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Lygia Madeira César de Andrade

Entrevista realizada em duas sessões: 21 de agosto de 2001 e em 29 de abril de 2003; na primeira sessão os entrevistadores foram Laurinda Rosa Maciel, Maria Eugênia Noviski Gallo, Márcio Campista e Vivian Cunha e foram gravadas as fitas 1 e 2 lado A; na segunda sessão, os entrevistadores foram Laurinda Rosa Maciel, Mariana Santos Damasco e Nathacha Regazzini Bianchi Reis e foram gravadas as fitas 2 Lado B e 3.

Manuel Isnard Teixeira

Entrevista realizada por Carlos Roberto Oliveira, Flávio Edler e Rose Ingrid Goldschmidt, na Santa Casa de Misericórdia (RJ), entre os dias 16 de junho e 04 de novembro de 1987.
Sumário
Fitas 1 a 3
A infância no interior do Ceará; o coronelismo e a disputa pelo poder em Itapipoca; o antigo costume da alfabetização doméstica; a formação escolar em Fortaleza; a paixão pelo futebol; o curso preparatório; o apoio familiar na escolha profissional; a participação em movimentos políticos na faculdade; a organização do 1º Congresso Leigo Acadêmico do Brasil realizado na Bahia em 1933; a formação político-ideológica; a participação no movimento Ala Médica Reivindicadora organizado em 1934; impressões sobre a Revolução de 1930; a atuação na Juventude Comunista da Bahia; a penetração da ideologia comunista na classe operária baiana; a participação do PCB na Revolução de 1930 e o posicionamento teórico de seus dirigentes; observações sobre a prisão de Luís Carlos Prestes em 1936 e a posterior perseguição aos comunistas; a passagem pela Aliança Nacional Libertadora (ANL) em 1935; as influências francesa e inglesa no curso médico; referência à reforma de Rocha Vaz; avaliação das reformas curriculares do curso de medicina; o perfil acadêmico da Faculdade de Medicina da Bahia; a influência do jornal Gazeta de Notícias em sua saída da prisão; a indicação para o cargo de chefe de laboratório de Inspetoria de Defesa Sanitária Animal de Fortaleza em 1936; impressões sobre a Constituinte de 1934; a experiência como preso político e a candidatura a deputado federal pela União Sindical da Bahia; defesa da medicina previdenciária.

Fitas 4 e 5
O ingresso no Curso de Aplicação do IOC; impressões sobre o curso de medicina tropical ministrado por Carlos Chagas; a fragilidade dos movimentos sociais na década de 30; a participação no Socorro Vermelho antes do ingresso no PCB; o aperfeiçoamento em bacteriologia no IOC; a pesquisa em leishmaniose realizada na Fundação Gonçalo Moniz; o desenvolvimento da medicina legal na Bahia; a baixa frequência feminina no curso médico nas décadas de 1930 e 1940; o difícil acesso a Manguinhos; comentários sobre a rotina de trabalho de um estagiário no IOC.

Fitas 6 a 8
O ingresso no IOC; a projeção internacional do IOC na primeira metade do século XX; a perda de autonomia científica do IOC com a reforma administrativa do ministro Gustavo Capanema; as diferenças pessoais e ideológicas entre Carlos Chagas e Cardoso Fontes; o perfil de alguns cientistas mineiros do IOC; a administração Carlos Chagas e sua relação com a comunidade científica de Manguinhos; o acelerado ritmo de trabalho dos cientistas do IOC até os anos 1950; o processo de especialização do trabalho técnico nos laboratórios do IOC; as dificuldades financeiras do IOC com o fim da verba da vacina contra a manqueira na década de 1930; a alienação da ciência pura e o processo de aristocratização da ciência no IOC; a influência americana nas medidas sanitárias implantadas por João Barros Barreto; os interesses econômicos da Fundação Rockefeller no Brasil; a reprovação no concurso promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) por motivos políticos; a experiência como aluno do Curso de Aplicação do IOC e o aproveitamento dos alunos desse curso por organismos públicos e privados; o perfil profissional de Genésio Pacheco; o trabalho do DNSP nos anos 1940; a importância de Barros Barreto na formação dos profissionais da área de saúde pública; o perfil político e profissional de Mário Magalhães.

Fitas 9 a 11
O perfil profissional de Evandro Chagas e o desenvolvimento do Serviço de Estudos de Grandes Endemias (SEGE) com o apoio financeiro de empresas privadas; o vandalismo cultural do poder público denunciado pela destruição de prédios públicos; a desistência do exercício da medicina liberal; a expulsão de Carlos Lacerda da Juventude Comunista; a participação na Comissão Jurídica e Popular responsável pela apuração de crimes políticos; o alto índice de tuberculose no Brasil desde o início do século XX; a relação entre a Ordem dos Médicos e o Sindicato dos Médicos; a receptividade às ideias fascistas no meio intelectual e em Manguinhos; a alienação política dos cientistas do IOC; a separação entre ciência pura e ciência aplicada e o consequente declínio de Manguinhos; o fracasso acadêmico da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP); o encontro com a futura esposa em Manguinhos e seu perfil profissional; avaliação da experiência na School of Higiene of Johns Hopkins University como bolsista do Institute of American Affairs; a participação no manifesto pela legalização do PCB em 1945; o convite para dirigir o Instituto Evandro Chagas em Belém; o ingresso no Instituto de Nutrição e a nomeação para assistente de microbiologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1944; o trabalho em saúde pública no Nordeste; o trabalho no laboratório Eduardo Bezerra S.A.; a bolsa de estudos para os Estados Unidos; a arcaica tecnologia na preparação da vacina contra a febre aftosa; a supremacia de São Paulo no desenvolvimento da saúde pública brasileira; o contato com Amilcar Vianna Martins e Otávio Magalhães no Instituto Biológico de São Paulo; a nomeação para chefe de laboratório do Serviço Nacional de Tuberculose em 1961; comentários sobre o modelo de pesquisa do Instituto Biológico em São Paulo e do Instituto Ezequiel Dias em Minas Gerais; a influência científico-tecnológica europeia e norte-americana sobre o IOC.

Fitas 12 a 14
A rotina de trabalho na Inspetoria Sanitária de Defesa Animal de Fortaleza; o contato com Raimundo Arraes em Crato (CE) em 1932; observações sobre o clima de guerra fomentado pelo interventor do Ceará durante o Estado Novo; a identificação política do ministro Gustavo Capanema sobre questões sanitárias; perfil de Gustavo Capanema e o brilho intelectual de seus assessores; a diferença entre as atuações de Gustavo Capanema e Barros Barreto; observações sobre a conjuntura política brasileira no pós-64; a convivência com o imperialismo nos anos 1940; Barros Barreto e o projeto de formação de enfermeiras especialistas em saúde pública; o interrogatório sofrido no Departamento de Imigração em sua viagem aos Estados Unidos.

Fita 15
O perfil político do PC americano; o papel desempenhado pelo Institute of Interamerican Affairs durante a Segunda Guerra Mundial; a experiência adquirida na visita a diferentes laboratórios e cursos nos Estados Unidos; a utilização inicial da penicilina no combate ao pneumococo; observações sobre a divisão técnica do trabalho nos laboratórios norte-americanos na década de 1940; o perfil profissional dos professores Adauto Botelho e Jorge Bandeira e Mello.

Fitas 16 e 17
O trabalho no instituto Evandro Chagas nos anos 1940; o programa de combate à malária desenvolvido pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) no Norte do Brasil e a utilização do DDT no combate aos focos da malária no fim da década de 1940; o caráter imperialista do SESP no Brasil; o perfil profissional dos funcionários do SESP; o interesse americano pela borracha brasileira durante a Segunda Guerra Mundial; a descontinuidade entre o trabalho sanitário desenvolvido pelo IOC no início do século e o programa do SESP nos anos 1940; o trabalho no Instituto Nacional de Nutrição com Josué de Castro.

Fitas 18 e 19
O perfil profissional de Marcolino Gomes Candau e Ernani Braga; os acordos políticos na obtenção de recursos para o desenvolvimento de programas de saúde pública; o oportunismo político do SESP; críticas às reformas empreendidas por Miguel Couto Filho nos cargos de direção da área de saúde; a atuação de Roberval Cordeiro de Farias na Secretaria Nacional de Fiscalização da Medicina; a candidatura a deputado federal na Assembléia Constituinte de 1946 e a atuação da corporação médica na defesa dos interesses da saúde; o discurso de Alcedo Coutinho na Assembléia Constituinte sobre a organização da saúde pública; a alienação política das associações médicas brasileiras; o estoicismo dos comunistas brasileiros; a grande aceitação popular do movimento comunista brasileiro após a Segunda Guerra Mundial; o trabalho como professor assistente da cadeira de microbiologia da Faculdade Nacional de Medicina.

Fitas 20 e 21
A atuação na campanha de helmintoses dirigida pela Divisão de Organização Sanitária de 1947 a 1954; o levantamento epidemiológico de helmintoses nas escolas nordestinas; o impacto do desenvolvimento da indústria farmacêutica sobre a saúde pública na década de 1940; a formação de quadros na área de saúde pública como obstáculo à burocratização dos serviços; a defesa da medicina liberal pelos médicos conservadores; a criação da AMDF, em 1950, com a participação de comunistas e previdenciários.

Fitas 22 e 23
A constituição dos institutos de aposentadoria e pensões nos anos 1930; Castelo Branco e a unificação da assistência médico-previdenciária com a criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); o perfil profissional de Erlindo Salsano na direção do DNSP; a importância social do Serviço Nacional de Lepra; a falta de especialização do corpo profissional da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM); a experiência como chefe de laboratório do Serviço Nacional de Tuberculose; o perfil profissional de Bichat de Almeida Rodrigues; a tese do professor José Oliveira Coutinho sobre a semelhança entre malária e esquistossomose; o trabalho de Mário Pinotti no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); os gastos do Serviço Nacional de Tuberculose; a renúncia de Jânio Quadros.

Fitas 24 e 25
Os vínculos com a OMS e as viagens ao Canadá, Estados Unidos e México para estudar a técnica de produção de vacina BCG; o contato com a China maoísta como representante da OMS; a importância da medicina popular para o desenvolvimento das instituições médicas da China comunista; o posicionamento do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) quanto às políticas de saúde pública; o perfil profissional de Carlos Gentile de Mello; o golpe militar de 1964; o aparecimento do Movimento Médico Renovador em 1968; a impossibilidade ideológica e prática de trabalhar em Manguinhos; a constante alienação política do pesquisadores do IOC em função da total dedicação ao trabalho; a influência norte-americana na ENSP; o inquérito administrativo do Ministério da Saúde em 1964; a aposentadoria compulsória por motivos políticos; avaliação de sua trajetória de vida; perspectivas em relação ao futuro do país.

Marcelo Vasconcelos

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Belo Horizonte (MG), no dia 28 de fevereiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Recordações da Infância; chegada a Recife (PE); o curso de medicina e o ingresso no CPqAM; a estrutura inicial do CPqAM; o trabalho com Frederico Simões Barbosa; o contato com Wladimir Lobato Paraense, em Belo Horizonte; comentários sobre Nelson Chaves; a direção no Instituto em Belo Horizonte; as linhas de pesquisa no Instituto; o curso em Jerusalém; comentários sobre a ciência em Jerusalém; sua atividade como reitor da universidade; a organização da pós-graduação na universidade.

Fita 1 - Lado B
O período de trabalho no CPqAM; a repercussão do golpe de 1964 na universidade e no IAM; o trabalho com a esquistossomose no CPqAM; comparação da experiência de trabalho no IAM com outras instituições do Brasil; a formação como pesquisador; a ciência no Brasil e o pesquisador no Brasil.

Marcos da Cunha Lopes Virmond

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Maria Leide W. de Oliveira, em Bauru (SP), no dia 06 de maio de 2002.

Marcos da Silva Freire

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte, Claudia Trindade e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), nos dias 03. 17 e 29 de agosto de 2005.
Sumário
CD 1
Origem familiar; as atividades profissionais do pai e da mãe; escolha da carreira; a formação de seus irmãos; o ingresso na UFF em veterinária; a participação nos movimentos estudantis; o estágio no Instituto Vital Brazil, no Departamento de Microbiologia Veterinária; a efetivação no Vital Brazil, em 1982; a crise no Vital Brazil e o ingresso em Bio-Manguinhos em 1984; as atividades no projeto de transferência de tecnologia do sarampo; o contrato como tecnologista de Bio-Manguinhos; a preocupação com o controle de qualidade; as atividades desenvolvidas no infectório; o desenvolvimento de um novo estabilizador para a vacina contra sarampo; o treinamento em Londres; as patentes com os pesquisadores George Mann e Ricardo Galler; o trabalho realizado por George Mann; a tese de doutorado; os estudos com vírus de sarampo e febre amarela; o primeiro trabalho conjunto com Ricardo Galler.

CD 2
O primeiro trabalho de pesquisa realizado com Ricardo Galler; a reestruturação de Bio-Manguinhos, em fins dos anos 1980; considerações sobre disciplina e os problemas administrativos advindos de sua falta; o incentivo dado por João Quental à área de desenvolvimento tecnológico; o trabalho em febre amarela e dengue desenvolvido com Ricardo Galler; sobre a primeira patente obtida com Galler; os casos de reações adversas da vacina de febre amarela; os atuais estudos desenvolvidos por Freire; o ingresso no doutorado do IOC, em 2000; sobre o pouco estímulo de Bio-Manguinhos às tentativas de titulação de seus funcionários, nos anos 1980; a atual preocupação de Bio-Manguinhos com a formação de pessoal; sobre a prioridade dada atualmente ao produto; comentários sobre o PDTIS (Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde); considerações sobre a necessidade de avaliação dos projetos visando o desenvolvimento de produtos.

CD 3
A crise de Bio-Manguinhos, no fim do período João Quental; a gestão de Marcos Oliveira; as transferências de tecnologia das vacinas MMR e a Hib; o gosto pelo trabalho no laboratório; o papel do gerente de programa de desenvolvimento tecnológico em virais; da necessidade de se trabalhar para obtenção de produtos; os projetos que considera interessantes, atualmente desenvolvidos em Bio-Manguinhos; do atual trabalho desenvolvido com o vírus da caxumba; sobre a ideia de desenvolver uma vacina tríplice em Manguinhos; do seu conhecimento em estabilizadores e em produção de vírus; considerações sobre a necessidade de se construir uma planta de protótipo em Bio-Manguinhos; do surgimento de sua gerência e de como foi chamado para ocupá-la; a criação da Vice-direção de Desenvolvimento Tecnológico; o convite de Akira Homma feito a Ricardo Galler para ocupar a Vice-direção de Desenvolvimento Tecnológico; comentários sobre a necessidade de manter separadas as áreas de desenvolvimento tecnológico, produção e controle de qualidade; sobre o grupo do LATEV e as atividades desenvolvidas nesse laboratório, chefiado por Freire; a criação de uma área de manipulação de vírus no LATEV; a nova reestruturação física pela qual passarão alguns setores de Bio-Manguinhos; considerações sobre a estrutura matricial por programas implantada em Bio-Manguinhos; a questão da propriedade intelectual, em relação à produção de vacinas; da importância de a Fiocruz induzir pesquisas direcionadas para a inovação tecnológica; da política empreendida pelo PDTIS, vinculada à inovação; considerações sobre os recursos financeiros para o desenvolvimento tecnológico; o impacto causado pela produção de biofármacos em Bio-Manguinhos e na Fiocruz; a política de compra de vacinas pelo governo federal; da ideia de transformar o Pavilhão Rocha Lima em um departamento de desenvolvimento tecnológico; a necessidade de diversificar a pauta de produtos para garantir a auto-sustentabilidade de Bio-Manguinhos; considerações sobre o veto ao projeto voltado à obtenção do fator 9 com leite de porcas transgênicas.

Marcos Oliveira

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte e Wanda Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 15 de dezembro de 2005.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Considerações acerca das questões da transferência de tecnologia e da propriedade intelectual; a preocupação do governo brasileiro com a imunização e a criação de mercado para produtores de vacinas; o início dos programas de vacinação infantil no Brasil; o interesse de Bio-Manguinhos na produção de vacinas múltiplas.

Fita 1 - Lado B
A transferência de tecnologia e desenvolvimento tecnológico; considerações sobre o modelo norte-americano de inovação tecnológica; o governo brasileiro e o financiamento de projetos de pesquisa acadêmicos; a necessidade de integração entre a academia e a indústria; críticas à capacidade gerencial da Fiocruz; o impacto financeiro da Hib em Bio-Manguinhos e o apoio a pesquisas em desenvolvimento tecnológico.

Fita 2 - Lado A
Características dos investimentos em desenvolvimento tecnológico; considerações acerca da gestão de recursos orçamentários governamentais; a negociação de Bio-Manguinhos e GSK para a transferência de tecnologia da Hib; o crescimento da instituição após a transferência de tecnologia da Hib

Fita 2 - Lado B
As dificuldades de Bio-Manguinhos para estruturar os setores de controle e garantia de qualidade; o projeto de instalação de uma planta de protótipos de Bio-Manguinhos; o ingresso em Bio-Manguinhos; considerações sobre a eleição direta do diretor de Bio-Manguinhos; as dificuldades encontradas para gerenciar Bio-Manguinhos.

Fita 3 - Lado A
Considerações sobre a integração entre as unidades da Fiocruz; os atuais entraves ao desenvolvimento de Bio-Manguinhos.

Maria Andrea Loyola

Entrevista realizada em duas sessões; a primeira por Tania Fernandes, André Lima e Otto Santos, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, no dia 31 de julho de 2019 e a segunda no dia 28 de novembro de 2020, por Tania Fernandes.

Maria Cecília de Souza Minayo

Entrevista realizada por Luís Otávio Ferreira, Nara Azevedo e Daiane Rossi, nos dias 5 e 11 de fevereiro de 2021, por plataforma Zoom, entre Rio de Janeiro e Petrópolis/RJ, tendo como responsável pela gravação Cristiana Grumbach e produzido por Crisis Produtivas.

Maria Cristina Vidal Pessolani

Entrevista realizada por Nara Azevedo, Simone Kropf e Wanda Hamilton no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12 e 19 de novembro de 1996.

Maria da Graça Souza Cunha

Entrevista realizada por Maria Eugênia Noviski Gallo, em Ribeirão Preto (SP), no dia 24 de julho de 2004.

Maria da Luz Fernandes Leal

Entrevista realizada por Claudia Trindade, Carlos Fidelis Ponte e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), nos dias 11 e 28 de julho de 2005.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A vinda de sua mãe para o Brasil e a sua infância em Portugal; o reencontro com sua mãe e a vinda para o Brasil; as escolas nas quais estudou no Brasil; o choque cultural sofrido quando chegou a São Paulo; a escolha do curso de Farmácia; o ingresso na Universidade Federal do Rio de Janeiro; o curso de Farmácia.

Fita 1 - Lado B
Sobre o mercado de trabalho para Farmácia, no final da década de 1970 e início dos anos 1980; o interesse em fazer pesquisa acadêmica; as atividades desenvolvidas no estágio do Hospital Getúlio Vargas; seu primeiro trabalho ligado à poliomielite; o término da faculdade e a aprovação no mestrado; o ingresso em Bio-Manguinhos para trabalhar no projeto de transferência de tecnologia da vacina contra polio; a ida para o Japão, para trabalhar no controle de qualidade da vacina oral contra a poliomielite; o processo de transferência de tecnologia da vacina contra a poliomielite.

Fita 2 - Lado A
O contrato com a Fiocruz; o trabalho com Akira Homma; panorama do processo de transferência de tecnologia da polio; o início da produção de vacina contra polio por Bio-Manguinhos; as transferências de tecnologia de sarampo e polio no contexto do PASNI (Programa de Nacional de Auto-suficiência em Imunobiológicos).

Fita 2 - Lado B
O surgimento do tipo 3 da poliomielite e a estratégia definida por Bio-Manguinhos para combater a doença; sobre a atual discussão referente à erradicação da poliomielite; do montante produzido por Bio-Manguinhos para atender as campanhas de vacinação contra polio.

Fita 3 - Lado A
Sobre a transferência de tecnologia da vacina contra o sarampo, por Bio-Manguinhos; do interesse de Bio-Manguinhos em fazer transferência de tecnologia da polio e de sarampo; a equipe que foi para o Japão, realizar o processo de transferência da tecnologia; sobre o trabalho do pesquisador Renato Marchevsky; o crescimento de Bio-Manguinhos a partir da vinda das vacinas de polio, sarampo e Hib, e da implantação do PASNI; a importância do PASNI; sobre as negociações para implantação da planta industrial em Bio-Manguinhos.

Fita 3 - Lado B
A inauguração do Centro de Processamento Final, em 1998; a crise pela qual passou Bio-Manguinhos nos anos 1990; a inserção de Bio-Manguinhos na Fiocruz; a recuperação de Bio-Manguinhos; as atividades do Conselho Superior de Administração; a introdução da Hib à pauta de produção; a gestão de Marcos Oliveira em Bio-Manguinhos.

Fita 4 - Lado A
A gestão de Marcos Oliveira; sobre a escolha de Oliveira para diretor da instituição; a interinidade na direção de Bio-Manguinhos, enquanto Marcos Oliveira não assumia o cargo; considerações acerca da importância das questões de gestão, inovação e do controle de qualidade; os eventos adversos ocorridos com a vacina da febre amarela; os cursos de “Boas Práticas de Laboratório” e “Boas Práticas de Fabricação” em Bio-Manguinhos; a administração João Quental; a instalação da Garantia de Qualidade em Bio-Manguinhos; a preocupação com a profissionalização da gestão em Bio-Manguinhos, a partir de 1996; as mudanças implementadas por Marcos Oliveira; a criação da vice-direção de gestão; sobre as propostas de introdução de novos produtos, aceleração do desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade, atualmente colocadas em prática pelo diretor Akira Homma

Fita 4 - Lado B
A criação da vice-diretoria de desenvolvimento e dos programas de desenvolvimento de vacinas bacterianas, de vacinas virais e de biofármacos; considerações acerca de questões salariais; da dificuldade de se manter um quadro de funcionários estável em alguns setores de Bio-Manguinhos, devido à concorrência de outras empresas.

5ª Entrevista
O modelo de articulação entre as empresas e a universidade, realizado por países desenvolvidos; as inovações na área de produção de vacinas; o trabalho desenvolvido pelo DEDET – Departamento de Desenvolvimento Tecnológico; considerações sobre os investimentos brasileiros em capacitação de pessoal e desenvolvimento tecnológico; a importância do PDTIS; sobre as discussões estabelecidas no seminário Inovacina; o orçamento de Bio-Manguinhos para desenvolvimento tecnológico; sobre a mudança na forma de gerencia do DEDET; da reorganização dos projetos desenvolvidos em Bio-Manguinhos, a partir da definição de prioridades; da prioridade dada por Bio-Manguinhos à vacina contra Meningite B e a vacina contra Haemophilus influenzae; a transferência de tecnologia da vacina Hib; o impacto que a produção da Hib terá sobre Bio-Manguinhos; sobre a diminuição da apresentação de doses nas vacinas de sarampo, febre amarela e Hib; sobre a entrada da MMR em Bio-Manguinhos; a complexidade de um processo de transferência de tecnologia; o consenso em torno dos objetivos da instituição; suas expectativas em relação à transferência de tecnologia e introdução de biofármacos em Bio-Manguinhos; considerações sobre a articulação entre Bio-Manguinhos e o CDTS; sobre o mestrado profissional de Bio-Manguinhos; a escolha para chefiar a vice-direção de produção; as expectativas para o seu mandato como vice-diretora de produção.

Maria da Luz Fernandes Leal

Entrevista realizada por Luciana Heymann e Nara Azevedo, no dia 15 de janeiro de 2020, no Auditório do CDHS/COC/Fiocruz, dirigida por Cristiana Grumbach, com fotografia e câmera de Eduardo Brantes e produzida por Crisis Produtivas.

Maria Eugenia Noviski Gallo

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Mariana Santos Damasco, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 16 de fevereiro de 2005.

Maria Inez de Moura Sarquis

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Magali Romero Sá, com participação da pesquisadora Gisela Lara Costa, na Fiocruz (RJ), em 08 de fevereiro de 2001.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O interesse pela ciência desde a infância; os estudos de medicina na Universidade de Coimbra, em Portugal; a necessidade de voltar ao Brasil e o ingresso na Faculdade de Ciências Biológicas; a expectativa em retomar os estudos de medicina; comentários sobre o primeiro estágio na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA); as primeiras pesquisas com roedores na área de bacteriologia realizadas na instituição; a importância de Jair da Rosa Duarte, pesquisador da FEEMA, em sua trajetória profissional; a contratação pela FEEMA para trabalhar no Laboratório de Bacteriologia de Vetores; comentário sobre a área de pesquisa na FEEMA; recapitulação dos anos como estagiária na FEEMA; as primeiras pesquisas realizadas no IOC; a transferência para o Departamento de Micologia do IOC; a importância do apoio das pesquisadoras Alia Tubajis Salminto e Pedrina Cunha de Oliveira em sua trajetória profissional; os primeiros trabalhos realizados com fungos no Departamento de Micologia do IOC; breve histórico dos pesquisadores envolvidos com a Coleção de Culturas de Fungos do IOC; a personalidade e o perfil profissional de Pedrina Cunha de Oliveira; considerações sobre o trabalho em consultoria e em treinamentos nos Serviços Técnicos Especializados do Departamento de Micologia do IOC; a necessidade de dedicação integral ao trabalho em taxonomia de fungos filamentosos; o treinamento de estagiários e a dificuldade de mantê-los na área de taxonomia de fungos do IOC; as pesquisas de campo na FEEMA; a identificação de inúmeros fungos arenosos encontrados nas praias do Rio de Janeiro; breve relato de sua dissertação de Mestrado em Microbiologia Veterinária sobre a incidência de fungos encontrados na praia de Ipanema, defendida na UFRRJ; a carência de pesquisadores especializados em taxonomia de fungos no Brasil; relato das atividades docentes atuais visando à preparação de profissionais para a área de micologia; o período do ingresso no Departamento de Micologia do IOC da Fiocruz e o corpo de pesquisadores e estagiários.

Fita 1 - Lado B
O período do ingresso no Departamento de Micologia do IOC e o corpo de pesquisadores e estagiários; a implantação do laboratório da Coleção de Culturas de Fungos, no Departamento de Micologia do IOC; as atividades na área de taxonomia de fungos no laboratório; a curadoria exercida por Pedrina Cunha de Oliveira; as atividades docentes em diversas instituições; as impressões sobre a necessidade de divulgação das pesquisas realizadas na área de micologia; relato do impacto causado pela divulgação dos primeiros resultados de sua dissertação de mestrado; o convite para chefiar o Laboratório da Coleção de Culturas de Fungos; o estágio atual da catalogação da Coleção de Culturas de Fungos; breve relato do histórico do acervo da Coleção de Culturas de Fungos e a incorporação de novas cepas; as estratégias de controle de empréstimos de cepas para a realização de pesquisas em outras instituições; comentários acerca da metodologia de preservação das cepas da coleção; o reconhecimento internacional da Coleção de Micologia do IOC; considerações sobre os cuidados necessários para preservação e reconhecimento das cepas; as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores que atuaram no Departamento de Micologia; o procedimento dos antigos pesquisadores diante das coleções; o despreparo e a falta de incentivo do IOC no passado para a preservação das coleções científicas; considerações acerca do estado atual da Coleção de Micologia; comentários sobre o auxílio prestado a outras instituições para a preservação de coleções micológicas; novos relatos sobre o empréstimo de materiais da Coleção de Fungos para instituições públicas e privadas; o incentivo à pesquisa realizada com fungos no INPA; comentários sobre a divisão de tarefas com Gisela Lara da Costa.

Fita 2 - Lado A
Comentários sobre os esforços em conjunto com Gisela Lara da Costa para manutenção do acervo da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; a origem dos recursos para manutenção e conservação da coleção; sua opinião e a de Gisela Iara Costa acerca da gerência das coleções científicas na Fiocruz; as dificuldades financeiras para manutenção da Coleção de Culturas de Fungos; a importância do apoio da Casa de Oswaldo Cruz (COC) aos acervos das coleções científicas da instituição; relato das técnicas e métodos de manutenção e conservação da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; relato sobre as atividades de catalogação do acervo da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; considerações acerca da nomenclatura das cepas; a importância da cooperação entre unidades da Fiocruz para a manutenção das coleções científicas; considerações acerca das medidas tomadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em relação ao transporte de espécimes de uma região para outra; considerações de Gisela Lara da Costa sobre a filosofia institucional em relação às coleções na Fiocruz; novas considerações das pesquisadoras Maria Inez Sarquis e Gisela Lara sobre os desafios enfrentados pelo Departamento de Micologia do IOC; a satisfação pessoal de trabalhar na área de micologia.

Maria Isabel Xavier Santana

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento para subsidiar a elaboração de um artigo científico versando sobre o Preventório Rainha Dona Amélia, uma instituição para crianças enfraquecidas.

Maria Magdalena Lyra Valente

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 09, 14 de outubro de 1997 e 19 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 09 de outubro
Fita 1 – Lado A
Relata o trauma de ter sido entregue pelos pais para ser criada pelos avós, sua perplexidade diante da rejeição dos pais e a importância dos avós em sua formação; a morte da mãe e seu ressentimento diante do distanciamento dos irmãos; o envolvimento de toda a família com o magistério; sua formação como professora; as lembranças dos colégios de seu pai; a sua segunda gravidez e a frustração com a notícia da gravidez simultânea de sua mãe; o desejo, realizado, por um filho homem; a insistente comparação de sua mãe entre as duas crianças; a aversão recíproca entre ela e o irmão mais novo e a dedicação exagerada deste aos estudos; a influência dos pais na atitude amedrontada do irmão com ela; o sucesso profissional do irmão e a formalidade no relacionamento entre ambos, mesmo depois de adultos. As afinidades com seu pai; o fascínio pela língua portuguesa e a habilidade na escrita; seu espírito fantasioso e vaidoso. Recorda-se das brincadeiras solitárias no jardim de sua casa e das longas conversas reservadas com sua bisavó, quando as duas fingiam-se de amigas; a relação de cumplicidade com seu avô, os passeios à tarde; as recordações da Praça Saens Pena, dos bailes e das festas.

Fita 1 – Lado B
Relembra o primeiro namorado, enfatizando suas fantasias de encontrar o homem ideal e ressalta sua vaidade. Comenta a insistência do rapaz em reatar o namoro. Relembra as paqueras da juventude, os vários pretendentes; o primeiro contato com o futuro marido e o sentimento de amor à primeira vista; o impacto do temperamento carismático do futuro marido. A vida escolar, formação como professora primária, o gosto pela leitura e a facilidade para escrever; a influência do professor de português sobre sua opção profissional e no método pedagógico que ela utilizava. Ressalta a sua capacidade de se autovalorizar. A origem nordestina das famílias de seus pais; a convivência com os primos educados por seu pai; o interesse de sua avó por política e suas relações com famílias de políticos importantes. Recorda os almoços semanais na casa do sogro do cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o convite para que ele fosse, mais tarde, seu padrinho de casamento. Comenta sua identificação com pessoas mais velhas. A frustração com o casamento; a doença do marido, o abandono da família dele e sua dedicação ao tratamento que ele realizava. Recorda os longos períodos passados em hospitais, durante suas internações; o seu prazer em tratar de doentes; o contato recorrente com casos de doença na família. A convivência difícil com o marido, mesmo antes de seu adoecimento; a péssima relação do marido com os filhos, principalmente com a filha.

Fita 2 – Lado A
A relação hostil do marido com os dois filhos; a sugestão, aceita pelo filho, para que entrasse em uma academia militar e a aprovação na Academia da Força Aérea; os preparativos para o processo de seleção. Comenta o constrangimento diante do interesse demonstrado pelo coronel do Exército que à auxiliou durante os treinos de educação física do filho. O agravamento do estado clínico do marido, seus delírios e a perseguição à filha; as mágoas dos filhos. Relaciona a homossexualidade do filho ao comportamento agressivo e indiferente do marido. As qualidades do filho como perfeccionismo, obediência e organização; a relação de amor e cumplicidade entre eles; relembra as noites em que, rezando, pedia a Jesus que o filho não fosse homossexual; as dificuldades do próprio filho em aceitar sua homossexualidade e a tentativa de suicídio, a gravidade de seu estado clínico, o longo tempo de internação, a mudança de hospital e a receptividade dos médicos.

Fita 2 – Lado B
A melhora do estado clínico do filho e a revelação, ainda no hospital, sobre sua homossexualidade. Ressalta sua naturalidade diante da notícia. Relembra o dia em que o filho, pálido, chegou em casa e lhe contou estar com Aids; sua reação segura e solidária. Volta no tempo e relembra da notícia da gravidez inesperada da filha e da alegria, sua e do filho, com a chegada do bebê. O ótimo relacionamento do filho com o sobrinho; a forte reação do neto ao saber da contaminação do tio. Crítica à incompetência da infectologista responsável pelo tratamento inicial do filho.

2ª Sessão: 14 de outubro
Fita 3 – Lado A
Fala longamente sobre seu casamento, a falta de reciprocidade no relacionamento, o distanciamento entre as famílias, o ótimo relacionamento com o sogro, o temperamento autoritário e dissimulado do marido; sua hostilidade com a filha, sua relação doentia com o pai e o consequente desentendimento com o resto da família; a morte do sogro e o agravamento do quadro clínico do marido. Relembra algumas características do caráter do marido; sua rejeição aos filhos, contrapondo-se ao seu desejo de ter muitos filhos. Suas expectativas em relação ao filho e ao casamento; a valorização da virgindade. A mudança para uma quitinete no bairro do Flamengo, ainda solteira, lugar de onde saiu para se casar; o impacto da morte do avô sobre seu padrão de vida, fala sobre o período em que morou com a avó e a tia num dos colégios dos pais; a predileção dos pais pelos outros irmãos; as dificuldades para entender os motivos da rejeição deles; a crença na falta de caráter da mãe e o seu desafeto por ela; o ressentimento, nunca superado, pela decisão dos pais em lhes cobrar aluguel pelos cômodos, em princípio, cedidos a elas.

Fita 3 – Lado B
A decisão da avó de alugar outro apartamento; a falta de recursos; omissão dos outros tios; a decepção, ainda na primeira noite, com o casamento. Os detalhes do casamento: o vestido de noiva, a cerimônia, a recepção, os presentes dos alunos e ressalta sua competência como professora primária e de piano. A expectativa com “lua de mel”; a viagem, ainda na noite do casamento, para Teresópolis; o constrangimento com a vinda inesperada da menstruação; a dificuldade em lidar com a situação, em virtude da educação conservadora que tivera; a frustração da primeira noite; a volta para o Rio de Janeiro, nova frustração com o seu comportamento; a convivência, ao longo de todo o casamento, com o egoísmo e a indiferença sexual do marido. Ressalta a dedicação integral ao marido no período em que este esteve doente; compara sua dedicação à dedicação ao cantor Cazuza, descrita por Lucinha Araújo no livro “Só as mães são felizes”. A reação diante da morte do marido; a preocupação com os detalhes da cerimônia fúnebre; a decisão de oferecer a ele um enterro de luxo, como uma forma de entregar-lhe parte de seu patrimônio; o sentimento de libertação deixado por sua morte, os últimos meses de vida do marido. O impacto da descoberta por meio de uma conhecida, de sua traição, ocorrida alguns anos antes.

Fita 4 – Lado A
A decisão de conversar com o marido sobre sua traição; a reação dos filhos. A insistência do marido em acreditar na recuperação; seu apego às coisas materiais; a opção por contar-lhe a verdade sobre o seu verdadeiro estado clínico e sobre a proximidade da morte. A busca, no espiritismo, de conforto para suportar os seus problemas. A apreensão diante do comportamento desorientado do marido; a hostilidade de sua sogra pelo filho; comparação entre a rejeição de sua mãe e a rejeição de sua sogra pelo filho; a convicção de ter agido corretamente ao contar ao marido sobre o agravamento de seu estado de saúde. O início de uma nova etapa em sua vida. A inesperada gravidez da filha; o relacionamento carinhoso entre o filho e o neto; a afeição aos seus dois netos. Ressalta sua condição de supermãe; a indiferença aos possíveis comentários sobre a gravidez inesperada da filha; o temperamento antipático dos dois filhos em contraste com sua alegria e extroversão; o seu carinho com o neto; o ótimo relacionamento com o genro. A mudança para o Leblon e, logo depois, para Ipanema.

Fita 4 – Lado B
O adoecimento da mãe, novo período envolvida com internações. Descreve, em detalhes, a rotina de acompanhar as internações da mãe na Beneficência Portuguesa. Fala longamente sobre seu romance com o chefe da equipe médica que cuidou de sua mãe; as motivações que a levaram aceitar o relacionamento; o receio de levar o relacionamento adiante. Sua imagem de mulher rica. Ressalta os privilégios obtidos na Beneficência Portuguesa, em decorrência do encanto despertado em alguns presidentes da instituição. O fim do relacionamento com o médico. Início de uma nova etapa e a forma como conheceu Renato, seu namorado à época da entrevista; a forma inusitada do primeiro contato; o primeiro encontro.

3ª Sessão: 19 de maio
Fita 5 – Lado A
A reação de solidariedade diante do diagnóstico do filho, no início dos anos 1990. A primeira consulta médica e a decisão dele participar de um tratamento experimental. Explica, rapidamente, os procedimentos clínicos do tratamento. A demissão do filho da Vale do Rio Doce; a opção por mudar de médica. A primeira doença oportunista do filho, Tuberculose Pulmonar. Menciona algumas acusações contra os procedimentos clínicos da ex-médica de seu filho. A queda no poder aquisitivo da família; as circunstâncias em que ocorreu a demissão do filho. Ressalta a competência profissional do filho e sua decisão de não recorrer contra a demissão. A lenta superação de seu constrangimento em ter que buscar os medicamentos no posto de saúde, graças aos primeiros contatos com outros soropositivos de se nível social. Nova doença oportunista: Hepatite C. A impossibilidade clínica, logo revista em um congresso médico, de conciliar o tratamento das duas doenças. O início do tratamento para a Hepatite C e sua rápida resposta aos medicamentos. Ressalta as considerações da médica, para quem, essa preocupação com a medição da carga viral é um equívoco. Os novos sintomas clínicos de origem neurológica do filho e a indefinição do diagnóstico.

Fita 5 – Lado B
A ineficácia do remédio prescrito pela médica. A decisão de aceitar o pedido do filho para acompanhá-lo à consulta médica. Enfatiza a mudança de comportamento do filho depois que ingressou no Grupo Pela Vidda e passou a evitar sua companhia durante as consultas médicas. O desentendimento com a médica: a firmeza ao expor toda sua insatisfação com o seu comportamento recriminando, especificamente, sua atitude hostil com um paciente, Vanderlei, para quem ela havia lhe indicado seu nome. Comenta um episódio para ilustrar o comportamento da médica; a ligação de Vanderlei que, da emergência de um hospital, lhe pede auxílio; a ida, imediata, para o hospital; a resistência da médica em considerar o desconforto do paciente; sua veemência em fazê-la ver que seu quadro clínico exigia cuidados. Cita outro episódio em que seu filho aponta uma informação equivocada da médica. Avaliação do estado de saúde atual do filho: o diagnóstico de neuropatia aguda; recapitulação das doenças oportunistas que já o acometeram. Comenta a aflição da irmã diante de sua perda de peso. A forma de lidar com tantos casos de doença neurológica na família; o apoio encontrado no espiritismo; a preocupação com o agravamento dos sintomas da neuropatia do filho; a angústia diante da falta de respostas consistentes da medicina para seu caso; os esforços para tentar aliviar o sofrimento do filho; o pessimismo quanto a uma possível melhora de seu estado de saúde. A mágoa com Deus; a incapacidade de entender o porquê de seu filho estar passando por esta situação; o esforço para que ele não perceba sua angústia; sua total disponibilidade a ele. Manifesta compreensão diante de mães que se mantêm indiferentes aos filhos soropositivos, visto que a contaminação poderia ter sido evitada. O sentimento de impotência em não poder ajudá-lo. Lembra-se de um rapaz que não teve coragem de contar para a mãe, posteriormente gravemente adoentada, sobre sua sorologia positiva para o HIV.

Fita 6 – Lado A
Cita o exemplo de outra mãe que responsabiliza o filho pela contaminação. Embora não responsabilize os soropositivos pela contaminação, nem a relacione exclusivamente ao homossexualismo, afirma acreditar que existe uma falta de cuidados com as contaminações. Enfatiza considerar-se uma mãe “homossexualizada”, apontando exemplos que visam comprovar a mudança de atitude diante da homossexualidade do filho. Comenta o desentendimento com um dos integrantes do Grupo Pela Vidda e as repercussões em seu relacionamento com o filho; expõe ao filho as razões que a levaram a romper com o rapaz; o esforço para encerrar os desentendimentos em casa. Encontra no espiritismo a explicação para a sua recorrente proximidade com casos clínicos ligados à neurologia. Responsabiliza este integrante do Grupo Pela Vidda pelos constantes desentendimentos com o filho; o encontro entre os dois, durante um evento promovido pelo Grupo Pela Vidda, na Petrobrás. Narra outro episódio envolvendo o mesmo rapaz, agora, na festa de natal organizada pelo Grupo, quanto ele importunou a médica de seu filho. Ressalta seu descontentamento com a amizade entre os dois. O alívio depois do afastamento entre eles. Crítica ao comportamento promíscuo das pessoas que frequentam o apartamento do rapaz, situado na Zona Sul carioca. A resistência às provocações do filho, que aluga um filme com forte apelo emocional, “A última festa”; detalha a problemática abordada pelo filme.

Fita 6 – Lado B
Dá continuidade a narrativa sobre o filme; enfatiza a beleza do amor entre homossexuais. Longas considerações sobre a origem da homossexualidade de seu filho e sobre o papel dos pais na definição sexual da criança. A atitude mórbida do filho diante da Aids, o deboche em relação à morte. A importância do Grupo Pela Vidda para o filho; cita dois exemplos para ilustrar o trabalho desenvolvido pelo filho no serviço de assessoria jurídica oferecido pelo Grupo. Conta como foi o contato, que ocorreu em momentos diferentes, entre eles e o Grupo Pela Vidda. Fala longamente de suas vivências no Grupo de Mulheres, as experiências de algumas das voluntárias, a forte identificação com duas jovens; críticas à condução das reuniões promovidas pelo Grupo; menciona um desentendimento com uma voluntária, cujo comportamento ela condena; a festa de aniversário organizada por ela. O desejo, logo desestimulado pelo filho, de organizar uma recreação para as crianças que acompanhavam as mães nas reuniões. Ressalta que a origem do desentendimento que gerou o seu afastamento não teve relação direta com o Grupo, mas sim, com um de seus integrantes.

Fita 7 – Lado A
Fala longamente sobre seu tumultuado relacionamento com o integrante do Grupo; dos contínuos desentendimentos entre eles; da disputa com a mãe dele; a crescente antipatia entre os dois; a certeza quanto as intenções nocivas do rapaz e sua influência na deterioração de seu relacionamento com o filho. A veemência em rejeitar qualquer possibilidade de um relacionamento amoroso entre o filho e o rapaz. Reitera a sua completa abertura para aceitar os relacionamentos homossexuais do filho. As responsabilidades inerentes à maternidade; a forte preocupação em proteger os filhos; relembra um episódio em que decidiu trazer a filha para que seu parto fosse feito por um médico de sua confiança aqui no Rio de Janeiro. Volta a ressaltar sua abertura em aceitar a homossexualidade do filho e seus possíveis parceiros. A vergonha inicial do filho em assumir sua homossexualidade; a sua atual procura por um parceiro que apresente uma postura masculina; o sofrimento com suas provocações.

Fita 7 – Lado B
A decisão do filho de usar brinco, a compra de uma aliança. Destaca a postura impassível diante das provocações do filho; cita exemplos. Reitera as qualidades do filho, afirmando compreender seu momento de conflito existencial. Tentativa de finalizar a entrevista; rápidas considerações da pesquisadora sobre o processo de reconstrução da memória; avaliação da depoente sobre sua entrevista; avaliação crítica da eficácia das terapias psicológicas. Ressalta a ausência dos sentimentos de culpa e a certeza do dever cumprido. Faz longa referência ao filme “Sentimentos selvagens”, para discutir o relacionamento com seu filho, ressaltando nunca ter manifestado preferência explícita por ele. O sofrimento causado pela doença do filho; o desejo de manter-se viva para poder acompanhá-lo até sua morte; menções aleatórias às experiências vividas no Grupo.

Maria Penna

Entrevista realizada em duas sessões, por Nísia Trindade Lima, Ricardo Augusto dos Santos e Eduardo Thielen, nos dias 2 e 31 de agosto de 1990, no Rio de Janeiro, a respeito do sanitarista Belisário Penna, pai da depoente, enfatizando sua trajetória política e profissional.

Maria Terezinha Vilela Duarte

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Ana Paula Zaquieu, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 16 e 28 de abril e 07 de maio de 1998.

Marilda de Souza Gonçalves

Entrevista realizada por Aline Lacerda, Luciana Heymann e Daiane Rossi, no dia 16 de dezembro de 2020, via plataforma Zoom, entre Rio de Janeiro e Salvador/BA, sendo responsável pela gravação Cristiana Grumbach e produzida pela Crisis Produtivas.

Mário Duffles

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio e Nísia Verônica Trindade Lima, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 27 de agosto, 10, 15 de setembro, 03, 26 de novembro e 10 de dezembro de 1987.

Resenha biográfica
Mário Duffles nasceu em Antônio Carlos, Minas Gerais, em 1926, descendente da família Andrada e de imigrantes holandeses e ingleses. Seu pai após ter sido expulso da Escola Militar de Realengo, devido ao seu envolvimento na sublevação de 1918; dedicou-se à agricultura e industrialização de alimentos.
Em 1932, depois da morte do pai no combate à Revolução Constitucionalista, mudou com a família para o Rio de Janeiro. Seis anos mais tarde, sua mãe morreu de tuberculose e, assistido pela tia, Antonieta Lott, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde passou a viver como interno.
Em 1944, quando estudava na Escola Militar de Resende, decidiu-se pela carreira médica, ingressando na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda estudante, foi nomeado pelo prefeito Ângelo Mendes de Moraes, para a Secretaria de Saúde e Assistência, onde começou a trabalhar como técnico do Laboratório Bromatológico. Neste período, exerceu também a atividade de acadêmico de medicina do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU).
Recém-formado, alugou uma sala em um centro espírita da Rocinha, onde começou o trabalho que mais tarde daria origem à Clínica São Sebastião. De início, atendia basicamente à população da localidade, dedicando-se à pediatria e clínica geral.
A partir dos anos 60, passou a se dedicar especialmente à ginecologia e obstetrícia, atendendo hoje uma clientela que não mais se limita aos moradores da Rocinha.
Iniciou suas atividades na Secretaria da Saúde, como técnico de análise de leite, no Laboratório Bromatológico. Depois de formado, passou a atuar na Fiscalização Sanitária do Leite, onde trabalhou aproximadamente 15 anos. A partir daí, foi trabalhar na Fiscalização de Alimentos do VI Distrito de Higiene Sanitária (VIHS).
Em 1966 participou da organização do Centro Médico Sanitário Alberto Borghetti, em Madureira. Meses depois, ainda como funcionário da Secretaria da Saúde, foi para a Fiscalização da Medicina, onde permaneceu até a sua aposentadoria, em 1984.
Quanto às suas atividades no SAMDU, foi contratado como médico assim que se formou. Em 1952, o então diretor, Nelson Chustoff, nomeou-o chefe do Posto Central, na Rua do Matoso. Após essa experiência, não mais exerceu cargos de chefia, tendo trabalhado mais tarde nos postos da Gávea e de Botafogo. No momento da unificação da Previdência Social, prestava atendimento no atual Posto de Assistência Médica (PAM) da Rua Voluntários da Pátria, onde permaneceu até a sua aposentadoria.
Casado, Mário Duffles tem duas filhas, e atualmente dedica-se às atividades na Clínica São Sebastião na Rocinha.

Sumário
1a Sessão
Data: 27/08/1987
Fita 1 – Nascimento; as condições do parto; os primeiros moradores da Rocinha; características da localidade nos anos 40; comentários sobre o trabalho das parteiras; referência aos irmãos, a morte do pai durante a Revolução Constitucionalista de 1932; passagem pelo Colégio Militar e pela Escola Militar de Resende; o ingresso no Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil; lembranças do Colégio Militar; a situação da família após a morte da mãe; lembranças de Agildo Barata Ribeiro no Colégio Militar; comentário sobre a morte do pai; o nacionalismo e civismo como herança paterna; lembranças da mãe; lembranças da infância no período em que morou no bairro Grajaú (RJ); a separação dos irmãos após a morte da mãe; repercussões na família de sua opção pela medicina; o trabalho como professor particular das netas do Ministro da Aviação, General Mendonça Lima; a nomeação para o Laboratório Bromatológico na administração de Mendes de Moraes; o trabalho na Fiscalização Sanitária do Leite, o ingresso no SAMDU como acadêmico; lembranças da faculdade de medicina; o comportamento profissional dos médicos formados nos anos 40, 50 e no período atual; o contato com diferentes especialidades médicas na faculdade.
Fita 2 – O desinteresse pela saúde pública na Faculdade Nacional de Medicina; origem regional dos estudantes; a relação entre professores e alunos na faculdade; comentário sobre a assistência médica previdenciária; comentários sobre a ausência de medicina preventiva; referência às epidemias ocorridas na Rocinha; recordação do professor Moreira da Fonseca, da cadeira de doenças infecciosas e tropicais; comentários sobre o “mito Getúlio Vargas”, a disciplina no Colégio Militar; as brincadeiras e a vida sexual no período do colégio; as dificuldades na decisão de abandonar a carreira militar; influência da doença da mãe na escolha da carreira; o início das consultas em um centro espírita na Rocinha; a cessão da sede do centro espírita para a instalação de seu consultório; a imagem do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) entre os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil.

2a Sessão
Data: 10/09/1987
Fita 2 (continuação) – Assistência médica em sua época de estudante; a atual redução das oportunidades de aprendizado para o acadêmico; a irreverência dos estudantes de medicina; atividades do diretório acadêmico da Faculdade Nacional de Medicina; a qualidade do ensino; as estratégias dos estudantes para dar início à carreira; ausência de aulas sobre ética profissional; a medicina preventiva nos anos 40 e 50; as condições de vida e o pequeno desenvolvimento da quimioterapia naquele período.

Fita 3 – O diagnóstico da tuberculose há 40 anos; o predomínio do exame clínico no diagnóstico médico; comentários sobre o avanço tecnológico na medicina; a relação entre as especialidades médicas e a clínica geral; reflexões sobre a necessidade atual de retorno à natureza; defesa de um programa de educação sanitária; a prática da medicina caseira na Rocinha no início de suas atividades.

3a Sessão
Data: 15/09/1987
Fita 3 (continuação) – Ausência de contato com associações médicas na faculdade; a orientação alopata na Faculdade Nacional de Medicina; comentários sobre a cura do vitiligo a partir de propriedades da placenta; a decisão de clinicar na Rocinha; os habitantes da Rocinha até a década de 50; a história da doação da casa onde organizou a Clínica São Sebastião; as condições de atendimento no início da atividade; a opção pela Rocinha; referência ao casamento e às filhas; o contato com a comunidade e a postura como médico; as práticas médicas populares; as mudanças após sua chegada.
Fita 4 – As atividades das rezadeiras, a vida religiosa na Rocinha; a questão do pagamento aos serviços prestados na clínica; as plantações na Rocinha há 40 anos; origem do nome Rocinha; a população da localidade há 40 anos; a chegada dos nordestinos; o problema das mulheres abandonadas; a solicitação de conselhos pelas clientes; a mudança da especialidade básica de clínica de pediatria para ginecologia e obstetrícia; a realização de laqueaduras tubárias na clínica; posição sobre o uso do diafragma intra-ulterino (DIU); posição sobre a laqueadura de trompas; as doenças mais comuns entre as crianças da Rocinha; a evolução das condições terapêuticas sanitárias locais; o crescimento da favela após o surto da construção civil; a população da Rocinha hoje; referência a Armando da Fonseca: político de grande votação na favela nos anos 50; os contatos com os políticos nos períodos eleitorais; posição sobre os políticos; referência à atuação de comunistas na Rocinha; posicionamento político; comentários sobre Juscelino Kubitschek; referência ao seu voto em diferentes pleitos eleitorais; referência à atividade das mulheres na associação de moradores.

4a Sessão
Data: 03/11/1987
Fita 4 (continuação) – O início das atividades do SAMDU; a nomeação para chefe do Posto Central do SAMDU, em 1952.
Fita 5 – O estilo de atuação como chefe do Posto Central; o seu ingresso no SAMDU; o contrato de trabalho dos médicos; relato dos erros profissionais no início das atividades; o salário dos médicos; referência à Maria Candelária, símbolo dos funcionários do nível “O”; a imagem dos médicos do SAMDU nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); referência ao atendimento a Getúlio Vargas no dia de sua morte; o intenso atendimento no SAMDU; o problema da licença médica; os problemas derivados do acúmulo de serviço; referência ao Hospital dos Servidores do Estado (HSE); avaliação das reivindicações das lideranças sindicais; a instalação de postos de saúde por interesse eleitoral; a contribuição financeira dos IAPs para o SAMDU; referência ao Hospital do SAMDU; Presidente Getúlio Vargas; a formação de clientela particular por médicos do SAMDU; o primeiro atendimento como acadêmico do SAMDU.

5a Sessão
Data: 26/11/1987
Fita 6 – Os cargos ocupados no SAMDU; comparação entre os diferentes postos do SAMDU no Rio de Janeiro; o desprestígio dos médicos do SAMDU; as alíquotas dos IAPs destinadas ao SAMDU; maior atendimento aos industriários e comerciários; posição sobre a remoção de favelas, a concessão de remoções de favelas; a concessão de licenças médicas pelo SAMDU; as várias administrações do SAMDU; as reivindicações dos líderes sindicais; a expansão do SAMDU a partir de pressões políticas; o Centro de Estudos do SAMDU; a relação entre médicos e pacientes no SAMDU; o encaminhamento dos segurados do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) e do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) aos hospitais contratados; ausência de corrupção no SAMDU; a unificação da Previdência; ausência de colegiado no SAMDU; o primeiro contato com Getúlio Vargas; comentários sobre a personalidade do ex-Presidente; o SAMDU no segundo governo Vargas; a interiorização do SAMDU no governo Juscelino Kubitschek; comentário sobre Juscelino Kubitschek; a participação na campanha do Marechal Henrique Lott, seu tio.
Fita 7 – Comentários sobre o Marechal Lott, comentários sobre a eleição de Jânio Quadros; relato de um exemplo da honestidade e rigidez do marechal; avaliação da unificação da Previdência; comentários sobre a gestão de Waldir Pires no Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); comentários sobre a “anarquia social” no Brasil; influência da formação militar; atuação no Departamento de Higiene Alimentar; reflexões sobre a mudança de valores da sociedade atual; comentários sobre as potencialidades do Brasil; a importância atribuída ao trabalho na Rocinha; o ingresso no Laboratório Bromatológico; o trabalho na fiscalização Sanitária do Leite; análise dos alimentos no Laboratório Bromatológico; a fiscalização sanitária hoje; a redução do padrão do leite no Brasil; a decisão de reduzir o percentual de gordura do leite no segundo governo Vargas; a realização do curso no IOC; o conflito entre o Ministério da Agricultura e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal quanto à fiscalização do leite; a transferência do controle do leite para o Ministério da Agricultura.
Fita 8 – Denúncia da baixa qualidade do leite consumido no Brasil.

6a Sessão
Data: 10/12/1987
Fita 8 (continuação) – O processo de fiscalização do leite no Departamento de Higiene Alimentar da Secretaria de Saúde; a rotina do trabalho na Fiscalização Sanitária do Leite; o trabalho no VI Distrito de Higiene Sanitária (HIHS); os profissionais que atuaram na Fiscalização Sanitária do Leite; o conflito com a Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL) durante a administração de Mendes de Moraes; as condições atuais de higienização do leite, as repercussões do episódio de inutilização do leite feita pela Fiscalização Sanitária; a colaboração no livro de Marcos Miglevitch, Análise Biológica do Leite; a redução do percentual de gordura do leite; as normas de fiscalização de alimentos; comparação entre a fiscalização do leite e a dos demais alimentos; a desvalorização do médico sanitarista; a dicotomia entre medicina preventiva e medicina curativa; atuação dos comandos sanitários durante a gestão de Guilherme Romano na Secretaria de Saúde e Assistência; o trabalho no Centro Médico Sanitário Alberto Borguetti; as doenças infecto-contagiosas constatadas em manipuladores de alimentos; ausência de educação sanitária no Brasil.
Fita 9 – Defesa da regionalização do controle sanitários; os médicos recém-formados de sua época e os da geração atual; o Instituto de Puericultura criado por Martagão Gesteira; a fiscalização da medicina; comentários sobre a criatividade dos brasileiros; opinião sobre os serviços de medicina de grupo; a mudança dos valores médicos; assistência médica previdenciária após a unificação; comentários sobre a gestão de Waldir Pires no MPAS; a baixa remuneração dos convênios da Previdência com o setor privado; a decisão de não firmar convênios na Clínica São Sebastião.

Mário Vianna Dias

Entrevista realizada por Nara Azevedo Brito, Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Academia Brasileira de Ciências (RJ), nos dias 08, 15, 21 e 29 de maio, 06, 12, 19 e 25 de junho, 02 e 09 de julho de 1987.
Sumário
Fita 1 a Fita 3

Origem familiar; a infância em Petrópolis; formação escolar e educação familiar; as concepções de religiosidade e morte; o prematuro interesse pela ciência; crítica aos métodos educacionais de sua época; a iniciação intelectual; os primeiros contatos com o IOC e a morte de Oswaldo Cruz; o índice de sífilis na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX; o status social do cientista brasileiro na primeira metade do século.

Fita 3 – Lado B a Fita 6

O ingresso na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro o curso médico e suas disciplinas; impressões sobre a Revolução de 30; os professores e métodos de ensino do curso de medicina; o ingresso em Manguinhos e o trabalho com Miguel Osório de Almeida; o prestígio do laboratório de fisiologia dos irmãos Osório de Almeida no meio acadêmico; as características do Curso de Aplicação do IIOC; a experiência profissional no setor de psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia; o desenvolvimento da terapêutica no início do século XX; a formação acadêmica dos irmãos Osório de Almeida; história do desenvolvimento fisiologia no cenário cientifico brasileiro; a escola naturalista de Adolpho Lutz.

Fita 7 a Fita 10 – Lado A

O trabalho na Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste na década de 30; perfil profissional de Arthur Neiva; Rodolfo Von Ihering e o desenvolvimento da piscicultura no Brasil ; Barros Barreto e a criação da Divisão de Higiene do IOC; o papel do IOC nas políticas de saúde pública e na institucionalização da pesquisa biomédica; o desenvolvimento da pesquisa científica com a fundação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Distrito Federal (UDF); o conflito científico entre Arthur Moses e Oswaldo Cruz; a relação de Cardoso Fontes com o Ministro Gustavo Capanema; a vulnerabilidade política do IOC após a morte de Carlos Chagas; o abandono das pesquisas de ponta após a morte de Oswaldo Cruz e a permanência do IOC nos moldes das instituições científicas do século XIX; o desenvolvimento científico do IOC; a vulnerabilidade político do IOC durante a ditadura militar; a desvalorização da ciência pura na sociedade brasileira, os institutos de pesquisa e a criação das universidades; os objetivos principais da gestão Olympio da Fonseca; o caráter personalizado e centralizador das direções do IOC.

Fita 10 – Lado B a Fita 13

A equipe da Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste e a rotina de trabalho em Campina Grande (PB); as atividades profissionais desenvolvidas no seu Museu Goeldi; o impacto causado pela descoberta da fauna e flora amazônica; o trabalho da translação de espécies de peixe; a pesquisa de campo no interior do Nordeste; comentários sobre Lampião; a queda qualitativa das pesquisas da comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste após 1937; a importância do mecenato de Guilherme Guinle para as atividades científicas no Brasil; o retorno ao Rio de Janeiro, em 1937 e a conclusão do curso de medicina; o trabalho desenvolvido por Aity Moussatché na Fundação Rockefeller; a tentativa de transformar Manguinhos em campas universitário e a conjuntura política durante a ditadura Vargas; impressões sobre os movimentos comunistas e integralistas nos anos 30; a guerra civil espanhola e o totalitarismo europeu.

Fita 14 a Fita 17 – Lado A

A contratação pelo IOC em 1938; as aulas de higiene ministradas pelo professor Arfando Peixoto; o perfil da psiquiatria brasileira em mediados do século XX; a influência do Instituto Pasteur na formação dos cientistas brasileiros no início do século; as influências francesa e alemã no desenvolvimento científico brasileiro; o caráter prático das pesquisa realizadas pela Fundação Rockefeller no Brasil; a relação entre ciência e saúde pública no IOC; a formação técnica dos sanitaristas brasileiros até meados do século XX; a importância da atividade prática na formação médica; o perfil profissional de Evandro Chagas, o conflito entre a Faculdade Nacional de Medicina e o IOC; a posição da Academia Nacional de Medicina diante da descoberta do Trypanossoma cruzi por Carlos Chagas; comentários sobre o antigo processo de doutoramento na área médica; a experiência profissional na área de parasitologia como aluno de Olympio da Fonseca; o concurso para biologista promovido pelo DASP para integrar o quadro do IOC; o desprestígio da seção de fisiologia em Manguinhos até os anos 30; a organização da Divisão de Fisiologia do IOC; observações sobre as vantagens e desvantagens do vínculo administrativo entre instituições de pesquisa e universidades no Brasil; as deficiências no Curso de Aplicação do IOC na área de fisiologia; comparação entre o desenvolvimento científico do Rio de Janeiro e de São Paulo; a baixa qualidade dos profissionais recrutados pelo IOC durante algumas administrações; o caráter centralizador das direções do IOC.

Fita 17 – Lado B e Fita 18

O impulso dado por Miguel Osório de Almeida e Thales Martins à fisiologia no IOC; a equipe de Miguel Osório de Almeida na seção de fisiologia; a relação com Antônio Augusto Xavier; o perfil profissional de Thales Martins; a relação de Thales Martins com os colegas de trabalho; as pesquisas desenvolvidas por Fernando Ubatuba e Thales Martins em endocrinologia; a competência profissional da equipe de Thales Margins; a necessidade de independência na escolha das linhas de pesquisa, pesquisas e o ambiente de trabalho no laboratório de Miguel Osório, perfil científico de Carlos Chagas Filho e o Instituto de biofísica.

Fita 19 a Fita 21

Os pesquisadores estrangeiros visitantes do laboratório de fisiologia; Miguel Osório de Almeida a criação do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura; a influência estrangeira na ciência brasileira; a formação francesa de Miguel Osório de Almeida o trabalho desenvolvido em neurologia; a influência americana na fisiologia brasileira; os primeiros contatos com o acervo bibliográfico do IOC; perfil da família Osório de Almeida; o interesse de Miguel Osório de Almeida pelo movimento cultural de sua época; o perfil ideológico dos irmãos Osório de Almeida e o envolvimento com a Associação Brasileira de Ensinos.

Fita 22 a Fita 24

O impacto da Segunda Guerra Mundial no Rio de Janeiro; a produção científica durante a Segunda Guerra Mundial e a sua utilização para fins bélicos; o impacto causado pela explosão da bomba atômica e a evolução tecnológica no período pós-guerra; a tentativa de Olympio da Fonseca em equipar tecnicamente o IOC; a baixa qualidade dos pesquisadores contratados pelo IOC nos anos 50 e 60; a avaliação da reforma dos cursos do IOC realizada por Olympio da Fonseca; o trabalho em nutrição desenvolvido por Moura Campos no IOC; o desenvolvimento da fisiologia em São Paulo nas décadas de 40 e 50; o trabalho desenvolvido por Paulo Galvão em fisiologia no Instituto Biológico de São Paulo; a importância da Sociedade de Fisiologia e dos pesquisadores mineiros; comparação entre o desenvolvimento tecnológico do IOC e das demais instituições de pesquisa do país; os métodos de trabalho utilizados por Miguel Osório de Almeida e a orientação para o desenvolvimento de pesquisas em áreas diversificadas.

Fita 24 a Fita 26

As divergências entre o Ministro Clemente Mariani e o diretor do IOC Henrique Aragão; a participação de Olympio da Fonseca no pleito acadêmico Potsch-Mello Leitão; as reivindicações pela criação de um conselho consultivo do IOC; a gestão Francisco Laranja; a relação pessoal e profissional de Olympio da Fonseca com os pesquisadores do IOC; crítica à gestão Antônio Augusto Xavier; a luta do Herman Lent e Haity Moussatché pelo intercâmbio entre o IOC e as universidades; a influência negativa da política na escolha da direção do IOC; a fragilidade política e científica do Ministério da Saúde; as gestões Tito Cavalcanti e Amilcar Vianna Martins; a criação do CNPq em 1951 e os benefícios obtidos pelo IOC; o militarismo na América Latina e o caráter corporativo dos militares; a importância da participação dos pesquisadores nos rumos da política científica; a ciência e como instrumento de poder e seu papel na política; a marginalização da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na política nuclear durante o governo Geisel; o trabalho desenvolvido no National Instituto for Medical Reasearch em Londres com Lindon Brown; o trabalho com Francisco Gomes e a importância da colaboração dos auxiliares para o desenvolvimento da pesquisa no IOC; perfil de Joaquim Venâncio; o perfil profissional dos bibliotecários Mário Araújo Filho e Emília de Bustamante; a qualidade do acervo bibliográfico de Manguinhos.

Fita 27 a Fita 30

Impressões sobre o governo João Goulart; a gestão Joaquim Travassos; a tentativa de implantação da pesquisa aplicada no IOC durante o governo Goulart e a reação dos pesquisadores; perfil de Nicanor Botafogo; crítica ao baixo investimento da União do IOC; o trabalho em microbiologia desenvolvido por Genésio Pacheco; a baixa credibilidade científica de José Guilherme Lacorte; o cenário político no início dos anos 60; o descrédito político de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek em Manguinhos; o golpe militar em 1964 e a repercussão em Manguinhos; a perseguição de Olympio da Fonseca e Herman Lent; a perseguição de Rocha Lagoa a Walter Oswaldo Cruz; a divisão ideológica da comunidade científica brasileira; prisão do filho de Herman Lent; as motivações de caráter pessoal como causa das perseguições políticas no IOC; a personalidade de Rocha Lagoa; o convite para a direção do Instituto Biomédico da UFF; as cassações dos pesquisadores; as consequências para o IOC; as ligações pessoais de Rocha Lagoa com os militares; avaliação das pesquisas em fisiologia realizadas na UFF; o desejo de retornar a Manguinhos; a situação atual das instituições de pesquisa no país; comentários sobre a gestão Sérgio Arouca na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Fitas 27 a 30.

Mariza Lima

Entrevista realizada por Claudia Trindade e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), no dia 15 de agosto de 2005.
Sumário
Origem familiar; escolaridade; sobre a opção pela biologia; o curso de biologia na Universidade Gama Filho; o trabalho como estagiária no Hospital Geral de Bonsucesso; o estágio no Hospital Pedro Ernesto, da UERJ; das pesquisas realizadas pelos grupos do Hospital Pedro Ernesto; a entrada na Fiocruz para trabalhar no projeto de transferência de vacina contra o sarampo; o trabalho que realizou em sarampo nos primeiros anos em Bio-Manguinhos; sobre ter sido chefe do infectório; a participação no laboratório chefiado pelo pesquisador José Roberto Chaves, visando fazer vacina anti-rábica em célula de embrião de galinha; a chefia do laboratório de sarampo; considerações sobre a perda de lotes de vacina contra o sarampo, nos anos 1990, e a estratégia utilizada para combater a crise daí decorrente; a implantação de BPF e dos POPs em Bio-Manguinhos; da reforma nos laboratórios e a troca dos equipamentos, visando a melhora da qualidade dos produtos de Bio-Manguinhos; comparação entre as gestões de Akira Homma e Otávio Oliva; do incentivo dado por Oliva à área de pesquisa e desenvolvimento; a implantação da Garantia de Qualidade, por João Quental; o impacto da crise de Bio-Manguinhos nos anos 1990 sobre os funcionários; considerações sobre a falta de unidade verificada em Bio-Manguinhos durante a crise; a importância da gestão Marcos Oliveira para a reestruturação de Bio-Manguinhos; sobre a queda da procura por vacinas de sarampo, depois do surgimento da vacina tríplice; sobre o intercambio e a reciclagem das equipes da produção; da coesão verificada entre a equipe do sarampo; os passos da produção de vacina contra o sarampo; a construção da planta industrial; o processo de transferência de tecnologia da vacina tríplice viral (TVV); o convite para que assumir a Gerência de Produção de Vacinas Virais; o prêmio por ter colocado a máquina de DTP em funcionamento; de suas expectativas enquanto gerente de vacinas virais; o mestrado profissional realizado em Bio-Manguinhos; sobre a necessidade de Bio-Manguinhos continuar a produção de pólio; sobre as estratégias utilizadas para aumentar a fabricação da vacina contra febre amarela; explicação sobre o PROQUAL; o perfil dos integrantes do departamento de produção de vacinas virais.

Masao Goto

Entrevista realizada por Nara Azevedo de Brito e Wanda Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 02 de setembro de 1986.
Sumário
Fitas 1 a 4
Comentários sobre o curso da faculdade de medicina; o concurso para biologista extranumerário de Manguinhos em 1944; a linha de trabalho desenvolvida em Manguinhos na seção de micologia; a interrupção das pesquisas após o golpe de 1964; a posição do IOC em relação às outras instituições de pesquisa do país; a prioridade dada à pesquisa aplicada em detrimento da pesquisa básica; a transformação do IOC em fundação em 1970 e a implantação do regime celetista; a influência da política eleitoral na produção de vacinas; comentários sobre a administração de Rocha Lagoa; o impacto causado pela notícia da cassação; o papel de Rocha Lagoa como ministro da Saúde na cassação de pesquisadores do IOC; a utilização do telegrama enviado por cientistas a Luiz Carlos Prestes em 1946, como prova incriminatória nos inquéritos administrativo e policial pós-1964; o Inquérito Policial-Militar (IPM) no IOC; os entendimentos de Rocha Lagoa com o Centro de Informações da Marinha (CENIMAR); a indicação de Olympio da Fonseca para presidir o inquérito administrativo no IOC; a posição política dos cientistas; a Escola Nacional de Veterinária; o estágio de Sebastião de Oliveira na seção de entomologia do IOC em 1939; o seu trabalho no Serviço de Malária da Baixada Fluminense e no Serviço de Controle de Malária do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em Minas Gerais em 1942; a participação de Sebastião de Oliveira na construção do primeiro hospital de Governador Valadares (MG); o seu trabalho com inseticidas na Geigy do Brasil S.A. em 1944 e na linha de classificação de insetos no IOC antes do golpe de 1964; a sua atuação na área de entomologia após 1964; o curso de química na Universidade do Distrito Federal (UDF); o concurso do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) para biologista do IOC e o trabalho de Moacyr Vaz de Andrade como químico analista; o contato de Moacyr Vaz de Andrade com Gilberto Villela e o seu trabalho na Divisão de Bioquímica e na seção de micologia; o projeto desenvolvido por Moacyr Vaz de Andrade e Arêa Leão sobre metabolismo de fungos em 1964; a interrupção de suas pesquisas após a cassação; as consequências do golpe de 1964 em Manguinhos; a administração de Rocha Lagoa no IOC e sua relação com a comunidade científica; a influência da Igreja e da Escola Superior de Guerra (ESG) na indicação de Rocha Lagoa para a direção do IOC; comentários sobre o projeto de criação de um ministério da ciência; as motivações de caráter pessoal como causa das perseguições políticas no IOC; a importância da participação dos cientistas na definição da política científica do país; as áreas de pesquisa privilegiadas na gestão Rocha Lagoa; observações sobre a conjuntura política do IOC pós-1964; o perfil profissional de Walter Oswaldo Cruz; a situação financeira de Moacyr Vaz de Andrade e as perspectivas de trabalho após a cassação; as consequências das cassações no desenvolvimento da ciência brasileira; a “feijoada e o vatapá subversivos” no IOC; as atuais perspectivas de trabalho na FIOCRUZ.
Nota: Entrevista temática sobre o episódio denominado “Massacre de Manguinhos”, que contou com a participação dos pesquisadores Sebastião de Oliveira e Moacyr Vaz de Andrade.

Mécia Maria de Oliveira

Entrevista realizada por Ruth Martins, no dia 23 de fevereiro de 1987, a respeito de Walter Oswaldo Cruz e sua produção científica.
Sumário:
Fita 1 - Lado A
A ida para estagiar no Laboratório de Hematologia e a seleção feita por Walter Oswaldo Cruz entre os candidatos; breve referência aos estudos feitos por Walter Oswaldo Cruz sobre anemia parasitológica; novos comentários sobre o tipo de seleção feita por Walter Oswaldo Cruz para escolher seus estagiários e lembrança de como foi seu teste; a rotina junto a outros estagiários no Laboratório de Hematologia; referência a Academia do Terceiro Mundo, com sede na Itália; sobre um dos estudos desenvolvidos por Walter Oswaldo Cruz que foi premiado; sobre o trabalho de pesquisa que desenvolve atualmente; os seminários realizados durante seu estágio com Walter Oswaldo Cruz; sobre a administração de Rocha Lagoa.

Fita 1 - Lado B
A destituição de Walter Oswaldo Cruz da chefia do laboratório; as qualidades necessárias a um cientista; a relação de Walter Oswaldo Cruz com seu trabalho; o processo de elaboração de um trabalho científico e sua divulgação; referência a Sílvia Oswaldo Cruz; o processo de trabalho da equipe de Walter Oswaldo Cruz; a atuação de Walter Oswaldo Cruz na área de Hematologia; a dificuldade de se publicar novos trabalhos em revistas científicas; a liderança exercida por Walter Oswaldo Cruz entre os cientistas.

Fita 2 - Lado A
Reflete sobre importância e prestígio da Academia Brasileira de Ciências antigamente.

Médicos do trabalho no Brasil: memória e história

O projeto, que reúne duas entrevistas, analisou a constituição do campo da Medicina do Trabalho no Brasil, sua história no período entre 1930 e 1970 e os principais atores, instituições e políticas envolvidas. Um dos principais objetivos foi constituir um conjunto de entrevistas com médicos do trabalho que tiveram destacada atuação nos anos 1940 e 1950.

Memória da assistência médica da Previdência Social no Brasil

Reúne 37 entrevistas de História Oral de personagens que participaram da constituição do sistema previdenciário no Brasil, como médicos, técnicos, assistentes sociais, políticos, sindicalistas, dirigentes dos setores público e privado, entre outros. Constitui referência fundamental para o conhecimento das concepções e políticas institucionalizadas no curso da história da assistência médica previdenciária no Brasil, além de suscitar reflexão sobre os possíveis caminhos para a previdência social no país. Como marcos cronológicos desta pesquisa foram consideradas: a Lei Eloy Chaves, de 24/01/1923, que determinou a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões em cada empresa ferroviária e as atuais políticas do INAMPS, contemporâneas à realização da investigação, em particular o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). O projeto obteve apoio financeiro por meio de convênio da Casa de Oswaldo Cruz com o INAMPS.

Memória da biossegurança no Brasil

O projeto realizou 12 entrevistas com profissionais da Fiocruz, com objetivo de abordar o cotidiano dos profissionais de laboratório enfatizando a reconstrução dos conceitos e noções de risco e benefícios das atividades laboratoriais; visões e significados da realização do trabalho científico; recursos teóricos, tecnológicos e metodológicos disponíveis para a prática laboratorial e as políticas institucionais desenvolvidas neste campo. Porém, no acervo do DAD se encontram 8 entrevistas com transcrição parcial, dos seguintes depoentes: Geraldo Leite, Herman Gonçalves Schatzmayr, Italo Rodrigues de Araújo Sherlock, Leila Macedo Oda, Luiz Fernando da Rocha Ferreira da Silva, Sylvio Celso Gonçalves da Costa, Sonia Gumes Andrade e Zilton de Araújo Andrade.

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