Sumário de assuntos - elaboração de Poliana Orosa
-0:00 a 15:00 minutos:
Apresentação do Dr. Carlos Gentile de Mello e a introdução ao tema da palestra que é a assistência médica no Brasil; comenta sobre o Prev-Saúde e tece críticas ao órgãos de saúde de diferentes países e a falta de unidade; era favorável ao projeto e atualmente acha que seu texto deve sofrer mudanças por ter uma face elitista ao priorizar problemas que afetam camadas mais abastadas da sociedade; cita a epidemia de meningite nos anos 1970 como exemplo e que nos primeiros anos a doença atingiu as classes mais pobres da sociedade; anos depois passou a atingir as classes mais ricas e as providências foram tomadas de forma eficiente; menciona a existência de corrupção do sistema dentro da previdência; comenta sobre fatores que considera favoráveis e desfavoráveis ao Prev-Saúde, propostas e críticas sofridas; em agosto de 1980, o documento oficial do Prev-Saúde é vazado pela imprensa e comenta sobre problemas de leitos vazios e encaminhamento para hospitais privados; no documento vazado havia propostas de resolução dessa questão e também sobre ações municipais e ações comunitárias em saúde; o palestrante considera tais pontos muito positivos, mas foi retirado do plano em setembro de 1980; o documento de agosto definia bem as participações do setores público e privado dentro do programa, o que ele também considerava positivo.

• 15:00 a 30:00 minutos:
  Fala sobre a forma como o sistema privado de saúde sempre busca por lucro e usa dados a respeito de cesáreas desnecessárias e cuja responsabilidade sobre este número não deve ser atribuída aos profissionais de saúde; comenta sobre a chamada ‘indústria da loucura’, que é uma fonte de lucro permanente para o sistema privado de saúde, mesmo que como técnica seja ultrapassada; fala sobre as características básicas do documento do Prev-Saúde lançado em setembro de 1980, frisando principalmente a omissão de dados que constavam no documento de agosto, tais como a retirada da participação comunitária, a redução das ações municipais, a mudança de papel da instância estadual, a separação clara dos setores públicos e privado da saúde; estes pontos, em sua opinião, eram pontos principais do combate à corrupção; afirma que mesmo assim, o programa ainda tem mérito por propor uma rede de criação de atendimento básico de saúde, o que ele considera muito positivo.
• 30:00 a 45:00 minutos:
  Comentários sobre a importância de um programa de desospitalização no Brasil; sua justificativa se dá pelo altíssimo custo que a assistência hospitalar tem e que deveria ser utilizado apenas quando realmente necessário; cita a ênfase em tratamento domiciliar ou ambulatorial sempre que possível e que o paciente fica resguardado dos riscos de contaminação presentes na internação hospitalar; como exemplo, cita dados de pacientes com tuberculose, cuja internação foi necessária e o surgimento de pacientes fantasmas; fala sobre as irregularidades de contratações privadas dentro do sistema psiquiátrico da previdência social de Alagoas; prossegue com a exposição de dados elevados das internações psiquiátricas em hospitais privados do Rio de Janeiro, a ponto dos leitos nas instituições públicas serem desativados por falta de uso; cita a dependência brasileira pela exportação de medicamentos e de matéria prima para produção de remédios; fala sobre a reformulação da Central de Medicamentos (CEME) em 1974, que passou a ser comprador das fábricas multinacionais; ratifica sua esperança da transformação da CEME em uma instituição pública; comenta sobre a utilização de programa de planejamento familiar no Brasil e em outros países.
• 45:00 a 57:00 minutos:
  Passa a responder perguntas dos ouvintes sobre a possibilidade de seguro desemprego, relaciona a existência da saúde ao modo de vida e também ao trabalho, mostrando-se favorável ao seguro desemprego; fala sobre o credenciamento de médicos aos consultórios; sobre o Projeto Curitiba, onde se pretende cadastrar todos os hospitais e médicos ao INAMPS, afirmando que este projeto pode favorecer a corrupção e o privilegiar uns poucos; fala sobre o que considera como pontos de solução para o Prev-Saúde: proibir internação em hospitais privados que só seriam permitidas após a saturação do sistema público, evitando leitos ociosos e cuja verba pública poupada, possibilitaria a abertura de sistemas básicos de saúde.