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registro de autoridade

Francisca Estrela Dantas Maroja

  • Pessoa
  • 19??-

Nasceu em Souza (PB). Seu desejo era tornar-se advogada, porém não conseguiu ingressar no Colégio Estadual, onde faria o curso Clássico. Optou por estudar no Colégio Diocesano Pio XI e após ter aulas de Biologia, decidiu seguir a carreira médica. Em 1967 prestou vestibular para medicina na Universidade Federal da Paraíba e durante a graduação optou pela especialidade de Dermatologia. Formou-se em 1972 e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica, no Hospital Central Instituto de Assistência aos Servidores do Estado da Guanabara (Iaseg). Nesse período fez estágio no Hospital Frei Antônio, no bairro de São Cristóvão, onde se localizava a Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária (DNDS), sob a direção do dr. Ademyr Rodrigues da Silveira. Ao retornar à Paraíba, recebeu convite para assumir o cargo de Coordenação do Programa de Hanseníase do Estado, que exerceu de 1975 a 1981 e de 1987 a 1996. Foi sob sua supervisão que a poliquimioterapia foi implantada no estado, em 1988. Entre 1976 e 1981 foi diretora da Colônia Getúlio Vargas, onde presenciou as sequelas dos pacientes e as dificuldades de tratamento em hospitais por causa do estigma sofrido pelos pacientes. Não desejava trabalhar somente com administração pública, por isso, abriu um consultório onde exerce, ainda hoje, a profissão de médica dermatologista da rede privada.

Germano Traple

  • Pessoa
  • 1924-2008

Nasceu em 26 de maio de 1924, em Curitiba (PR). Filho de Guilherme Traple e Nathalia Elly Traple, seguiu carreira militar até 1945, quando optou pela graduação em Medicina. Em 1953 ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); em 1958 foi interno da disciplina de Clínica Médica, com o professor Gastão
Pereira da Cunha, e em 1959, com o professor Otávio da Silveira, foi interno da disciplina de Neurologia, tendo concluído o Curso de Medicina nesse mesmo ano. Fez diversos cursos sobre hanseníase. O primeiro deles foi promovido pela Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social de Curitiba, em 1972, e teve o título de especialista em Hansenologia. Um dos mais recentes foi o curso com treinamento no Department of Hand & Leprosy Reconstructive Surgery and Rehabilitation Unit, do Christian Medical College Hospital e do New Life Centre, em 1983, na Índia. Foi coordenador do Programa de Prevenção de Incapacidades Físicas em Hanseníase, de 1976 a 1990, na Secretaria de Saúde do Paraná. Trabalhou como consultor da Germany Leprosy and Tuberculosis Relief Association of Leprosy – Würtzburg, entre 1977 e 1995. Foi consultor temporário na OMS e da OPAS, atuando nesta função por duas vezes. A primeira delas foi em 1984, quando realizou um levantamento sobre os doentes da Ilha de Páscoa, no Chile. Dois anos depois, exerceu a atividade de professor quando organizou e proferiu as aulas de um curso de hansenologia da Associação Paranaense de Hansenologia, em Curitiba. Entre 1992 e 1995, foi diretor-geral do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, a antiga Colônia São Roque. Teve vários trabalhos publicados, inclusive em congressos internacionais; ministrou diversos cursos, palestras e treinamentos na área da hanseníase. Além disso, recebeu muitas homenagens, como a da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, durante o curso sobre gerência no Programa de Hanseníase com enfoque na Prevenção de Incapacidades Físicas, realizado de 20 a 23 de setembro de 2005, em Curitiba. Foi especialista em reabilitação e pioneiro em prevenção de incapacidades físicas na hanseníase no Paraná e no Brasil, e é referência da comunidade científica nacional e internacional. Executou treinamentos em todo o Brasil sobre as técnicas de adaptação de calçados. Faleceu em Curitiba no dia 21 de março de 2008.

Luis Aurélio Alves Orsini

  • Pessoa
  • 1930-?

Nasceu em 4 de setembro de 1930, em Pará de Minas (MG). Aos 14 anos, os pais se mudaram para Belo Horizonte, onde concluiu a formação escolar de ensino fundamental e médio na rede pública. Em 1949, ingressou no curso de Medicina, na atual UFMG, concluído em 1956. A opção pela Medicina foi por influência do leprologista Olinto Orsini, seu primo e profissional bastante conceituado na área da hansenologia. Durante a graduação foi monitor da disciplina Clínica Dermatológica. No final da faculdade fez um curso no Serviço Nacional da Lepra (SNL), em Belo Horizonte, e teve uma passagem pela Colônia Santa Izabel, em Minas Gerais. Em 1957, ingressou no SNL atuando no estado de Minas Gerais, e desde então utilizou Sulfona no tratamento aos pacientes; atendia também a pacientes particulares nas Clínicas Santa Inês e Minas Clínica, localizadas em Belo Horizonte. Entre 1958 e 1966 Luiz Orsini foi diretor do Sanatório Cristiano Machado, na cidade de Sabará, Minas Gerais. De 1975 a 1977 ministrou aulas para o Curso de Atualização em Hansenologia, onde lecionava para os agentes comunitários dos postos municipais de Belo Horizonte. O dr. Orsini foi professor assistente de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas, membro efetivo do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia, hansenologista da Secretaria de Saúde e Assistência, secretário e tesoureiro das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e Leprologia (Sessões de Minas Gerais) e sócio efetivo das Sociedades de Dermatologia e Leprologia. Teve atuação em nível nacional, estadual e municipal no que se refere às ações governamentais de combate e controle da hanseníase durante quase 50 anos.

Osmar Mattos

  • Pessoa
  • 1917-2006

Nasceu em 26 de janeiro de 1917, em Maceió, Alagoas. Em 1932, mudou-se para Recife com a família, de cinco irmãos. Optou pelo curso de Medicina por sugestão do pai, Oscar Mattos. Fez a graduação na Faculdade de Medicina de Recife, entre 1934 e 1939. O primeiro contato com a hanseníase ocorreu na década de 1940, quando Celso Lima Verde, diretor de Saúde do Amazonas, o convidou para trabalhar na Colônia Antônio Aleixo, em Manaus. Trabalhou também em Fortaleza, com lepra, sífilis e doenças venéreas. Foi aprovado no Curso de Especialização em Leprologia realizado em 1945 e promovido pelo Departamento Nacional de Saúde e pelo Serviço Nacional de Lepra (SNL), no Rio de Janeiro. Concluído esse curso, retornou ao Amazonas e trabalhou durante 10 anos como diretor do Leprosário Antônio Aleixo e chefe do Serviço de Lepra do Amazonas. Em 1949 ajudou a fundar a Associação Brasileira de Leprologia. Em 1954, transferiu-se para o Rio de Janeiro a convite do Diretor do SNL, Thomaz Pompeu Rossas, e iniciou sua participação na Campanha Nacional contra a Lepra (CNCL), promovida pelo SNL e pelo Ministério da Saúde. Essa Campanha foi uma ação extremamente importante e estratégica na descentralização dos serviços de atendimento aos doentes de hanseníase. O estado do Rio de Janeiro iniciou uma campanha piloto que, posteriormente, foi colocada em prática em todo o território nacional. A atuação nessa Campanha exigia viagens e deslocamentos constantes de seus diretores e, por isso, trabalhou em Cabo Frio, Saquarema, Macaé e Santa Maria Madalena, pois o estado foi dividida em vários setores geográficos. Em 1955, deixou o trabalho com a Campanha e foi trabalhar no Instituto de Leprologia (IL), em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, como chefe da ‘Turma de Clínica e Terapêutica’; turma era a forma de designar as seções de trabalho. Em 1962, voltou a trabalhar na Campanha, e nela permaneceu até 1966. Entre 1961 e 1964, foi professor do tópico “Propedêutica Dermatológica”, do Curso de Lepra da Escola Nacional de Saúde. Além disso, ministrou um curso de Lepra no Departamento de Profilaxia da Lepra do estado de São Paulo, de 1965 a 1966, e foi chefe de clínica do Departamento de Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Foi assistente do professor Ramos e Silva na cátedra de Dermatologia da Escola de Dermatologia e Cirurgia do Rio de Janeiro, atual UniRio, e trabalhou na Saúde dos Portos até aposentar-se em 1970, mas continuou atuando em clínica particular, no Rio de Janeiro, até 1975. Sua produção científica tem como marco a experiência com o uso da Talidomida na hanseníase e no prurido nodular de Hyde. O resultado foi apresentado na VI Jornada Brasileira de Leprologia, realizada em Niterói e em Nova Friburgo, em outubro de 1972, e ele foi o primeiro cientista a fazê-lo. Alguns dermatologistas estrangeiros presentes se interessaram entusiasticamente por sua pesquisa; pouco tempo depois, soube que sua experiência tinha sido publicada em um periódico estrangeiro e que o dr. Jacob Sheskin, dermatologia israelense, intitulava-se o autor da experiência exitosa. Morreu em 17 de novembro de 2006, em Niterói (Rio de Janeiro).

Lygia Madeira César de Andrade

  • Pessoa
  • 1917-2005

Nasceu em 18 de maio de 1917, no Rio de Janeiro, em uma família de médicos – o avô e o pai, por exemplo. Iniciou os estudos no colégio Notre Dame de Sion, em Petrópolis, em 1925, e permaneceu no colégio até 1929. Por causa do estado de saúde da mãe, tuberculosa, passou dois anos na Suíça. Retornou ao Brasil em 1932 e estudou no Colégio Mallet Soares, onde cursou o antigo curso ginasial. Com apoio da tia paterna fez o curso pré-médico – como era chamado o pré-vestibular na época – para poder cursar a Faculdade Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil. Começou a graduação em 1937 e se formou em 1942. A partir do segundo ano de curso, começou a fazer estágios e extensão universitária nas áreas de Física Microscópica, Patologia, Obstetrícia e Eletrocardiografia Clínica. No quarto ano da graduação, fez estágio no Museu Nacional como Técnica de Laboratório. O Museu pertencia ao Ministério de Educação e Saúde, e seu trabalho foi desenvolvido no setor de Mineralogia, Geologia e Paleontologia. Foi transferida para o hospital Artur Bernardes, atual Instituto Fernandes Figueira, que em 1970 passou a fazer parte da Fiocruz. Começou a trabalhar no SNL em 1945, e foi convidada a fazer o Curso de Leprologia, do Departamento Nacional de Saúde, em 1947. Em 1976, quando ocorreu a transferência do IL para a Fiocruz, dra. Lygia era diretora do IL. Participou de vários congressos e conferências apresentando diversos trabalhos sobre sua prática em pesquisa laboratorial. Em 1984 participou do grupo de trabalho sobre Imunologia, epidemiologia e Aspectos Sociais da Hanseníase reunido de 28 de maio a 1° de junho de 1984, na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, Itália. Faleceu em 12 de fevereiro de 2005, no Rio de Janeiro

Maria da Graça Souza Cunha

  • Pessoa
  • 19??-

Nasceu em Vigia de Nazaré (PA). Filha de pai nordestino e mãe portuguesa, teve nove irmãos. Cursou o ensino fundamental no Grupo Escolar Augusto Montenegro, e o ensino médio no Colégio Magalhães Barata, ambos em Belém. Ao terminar a Educação Básica optou pela área de Medicina, em grande parte pelo incentivo recebido de alguns amigos médicos já formados. Ingressou na Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1968, e concluiu o curso em 1973. Na graduação teve muitas aulas sobre hanseníase por causa da facilidade em encontrar casos na região. Um ano após o término da graduação transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde realizou a residência médica com o professor Rubem David Azulay, no Hospital Pedro Ernesto. Em 1975 foi convidada por um primo, também médico, para trabalhar em Manaus, e no ano seguinte deixou o Rio de Janeiro para atuar no Dispensário Alfredo da Matta. Nesse mesmo período passou para o cargo de dermatologista do Inamps e permaneceu nos dois empregos simultaneamente. Assumiu pela primeira vez a direção da Fundação Alfredo da Matta em 1988, quando a instituição ainda era o Centro de Dermatologia Alfredo da Matta. Em 1994 deixou a direção para fazer mestrado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, São Paulo, concluído em 1998 com o trabalho intitulado Níveis de anti-PGL1 no soro de pacientes com hanseníase tratados com quinolona e poliquimioterapia. No ano seguinte iniciou o doutorado na mesma instituição e em 2001 defendeu a tese Episódios reacionais e relação com recidiva em doentes com Hanseníase Multibacilar tratados com diferentes esquemas
terapêuticos. Em 2003 retornou ao cargo de diretora da Fundação, indicada pela comunidade. Durante sua gestão a Fundação transformou-se em um centro de referência em hansenologia no país e no mundo. Voltou à direção em 2003, onde permaneceu até 2007. Faz parte do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde desde a década de 1980. Foi membro do Technical Adviser Group (TAG/WHO) de 2006 a 2009. Atualmente continua na Fundação Alfredo da Matta, representando a instituição em congressos e eventos por todo o mundo, e tornou-se expert em terapêutica da hanseníase. Coordena dois projetos do PPSUS/Decit/CNPq para a Amazônia, na área de recidiva, e atende também em clínica privada.

René Garrido Neves

  • Pessoa
  • 1929-2012

Nasceu em 17 de março de 1929, em Niterói (RJ), filho de Adelino Silva Neves e de Helena Garrido Neves. Sua opção profissional recaiu primeiramente pelo atletismo, por isso estava mais propenso a seguir a carreira militar e chegou a fazer prova para a Academia Militar das Agulhas Negras. Em 1948, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Medicina da UFF, em Niterói (RJ). O que despertou seu interesse pela Dermatologia foram as aulas do professor Paulo de Figueiredo Parreiras Horta. Ao terminar a graduação, em 1953, foi contratado pelo Laboratório de Anatomia Patológica do Instituto de Leprologia, do Serviço Nacional de Lepra (SNL). Tem vários títulos de pós-graduação, dentre eles o de Especialista em Leprologia, pelo SNL, em 1956, além de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 1967, e de Especialista em Hansenologia, pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), em 1974. Foi nomeado diretor do Instituto de Leprologia (IL), em 1964. Entre 1969 e 1975, esteve no cargo de chefe de Anatomia Patológica do IL e, de posição francamente contrária à absorção do Instituto pela Fiocruz, transferiu-se para Brasília, para trabalhar no Instituto do Câncer, onde implantou o atendimento ao câncer de pele. Atuou como professor titular da UFF, substituindo o professor Rubem David Azulay, até 1982. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em 1986 e professor titular de Dermatologia na UFRJ, de 1993 a 1999, quando foi compulsoriamente aposentado. Considerado um dos dermatologistas com importante atuação na hanseníase, colaborou em vários momentos da política de controle da doença no país, da Campanha Nacional contra a Lepra e da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Morreu em 12 de maio de 2012.

Sinésio Talhari

  • Pessoa
  • 1946-

Nasceu em 15 de novembro de 1946, em Mendonça (SP). Foi para o Rio de Janeiro para estudar Medicina e em 1966 ingressou na UFF, em Niterói. Seu interesse pela Dermatologia veio a partir das aulas do professor Rubem David Azulay. Fez residência e mestrado em Dermatologia, em 1971, mas antes de terminar seu curso foi para o Instituto de Medicina Tropical, em Lisboa, Portugal, por intermédio do professor Antar Padilha Gonçalves, com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao retornar da Europa defendeu a dissertação Hiperceratose e epidermolítica, em 1973, e foi para o Instituto de Medicina Tropical, no Amazonas, em 1974. Nesse mesmo ano foi nomeado diretor clínico do Leprosário Antônio Aleixo, que se encontrava em estado de abandono, e lá executou a recomendação do Ministério da Saúde para a desospitalização da hanseníase, de acordo com a Portaria n. 165, de maio de 1976. Pouco depois foi trabalhar no Dispensário Alfredo da Matta com o intuito de transformá-lo em Centro de Dermatologia Tropical e Venereologia. Foi professor titular da disciplina de Dermatologia no Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas, desde 1977. Durante algumas viagens pelo interior do Amazonas, observou pela primeira vez uma doença dermatológica chamada ‘pint’a que acabou sendo o tema de sua Tese de Doutorado em Dermatologia na Escola Paulista de Medicina (Unifesp), defendida em 1998, intitulada Pinta (carete) – aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, no Estado do Amazonas. Escreveu obras de referência tais como Hanseníase, de 1984; Dermatologia tropical, de 1995, e Doenças sexualmente transmissíveis – manifestações cutâneas associadas à AIDS, em 2002, além de inúmeros textos publicados em revistas científicas. É dermatologista brasileiro internacionalmente conhecido na área de Dermatologia Tropical, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) na gestão 2005-2006. Juntamente com o professor René Garrido Neves instituiu o curso de Dermatopatologia Tropical, subsidiado pela SBD, e que por ser itinerante vem treinando centenas de profissionais de saúde nos últimos 20 anos. Até 1988, foi coordenador do Programa de Dermatologia Sanitária do Estado do Amazonas. Dirigiu o Instituto de Medicina Tropical, onde implementou um Núcleo de Dermatologia em Doenças Tropicais/DST/Aids e criou o curso de Pós-graduação stricto sensu em Doenças Tropicais. Atualmente, aposentado da UFMA, é professor de dermatologia da Universidade Nilton Lins e médico dermatologista da Fundação Alfredo da Matta.

Ulrico Frederico da Gama

  • Pessoa
  • 1932-?

Nasceu em 1932, em Belém (PA). Desde a infância teve contato com a hanseníase, pois uma de suas tias era portadora da doença. Descobriu-se doente aos 14 anos e por isso seguiu para o Rio de Janeiro acompanhado da tia, então internada na Colônia de Marituba, para se internarem na Colônia Tavares de Macedo, em Itaboraí, Rio de Janeiro. No período em que ficou internado não havia um tratamento eficaz contra a doença e ‘seu Fred’, como o chamam, foi medicado com óleo de chaulmoogra. Depois de passar três anos na Colônia Tavares de Macedo, foi transferido em 1950 para o Hospital Frei Antônio, localizado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Neste hospital fez muitos amigos, com os quais manteve contato mesmo após sua saída do leprosário. No Hospital Frei Antônio concluiu o curso ginasial por meio
do exame de madureza que foi aplicado pelo Colégio Pedro II. Em 1952 foi transferido para o Sanatório Padre Bento, em Guarulhos, São Paulo. Ao receber alta, 8 anos depois, foi trabalhar no Dispensário de Lepra, na cidade de Votuporanga, São Paulo, como empregado do estado. Casou-se, teve três filhos e tem uma neta. Atualmente vive no Pensionato São Francisco, localizado nas imediações do Hospital Padre Bento e ocupado majoritariamente por ex-internos daquela instituição.

Edmar de Oliveira

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em 1951, em Palmerais (PI), com ascendência indígena e portuguesa. Iniciou sua formação escolar no Colégio Batista, completando o científico, com bolsa de estudos, no Colégio Jesuíta Diocesano. Planejava fazer o curso de jornalista ao terminar o ensino médio, tendo até fundado um jornal chamado Folha Cultural de Piauí com colegas de várias escolas. No entanto, optou por cursar medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí, em 1977, por ser pública. Sua inclinação para jornalismo o impulsionou a participar da fundação do jornal Toco cru pegando fogo durante a graduação. Veio para o Rio de Janeiro em 1978 fazer Residência Médica em Psiquiatria na UERJ. Ingressou, em 1984, no Mestrado em Medicina Social na UERJ, mas não defendeu a dissertação, tendo apenas completado os créditos. Logo após, foi trabalhar como bolsista na Colônia Juliano Moreira para a realização de um censo de pacientes e, posteriormente contratado, junto com os demais bolsistas, para desenvolvimento de alguns projetos, frutos deste censo.
Em finais da década de 1980, foi para o Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, primeiro como Diretor do Ambulatório Central, onde conheceu Paulo Amarante e Luís Carlos Vanderlei. Logo depois, foi nomeado para Coordenador Geral de Saúde do CPP II, e assumiu a vice-direção da instituição em 1990. Ao deixar este cargo voltou a atuar como clínico, usando a literatura como terapia e criou o jornal O Grito, com os pacientes da enfermaria Espaço Aberto ao Tempo, junto com Luis Carlos Vanderlei. Assumiu a direção do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em 2000 e permaneceu por 10 anos no posto. Atualmente é jornalista, escritor e blogueiro.

Pedro Gabriel Godinho Delgado

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em Minas Gerais, em 26 de agosto de 1950. Em 1975, formou-se em Medicina pela UFJF. Seu interesse pela Psiquiatria nasceu através do estágio voluntário realizado na Colônia de Barbacena, durante os finais de semana, sob a orientação dos professores Silvio Oliveira e Alonso Moreira Filho, no quarto ano da graduação. Em 1976, iniciou o Curso de Especialização em Psiquiatria Social na UFRJ e no ano seguinte ingressou na Residência no Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil e no mestrado do Instituto de Medicina Social, da UERJ. Trabalhou como bolsista concursado pela Divisão Nacional de Saúde Mental, no Centro Psiquiátrico Pedro II em 1978, no hospital infantil e pronto-socorro do hospital Gustavo Riedel, daquele Centro. Neste mesmo ano, foi aprovado no concurso do INAMPS, indo trabalhar no PAM de Duque de Caxias. Prestou novo concurso para a DINSAM, em 1982, para médico sanitarista e optou por trabalhar na Colônia Juliano Moreira. Defendeu a dissertação de mestrado em agosto de 1983, no IPUB, sobre o desemprego dos operários metalúrgicos de Paracambi e sua psiquiatrização maciça. Foi transferido para o CPP II, em 1984, onde trabalhou como médico da enfermaria feminina no Instituto de Psiquiatria Adauto Botelho (IPAB). Neste período frequentou o curso de Especialização em Planejamento Estratégico de Saúde, oferecido pela Fiocruz . Retornou, no ano seguinte, a Colônia como Diretor de Ensino e Pesquisa, onde fundou o Núcleo de Pesquisa em Psiquiatria Social (NUPSO). Em 1987, presenciou a tentativa de intervenção do Ministério da Saúde na Colônia e participou da resistência composta de funcionários e usuários. Foi o redator da primeira versão do projeto de lei Paulo Delgado, pela extinção dos manicômios no Brasil, encaminhada à Câmara de Deputados neste mesmo ano. Foi aprovado no concurso para professor adjunto de Psicologia Médica da UFRJ, em 1989, e por este motivo se demitiu da Colônia no ano seguinte. Em 1992, defendeu a tese de doutorado, na Universidade de São Paulo, com o título “As razões da tutela". Assumiu, em 1999, a Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro e em 2000, a Coordenação Nacional de Saúde Mental, ligada ao Ministério da Saúde, em Brasília. Fez pós-doutorado na London School of Hygiene and Tropical Medicine, da Universidade de Londres (2008); Coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool & Outras Drogas, do Ministério da Saúde de agosto de 2000 a dezembro de 2010 e presidente da III Conferência Nacional de Saúde Mental (2001) e da IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial (2010). É professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Faculdade de Medicina e Instituto de Psiquiatria-IPUB) e vice-presidente regional da World Association for Psychosocial Rehabilitation (WAPR).

Pedro Affonso Franco

  • Pessoa
  • 1845-1920

Nasceu em 21 de fevereiro de 1845, na cidade de Paraíba do Sul (RJ), filho de Pedro Affonso de Carvalho e Luiza Helena de Carvalho. Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1869, e pela Universidade de Paris, em 1871. O título de barão de Pedro Affonso foi outorgado por Pedro II em 31 de agosto de 1889, pouco antes da Proclamação da Republica. Foi professor do Colégio Pedro II e de patologia cirúrgica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Criou em 1894 o Instituto Vacínico Municipal, de sua propriedade, com o objetivo inicial de desenvolver um serviço de vacinação contra a varíola na capital do país. Em 1900 foi instalado na fazenda Manguinhos, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Federal, que esteve sob sua direção até 1902, quando assumiu o posto Oswaldo Cruz, com quem tivera divergências a respeito de questões técnicas e administrativas. O nome do instituto foi mantido até 1907 quando recebeu a denominação de Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em 1908 este passou a se chamar Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O Instituto Vacínico foi extinto em 1920, quando a produção de vacina antivariólica passou a ser atribuição do IOC. Integrou a Academia Nacional de Medicina como patrono da cadeira n. 5 da Seção de Medicina. Morreu em 5 de novembro de 1920, no Rio de Janeiro.

Academia Nacional de Medicina (ANM)

  • Entidade coletiva
  • 1829-

Criada como Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro em 30 de junho de 1829. Os seus estatutos, inspirados nos regulamentos da Academia de Medicina de Paris, tinham como objetivo principal as questões de saúde pública relativas às inspeções sanitárias em geral. Em 1835, passou a receber uma subvenção do Tesouro Público, mudando o seu nome para Academia Imperial de Medicina. A partir de então, ficou constituída por 3 seções: medicina, cirurgia e farmácia, ampliando o seu papel ao tornar-se consultora do Governo Imperial em assuntos relacionados a políticas de saúde pública, ao exercício da medicina e à comercialização de medicamentos. Com a instauração do regime republicano, em 1889, passou a ser designada de Academia Nacional de Medicina. Estabeleceu-se em sede própria em 1904.

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