Cartas, bilhetes, telegramas e recortes de jornais enviados à esposa Emília, referentes principalmente ao período em que o titular esteve em Santos combatendo a epidemia de peste bubônica. Nelas exprime sua tristeza em ver alguns colegas sucumbindo à doença e o medo de que ele também venha a cair doente e com isso jamais voltar a ver a família, mas reitera sua crença na vacina e na soroterapia antipestosa. Merece destaque ainda o bilhete em que comunica a família sobre sua segurança no dia em que eclodiu a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, e ele teve que refugiar na casa de Carlos Chagas. São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.
Jules Ogier, diretor do Laboratório de Toxicologia de Paris, onde este informa sobre as últimas novidades a respeito do Caso Dreyfuss e a Guerra Anglo-Transvaaliana, além de demonstrar sua preocupação com o titular ao saber que este iria a Santos combater o surto de peste bubônica, relatando seu trabalho como chefe do serviço fotográfico da Prefeitura de Paris. Em resposta, recebe do titular relatos sobre a grande Exposição Comemorativa dos 400 anos do Descobrimento, acrescido de notícias sobre o surto de peste bubônica e casos de febre amarela.
Documentos envolvendo o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, a Academia Nacional de Medicina, a Prefeitura do Distrito Federal e a Liga Brasileira Contra a Tuberculose, além de registros relatando as despesas referentes às expedições científicas requisitadas pela Inspetoria das Obras contra as Secas ao Instituto Oswaldo Cruz (1912-1913) e relatórios do Hospital Paula Cândido (1904).
Documentos envolvendo o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, a Academia Nacional de Medicina, a Prefeitura do Distrito Federal e a Liga Brasileira Contra a Tuberculose, além de registros relatando as despesas referentes às expedições científicas requisitadas pela Inspetoria das Obras contra as Secas ao Instituto Oswaldo Cruz (1912-1913) e relatórios do Hospital Paula Cândido (1904).
Cartas e bilhetes enviados ao sogro, o comendador Manuel da Fonseca, aos cinco filhos, aos cunhados Ezequiel Dias e Miuça, ao amigo Egydio Salles Guerra e a João Batista da Costa, referentes principalmente aos seus períodos de viagem à Europa. Merece destaque o documento mais antigo em que seu pai, Bento Gonçalves Cruz, escreve ao comendador Fonseca pedindo a benção para a união de seus filhos Oswaldo e Emília.
Cartas remetidas a Egydio Salles Guerra e Miguel Pereira, enviando material para tratamento de tuberculosos, a Adolpho Lutz a respeito de estudos sobre mosquitos vetores de doenças, a Henrique da Rocha Lima, sobre a atuação do serviço de impaludismo na zona rural do Rio de Janeiro, a respeito de casos confirmados de peste no Rio de Janeiro, a Emílio Ribas tratando da inclusão do tracoma como doença de notificação compulsória, ao parlamentar Mello Matos a respeito da tramitação do projeto que daria autonomia administrativa e financeira a Manguinhos, transformando-o em Instituto Oswaldo Cruz.
Iniciando no período em que esteve em Paris estudando bacteriologia no Instituto Pasteur e era consultado por colegas a respeito de livros e periódicos científicos. A correspondência percorre período significativo de sua trajetória profissional: pedido de envio de tubos com a cultura do bacilo de Yersin (da peste bubônica), pedidos de favores feitos pelo titular ou enviados a ele, convite do governador da Bahia para realizar serviços bacteriológicos não identificados naquele estado, envio de resultado de exames laboratorias, resposta ao ofício de Emílio Ribas, em que este o felicita pela indicação para a Diretoria Geral de Saúde Pública e pela solidariedade quando da implantação das campanhas sanitárias no Rio de Janeiro, carta a Carlos Seidl, diretor do Hospital Afrânio Peixoto, agradecendo palavras de incentivo, carta a Francisco Castro, professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sobre a comissão enviada a Ribeirão das Lajes (RJ) para investigar casos de malária, carta de Bulhões de Carvalho felicitando o titular por representar o Brasil no Convênio Sanitário Sul-Americano, e carta a Gonçalo Muniz enviando estatísticas sobre acidentes com a soroterapia.
Cartas, bilhetes e desenhos que relatam a evolução da doença do médico Bento Gonçalves Cruz e dos longos períodos em que o casal era obrigado a ficar separado, seja por motivo de viagem ou por causa das provas na Faculdade de Medicina.
A entrevista trata da história de vida da depoente, abordando aspectos como vida familiar, escolha profissional, valorização da carreira de Enfermagem no contexto da Segunda Guerra Mundial, período em que foi enfermeira da FEB na Itália durante a Segunda Guerra, dentre outros temas. Foi gravada na doação de seu arquivo pessoal à Casa de Oswaldo Cruz. Sumário:
0min à 15min:
Identificação da depoente e descrição sobre a infância; narração breve da história militar de seu avô e a descrição da convivência com os primos na casa da avó paterna; informações sobre os irmãos e os pais;
Considerações sobre os colégios em que estudou;
Descrição da casa da avó paterna: estrutura e funcionamento, convivência com os funcionários.
15min à 30min
Continuação da narração da convivência com os funcionários; comentário sobre a vizinhança do Morro da Mangueira;
Sobre o desejo de ser militar; sua entrada na Escola Nacional de Engenharia (escola Politécnica) no curso de Arte Decorativa, paralelamente ao de samaritana, na Cruz Vermelha; menção à motivação para o curso de enfermagem.
Descrição do contexto de sua apresentação voluntária para a guerra e a reação da família;
Citação da atuação das enfermeiras da Ana Néri na guerra;
Descrição do episódio da sua reprovação no exame médico.
30min à 45min
Continuação sobre o último tópico acima descrito e o desfecho do mesmo com a intervenção de seu pai;
Descrição do funcionamento do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exercito;
Menção à participação como dama de honra do casamento da princesa D. Maria Francisca.
Sobre a formatura do curso de samaritanas e a “Benção dos Braçais” (formatura do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exército);
Citação sobre os regimentos que foram para a guerra: o 6° RI e o Regimento Sampaio;
Sobre a convocação; considerações sobre o uniforme.
45min à 01h
Continuação sobre os uniformes; a adaptação dos uniformes americanos para o uso das enfermeiras brasileiras; menção ao salário (vencimentos);
Descrição da partida para a guerra; listagem das enfermeiras que embarcaram com a Virgínia;
Sobre a base de Parnamirim; a instrução de seu pai sobre como enviar suas correspondências; a construção do seu diário de guerra;
Citação do batismo de fogo em Nápoles;
Considerações sobre a convivência com as colegas no período da viagem, especificamente em Nápoles.
01h à 01h15min
Descrição do batismo de fogo em Nápoles;
Sobre o convívio com as americanas no front;
Descrição da estrutura dos hospitais de campanha e a rotina do trabalho realizado pelas enfermeiras;
Considerações sobre os pacientes: a diferença entre os americanos e os alemães;
01h15min à 01h30min
Continuação das considerações sobre os soldados, especificamente os alemães;
Descrição da estrutura das enfermarias;
Sobre o processo de transferência dos pacientes;
Sobre a operação de apendicite que sofreu enquanto estava no front;
Menção à máquina fotográfica que ganhou em Pistoia;
Sobre a baixa na enfermaria de Hélio Portocarrero, seu primo.
1h30min à 1h45min -Continuação do tópico acima descrito e os cuidados com o seu primo após a operação;
Menção sobre como reagia ao cotidiano da guerra; os cuidados com a beleza que as enfermeiras tinham na guerra, sua relação com os pacientes, especificamente os alemães;
Sobre o término da guerra; o episódio da morte de Mussolini;
A relação com o clima; narração de um episódio no front: a compra de cachimbos por engano;
1h45min à 2h
Detalhes de como procedia quando ocorriam os bombardeios;
Sobre a comemoração do natal no front;
Sobre o transporte da cama móvel nas mudanças dos hospitais;
Citação dos trabalhos de Rubens Braga e Joel Silveira como correspondentes na guerra;
Detalhes sobre o retorno ao Brasil; o desligamento do exercito;
Citação sobre os empregos anteriores e posteriores à ida para a guerra -Sobre a “volta” para o exército: as enfermeiras que foram para a guerra recebem o título de segundo-tenente.
2h à 2h17min
Considerações sobre a política de Getúlio quanto aos que retornaram da guerra;
Menção sobre a volta pra o convívio da família;
Sobre a colega Nair;
A passagem para a reserva do exército como capitão, por tempo de serviço, após ter trabalhado na Policlínica do Exercito;
Citação do seu trabalho com pintura no departamento de Saúde Escolar;
Sobre sua relação com os ex-combatentes no retorno da guerra; informações sobre a participação na Associação dos Veteranos de Guerra e a atuação dessa instituição;
Menção às relações familiares no período em que a entrevista foi realizada;
Os documentos registram a expedição aos portos marítimos e fluviais do Brasil, desde o porto de Vitória, passando pelos portos do Nordeste, até Belém e Manaus, a bordo do rebocador República. Os telegramas registram a preocupação do titular com a vigilância sanitária dos portos como meio de evitar a entrada de doenças.
Correspondência com Ernesto Nascimento Silva contendo um cartão com tarja de luto enviado em agradecimento ao titular e troca de informações sobre a febre da tuberculose e seu tratamento, onde o titular envia um trabalho síntese sobre a soroterapia tuberculosa e o uso do soro Maragliano.
Projetos, ofícios e relatórios. Documentos relativos à instalação do instituto e à contratação de pessoal técnico-científico (Ismael da Rocha, Henrique Figueiredo de Vasconcellos, Arthur Vieira de Mendonça, Antônio Cardoso Fontes, Ezequiel Dias e o veterinário Carré, além do titular) efetuadas pelo barão de Pedro Affonso; correspondência administrativa envolvendo o Instituto Soroterápico Federal, a Prefeitura do Distrito Federal, a Diretoria Geral de Saúde Pública e o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, além de documentos descrevendo a produção dos soros antipestoso e antidiftérico e acidentes envolvendo a utilização destes terapêuticos.