na Fiocruz; Wilson Pinto menciona Walter Arouca e alguns médicos que conheceu por meio do trabalho de seu pai no IOC; Wilson Pinto apresenta algumas fotografias antigas; menciona o antigo desenhista do IOC, e liga para o mesmo para convidá-lo a depor para a equipe; alusão a doença de seu pai e também ao seu temperamento.

Fita 2 - Lado B:

  • Não há gravação.

Constança Arraes de Alencar

Entrevista realizada por Lúcio Flávio Taveira e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz, no dia 08 de agosto de 1989.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar; a formação profissional dos pais; o pioneirismo do avô imigrante; as atividades profissionais da mãe; o desejo pela experiência da maternidade; a infância em Ipanema; a vida escolar; a descoberta da vocação científica; a opção pelo curso médico e a posterior escolha pela biologia; o curso de biologia da UFRJ; a opção pela especialização em genética; o desprestígio do curso de biologia na década de 1970; o ingresso no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) por intermédio de Carlos Morel; o fantasma da mão-de-obra barata presente no estágio da FIOCRUZ; o ingresso no curso de mestrado; as dificuldades do desenvolvimento científico em um país subdesenvolvido; comentários sobre as dificuldades advindas das restrições à contratação de pesquisadores e escassez de recursos materiais; os riscos de contaminação no trabalho diário com Trypanosoma cruzi; a gestão de Carlos Morel como chefe do departamento de bioquímica e Biologia Molecular; os vínculos entre os cursos de pós-graduação da UFRJ e da FIOCRUZ.

Pedrina Cunha de Oliveira

Entrevista realizada por Lúcio Flávio Taveira e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (RJ), no dia 06 de junho de 1989.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar; o perfil do pai; a infância em uma fazenda em Goiás; a personalidade da mãe; as dificuldades de comunicação no interior do Brasil na década de 1940; a educação familiar voltada para o trabalho; a ausência de preconceito na educação informal; a igualdade no trato com os trabalhadores da fazenda; os papéis sociais do homem e da mulher no interior brasileiro em meados do século XIX; o espaço doméstico como locus feminino; a profissionalização como caminho para a emancipação; a generosidade característica da educação materna; os papéis familiares: a mãe educadora e pai provedor; a população “encardida” de Goiás; os primeiros estudos realizados na comunidade local; o ingresso no colégio interno feminino; a rígida disciplina de uma instituição religiosa; o cotidiano no internato; a “disciplinarização” do diálogo e a preocupação com a higiene na escola; a vigilância do corpo nos banhos no internato; a preocupação das freiras com a educação humanitária; a censura à literatura; o ingresso em colégio leigo de Goiânia; a liberdade na escolha profissional; a opção pelo curso de farmácia; o desejo inicial de retornar a Goiás após a graduação; a fascinação pelo trabalho laboratorial; o curso de farmácia da UFRJ na década de 1950; a ausência de preconceito sexual na faculdade; as qualidades da Faculdade de Farmácia da UFRJ; a opção por não retornar a Goiás e o primeiro contato com o IOC; o ingresso em Manguinhos como estagiária e o trabalho desenvolvido com Oswaldo Lazzarini Peckolt no Departamento de Química; a rápida efetivação no IOC; os trabalhos realizados com Fernando Ubatuba nos laboratórios das Pioneiras Sociais e o seu abandono devido ao trabalho no IOC em tempo integral; o preconceito em Manguinhos pelo trabalho feminino; a admiração por Bertha Lutz; a mudança para o Departamento de Micologia; o Curso de Aplicação do IOC; o corpo de pesquisadores do Departamento de Micologia na década de 1960; a qualificação profissional de Adolpho Furtado e sua marginalização em Manguinhos; as dificuldades dos pesquisadores do IOC em optarem pelo regime celetista na década de 70; o casamento em 1970 e a experiência da maternidade; a opção pela família no momento de crise do IOC; as dificuldades em conciliar vida privada e vida profissional; o intercâmbio com o Instituto de Biologia de São Paulo; histórico do desenvolvimento da micologia no Brasil desde a década de 50; a demanda de conhecimento da micologia provocada pelo desenvolvimento tecnológico dos últimos anos; a trajetória profissional no Departamento de Micologia; a situação da mulher nas instituições científicas internacionais; a experiência adquirida no mestrado realizado na Universidade de Sheffield; a conscientização feminina na Inglaterra; os grandes nomes da micologia brasileira: Antônio Arêa-Leão e Adolpho Furtado; a organização do Departamento de Micologia a partir da gestão Coura e a demanda de conhecimento dos setores agrícola e industrial do Brasil.

Wladimir Lobato Paraense

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz (RJ), entre os dias 14 de março de 1988 a 31 de maio de 1989.
Sumário
Fitas 1 e 2
A infância em Belém; a cidade de Belém no início do século; o incentivo da família aos estudos; a formação escolar; o ingresso na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará em 1931 e o encontro com Leônidas Deane.

Fitas 2 a 4
A vocação pelo jornalismo e o gosto pela astronomia; o papel científico do IOC no início do século; a decadência de Manguinhos; a opção pela medicina; a bolsa de estudos em anatomia patológica na Faculdade de Medicina de São Paulo em 1938; o curso de malariologia no Instituto Evandro Chagas em 1940.

Fitas 5 a 7
A Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará na década de 1930; as aulas de histologia com Jaime Aben Athar; comentários sobre a expedição de Oswaldo Cruz, Costa Lima e Jaime Aben Athar no Pará no início do século; comentários sobre o Instituto Evandro Chagas; perfil profissional de Jaime Aben Athar; o trabalho no laboratório de histologia da Santa Casa; a viagem para Recife em 1936; o contato com Jorge Lobo e o concurso para o internato no Hospital Oswaldo Cruz em Pernambuco; o ingresso na Faculdade de Medicina de Recife.

Fitas 8 e 9
Comparação entre as faculdades de medicina de Belém e de Recife na década de 1930; a carência de laboratórios de análises clínicas no início do século no Rio de Janeiro; o trabalho no laboratório de anatomia patológica da Faculdade de Recife; as Memórias do IOC; a participação no curso de parasitologia ministrado por Samuel Pessoa na Faculdade de Medicina de Recife em 1936; perfil de Samuel Pessoa; a repercussão do movimento comunista em 1935 entre os estudantes; comentários sobre o trabalho no Hospital Oswaldo Cruz e na Faculdade de Medicina de Pernambuco; as condições sanitárias de Recife no início do século.

Fitas 10 a 12
O método de controle biológico no combate à esquistossomose apresentado no Congresso Nacional de Biologia em 1948; o trabalho com Jorge Lobo e Aggeu Magalhães no Hospital Oswaldo Cruz; a criação da cadeira de medicina tropical por Carlos Chagas; as bolsas de estudo dos Diários Associados concedidas por Assis Chateubriand em 1938; a organização do laboratório de patologia do IOC em 1939; o curso de patologia da malária no Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN) e a participação no Serviço de Malária do Nordeste em 1940; a contratação pelo IOC em 1941.

Fitas 13 a 15
O retorno ao Rio de Janeiro em 1939 e as pesquisas sobre leishmaniose visceral em Manguinhos; o grupo de pesquisadores do SEGE; a falta de apoio institucional e financeiro da direção do IOC às pesquisas de Evandro Chagas durante a gestão Cardoso Fontes; o financiamento concedido por Guilherme Guinle a Evandro Chagas; o apoio financeiro de Evandro Chagas às pesquisas sobre anemia ancilostomótica desenvolvidas por Walter Oswaldo Cruz e Lauro Travassos; o desligamento de Leônidas Deane do IPEN devido aos conflitos com Evandro Chagas; a morte de Evandro Chagas e o apoio de Carlos Chagas Filho ao SEGE; o concurso do DASP para auxiliar de biologia no IOC em 1941; a reforma administrativa do Ministério da Saúde em 1942 e a criação da Divisão de Estudos de Grandes Endemias no IOC; a decadência de Manguinhos; comentários sobre a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP); o apoio de Getúlio Vargas a Evandro Chagas; a ocupação de seu laboratório por Neri Guimarães quando de sua viagem a Pernambuco em 1941; suas pesquisas sobre pênfigo foliáceo em Minas Gerais entre 1942 e 1944; o retorno ao IOC em 1945; as pesquisas em esquistossomose durante a gestão de Olympio da Fonseca no IOC; a aposentadoria compulsória no IOC; o convite de Vinícius da Fonseca para ocupar a vice-presidência de pesquisa da FIOCRUZ em 1976.

Fitas 16 e 17
Os cientistas de Manguinhos na época de Oswaldo Cruz; a produção de soros e vacinas no IOC; a verba proveniente da venda da vacina contra a manqueira; o papel desempenhado por Oswaldo Cruz no desenvolvimento de Manguinhos; Oswaldo Cruz e o combate à peste bubônica em 1889; a fabricação do soro contra a peste bubônica em Manguinhos; o reconhecimento internacional do IOC durante a gestão Oswaldo Cruz; o desenvolvimento da pesquisa aplicada no IOC no início do século; o Curso de Aplicação do IOC.

Fitas 18 a 20
Avaliação dos primeiros trabalhos publicados nas Memórias do IOC; a produção de vacina antivariólica e do soro antipestoso no Instituto durante a gestão Oswaldo Cruz; os conflitos entre os cientistas de Manguinhos no início do século; o fim da produção da vacina contra a manqueira (carbúnculo sintomático em bovino) e a decadência de Manguinhos; o reconhecimento internacional das Memórias do IOC; as áreas de pesquisa durante a gestão Carlos Chagas; a falta de farmacologistas no Brasil no início do século; a necessidade da ciência aplicada no Brasil; o desenvolvimento da fisiologia no IOC durante a gestão Carlos Chagas; Evandro Chagas e a continuidade ao projeto científico de Oswaldo Cruz; as pesquisas desenvolvidas no IOC e a atuação de Walter Oswaldo Cruz e de Lauro Travassos nas décadas de 1940 e 1950; o DASP e a não-exigência de qualificação profissional para ingressar no IOC.

Fitas 21 a 23
As atividades do Hospital Evandro Chagas entre 1941 e 1945; a participação no curso sobre malária organizado por Evandro Chagas no Pará em 1940; o curso de citologia do sistema nervoso ministrado a convite de Jaime Aben Athar em 1940; a morte de Evandro Chagas e a falta de interesse da gestão Cardoso Fontes pelos trabalhos desenvolvidos no SEGE; os estudos sobre doença de Chagas orientados por Emanuel Dias no IOC; a dependência científico-tecnológica do Brasil; a chefia do serviço clínico do Hospital Evandro Chagas; comentários sobre a patologia no Brasil.

Fitas 24 a 26
As transformações na estrutura administrativa do IOC na década de 1940; as pesquisas sobre brucelose desenvolvidas por Genésio Pacheco; Costa Cruz e as pesquisas com bacteriófagos; comentários sobre a área de bacteriologia do IOC; Olympio da Fonseca e a seção de micologia; a organização da micoteca de Manguinhos; as conseqüências da Lei de Desacumulação de Cargos de 1937 para os cientistas de Manguinhos; o laboratório de vacina antimicótica de Arêa Leão e Genésio Pacheco em Cuba; o pioneirismo do IOC na produção de penicilina; a seção de microbiologia do IOC; comentários sobre os setores de produção e pesquisa do Instituto; a gestão Francisco Laranja e o quadro de decadência na instituição; as verbas governamentais destinadas à área de produção do IOC; a separação entre pesquisa básica e aplicada no IOC na década de 1940; comentários sobre o trabalho desenvolvido atualmente no Hospital Evandro Chagas.

Fitas 26 a 28
A seção de produção de vacinas do IOC; Gilberto Villela e a introdução da bioquímica no Brasil; Baeta Viana e a introdução da eletroforese no Brasil; o padrão internacional da química paulista; Barros Barreto e a criação da Divisão de Higiene no IOC durante a gestão Henrique Aragão; o convite de Otto Bier para trabalhar no Instituto Butantan; as dificuldades de relacionamento com Olympio da Fonseca; os recursos do CNPq para o IOC; a relativa liberdade de pesquisa no Brasil.

Fitas 29 a 31
A experiência como conselheiro da Academia Brasileira de Ciências em 1950; a falta de respaldo e legitimidade da pesquisa científica nos países do Terceiro Mundo; o desinteresse dos cientistas brasileiros em desenvolver tecnologia própria e o uso de técnicas importadas; a mobilização em torno da criação de um ministério de ciência no final da década de 1950; a falta de equipamentos adequados à pesquisa nas universidades e a atual insuficiência de formação acadêmica dos professores; as atividades da Fundação Rockefeller no Brasil; as doações de equipamentos feitas pela Fundação Rockefeller às instituições científicas brasileiras; os estudos sobre leishmaniose visceral de Evandro Chagas baseados em informações coletadas pela Fundação Rockefeller; a incorporação da Fundação Rockefeller ao IOC em 1950.

Fitas 31 a 33
A viagem para Belo Horizonte em 1942 e a avaliação dos trabalhos desenvolvidos nesse período; a comunidade científica de Belo Horizonte; as experiências com penicilina; as pesquisas com cortisona no tratamento do pênfigo foliáceo; a criação do SESP durante a Segunda Guerra Mundial; a viagem para Belo Horizonte e os trabalhos com leishmaniose, malária e esquistossomose.

Fitas 34 a 36
A situação atual da bioquímica no Brasil; a importância do posto de Bambuí na época de Emanuel Dias; a participação no curso de protozoologia do IOC a convite de Olympio da Fonseca; a coordenação do curso de fisiologia na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1950; o trabalho no SESP e as pesquisas sobre esquistossomose na década de 1950.

Fitas 36 a 38
Comentários sobre o ingresso na Fundação SESP; as pesquisas sobre esquistossomose na região de Lagoa Santa em Belo Horizonte em 1954; o trabalho na campanha de controle da esquistossomose na Amazônia a convite de Maia Penido em 1953; o uso de moluscicida no combate aos caramujos transmissores da esquistossomose.

Fitas 39 e 40
O trabalho de classificação de caramujos no SESP; a coleta de moluscos planorbídeos no Peru, na Bolívia, no México, em Cuba e na Venezuela em 1956 com o apoio do CNPq; comentários sobre a Revolução Cubana; a proposta da OMS de criar um centro de referência de identificação de planorbídeos no seu laboratório; o convite para participar do Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da OMS.

Fitas 41 a 43
A criação do DNERu na década de 1950; o trabalho com genética de caramujo no Instituto Aggeu Magalhães em 1957; a falta de apoio às pesquisas científicas durante a gestão de Antônio Augusto Xavier no IOC; a decadência de Manguinhos; o cargo de vice-presidente de pesquisa da FIOCRUZ em 1976; a direção do INERu na década de 1960; as pesquisas desenvolvidas em Belo Horizonte e em Pernambuco pelo INERu.

Fitas 43 a 46
Comentários sobre Samuel Pessoa; as instituições de pesquisa que atuam no campo das doenças endêmicas; as pesquisas desenvolvidas pelo INERu no início da década de 1960; comentários sobre Mário Pinotti; as pesquisas sobre planorbídeos americanos em convênio com a OPAS e a OMS entre 1961 e 1976; a criação do centro de referência de identificação de planorbídeos no seu laboratório em Belo Horizonte em 1964.

Fitas 46 a 48
As reuniões no CNPq e a escolha do conselheiro para a área de biologia; as acusações de José Guilherme Lacorte sobre suas ligações com o Partido Comunista; comentários sobre Walter Oswaldo Cruz; a organização do curso de pós-graduação em biologia parasitária na Universidade de Brasília (UnB) em 1968.

Fitas 49 a 51
Observações sobre a nomeação de Rocha Lagoa para a direção do IOC; a participação de José Guilherme Lacorte no “Massacre de Manguinhos”; o convite para a vice-direção do IOC em 1964; a baixa qualidade da produção científica do grupo de Rocha Lagoa na instituição; a legitimidade alcançada pelo IOC devido à produção de terapêuticos; a suspensão de Herman Lent em função de críticas acadêmicas feitas a Rocha Lagoa; os mitos envolvendo a vida e a morte de Walter Oswaldo Cruz; o boicote de Rocha Lagoa ao trabalho realizado pelo INERu; o processo de decadência de Manguinhos a partir de 1940; as ameaças feitas por Rocha Lagoa de colocá-lo em disponibilidade; as perseguições pessoais realizadas por Rocha Lagoa quando Ministro da Saúde; o desenvolvimento técnico-científico do IOC durante a gestão Vinícius da Fonseca; o Plano Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e sua penetração na FIOCRUZ; a defesa das conquistas materiais da FIOCRUZ durante o período desenvolvimentista; as relações entre Vinícius da Fonseca e Reis Veloso; a organização de Bio-Manguinhos feita por Akira Homma e os convênios com o Japão; a priorização dos estudos de endemias brasileiras durante a gestão Vinícius da Fonseca; a tentativa de Vinícius da Fonseca em estabelecer revistas policiais entre os pesquisadores de Manguinhos; o processo de seleção dos pesquisadores durante a atuação como vice-presidente de pesquisa da FIOCRUZ; o desenvolvimento da biologia molecular em Manguinhos durante a gestão Vinícius da Fonseca e o ataque denominado “ciência de ponta”.

Fitas 51 a 53
A participação ativa nas eventuais reuniões da Tropical Disease Research na Suíça; o empenho na renovação do quadro de pesquisadores da FIOCRUZ; o trabalho desenvolvido por Carlos Morel na UnB e sua posterior inserção na FIOCRUZ; a questão da verdade científica; a formação de pesquisadores e sanitaristas na ENSP; o trabalho desenvolvido pelo Centro de Pesquisa René Rachou durante a gestão Guilardo Martins Alves; os convênios estabelecidos entre a FIOCRUZ e os estados da União durante a gestão Vinícius da Fonseca; a tentativa de Vinícius da Fonseca em enfrentar as disputas internas na FIOCRUZ; a resistência dos pesquisadores da FIOCRUZ em aceitar a avaliação de produtividade científica; o trabalho de recuperação financeira e administrativa realizado por Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a atuação do Ministro Paulo de Almeida Machado durante a presidência Geisel; a direção informal de José Rodrigues Coura durante a gestão Guilardo Martins Alves; o despropósito da campanha de Sergio Arouca contra a administração de Guilardo Martins Alves; a defesa da escolha política do presidente da FIOCRUZ; a priorização das políticas sanitárias durante a administração Arouca na FIOCRUZ; a questão da centralização e da redistribuição de recursos durante a gestão Arouca; críticas aos pesquisadores que assinaram o telegrama de apoio a Luís Carlos Prestes em 1946; a utilização do trabalho científico de Pavlov pelo sistema stalinista; o esforço pessoal para tornar-se um pesquisador exemplar.

Otávio Pieri

Entrevista realizada por Nara Brito e Jaime Benchimol , no dia 25 de agosto de 1988, a respeito da história de vida do depoente abordando aspectos de sua atuação profissional no Instituto Oswaldo Cruz e a zoologia médica, a área da Biologia, a gestão de Wladimir Lobato Paraense, dentre outros temas.

Memória da assistência médica da Previdência Social no Brasil

Reúne 37 entrevistas de História Oral de personagens que participaram da constituição do sistema previdenciário no Brasil, como médicos, técnicos, assistentes sociais, políticos, sindicalistas, dirigentes dos setores público e privado, entre outros. Constitui referência fundamental para o conhecimento das concepções e políticas institucionalizadas no curso da história da assistência médica previdenciária no Brasil, além de suscitar reflexão sobre os possíveis caminhos para a previdência social no país. Como marcos cronológicos desta pesquisa foram consideradas: a Lei Eloy Chaves, de 24/01/1923, que determinou a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões em cada empresa ferroviária e as atuais políticas do INAMPS, contemporâneas à realização da investigação, em particular o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). O projeto obteve apoio financeiro por meio de convênio da Casa de Oswaldo Cruz com o INAMPS.

Constituição de acervo sobre a elaboração e implementação de políticas prioritárias do INAMPS: 1985-1988

Reúne 16 entrevistas de História Oral, que obedecem a critérios temáticos referentes às políticas prioritárias do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) entre 1985 e 1988. Os temas referem-se à reforma sanitária, universalização e equalização do atendimento, humanização das ações assistenciais, combate à fraude e à corrupção, ciência e tecnologia, dentre outros temas.

Carlos Chagas Filho

Entrevista realizada por Nara de Azevedo Brito, Paulo Gadelha, Luiz Fernando Ferreira e Rose Ingrid Goldschmidt, no Instituto de Biofísica (UFRJ), entre os dias 18 de fevereiro de 1987 e 30 de setembro de 1988.
Sumário
Fita 1 a Fita 3

O ingresso na faculdade de medicina; o encontro com Walter Oswaldo Cruz e Emanuel Dias no curso médico; a personalidade e inteligência de Walter Oswaldo Cruz; a penetração da literatura francesa no Brasil no início do século; A reforma de ensino Rocha Vaz e as repercussões no curso de medicina; o ingresso em Manguinhos com Walter Oswaldo Cruz e Emanuel Dias; a experiência como adjunto de serviço de autópsia de Magarino Torres no Hospital São Francisco; o método e a dedicação do pai à atividade docente; a boemia nos tempos da juventude com os amigos Walter Oswaldo Cruz e Emanuel Dias; o interesse de Walter Oswaldo Cruz pelo estudo de anemia; a opção pela universidade em detrimento de Manguinhos; a iniciativa da Fundação Ford em estabelecer cursos de pós-graduação no Brasil a partir de 1964; o perfil progressista de Walter Oswaldo Cruz; visão crítica sobre Rocha Lagoa; as gestões Francisco Laranja e Antonio Augusto Xavier no IOC; a decadência de Manguinhos; os conflitos internos gerados com a nomeação de Rocha Lagoa para a direção do IOC; o convite do presidente Castelo Branco para representar o Brasil na UNESCO; a reprovação de Rocha Lagoa no concurso promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) para biologista de Manguinhos; a presença de militares no IOC durante a gestão de Rocha Lagoa; o último encontro com Walter Oswaldo Cruz em 1965 e o choque causado por sua morte em 1967; a atual superioridade científica de São Paulo sobre o Rio de Janeiro; o perfil profissional dos filhos de Oswaldo Cruz.

Fita 4 a Fita 5

A infância na rua Paissandú (RJ); os banhos de mar com o pai na Praia do Flamengo (RJ); a admiração de Carlos Chagas por Oswaldo Cruz e o choque provocado por sua morte; a divisão política do IOC depois da morte de Oswaldo Cruz e a luta pela direção de Manguinhos; as dificuldades financeiras do IOC com o fim da verba da vacina contra a manqueira; o esvaziamento do IOC após a criação das universidades e centros de pesquisa a partir da década de 30; comentários sobre as causas da morte de Oswaldo Cruz; a crença positivista da família e o forte sentimento religioso; a educação voltada para as diversas manifestações culturais e artísticas; a influência estrangeira no desenvolvimento científico brasileiro; as leituras preferidas do pai; o questionamento da Academia Nacional de Medicina a respeito da descoberta da doença de Chagas; o desprestígio da carreira universitária no início do século; a fundação de um centro de pesquisa em universidade brasileira; o caráter centralizador da gestão de Carlos Chagas no IOC.

Fita 6 a Fita 7

Os primeiros contatos com Manguinhos e com Joaquim Venâncio; a personalidade de Adolpho Lutz; a amizade com Francisco Gomes no laboratório de Astrogildo Machado; a experiência profissional adquirida no contato com Osvino Pena, Magarino Torres e Burle Figueiredo no Hospital São Francisco de Assis; a vida boêmia de alguns cientistas do IOC; o perfil profissional de Carneiro Felipe; a relação paternalista dos cientistas do IOC com seus estagiários; a personalidade autoritária de Álvaro Osório de Almeida; a forte influência científico-cultural francesa nos fundadores de Manguinhos; comparações entre as questões sociais do início do século e as atuais; o crescimento das favelas do Rio de Janeiro após o Estado Novo; ausência de discriminação racial em Manguinhos; a participação na Aliança Liberal em 1930; o equívoco das políticas de saúde de Getúlio Vargas; resistência do pai à incorporação do IOC pelo Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP); o perfil político de Belisário Pena e sua relação com Carlos Chagas; ausência de grupos de esquerda organizados antes da década de 30; o mecenato de Guilherme Guinle e o financiamento ao SEGE dirigido por Evandro Chagas; o perfil profissional de Felipe Neri Guimarães e a coesão do grupo de cientistas do SEGE; a desvalorização da ciência por parte das autoridades brasileiras; inexistência de um período de decadência na história de Manguinhos; comentários sobre a baixa qualidade da penicilina produzida por Manguinhos na década de 40; a dificuldade da gestão Aragão em visualizar o futuro desenvolvimento do IOC.

Fita 8 a Fita 9

Perfil do professor Pacheco Leão; a experiência profissional na expedição à Lassance e o contato com lepra e malária no interior do país; as condições de vida do povo brasileiro; as qualidades e carências do Curso de aplicação do IOC; a convivência com o arquiteto Luiz de Morais, com o bibliotecário Overmeer e o fotógrafo J. Pinto; as diversas fontes de financiamento do laboratório de biofísica; o nascimento da microscopia eletrônica brasileira; a formação de profissionais competentes no Instituto de Biofísica; os motivos da opção pela universidade em detrimento do IOC; a dificuldade na escolha da banca examinadora do concurso na Universidade do Brasil; o pedido para sua permanência em Manguinhos feito por Evandro Chagas; o desgosto de Evandro Chagas ao ser reprovado no concurso para a cátedra de doenças tropicais da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil; a nomeação para chefia do SEGE em 1942 após a morte de Evandro Chagas; as diversas origens das verbas do IOC e o incentivo à pesquisa brasileira com a criação do CNPq; o auxílio da fundação Rockefeller para o desenvolvimento da pesquisa em radioisotopia no Instituto de Biofísica; a personalidade de Miguel Osório de Almeida; a prisão de Carlos Chagas na Revolução de 1930; Pedro Ernesto e a tentativa de democratizar o governo Vargas; defesa da formação interdisciplinar do médico e do sanitarista brasileiro.

Fita 10 e Fita 11

A luta pelo progresso da ciência brasileira; a elevação do custo de vida e as dificuldades financeiras durante o Estado Novo; o contato com grandes cientistas europeus na década de 40; a formação inicial do quadro de profissionais do Instituto de Biofísica; as dificuldades do desenvolvimento científico na sociedade brasileira; a tentativa de Barros Barreto de transformar o IOC em uma instituição de saúde pública; a prática de interdisciplina no Instituto de Biofísica; o incentivo do CNPq ao desenvolvimento científico; perfil do Almirante Álvaro Alberto; o desenvolvimento da física brasileira; defesa da autonomia de pesquisa nas universidades; os riscos provenientes da privatização das instituições de pesquisa; considerações sobre a importância da tecnologia no desenvolvimento científico do Terceiro Mundo.

Fita 12 a Fita 14

Os principais problemas do Terceiro Mundo; o caráter colonial do desenvolvimento científico brasileiro; a necessidade de harmonia cultural para o desenvolvimento econômico e social de um país; a valorização da ciência e tecnologia após a Segunda Guerra Mundial; crítica ao comportamento das elites brasileiras; comparação entre o ensino médico do início do século e da década de 60; os obstáculos à pesquisa criados pela Reforma Universitária de 1964; defesa do ensino religioso nas universidades brasileiras.

Fita 15 a Fita 16

A inconveniente privatização da biotecnologia; ausência de políticos voltados para a defesa do desenvolvimento da ciência e tecnologia nacional; a necessidade de diferenciação entre prática médica e atividade científica; histórico da criação do CNPq e o trabalho desenvolvido na Divisão de Ciência e Biologia; o preconceito do CNPq em relação às ciências sociais; comentários sobre a soma de recursos do CNPq investidas em Manguinhos; o aproveitamento de cientistas europeus exilados durante a Segunda Guerra Mundial por instituições de pesquisa de São Paulo; definição de vocação científica e a diferenciação entre cientistas e “empregados da ciência”; comentários sobre a obrigatoriedade de publicação regular de artigos científicos; as disputas internas no CNPq durante o governo Café Filho e a demissão do Almirante Álvaro Alberto; o controle da ciência e da tecnologia pelos militares a partir de 1964.

Fita 17 a Fita 18 - Lado A

O contato com o Instituto Pasteur e com Emile Marchou em 1937; a equiparação tecnológica do IOC com o Instituto Pasteur na década de 30; comentário sobre a atuação de pesquisadores do Instituto Pasteur na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial; perfil de Eráclides de Souza Araújo; Olympio da Fonseca e a tentativa de criar a área de microscopia eletrônica no IOC; o perfil acadêmico das universidades francesas.

Fita 18 - lado B a Fita 19

O trabalho da Academia Brasileira de Ciências na década de 60; as reuniões científicas com Álvaro Alberto e Arthur Moses; a questão da propriedade das patentes de vacina no IOC na década de 30; a supremacia do grupo biomédico na Academia Brasileira de Ciências a partir da década de 40; a valorização da saúde pelas autoridades públicas após a Reforma Carlos Chagas em 1921; a importância das academias científicas no desenvolvimento social e econômico dos países europeus; o trabalho desenvolvido como delegado do Brasil na UNESCO; o trabalho pela paz mundial; a importância de sua atuação como secretário geral da Conferência das Nações Unidas para a Aplicação da Ciência e Tecnologia ao Desenvolvimento realizada em 1962; a nomeação para presidente da Academia Pontifícia de Ciências.

Fita 20 a Fita 21

Perfil da bibliotecária Emília de Bustamante; o distanciamento entre os avanços da ciência nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos; a necessária priorização da educação pelos futuros governantes brasileiros; o caráter predatório das elites brasileiras; a luta empreendida pela Academia Pontifícia de Ciências contra a guerra nuclear e a destruição da camada de ozônio da atmosfera; a defesa pela Igreja do sistema Ptolomáico ameaçado por Copérnico; as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Vaticano; comentários sobre a fé católica brasileira; a singular combinação entre ciência e religião e sua concepção de religiosidade; defesa da origem divina do universo; a forte religiosidade dos cientistas judeus; os méritos e defeitos da “Tecnologia da Libertação”; visão sobre o papel da ciência no desenvolvimento humano.

Moacyr Vaz de Andrade

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz, nos dias 14 e 16 de dezembro de 1987, 29 de janeiro e 05 de fevereiro de 1988.
Sumário
Fita 1 e Fita 2 – Lado A

Origem familiar; a importância do meio universitário na formação do indivíduo; a influência do Colégio Batista em sua vida; formação religiosa; o interesse pela leitura; a atividade do pai como líder sindical; o clima de diálogo na família; a descoberta do marxismo; o rompimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB); a militância política no PCB; o ingresso no PCB em 1945; a célula do PCB no IOC; o desligamento do Partido na época da ilegalidade; a preparação para o vestibular de medicina no Colégio Universitário; a reprovação no exame de física; o vestibular para química na Universidade do Distrito Federal (UDF); a encampação da UDF pela Faculdade Nacional de Filosofia em 1937; o interesse pela ciência através do contato com o professor Victor Strawinsky; comentários sobre a UDF; a Segunda Guerra Mundial e o retorno dos professores estrangeiros à Europa; o ingresso na seção de ensaios biológicos e controle do IOC; as dificuldades para se tornar pesquisador; o incentivo do professor Hasselmann e o concurso de Manguinhos; a orientação do curso de química voltada para a formação de professores do segundo grau; os vínculos entre Brasil e Estados Unidos na área de química; o mercado de trabalho na área de química; a convocação para a guerra e o adiamento da contratação no IOC.

Fita 2 – Lado B a Fita 4 – Lado A

O trabalho desenvolvido na seção de ensaios biológicos e controle; a química no IOC; a implantação do ponto obrigatório no IOC; o papel de Gilberto Villela no desenvolvimento da bioquímica no Brasil; a produção de plasma seco durante a guerra; a relação dos pesquisadores do IOC com a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro; o trabalho de controle de produtos farmacêuticos no IOC; a escassez de mercado de trabalho na área de pesquisa; a produção de penicilina no IOC; a produção de vacinas no IOC; a gestão Henrique Aragão no IOC; o prestígio pessoal como elemento fundamental na distribuição de verbas para o IOC; as irregularidades na administração do IOC; os inquéritos militares e administrativos no IOC e as perseguições aos pesquisadores; o Congresso de Microbiologia realizado em 1950; os desníveis salariais entre funcionários do IOC; o Curso de Aplicação do IOC; a transferência para a seção de micologia a convite de Arêa Leão; as disputas entre os pesquisadores pelo uso de equipamentos científicos.

Fita 4 – Lado B a Fita 6 – Lado A

A amizade com Masao Goto; o trabalho na seção de micologia; a interrupção da pesquisa em conseqüência da cassação e os planos para continuá-la ao retornar a Manguinhos; as pesquisas sobre câncer desenvolvidas por Arêa Leão; a atividade política e comercial da fabricação de vacinas; o perfil de Arêa Leão; a realização profissional na micologia; o veto de Rocha Lagoa à homenagem a Arêa Leão; o afastamento de Olympio da Fonseca do IOC e sua volta como diretor em 1950; a falta de incentivo à pesquisa no Brasil; o desenvolvimento da micologia no IOC; o desenvolvimento da micoteca; os cursos de Manguinhos na área de micologia; as dificuldades profissionais em conseqüência da cassação; o trabalho como professor de fisiologia e bioquímica de fungos; a importância da criação de um conselho administrativo no IOC; opinião sobre a administração de Sérgio Arouca; a ilegalidade do PCB e a apreensão de seus arquivos em 1964; o retorno a Manguinhos depois da cassação.

Fita 6 – Lado B e Fita 7

As aulas de micologia no Curso de Aplicação do IOC; o aproveitamento de alunos do curso como estagiários; a crise do IOC durante a gestão Olympio da Fonseca; a gestão Travassos da Rosa e a exoneração de funcionários; o trabalho desenvolvido na administração do IOC; os conflitos entre os setores de pesquisa e de produção; as dificuldades em conciliar pesquisa e administração; a surpresa pela cassação; o grupo de cassados e o entusiasmo pelo trabalho; a administração de Olympio da Fonseca; a produção de vacinas no IOC; o perfil de José Fonseca da Cunha e seu relacionamento com os pesquisadores; o interesse político-governamental na área de produção; as dificuldades para a realização de pesquisas no Brasil.

José Fonseca da Cunha

Entrevista realizada por Jaime Benchimol, Nara de Azevedo Brito e Wanda Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 13 de agosto, 03, 10, 17, 24 de setembro, 01 de outubro de 1987, 25 de fevereiro, 03, 16 de março, 31 de agosto, 09 de setembro, 14, 21 e 21 de outubro de 1988.
Sumário
Fitas 1 e 2
Origem familiar; a tradicional família mineira; a infância em Itanhandú (MG); o desejo de ingressar na Marinha quando criança; a opção pelo curso de medicina no Rio de Janeiro; o rigor da educação familiar; os primeiros estudos em Minas Gerais; os hábitos formais da vida universitária nos anos 1930; os trotes na faculdade de medicina; o primeiro contato com a medicina; as aulas de anatomia e histologia; a experiência com o professor de anatomia patológica Leitão da Cunha; a descrença na eficácia da medicina; o estágio com o professor Augusto Paulini na Santa Casa de Misericórdia; comentários sobre as aulas de parasitologia do Professor Olympio da Fonseca; o concurso para estagiário da Assistência Municipal do Rio de Janeiro; os métodos do ensino universitário nos anos 1930; a superficialidade atual da formação médica; o ingresso na Fundação Rockefeller; o trabalho no Serviço Nacional de Febre Amarela na década de 1940.

Fitas 3 e 4
O treinamento profissional na Fundação Rockefeller; as dificuldades de conservação das vacinas no interior do país na década de 1940; os métodos de convencimento da população utilizados nas campanhas de vacinação; os efeitos colaterais da vacina contra a febre amarela; os problemas criados pela prática da vicerotomia no interior do país; a descoberta da hepatite virótica; descrição do processo de preparo da vacina antivariólica com a utilização de animais; a importância do estudo em Londres para a introdução do processo de liofilização na produção de vacinas no Brasil; o avanço tecnológico na produção de vacina antivariólica; histórico da erradicação da varíola no Brasil e no mundo.

Fitas 5 e 6
A estrutura e o funcionamento do Serviço Nacional de Febre Amarela; a contribuição de Magarinos Torres para o estudo da febre amarela; o índice de contaminação na produção de vacina contra a febre amarela; o arcaísmo de terapêutica da sífilis e da bouba antes do aparecimento da penicilina; a utilização eleitoral das campanhas de vacinação pelos políticos do interior; comentários sobre a precariedade do sistema viário do país; o desconhecimento da população interiorana em relação às doenças; a atuação da Fundação Rockefeller no interior do país; a utilização comercial de medicamentos fornecidos gratuitamente pelas campanhas de vacinação.

Fitas 7 e 8
O quadro epidemiológico da Amazônia; o auxílio técnico-financeiro da Fundação Rockefeller ao Serviço de Malária do Nordeste; resistência popular à vacinação e as precárias condições de conservação das vacinas; aspectos e características da febre amarela urbana e silvestre; as dificuldades de erradicação do Aedes aegypti nas grandes cidades; a eficiência administrativa das instituições americanas; perfil de Fred Sopper e de Hugo Schmidt; o descaso das atuais autoridades com relação à saúde pública; a experiência da Ford Corporation na produção da borracha no Norte do país; o trabalho desenvolvido pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) na Amazônia e no Mato Grosso; as dificuldades enfrentadas na campanha de vacinação antiamarílica em Cuiabá.

Fitas 9 a 11 (Lado A)
O auxílio técnico-financeiro prestado pela Fundação Rockefeller ao Serviço Nacional da Malária; o êxito da Fundação Rockefeller devido a rigidez disciplinar do seu trabalho; a descoberta da febre amarela silvestre; a importância científica da captura dos animais portadores do vírus da febre amarela; comentários sobre os integrantes da OPAS; o ingresso no Curso de Aplicação do IOC; influência de Henrique Pena em sua formação profissional; o trabalho desenvolvido na direção do Hospital Evandro Chagas; histórico da atuação da Fundação Rockefeller no Brasil; a admiração por Henrique Aragão; a transferência das instalações da Fundação Rockefeller para o IOC no final dos anos 1940; o descaso do IOC para com as pesquisas em febre amarela.

Fitas 11 (Lado B) a 13
A Revolução de 1930 e a fuga para a fazenda da família Scarpa em Minas Gerais; a vida de estudante no bairro do Catete (RJ); os protestos conta o aumento do preço do bonde; a vida cultural carioca na década de 1930; observações sobre a Revolução de 1932 em São Paulo e o movimento comunista de 1935; a admiração por Juscelino Kubitschek; o choque emocional da população com o suicídio de Vargas; os problemas familiares e o segundo casamento; os métodos de trabalho do administrador financeiro do IOC Teófilo Abreu; a administração da área de produção em Manguinhos e as dificuldades na obtenção de verbas; as condições de vida da população brasileira e sua relação com o quadro sanitário; as dificuldades orçamentárias da gestão Olympio da Fonseca no IOC.

Fitas 14 e 15 (Lado A)
A participação na organização do Simpósio Internacional sobre Febre Amarela realizado no Brasil em 1988; a primazia da FIOCRUZ na produção de vacina antiamarílica; os custos da FIOCRUZ com a produção de vacinas; origem da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM); o trabalho na Divisão de Virologia do IOC na década de 1950; a questão da incorporação da Fundação Rockefeller ao IOC; o conflito entre pesquisa e produção em Manguinhos.

Fitas 15 (Lado B) a 17
Avaliação da produção de vacinas no IOC a partir de 1950; a impossibilidade de produzir vacina contra a poliomielite na FIOCRUZ; a admiração pela gestão Vinícius da Fonseca e seu caráter centralizador; a bolsa concedida pela OPAS para o aperfeiçoamento das técnicas de produção de vacina antivariólica; comentários sobre as campanhas de vacinação no Brasil; o avanço tecnológico na produção de vacinas no Brasil a partir de 1960; comparação entre a produção de vacinas no Império e na década de 1960; a importação tecnológica para produção de vacinas; a tradição do Curso de Aplicação do IOC; a personalidade de Olympio da Fonseca e a suspeita de desvio de verbas durante a sua gestão; comentários sobre a administração de Francisco Laranja; a gestão Vinícius da Fonseca no IOC.

Fitas 18 e 19
A divisão do IOC em grupos; o cargo de secretário do IOC; as dificuldades orçamentárias na gestão Antonio Augusto Xavier; a distribuição desigual de recursos entre as áreas de produção e pesquisa; a pesquisa no Hospital Evandro Chagas e sua posterior deterioração; a falta de autonomia científica no IOC.

Fitas 20 e 21
A extinção do Conselho Consultivo na gestão Antonio Augusto Xavier; a utilização do Hospital Evandro Chagas pela Legião Brasileira de Assistência (LBA) dirigida por Sarah Kubitschek; a divisão dos pesquisadores de Manguinhos em grupos antagônicos; a "politicagem" nas instituições públicas brasileiras; a campanha de erradicação da varíola na gestão Amilcar Vianna Martins e os recursos procedentes da Fundação SESP para o IOC; ausência de práticas "eleitoreiras" na Campanha Nacional de Erradicação da Varíola; a separação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1953; consideração sobre a atuação do Ministro da Saúde Raimundo de Brito; o prestígio político do IOC decorrente da produção de vacinas; a centralização administrativa do IOC defendida por Rocha Lagoa; as excursões ao Planalto Central em 1964 para o levantamento epidemiológico da região; o incremento da produção de vacinas na gestão Rocha Lagoa; a perseguição política aos funcionários durante a gestão Rocha Lagoa; a falta de reconhecimento social da ciência no Brasil.

Fitas 22 e 23
A liderança da FIOCRUZ na produção de vacinas antiamarílica e antivariólica; a importância da venda de vacinas para a aquisição de equipamentos tecnologicamente avançados; o papel político das campanhas de vacinação nos períodos eleitorais; o crescimento da produção de vacinas no IOC entre 1962 e 1972; o prestígio político e familiar de Rocha Lagoa; a influência da divisão político-partidária na formação de grupos no IOC; a participação compulsória nos inquéritos administrativos do IOC; as motivações de caráter pessoal como causa das perseguições políticas no IOC; o telegrama de apoio a Luís Carlos Prestes enviado por pesquisadores de Manguinhos em 1946 e sua utilização nos inquéritos instaurados no IOC pós-1964; a participação nas investigações contra Walter Oswaldo Cruz.

Fitas 24 e 25
A nomeação de Rocha Lagoa para Ministro da Saúde e o convite para a chefia de gabinete; as preocupações de Rocha Lagoa com o saneamento básico; os inconvenientes decorrentes do aparato de segurança em torno dos funcionários do primeiro escalão do governo; a deficiência orçamentária do Ministério da Saúde na gestão Rocha Lagoa; as prioridades da gestão Rocha Lagoa no Ministério da Saúde; as concessões às multinacionais da área de saúde e sua influência no governo na década de 1970; a tentativa de Rocha Lagoa de unificar o Ministério da Previdência e o da Saúde; as dificuldades enfrentadas pela assistência médica no Brasil; a atuação da Fundação SESP no planejamento sanitário brasileiro; os recursos provenientes do Ministério da Saúde e da OMS nas campanhas de vacinação realizadas no Brasil; as tentativas de controle de natalidade no Brasil no início da década de 70 e a oposição da Igreja; a transformação do IOC em Fundação em 1970; a relativa autonomia da FIOCRUZ; as dificuldades de relacionamento entre o Ministro Rocha Lagoa e o governo militar; a participação no Inquérito Policial-Militar (IPM) em Manguinhos.

Fitas 26 e 27
A invulnerabilidade do laboratório de febre amarela diante das oscilações políticas da instituição; perfil profissional de Osvino Pena; a incorporação da seção de produção de soros e vacinas à FIOCRUZ; a carência de verbas e tecnologia na FIOCRUZ; as atuais perspectivas de construção do laboratório de produção de vacina contra a poliomielite; a dispersão do corpo de pesquisadores durante a gestão Oswaldo Cruz Filho; o projeto de auto-suficiência imunobiológica de Bio-Manguinhos na gestão Vinícius da Fonseca; os problemas administrativos na gestão Oswaldo Cruz Filho; o incentivo de Vinícius da Fonseca à área de produção da FIOCRUZ; o trabalho desenvolvido pela Fundação Ataulfo de Paiva na produção de vacinas; comentários sobre o fortalecimento da assistência médica privada na década de 1970.

Fitas 28 a 30 (Lado A)
A necessidade da realização de pesquisa tecnológica na área de produção de vacinas; o debate sobre pesquisa básica e pesquisa aplicada; as diferenças entre os processos de produção de vacinas bacterianas e virais; a superioridade imunológica da BCG intradérmica em relação à oral; a hegemonia da Fundação Ataulfo de Paiva na produção da BCG; a polêmica interna causada pelo fim da gestão Vinícius da Fonseca; o acordo assinado entre a FIOCRUZ e o governo japonês para a produção de vacina contra sarampo em 1980; as dificuldades burocráticas para receber as gratificações dos cargos de chefia na FIOCRUZ; a presença de militares na FIOCRUZ durante a gestão Guilardo Martins Alves; a polêmica sobre a validade da vacina anti-herpética; as atuais necessidades tecnológicas da área de produção de imunobiológicos da FIOCRUZ.

Amilcar Vianna Martins

Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3 Lado A
O ingresso no Instituto Ezequiel Dias; a diversificação das áreas de pesquisa e as atividades científicas desenvolvidas nesse Instituto; a escassez de recursos financeiros para o Instituto; o projeto de Otávio Magalhães para a construção do Instituto Ezequiel Dias; o aprendizado das técnicas de produção de soros e vacinas no IOC; a produção de soro antiescorpiônico e sua paralisação em consequência da exoneração de Otávio Magalhães do Instituto; a introdução de novas técnicas para a produção do soro antiescorpiônico; a produção de soros antidiftérico e antiofídico; a fabricação de vacina antivariólica e de produtos veterinários no Instituto Ezequiel Dias; comentários sobre a criação do Instituto Ezequiel Dias; as reuniões entre os pesquisadores para escolha dos temas de pesquisa; o recrutamento de pesquisadores na faculdade de medicina; o interesse pela área de parasitologia; a autonomia e o ecletismo das pesquisas; o trabalho com doença de Chagas; perfil de Carlos Chagas; a importância das filiais do IOC; o intercâmbio entre o Instituto Ezequiel Dias e instituições estrangeiras de pesquisa; a viagem aos Estados Unidos para o estudo da febre maculosa das Montanhas Rochosas; a contaminação e as lesões causadas pela doença de Chagas.

2ª Sessão: fitas 3 lado B a 6
A nomeação para a diretoria do DNERu em 1959; a participação no diretório regional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); comentários sobre a Segunda Guerra Mundial e sua atuação como médico da FEB; a indicação de Juscelino Kubitschek para diretor do IOC; a crise interna no IOC; comentários sobre o Hospital Evandro Chagas; a oposição à sua administração no Instituto; a questão da distribuição de verbas aos laboratórios do Instituto; a inauguração do refeitório e a duplicação de recursos durante a sua gestão; o trabalho com esquistossomose na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte; a criação do Instituto René Rachou; a relevância da produção de vacinas antiamarílica e antivariólica; comentários sobre a decadência de Manguinhos; a falta de interesse dos pesquisadores pelas doenças parasitárias e endêmicas; a constituição do INERu e do DNERu; o pedido de exoneração do IOC; a direção do DNERu; o problema da liberação de verbas públicas para a pesquisa científica; a relação de amizade com Juscelino Kubitschek; a pesquisa em doenças de Chagas no município de Bambuí (MG); a proibição de trabalhar com essa doença; a cassação em 1969 e o trabalho no exterior; comentários sobre a transmissão da leishmaniose e o combate a essa doença; comentários sobre a biblioteca do IOC.

Ermiro Estevam de Lima

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio para o projeto 'Associativismo Médico no Rio de Janeiro'.

Carlos Jourdan

Entrevista realizada por Gilberto Hochman, Luiz Octávio Coimbra e Paulo Gadelha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 02 de setembro de 1987 e 26 de janeiro de 1988.

Resenha biográfica: Carlos Leal Jourdan nasceu no Rio de Janeiro, em 1909, no bairro de São Cristóvão, e foi criado pela mãe, viúva e professora do Instituto de Educação. Cursou o colégio Militar e formou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1932.
Em 1927, começou a trabalhar para a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Depois, passou pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Observatório Nacional, até que em 1936, participou do segundo concurso para a constituição do atuariado do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), iniciando uma carreira que anos mais tarde o levaria à presidência do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Na segunda metade da década de 40, foi diretor de publicações do IBA.
Carlos Jourdan ocupou vários cargos de confiança na estrutura da Previdência Social brasileira; foi chefe de seção e chefe de serviços. Em 1951, foi nomeado para a direção do serviço atuarial do MTIC, posto que ocupou por 15 anos ininterruptos, trabalhando durante a gestão de 25 ministros.
Presidente do Conselho Atuarial do MTIC, de 1951 a 1966, reuniu à sua volta um grupo de atuários que teve relevante atuação na administração pública.
Após o movimento político-militar de 1964, colaborou na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 1966, requereu sua aposentadoria. Em 1969, contratado pela Companhia Federal de Seguros, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), foi responsável pela implantação dos planos de seguro até a privatização da empresa.

1ª ENTREVISTA – 02/09/1987
Fita 1 – Nascimento; origem familiar; comentário sobre o Colégio Militar; a escola de engenharia; o trabalho na EFCB; medições para a Prefeitura do Rio de Janeiro; comentário sobre a Caixa de Previdência dos Empregados da EFCB; os cálculos atuariais nas Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs); a gripe espanhola no Rio de Janeiro; comentário sobre as companhias privadas de seguro; a inspetoria de seguros do MTIC; referência a João Carlos Vidal; o primeiro concurso para o atuariado do MTIC, em 1934; o segundo concurso para o atuariado do MTIC, em 1936; os primeiros atuários.

Fita 2 – Referência aos antigos atuários; o ingresso no atuariado do MTIC; a carta de Mário Rezende a João Carlos Vidal; o encontro com Paulo Câmara; o trabalho de Sylvio Pinto Lopes na Comissão Permanente de Tarifas (MTIC); referencia a Clodoveu de Oliveira; os primeiros atuários do MTIC; o funcionamento do Conselho Atuarial do MTIC; a posição do Conselho Atuarial na criação do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Social do Comércio (SESC); o apoio à causa constitucionalista, em 1932; referência a Costa Leite; referência a Oscar Porto Carreiro; os primeiros atuários do MTIC; as pesquisas estatísticas nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e nas CAPs; referência a Oscar Porto Carreiro.

Fita 3 – Homenagem a Oscar Porto Carreiro; referência a Rio Nogueira; referência a Jessé Montello; o atendimento a pedido do Ministro do Trabalho Parsifal Barroso.

2ª ENTREVISTA – 26/01/1988
Fita 3 (Continuação) – A fiscalização das companhias de seguro privado; referência a Clodoveu de Oliveira; a tábua para cálculo das indenizações em acidentes de trabalho; o desentendimento entre Paulo Câmara e o Ministro Morvan de Figueiredo; as pressões das companhias de seguro privado; o apoio de Assis Chateubriand às seguradoras privadas; comentário sobre a Companhia Federal de Seguros; o seguro-educação; a privatização da Companhia Federal de Seguros.

Fita 4 – A privatização da Companhia Federal de Seguros; a estatização do seguro de acidente do trabalho; os congressos internacionais de atuária; o caso da obtenção do visto diplomático para Gastão Quartim Pinto de Moura; o interesse de Getúlio Vargas no serviço atuarial do MTIC; a compra de casas da Previdência Social por jornalistas; o discurso de João Goulart em São Paulo; a viagem para o Congresso Internacional de Atuária, em Madrid; parecer contrário ao abono de natal prometido pelo Ministro João Goulart (MTIC); o aumento do salário mínimo, em 1954; a reunião com Getúlio Vargas no Palácio Rio Negro, em Petrópolis (RJ); crítica pública de João Goulart aos atuários; comentários sobre a criação do SESI e do SESC; referência a Jessé Montello; o projeto de pensão automática para as viúvas de homens ilustres; o relacionamento com algumas autoridades políticas da República.

Fita 5 – Comentário sobre a aposentadoria por tempo de serviço; comentário sobre a criação da aposentadoria para os ferroviários; o encontro com oficiais militares no serviço atuarial; referência a Severino Montenegro; o IBA; o plano proposto pelos atuários para unificação dos benefícios previdenciários, comentário sobre a regulamentação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); referência a Thomás Russel Raposo de Almeida; as tábuas estatísticas para cálculo de despesas médicas e hospitalares; a elaboração do Plano de Assistência Médica para o Exército; propósito de criação de um seguro-desemprego; a participação de Oscar Porto Carreiro na elaboração do seguro-desemprego.

Fita 6 – A reunião com o Ministro do Trabalho Arnaldo Sussekind sobre seguro-desemprego; a criação do FGTS; a demissão de Oscar Porto Carreiro; os motivos do pedido de aposentadoria em 1966; o desentendimento com Sylvio Pinto Lopes; o trabalho com Oscar Porto Carreiro; os rumos dos atuários após a unificação da Previdência; o Conselho Atuarial do MPAS; a implantação da Companhia Federal de Seguros; referência a Gerson de Carvalho; a elaboração dos cálculos atuariais da Companhia Federal de Seguros; comentário sobre a remuneração dos atuários.

Gerson Lago

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio para o Projeto “Associativismo Médico no Rio de Janeiro”; trata de temas como associações médicas e conselhos profissionais de medicina, a valorização dos médicos ao longo do tempo, o contexto político dos anos 1950 e Getulio Vargas.

Francisco Torres de Oliveira

Entrevista realizada por Gilberto Hochman, Luiz Octávio Coimbra e Marcos Chor Maio, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 25 de setembro, 02, 16 de outubro, 27 de novembro, 04 de dezembro de 1987, 22 e 29 de janeiro de 1988.

Resenha biográfica:
Francisco Luiz Torres de Oliveira nasceu em 1916, na capital paulista. Filho de imigrantes portugueses, teve cinco irmãos e, entre eles, foi o único a completar o curso superior. Seu pai era proprietário de um sebo de livros.
Aos 16 anos, trabalhou como protocolista do Departamento Central de Munições de São Paulo durante a Revolta Constitucionalista de 1932.
Em 1937, foi aprovado no concurso para a carreira de oficial administrativo do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Bacharelou-se, em 1939, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Pouco depois, mudou para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar na administração central do IAPI.
No IAPI, ocupou diversos cargos em comissão, como o de diretor do Departamento de Benefícios e diretor do Departamento de Serviços Gerais. Foi também membro da Junta Consultiva do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU).
Participou de inúmeras comissões de estudos sobre a viabilidade da implantação da assistência médica para os segurados do IAPI. Também esteve presente no debate e nas principais etapas do processo de unificação da Previdência Social, principalmente durante os 13 anos de tramitação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).
Após o movimento político-militar de 1964, foi nomeado presidente-interventor do IAPI. Nesta função, trabalhou ativamente no processo de unificação da Previdência Social, que culminou com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967. Foi presidente deste Instituto, entre 1967 e 1969.
Em 1968, prestou longos depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigava a situação financeira da Previdência Social e os resultados da sua unificação. Estes depoimentos foram publicados pela revista Previdência Social (1968), que somados aos inúmeros artigos e trabalhos publicados ao longo de sua carreira profissional, proporcionaram um amplo panorama das concepções de Torres de Oliveira e dos chamados “cardeais” do IAPI, sobre a Previdência Social e o papel da assistência médica.
Participou como técnico de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no programa de assistência técnica à Reforma Administrativa Federal, proferindo aulas e palestras sobre o tema, entre 1971 e 1973.
Participou da implantação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e do grupo de trabalho que elaborou a lei que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência social (SINPAS), atuando também na sua implantação.
No âmbito do MPAS, foi subsecretário de estudos especiais na Secretaria-Geral do Ministério, supervisionou os grupos de trabalho constituídos para estudar a implantação da assistência social no MPAS e o dimensionamento da assistência médica prestada pela Previdência Social.

Sumário
1ª Sessão: 25 de setembro
Fita 1
Nascimento; origem familiar; o primário e o ginásio no Colégio Stafford; a participação na Revolta Constitucionalista de 1932 em São Paulo; comentário sobre o hábito da leitura na família; referência à Revolução de 1930; aproximação com adeptos do integralismo; lembranças da Faculdade de Direito em São Paulo; a internação de um irmão em um sanatório para tuberculosos através do IAPB; a participação em manifestação pública no campo do Fluminense Futebol Clube (RJ) com a presença de Vargas.

Fita 2
As razões da participação em manifestação a favor de Getúlio Vargas; referência a alguns colegas comunistas do IAPI; os cargos existentes no IAPI; referência à Elsa Monerat; o estudo na faculdade de direito; o concurso para o IAPI, em 1937; comentário sobre os concursos públicos; conversa com João Carlos Vital; comentário sobre as nomeações de procuradores; o concurso para o IAPI, em 1937; conversa de João Carlos Vital com Getúlio Vargas; referência ao concurso de 1937; as primeiras tarefas no IAPI; comentário sobre os médicos peritos; referência a Fioravante di Piero; assistência médica no IAPI; comentário sobre a rede hospitalar do IAPB.

2ª Sessão: 02 de outubro
Fita 2 (continuação)
Comentário sobre a comissão organizadora do IAPI; o sistema de ascensão funcional implantado por Plínio Cantanhede.

Fita 3
A importância do concurso público; a nomeação de procuradores para o IAPI; comentário sobre a criação de um 'espírito de corpo' no IAPI; a nomeação para o Departamento de Benefícios do IAPI no Rio de Janeiro; as razões da criação de um 'espírito de corpo' no IAPI; referência a Plínio Cantanhede; a colaboração entre o IAPI e o Departamento de Administração do Serviço Público (DASP); as autarquias frente ao controle do DASP; comentário sobre o Estatuto do Funcionalismo Público; restrições à ação administrativa do IAPI; o processo de descentralização administrativa do IAPI; os critérios para a ascenção funcional no IAPI; a escolha dos auxiliares na presidência do INPS; as condições para a unificação da Previdência; os critérios de promoção no IAPI; a aplicação do Estatuto do Funcionalismo Público nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); defesa do regime autárquico do IAPI.

Fita 4
A perda de autonomia das autarquias; comentário sobre a participação dos trabalhadores na administração dos institutos; os salários no IAPI; referência à esposa, funcionária do IAPI; o interesse de Plínio Cantanhede pelo restaurante popular; o restaurante popular no IAPI e a origem do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); referência às vilas operárias do IAPI; a transferência do patrimônio imobiliário dos institutos para o Banco Nacional de Habitação (BNH); a revista Inapiários; os clubes inapiários; o assassinato do delegado regional do IAPI no Nordeste; referência a Arquimedes Caripuna Maués; a indústria do fumo em São Félix (BA).

3ª Sessão: 16 de outubro
Fita 4 (continuação)
Os reflexos do Relatório Beveridge no Brasil; a viagem à Dinamarca; comentário sobre a Comissão de Estudos para a prestação de assistência médica no IAPI.

Fita 5
Comentário sobre a Comissão de Estudos para a prestação de assistência médica aos associados em gozo de benefícios no IAPI (1945); referência a Hélio Beltrão e à implantação da assistência médica no IAPI; a divergência com os médicos no IAPI; comentário sobre o Relatório Beveridge; lembranças dos trabalhos para a criação do Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB); comentário sobre uma passagem do livro Três Alqueires e uma Vaca, de Gustavo Corção; lembranças do trabalho para a criação do ISSB; comentário sobre o SAMDU; a participação na Junta Consultiva do SAMDU; as reuniões de delegados eleitorais para a escolha dos membros do Conselho Fiscal do IAPI; referência aos representantes dos sindicatos na Previdência social; os benefícios concedidos aos ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB); os debates sobre Previdência no IAPI; comentário sobre a participação de brasileiros em encontros internacionais de Previdência Social; comentário sobre a Consultoria Médica da Previdência social (CMPS).

Fita 6
Comentário sobre a CMPS; a participação de técnicos do IAPI na revisão do projeto de LOPS, apresentado ao Congresso em 1947; o relacionamento entre o Presidente Dutra e Alim Pedro; a conversa entre o presidente do IAPI, Afonso Celso, e Getúlio; referência a Afonso Celso; referência a Thomas Russel Raposo de Almeida; comentário sobre o manual para interpretação de laudos médicos no IAPI; referência a Thomas Russel Raposo de Almeida; a viagem ao Rio Grande do Norte; comentário sobre a publicação da FGV "A Previdência Social no Brasil e no Estrangeiro"; a participação de técnicos de Previdência na elaboração da LOPS; comparação entre o projeto de LOPS (1947) e o projeto do ISSB (1945).

4ª Sessão: 27 de novembro
Fita 6 (continuação)
Comparação entre o projeto de LOPS (1947) e o projeto do ISSB (1945); a participação de técnicos da Previdência na elaboração da LOPS; o ISSB segundo João Carlos Vital; comentários sobre os recursos dos IAPs; comentários sobre a LOPS; a criação de hospitais após a promulgação da LOPS; a diferença do Plano de Benefícios dos institutos após a promulgação da LOPS; os objetivos da LOPS; posição sobre a unificação do sistema previdenciário; depoimento à CPI do Congresso Nacional sobre a unificação da Previdência (1967); a participação em grupos de trabalho formados para contribuir na elaboração dos vários projetos de LOPS; a colaboração entre Alim Pedro e o deputado Aluízio Alves; as relações entre os congressistas e os membros da estrutura administrativa da Previdência; a subcomissão de seguro social da Comissão Nacional de Bem–Estar Social (1952).

Fita 7
O debate com os médicos sobre implantação de assistência médica no IAPI; referência a Hélio Beltrão; origem dos serviços de assistência médica ao segurado do IAPI; comentário sobre o depoimento na Câmara dos Deputados; assistência médica no IAPI; os convênios do IAPI com médicos e hospitais; medicina liberal versus medicina estatizada; comentário sobre os cálculos atuariais para a assistência médica no Brasil; a expansão do sistema previdenciário e o assalariamento do médico; a viagem para o estudo de administração previdenciária na Dinamarca; a importância do intercâmbio internacional no campo da Previdência; a participação em organizações internacionais de intercâmbio técnico; o interesse internacional pela Previdência Social; referência à revista Industriários; o interesse dos sindicatos pela Previdência; referência aos bancários; as tentativas de uniformização administrativa dos institutos; o parecer contrário à extensão da Previdência Social para as empregadas domésticas; referência ao regimento único das Caixas e IAPs (1955); as funções do Departamento Nacional de Previdência Social (DNPS); resistência às mudanças administrativas nos IAPs; referência ao encontro de Batista Ramos com Geraldo Baptista.

Fita 8
Os computadores no IAPI; referência a José Neves; o equilíbrio financeiro do IAPI; os atrasos no pagamento dos benefícios no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) e no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETEC); referência à gestão do Ministro da Previdência Waldir Pires; comentário sobre o sistema de repartição; referência a Furquim Werneck; comentário sobre a administração colegiada dos órgãos previdenciários; referência à administração de Waldemar Luiz Alves no IAPI; referência a Dante Pelacani; o IAPI no segundo governo Vargas; o Presidente Kubitschek e a Previdência Social.

5ª Sessão: 04 de dezembro
Fita 8 (continuação)
Referência aos contatos do presidente do IAPI, Afonso César, com Plínio Lourival Fontes; a direção colegiada do IAPI no governo Jânio Quadros; o trabalho como presidente-interventor do IAPI, em 1964; comentário sobre as comissões de inquérito; a unificação da Previdência Social; referência a Nazareth Teixeira Dias; o projeto de lei que extinguiu as secretarias originais do INPS; avaliação da reforma administrativa da Previdência; comentário sobre as normas PAPS; a viagem pelo Brasil com o presidente do DNPS, José Dias Corrêa Sobrinho; outros projetos para a unificação da Previdência Social; a viagem pelo Brasil com José Dias Corrêa Sobrinho; o convite para assumir a presidência do INPS.

Fita 9
O convite do Ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, para ocupar a presidência do INPS; a reunião com o Presidente Costa e Silva; a conversa com Nazareth Teixeira Dias; referência a José Dias Corrêa Sobrinho; administração do processo de unificação no INPS; resistência dos funcionários à unificação; a demissão dos funcionários sem concurso; referência à interpelação do Serviço Nacional de Informações (SNI) sobre a queda de arrecadação da Previdência; resistência dos bancários à unificação; a viagem do presidente do DNPS pelos estados brasileiros; comentário sobre uma indicação política para a delegacia regional de São Paulo; a contratação de empresas para a prestação de serviços; aspectos revelados pelo censo dos servidores; a importância do concurso para o IAPI, em 1937; a formação profissional do IAPI; o aumento do número de funcionários sem concurso no IAPI; a importância do governo militar para a unificação da Previdência Social; posição dos marítimos frente à unificação; origens da Previdência rural no IAPI; referência a Líbero Massari; comentário sobre a resistência dos bancários à unificação da Previdência Social.

Fita 10
Comentário sobre a resistência dos bancários à unificação da Previdência; a conversa com o Ministro do Trabalho Jarbas Passarinho; posição dos médicos frente à criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); a CPI sobre a Previdência Social (1968); referência ao SAMDU; os nomes apresentados ao Ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, para a presidência do INPS; o depoimento na CPI sobre a Previdência Social; as razões do apoio ao golpe de março de 1964.

6ª Sessão: 22 de janeiro
Fita 10 (continuação)
Comentário sobre a publicação do depoimento na CPI da Previdência; a situação financeira do INPS; a Associação Médica Brasileira (AMB) e a defesa da livre escolha e da privatização da medicina; referência à posição de Gentile de Mello; a experiência da livre escolha em Ribeirão Preto (SP); os sistemas de prestação de assistência médica utilizados pelo INPS.

Fita 11
A recuperação de hospitais do INPS; comentário sobre a nomeação para a presidência do INPS; defesa dos critérios técnicos para administração da Previdência; os benefícios administrativos da unificação da Previdência Social; a evolução dos benefícios concedidos pela Previdência social; a participação na reunião da Associação Ibero-Americana da Previdência Social no Rio de Janeiro; os limites para a expansão da prestação de assistência médica na Previdência; a venda do patrimônio imobiliário da Previdência Social; a cessão de terrenos para o BNH; considerações sobre a repressão política durante os governos militares; as funções do DNPS após a unificação; a conversa com o Ministro Jarbas Passarinho sobre o relatório-síntese do INPS (1968); as razões da utilização da rede hospitalar privada; as taxas de internação nos hospitais estaduais na gestão de Carlos Lacerda no governo do estado da Guanabara; comentário sobre a unificação dos sistemas de saúde; referência a Hésio Cordeiro; comentário sobre a sua aposentadoria como presidente do INPS.

Fita 12
Comentário sobre a sua aposentadoria como presidente do INPS; o Plano Nacional de Saúde (PNS) do Ministro Leonel Miranda; assistência médica na Inglaterra; o papel da assistência médica previdenciária no Brasil; o Congresso de Medicina Social no México; a viagem aos Estados Unidos; referência à instituição do SINPAS; as atividades do Ministério da Saúde; o trabalho na FGV; a reforma administrativa; referência a José Maria Arantes; referência à participação em discussões sobre a unificação da Previdência Social.

7ª Sessão: 29 de janeiro
Fita 12 (continuação)
A escolha de Walter Graciosa para a presidência do INPS; administração do Ministro Júlio Barata; a instituição de gratificação especial para funcionários que atendem ao público; os hospitais padrão na Previdência social; referência ao Instituto Estadual de Cardiologia (RJ); a implantação do MPAS; a criação da Secretaria de Atuária no MPAS.

Fita 13
Referência à participação do Ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto, na criação do MPAS; as razões da criação do MPAS; a estrutura do MPAS; origem da DATAPREV; o amparo aos idosos e inválidos não contribuintes; a evolução da Previdência Social brasileira; a estatização do seguro por acidente de trabalho; o Estatuto do Trabalhador Rural; o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL); os benefícios previdenciários do trabalhador rural; o convênio com as santa casas da misericórdia para o atendimento ao trabalhador rural; o FUNRURAL depois da criação do SINPAS; os projetos aprovados na administração do Ministro Nascimento e Silva; referência à extinção da Fundação de Assistência ao Garimpeiro; os projetos implementados na administração de Nascimento e Silva; o projeto de criação da Fundação Nacional de Assistência Médica da Previdência Social; a reunião com o Ministro Nascimento e Silva sobre a reforma da Previdência; a estrutura administrativa no MPAS; o grupo de trabalho para elaboração do SINPAS; a implantação do SINPAS; as razões da exclusão do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) na época da unificação.

Fita 14
O apoio da categoria médica à criação do INAMPS; a divisão de responsabilidade das instituições vinculadas ao SINPAS; referência à reforma administrativa do Ministro do Planejamento Hélio Beltrão; a intervenção do DASP na reforma da Previdência Social (1977); aprovação da criação do SINPAS no Congresso; comentário sobre o processo de designação de representantes do FUNRURAL no interior; referência à Legião Brasileira de Assistência (LBA) e à Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM); a Previdência Social na Constituinte; a importância dos atuários; o MPAS após a implantação do SINPAS; referência ao Ministro Jair Soares; referência a João Carlos Serra; comentário sobre as fraudes na Previdência; referência ao estudo da reforma administrativa na FGV; lembranças da implantação do SINPAS; referência a Líbero Massari.

Dalton Mario Hamilton

Entrevista realizada por Jaime Araújo Oliveira, Nara de Azevedo Brito e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ), entre os dias 14 de maio e 12 de agosto de 1987.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3
Origem familiar; a infância em Buenos Aires; formação escolar; o estudo em escolas públicas; perfil do pai; a vocação pela medicina; a morte do pai e o trabalho numa companhia de seguros; a experiência em empresas privadas e na administração de saúde pública; o trabalho como pediatra de um hospital público; as características do sistema de saúde argentino; a Escola de Medicina de Buenos Aires e as características do sistema universitário argentino; o governo peronista; o trabalho na campanha de diarréia estival e as primeiras ligações com saúde pública; a experiência de trabalho na província de Jujuy (AR); as opções político-partidárias; o planejamento em saúde pública; o exercício da medicina privada; a criação da Escola Nacional de Saúde Pública na Argentina em 1959; a realização do curso de saúde pública em 1963; as características do curso de saúde pública; a prática hospitalar dos médicos argentinos ligados à saúde pública e a dicotomia entre saúde e atenção médica no Brasil; a implantação do planejamento em saúde na América Latina através do método OPAS/CENDES – Centro Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Venezuela); a implementação de um sistema de informação em saúde na província de Tucumán (AR); a extensão do modelo Tucumán a todo o território argentino; o Modelo Nacional de Programação de Atividades em Saúde da Argentina em 1966; o método OPAS/CENDES e os discursos sobre planejamento; a tradição chilena em saúde pública; a introdução do planejamento em saúde nos países da América Latina; comparação entre o sistema de saúde no Brasil e na Argentina; o planejamento estratégico e o caso Montes Claros; a atividade político-partidária na Argentina; o curso de mestrado na Universidade de Michigan (EUA); o Programa Nacional de Estatística em Saúde na Argentina.

2ª Sessão: fitas 4 e 5
A elaboração do programa de saúde para o Partido Justicialista em 1973; a situação política argentina durante a década de 70; a morte de Perón e as perseguições políticas da Triple A (Aliança Anticomunista Argentina); a demissão do Ministério da Saúde da Argentina em meio à crise política; o trabalho nas obras sociais dos ferroviários; a mudança para o Brasil e o golpe militar em 1976 na Argentina; o trabalho como consultor da OPAS em Brasília; os primeiros contatos com Sérgio Arouca; o Programa de Preparação Estratégica de Pessoal em Saúde (PPREPS); a adaptação da família no Brasil; a experiência profissional de Susana Badino em Buenos Aires e na Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro; a solidariedade brasileira aos exilados argentinos; a mudança para o Rio de Janeiro contratado pela PAPPE; o Projeto de Caruaru.

3ª Sessão: fitas 5 a 7
O Projeto Integrado de Serviços de Saúde em Montes Claros; o Programa de Integração das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS); a difusão do modelo Montes Claros; a lógica do planejamento estratégico; a experiência do PIASS na Bahia; a criação do PIASS; a continuidade do projeto em Montes Claros após a sua saída.

4ª Sessão: fitas 8 e 9
O ingresso na ENSP em 1978; o Departamento de Administração e Planejamento; a coordenação do curso básico e dos cursos de especialização da ENSP; a criação dos cursos de mestrado e doutorado e dos cursos regionalizados para dinamizar áreas estratégicas de saúde; a incorporação da política ao planejamento; os cursos regionalizados em Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba; a difusão dos cursos regionalizados; o intercâmbio entre o Instituto de Medicina Social (IMS), a EBAP e a ENSP; o primeiro curso de planejamento do IMS em 1976; os cursos de planejamento da ENSP; a busca de respostas às experiências políticas do momento; o papel dos argentinos na introdução do planejamento em saúde pública no Brasil; comparação entre a formação profissional em saúde no Brasil e na Argentina; a criação do curso especializado em planejamento da Escola de Medicina de Buenos Aires em 1973; Brasil e Colômbia: centros de referência em planejamento em saúde para a América Latina; os latino-americanos no Departamento de Planejamento da ENSP; a assessoria na Nicarágua a convite de Sérgio Arouca.

5ª Sessão: fitas 10 e 11
A experiência de Joaquim Moreira Nunes na área de administração hospitalar e na ENSP; o elo entre teoria e prática nos cursos de administração; as características da gestão Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a gestão Guilardo Martins Alves na FIOCRUZ; o modelo administrativo da FIOCRUZ; a incorporação de unidades isoladas à FIOCRUZ e a dificuldade de implantação de um projeto modernista e integrador; a democratização brasileira e a indicação de Sérgio Arouca para a Presidência da FIOCRUZ; a gestão Arouca; a concentração de informações na Superintendência de Administração Geral (SAG) e a centralização de decisões na presidência devido à ineficácia da área administrativa; proposta de reestruturação do modelo organizacional da FIOCRUZ; a intervenção na SAG; a indicação para chefiar a SAG; o papel do poder burocrático durante o período de reformas.

6ª Sessão: fitas 12 e 13
Avaliação do sistema de saúde brasileiro nos últimos 15 anos; as propostas do “partido sanitário” e as divergências em torno da reforma sanitária; a unificação do sistema de saúde como medida de racionalização; a participação popular visando a melhoria dos serviços de saúde; as divergências entre os membros do “partido sanitário” na Previdência Social, na Comissão de Reforma Sanitária e no Ministério da Saúde; o retorno a Buenos Aires após a abertura democrática; a experiência como gerente de planejamento do Instituto de Servicios de Obras Sociales para Trabajadores Rurales (ISARA); a experiência de Susana Badino no Instituto de Administración Pública (INAP); o regresso ao Brasil.

7ª Sessão: fita 14
Relato de sua posse na SAG; a relação do antigo superintendente com os funcionários administrativos; a proposta de reformas na área administrativa e a adesão gradual dos funcionários; a legitimação no trabalho pelo aumento da eficiência; as mudanças na estrutura organizacional da SAG; a eleição dos funcionários para promoção; a descentralização das decisões administrativas; os problemas do Departamento de Recursos Humanos; a informatização de processos financeiros; as demissões de funcionários devido a irregularidades.

8ª Sessão: fitas 15 e 16
A democratização da SAG com a socialização de informação; a descentralização de programas e orçamentos; a transparência administrativa e a consequente dificuldade do aparecimento de processos ilícitos; os resultados da descentralização dos recursos em nível das unidades; a informatização dos processos como forma de desburocratizar o poder, socializar a informação e adequar tecnologicamente a SAG; as resistências internas ao processo de informatização; a facilidade de acesso às informações e ao acompanhamento de processos através da informatização; a relação das unidades da FIOCRUZ com o processo de descentralização administrativa; as transformações da estrutura organizacional da SAG; a expectativa de irreversibilidade nas mudanças empreendidas na SAG.
NOTA: As 5ª, 7ª e 8ª sessões contaram com a participação de Joaquim Moreira Nunes e Susana Esther Badino.

Anfilófio de Araújo

Entrevista realizada por Nisia Trindade, nos dias 13 e 26 de janeiro de 1987.

Sumário
Fita 1 – Lado A
Apresentação do depoente Anfilófio de Araújo, nascido em 23 de março de 1914, no Rio de Janeiro; primeiro contato com a questão das favelas em 1932, aos 18 anos, quando trabalhou na campanha de febre amarela nos Morros do Salgueiro, Querosene e Borel; a total falta de saneamento básico nas favelas e a precária estrutura no interior das residências, como falta de luz; proibição da chegada de ambulância, materiais para obras e construção ou serviços de entrega; a respeito da visão do favelado como um clandestino; a respeito da elevada quantidade de pessoas que habitavam a mesma casa; o trabalho na campanha da febre amarela desempenhado por seu pai e como foi colocado na mesma atividade por ele; o reconhecimento político de que gozava seu pai na época; sobre as medidas de destruição de casas e depósitos que fossem encontrados com focos do mosquito, medidarígidas adotadas pelo governo da época e que eram mal quistos pela população os trabalhadores da campanha da febre amarela; como contrariava tais medidas buscando fazer um trabalho educativo de mostrar qual era o problema e como evitá-lo; a saída da campanha da febre amarela e o início do trabalho contra outra epidemia em São Fidélis, São Gonçalo; após ser rebaixado na atividade desempenhada na campanha, passou a trabalhar na companhia de eletricidade Light, onde permaneceu por sete anos; o ingresso em 1944, na campanha contra a malária e o trabalho em Santos SP, onde ensinou o serviço de campo e teve problemas com o médico encarregado, sendo transferido para o Forte de Itaipu, no município de São Vicente.

Fita 1 – Lado B
Problemas causados pelo sargento que comandava o local onde residiu e os entraves com dr. Mário Pinotti; como respondeu a inquérito administrativo quando foi suspenso e afastado pelo inquérito estar em desacordo com o estatuto; o término da suspensão e a transferência para trabalhar no Rio de Janeiro, com carta de apresentação de José Linhares; comentários sobre o período em que sua esposa contraiu tuberculose e faleceu rapidamente, bem como cinco dos seus 11 filhos; o trabalho em Vigário Geral, cobrindo a área de Parada de Lucas, Penha e Vicente de Carvalho; como operava a fiscalização das casas e conta de uma confusão ligada à fiscalização que o colocou como guarda chefe, neste período era subordinado ao dr. Guilherme da Silva.

Fita 2 – Lado A
A promoção para chefe em 1948, por trabalhos prestados; entrada do dr. Francisco Porto, o novo médico responsável na repartição onde trabalhava; a respeito de perseguições e mudanças exigidas por dr. Francisco Porto e sua transferência para Jacarepaguá, devido a decisões políticas; sua transferência com a ajuda de Luthero Vargas, quando passou a atuar em São Bento, na cidade dos meninos em uma fábrica de inseticida; a perseguição política foi exercida pelo Dr. Mário Pinotti, pois o depoente expôs atos ilícitos em sua administração; a punição sofrida e a reversão de sua situação com a ajuda de Luthero Vargas que intercedeu por ele junto ao Presidente da República e com isso passou a gerenciar metade de um distrito; a aposentadoria aos 39 anos de serviço; sua opção política em ser getulista e o pai que apoiava Washington Luís que fazia parte da velha guarda; o pai chegou a ser capitão da guarda nacional; lembranças sobre sua infância, a condição financeira do pai e a ida a Portugal com sua família em visita a sua avó paterna.

Fita 2 – Lado B
Comentários sobre a separação de seus pais, a ida para a região da Saúde e a mudança para morar com o pai em Niterói; a frequência escolar até os 14 anos, o trabalho em armazém, botequim e mais tarde a colocação na área da saúde pública por intermédio de seu pai; o casamento aos 18 anos e os 11 filhos; conta com detalhes quando e como conheceu sua falecida esposa em Niterói e o apoio do sogro para custear seu casamento; sua entrada para o PTB por ser na época o partido dos trabalhadores; a prisão no período do Estado Novo, quando trabalhava na Light, por ter lutado pelas leis trabalhistas; a exploração sofrida pelos funcionários da companhia, seu acidente de trabalho e a forma ilícita como a Light agiu; a recusa para não pagar seus direitos trabalhistas e a perseguição sofrida por fazer campanha presidencial para José Américo de Almeida; ajuda que recebeu de colegas de trabalho da Light no período em que esteve doente.

Fita 3 – Lado A
O período em que foi trabalhar no programa da malária na Ilha do Governador; comenta sobre problemas que teve com o chefe da campanha de malária por conta de assuntos pessoais e sua transferência para Parada de Lucas; processo de prisão preventiva arquitetado pela Light, a prisão durante 40 dias e a liberdade conseguida graças a um juiz; devido a este processo, ficou devedor da justiça por dois anos, pelo tempo que ficou preso e longe do emprego, foi demitido; passou a trabalhar como guarda chefe na malária; a participação de José Américo de Almeida em sua entrada para o PTB. Sobre o período em que foi morar na favela de Parada de Lucas em 1953 e as reuniões com os moradores para melhorar as condições precárias de moradia; o encontro com o vereador Mourão Filho para interceder e ajudar na questão da iluminação da favela.

Fita 3 – Lado B
O pedido à Marinha para utilizar sua água para abastecimento aos moradores da favela de Parada de Lucas quando era guarda chefe da malária em Vigário Geral; promessa do candidato a deputado Rubens Cardoso em atender as reivindicações feitas pelos moradores da favela; a ampliação do sistema de água que só foi possível devido a doação de canos de abastecimento por Rubens Cardoso; a respeito da forma como os candidatos apareciam na favela em épocas de eleição procurando por apoio; as reivindicações dos moradores e o apoio de Amintas Maurício de Oliveira, morador e amigo próximo; criação da associação de moradores União Protetora dos Moradores de Lucas e Adjacências, cujo nome posteriormente foi alterado para União dos Moradores de Lucas e Adjacências; o período em que foi presidente da associação de moradores e o vice-presidente, Amintas Maurício de Oliveira; a sede da associação montada em um campo na favela e os leilões realizados para arrecadar fundos para sua construção.

Fita 4 – Lado A
Os conflitos com Jardelina Bastos, secretária de Dom Hélder que desejava ocupar uma parte do campo onde seria a sede da associação; a compra de barraco na favela de Parada de Lucas, área que serviria para construção da associação de moradores; o apoio a Sérgio Magalhães nas primeiras eleições após a capital federal ser transferida para Brasília; reunião convocada por Carlos Lacerda com líderes das favelas após vencer as eleições para governador do Estado da Guanabara em 1960, para entender as necessidades das favelas; comentários sobre os conjuntos habitacionais construídos em Cidade de Deus, Cidade Alta, Vila Kennedy e Vila Aliança para abrigar os moradores das favelas removidas da cidade; criação de comitê de favelas feito por Carlos Lacerda.

Fita 4 – Lado B
Contato com Flexa Ribeiro candidato à governador da Guanabara e as demandas da favela, o envio de material para obras e melhorias dentro da favela; a ida do depoente para São Paulo para participar de um comício com intuito de lançar Carlos Lacerda como candidato a Presidente da República;a eleição para governador da Guanabara, em 1965, e a vitória de Negrão de Lima, que concorria com Flexa Ribeiro, o que prejudicou a continuidade das obras de melhorias na favela; as acusações de comunismo por parte de grupos que também exerciam ações na favela de Parada de Lucas impediam a continuidade de melhorias; o processo de remoção de favelas de Brás de Pina promovido por Dom Hélder Câmara para construção de indústrias.

Fita 5 – Lado A
O momento em que foi detido no ano de 1951; a reunião agendada com Dom Hélder Câmara para tentar conseguir que as reivindicações da favela fossem atendidas; denúncias de que Dom Hélder Câmara era comunista; a herança que recebeu em 1957, de sua falecida esposa, e o bar que adquiriu localizado próximo a sua residência; comentários sobre uma compra de autofalantes para auxiliar a comunidade; crítica aos funcionários públicos quando estava em atividade.

Fita 5 – Lado B
As ações de serviço social realizadas na favela em 1959, pelo SESC, e coordenadas por Dom Helder Câmara; em contrapartida, as salas de aula e os consultórios eram oferecidos pela favela; posteriormente a obra social se tornou um depósito de doações para a comunidade; a interferência de Jardelina, secretária de Dom Helder, e o proveito indevido a partir de obras e bens para a comunidade, para o povo; a proteção de Dom Hélder a respeito das acusações imputadas a Jardelina; interferências da cruzada São Sebastião, organização que buscava construir conjuntos habitacionais e acabar com as favelas, o que ocasionava em intervenções da cruzada em ações sociais da comunidade; comenta que em função de defender ações ligadas ao bem estar e conforto do povo em geral, sempre foi acusado de comunista sem nunca ter sido membro do Partido Comunista; comentários sobre as interferências e problemas causados aos movimentos para melhorias na comunidade por conta das acusações falsas que sofreram; comentários a respeito da corrupção que acomete pessoas que deveriam prestar auxílio ao povo.

Fita 6 – Lado A
Ajuda do professor Lúcio Alves, diretor da União Nacional dos Servidores Públicos (UNSP), no período em que esteve preso; comenta que sempre foi perseguido por lutar pelos direitos da comunidade; sobre as bicas de água que inaugurou em outras comunidades, em Vigário Geral; a parada em suas atividades sociais após o início da ditadura militar, pois já imaginava que seria preso caso tentasse exercer algum ato que fosse considerado político; o cerco ao seu barraco e o convite para se apresentar na delegacia no mesmo momento em que seu amigo e parceiro Amintas Maurício de Oliveirafoi preso;a prisão pela polícia municipal de ambos que foram levados pelo DOPS para a polícia central comandada à época por Cecílio Boré; a permanência na prisão por três dias e a transferência para a Casa de Detenção na Rua Frei Caneca; a prisão por 29 dias até ser convocado para depor e questionado sobre suas atividades políticas; a casa da família foi invadida pelo DOPS e vários objetos roubados; no interrogatório sofrido noDOPShouve perguntas sobre livros que tinha em casa a respeito dos direitos dos trabalhadores, que eram considerados subversivos e sobre as acusações de comunismo.

Fita 6 – Lado B
Comenta sobre as conquistas dentro da favela de Parada de Lucas e a união da comunidade para trabalhar em prol da mesma, promovendo limpeza e melhorias; foi presidente da associação de moradores por oito anos e sócio fundador da Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara (FAFEG) em 1963, que começou na favela do Catumbi; afirma que todos os moradores de favela no estado eram visto como marginais, que não era possível nem mesmo tirar o título de eleitor por conta do endereço; comenta sobre os direitos e os apoios adquiridos através da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ); fala sobre a chegada do Movimento de Rearmamento Moral, movimento de ideologia de centro ligado ao protestantismo norte americano, para executar serviços comunitários na comunidade antes de 1964.

Mécia Maria de Oliveira

Entrevista realizada por Ruth Martins, no dia 23 de fevereiro de 1987, a respeito de Walter Oswaldo Cruz e sua produção científica.
Sumário:
Fita 1 - Lado A
A ida para estagiar no Laboratório de Hematologia e a seleção feita por Walter Oswaldo Cruz entre os candidatos; breve referência aos estudos feitos por Walter Oswaldo Cruz sobre anemia parasitológica; novos comentários sobre o tipo de seleção feita por Walter Oswaldo Cruz para escolher seus estagiários e lembrança de como foi seu teste; a rotina junto a outros estagiários no Laboratório de Hematologia; referência a Academia do Terceiro Mundo, com sede na Itália; sobre um dos estudos desenvolvidos por Walter Oswaldo Cruz que foi premiado; sobre o trabalho de pesquisa que desenvolve atualmente; os seminários realizados durante seu estágio com Walter Oswaldo Cruz; sobre a administração de Rocha Lagoa.

Fita 1 - Lado B
A destituição de Walter Oswaldo Cruz da chefia do laboratório; as qualidades necessárias a um cientista; a relação de Walter Oswaldo Cruz com seu trabalho; o processo de elaboração de um trabalho científico e sua divulgação; referência a Sílvia Oswaldo Cruz; o processo de trabalho da equipe de Walter Oswaldo Cruz; a atuação de Walter Oswaldo Cruz na área de Hematologia; a dificuldade de se publicar novos trabalhos em revistas científicas; a liderança exercida por Walter Oswaldo Cruz entre os cientistas.

Fita 2 - Lado A
Reflete sobre importância e prestígio da Academia Brasileira de Ciências antigamente.

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