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Celso Barroso Leite

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra, Marcos Chor Maio e Nilson Moraes, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 03, 10, 17 de setembro e 12 de novembro de 1986.

Resenha biográfica: Celso Barroso Leite nasceu em Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, a 6 de novembro de 1917. É bacharel em direito e jornalismo, e mestre em jornalismo pela Universidade de Siracuse, EUA.
Funcionário do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) através de concurso público, exerceu, entre outros cargos, o de chefe do serviço de divulgação e diretor do Departamento de Benefícios.
Fundador e primeiro diretor da revista Industriários, foi secretário-geral do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MPAS), tendo ocupado o cargo de ministro interino. Além disso, exerceu a função de secretário de Previdência Social, do Ministério de Previdência e Assistência Social (MPAS), e coordenador das comissões de Intercâmbio Internacional e de Acordos Internacionais de Previdência Social. Assessorou a Coordenação-Geral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e foi também diretor-executivo da Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES).
Entre as suas principais atribuições, destacam-se a de assessor-técnico da comissão instituída para estudar a reformulação da Previdência Social, em 1964, relator da comissão que elaborou o regimento geral da Previdência Social, em 1967, membro da comissão de elaboração do projeto que, transformado em lei, incluiu o seguro de acidentes do trabalho na Previdência Social; e da comissão de sua regulamentação. Chefiou a delegação brasileira na reunião de ministros responsáveis pelo bem-estar social, em 1968, e foi membro das delegações brasileiras na Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, em 1968 e 1974.
Presidiu ainda a reunião de peritos sobre prevenção e reparação dos acidentes de trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1979, e coordenou o grupo que preparou a Consolidação das Leis da Previdência Social, e 1977, e sua atualização em 1984. Participou da comissão que preparou o desdobramento do Ministério do Trabalho e Previdência Social em dois ministérios (MT e MPAS).
Celso Barroso Leite é considerado fonte obrigatória de consultas bibliográficas, devido aos inúmeros textos que publicou sobre Previdência social e Legislação Social. Atualmente é pesquisador bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), membro do Comitê Consultivo sobre pesquisas em seguridade social, da Associação Internacional de Seguridade Social (AISS).

1ª ENTREVISTA – 03/09/1986
Fita 1 – Nascimento; origem familiar; a profissão do pai; a situação financeira da família; o início da carreira profissional; lembranças de Santo Antônio de Pádua (RJ); passagem pelo trabalho na CAPES; a vida escolar; lembranças da Revolução de 1930; referência a um professor de matemática; as leituras da infância; o ingresso na faculdade de direito, em 1935; a carreira profissional ao chegar no Rio de Janeiro; o estudo da língua inglesa e o trabalho como tradutor da Seleção Reader’s Digest; os motivos da opção por direito e pela faculdade em Niterói (RJ); lembranças do trabalho no armarinho em Santo Antônio de Pádua; ajuda de um comerciante sírio; comentário sobre as dificuldades financeiras do pai; a ida da família para o Rio de Janeiro; a sobrevivência e a rotina no Rio de Janeiro; lembranças dos lugares em que morou no Rio de Janeiro; considerações sobre a sua participação política; posição ideológica; as leituras e preocupações atuais; a questão da participação política; lembranças de Filinto Müller; o aprendizado da língua inglesa.

Fita 2 – O concurso para o IAPI; a importância do ingresso no IAPI; o impacto do concurso; os contatos anteriores com a Previdência Social; as peculiaridades da criação do IAPI; a preparação para o concurso; as matérias do concurso; o trabalho no setor de processamento de dados; a resenha de livros para a revista Inapiários; o surgimento da revista Inapiários; os temas abordados pela revista; características do IAPI; a formação de um “espírito de corpo” entre funcionários do IAPI; o Clube dos Inapiários; a convivência com João Carlos Vital e Plínio Cantanhede; as preocupações de Plínio Cantanhede com as reservas do IAPI; a hierarquia no IAPI; assistência médica no Instituto; comparação entre o IAPI e os outros institutos; o casamento com uma funcionária do IAPI; o “espírito inapiário: ; a carreira na Previdência Social; o interesse pela divulgação da Previdência Social; a criação do serviço de divulgação do IAPI; os cargos ocupados no IAPI; a importância da consolidação dos atos normativos do IAPI; o surgimento da revista Industriários; as colaborações para a revista; a necessidade do estudo da doutrina da Previdência Social; os trabalhos publicados sobre Previdência Social; o Centro de Estudos da Previdência Social (CEPS); comentário sobre o papel do divulgador da Previdência Social; o financiamento e objetivos do CEPS.

2ª ENTREVISTA – 10/09/1986
Fita 3 – A preocupação com o estudo da doutrina da Previdência Social; o curso de jornalismo em Siracuse (EUA); comentário sobre o estilo de redação no trabalho de divulgação; o curso de inglês; a transferência para o setor jurídico do IAPI; as publicações e o esforço para a divulgação da Previdência Social; comentário sobre A Cartola do Mágico, publicada pelo IAPI; comentários sobre as pressões para a introdução da assistência médica no IAPI; as críticas dos jornais à Previdência Social; os objetivos da política habitacional do IAPI; os engenheiros do IAPI; referência a Alim Pedro, presidente do IAPI; o processo de indicação dos presidentes dos institutos; as associações e os clubes formados nos conjuntos habitacionais do IAPI; o trabalho de divulgação e esclarecimento das normas dos conjuntos habitacionais do IAPI; lembranças de solenidades nos conjuntos habitacionais; os critérios na distribuição de apartamentos aos segurados inscritos; referência à filmagem dos conjuntos habitacionais do IAPI para divulgação; a preocupação de Alim Pedro com a construção de conjuntos habitacionais; comentários sobre o tamanho e a localização dos conjuntos habitacionais; características dos planos de investimentos do IAPI; o financiamento da revista Inapiários; a criação da revista Industriários; o trabalho como articulista de revista; o público leitor da revista Industriários; a participação de técnicos do IAPI na elaboração da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); a qualidade da revista Industriários.

Fita 5 – A criação da revista Industriários; os objetivos da revista; o impacto no Brasil das mudanças ocorridas na Previdência social de outros países; a preocupação do IAPI com as despesas; o trabalho de divulgação da imagem do IAPI; a falta de compreensão dos segurados em relação aos institutos; o ABC do Associado; o atendimento ao segurado pelo IAPI; comentários sobre o Plano de Benefícios do IAPI; a reação dos funcionários à unificação da Previdência Social; crítica à posição dos bancários frente à unificação; a liderança do IAPI na unificação; o trabalho como procurador do IAPI; concepção de Previdência social; as razões da não inclusão da assistência médica no plano inicial do IAPI; comparação entre o IAPI e o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE); introdução da assistência médica no IAPI, em 1949; o papel dos procuradores e atuários no IAPI; as razões do poder dos atuários; a jornada de trabalho dos fiscais e procuradores; a criação da assistência patronal do IAPI; comentários sobre o “espírito de corpo” dos funcionários do IAPI; as diferenças entre os funcionários do IAPI; a reação diante da transferência para a carreira de procurador; as facilidades dos funcionários graduados do IAPI; o trabalho na CAPES; as relações com membros do governo; o trabalho com o Ministro Jarbas Passarinho; autodefinição como tecnocrata; relação entre os “cardeais” do IAPI e o movimento político-militar de 1964; posição políticas enquanto funcionário; os motivos da ascensão dos “cardeais” do IAPI.

Fita 6 – O caráter apolítico dos “cardeais” do IAPI; a tentativa de prisão de José Dias Corrêa Sobrinho, feita por um coronel em 1964; o trabalho como assistente do diretor do Departamento de Benefícios do IAPI; o convite para dirigir o Departamento de Benefícios; relato da resolução de problemas cotidianos no IAPI; relato do caso de demissão de um chefe da perícia médica do IAPI; o trabalho de consolidação das normas do IAPI; os problemas da burocracia e desperdício no serviço público.

3ª ENTREVISTA – 17/09/1986
Fita 6 (continuação) – Considerações sobre os marcos fundamentais na história da Previdência Social; a política bismarckiana; a Conferência de Filadélfia e o Relatório Beveridge; Previdência social e atenuação dos conflitos sociais; comentários sobre o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC); opinião sobre o funcionamento do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); os motivos da criação, por Bismarck, das formas de proteção social na Alemanha; comentários sobre a relação do funcionário público com o poder; a questão do desconhecimento e da incompreensão da Previdência Social.

Fita 7 – Comentário sobre a perda de autonomia dos IAPs; apresentação de tese em congresso sobre Previdência Social, em 1948; referência a Alim Pedro; a proposta do Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB); considerações sobre a postura do funcionário público frente a determinações de caráter político; a neutralidade dos técnicos; o aumento de pressões políticas sobre a Previdência social, depois de 1945; os técnicos frente à política; comentário sobre o “espírito inapiário” e a política na Previdência Social; a direção colegiada e o excesso de admissões de funcionários; a recusa de uma proposta para defender as contratações consideradas excessivas; a necessidade de uma administração presidencialista na Previdência social; comentário sobre o papel e a representatividade dos líderes sindicais; a questão da acumulação de cargos de médicos e juizes; a participação dos funcionários graduados do IAPI na unificação da Previdência Social; o trabalho como secretário-geral do MTPS; relato de uma conversa com Augusto Portugal, então assessor da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI); o MTPS e as greves de Osasco (SP) e Contagem (MG); a relação do Ministro Jarbas Passarinho com os sindicatos; posicionamento dos funcionários do MTPS frente ao Ato Institucional nº 5 (AI-5); a participação na criação do MPAS.

Fita 8 – Relato de uma conversa com Carlos Lacerda sobre o projeto de criação de um ministério da Previdência social; as relações com Alim Pedro e Jarbas Passarinho; atuação como divulgador da Previdência Social; comparação entre o período da direção colegiada e o do presidencialismo no IAPI; comentário sobre os critérios de indicação do presidente do IAPI; comentário sobre o direito dos trabalhadores em participar da gestão da Presidência social; posição dos técnicos frente aos governos militares pos-64; considerações sobre governos fortes; as relações dos técnicos com os militares; comentário sobre a privatização da Previdência Social; as relações pessoais nas indicações para a presidência do IAPI; comentário sobre os veículos entre o presidente do IAPI e o Presidente da República; a Previdência social como instrumento de equilíbrio econômico e social; comentários sobre as pressões dos trabalhadores para participar da administração dos institutos; o contato com representantes dos trabalhadores enquanto secretário-geral do MTPS; as formas de pressão dos empregados; a questão da privatização da assistência médica; o convite do Ministro Leonel Miranda para participar da elaboração do Plano Nacional de Saúde; oposição do Ministro Jarbas Passarinho ao Plano Nacional de Saúde; os convênios com sindicatos; o trabalho como diretor-executivo da CAPES; a elaboração de projeto para cobrar o ensino com base no imposto de renda; relato de um encontro com Jarbas Passarinho e Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva; comentário sobre a assistência médica na Previdência Social.

Fita 9 – Os problemas da assistência médica na Previdência social; dificuldades e problemas do serviço público; comentário sobre os hospitais privados; a medicina de grupo; a experiência como paciente de um hospital da Previdência;

4ª ENTREVISTA – 12/11/1986
Fita 9 (continuação) – A participação na Comissão de Regulamentação da Lei de Acidentes de Trabalho; absorção do seguro de acidentes de trabalho pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967; a discussão no Congresso Nacional da lei que estatizava o seguro de acidentes de trabalho; a Previdência Social rural; a Previdência social nos períodos autoritários; a experiência de trabalho com o Congresso Nacional; reflexões sobre as Forças Armadas; comparação entre a unificação dos institutos e a estatização do seguro de acidentes de trabalho; comentário sobre os acidentes de trabalho na Previdência Social; aprovação do DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres); o discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) utilizando frase de Anísio Teixeira sobre assistência social; opinião sobre greve; a participação em Comissão de Estudos para a Reformulação da Previdência Social, em 1964.

Fita 10 – A marginalização nos processos de unificação e a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS); a Comissão de Regulamentação da Previdência Social, em 1967; a comissão para sugerir reformas na Previdência Social, em 1986; as reformas na legislação e na administração da Previdência social, entre 1966 e 1967; as razões da prevalência do IAPI nas reformas; a carreira no IAPI; o convite para trabalho no Departamento de Benefícios; comentário sobre o “espírito inapiário”; as relações com Moacyr V. Cardoso de Oliveira; as estatísticas sobre acidentes de trabalho; o papel da OIT; referência a Moacyr V. Cardoso de Oliveira; atuação como assessor do Ministro do Trabalho e Previdência Social, em 1967; análise das reclamações contra a unificação; a experiência administrativa do IAPI; a coordenação da Comissão de Criação do MPAS; relato da evolução da Previdência Social; a criação do MPAS como questão política; a questão dos acidentes de trabalho no Brasil; tendência à universalização da assistência médica; o trabalho de consolidação da legislação previdenciária; a expansão da Previdência Social e a legitimidade política; os sindicatos e a Previdência Social.

Fita 11 – Comentário sobre a representatividade das lideranças sindicais; a participação em projetos de reformulação da legislação e da administração da Previdência Social; o futuro do Centro de Estudos da Previdência Social; comentário sobre os documentos e livros acumulados na passagem pela Previdência Social; o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário; comentário sobre aposentadoria por tempo de serviço; a relação com os militares; considerações sobre a questão salarial pór-64; comentário sobre o Ministro Jarbas Passarinho; os motivos do impedimento em cursar a Escola Superior de Guerra (ESG); comentários sobre sua posição frente ao governo militar enquanto funcionário; críticas ao SAMDU; a patronal do IAPI e do INPS; comentários sobre a Previdência complementar das empresas estatais; referência ao livro Sociologia da Corrupção.

Fita 12 – Referência ao livro Sociologia da Corrupção; considerações sobre a entrevista; a Previdência Social no Brasil.

José de Segadas Vianna

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio e Nilson Moraes, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 15 de janeiro de 1987.

Resenha biográfica:
José de Segadas Vianna nasceu no Rio de Janeiro, a 1º de julho de 1906, filho de João Vieira de Segadas Vianna e Violeta Brandão de Segadas Vianna. Casado com Isolina Becker de Segadas Vianna, tem três filhos.
Depois de realizar os estudos básicos no Colégio Paula Freitas, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, bacharelando-se em ciências jurídicas e sociais, em 1929. Atuou, em seguida, como promotor público na comarca de Monte Carmelo (MG). Em 1930, aderiu à Aliança Liberal (AL), coligação oposicionista que patrocinou a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República e o levante armado de 3 de outubro. Em 1932, manifestou apoio à Revolução Constitucionalista de São Paulo, mas depois voltou a apoiar o governo Vargas.
Retornando ao Rio de Janeiro, ingressou no jornalismo como secretário do Diário da Noite e do O Jornal, que pertenciam à cadeira dos Diários Associados. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, foi enviado pelos Diários Associados a Roma, onde permaneceu durante 10 dias. Neste mesmo ano, assumiu o cargo de Procurador da Justiça do Trabalho, atuando no setor de Previdência Social.
Em 1942, após ser nomeado assistente-técnico do Ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, tornou-se diretor-geral do Departamento Nacional do Trabalho (DNT). Em 1943, passou a chefiar a Divisão de Organização e Assistência Sindical, além de participar com Dorval de Lacerda e Arnaldo Lopes Sussekind, da elaboração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)>
Nos anos seguintes, presidiu a Comissão de Enquadramento Sindical e a Comissão Técnica de Orientação Sindical, e também integrou a Comissão do Imposto Sindical, Comissão Permanente de Direito Social e a Seção de Segurança Nacional do Ministério do Trabalho.
Ainda no Estado Novo, foi um dos fundadores do Centro Trabalhista de Estudos Políticos e Sociais que, após a redemocratização de 1945, teve destacado papel na articulação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Em agosto de 1945, assumiu a presidência do diretório do PTB, no Distrito Federal, e em setembro foi eleito secretário-geral da primeira Comissão Executiva do partido. Nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, elegeu-se deputado pelo Ditrito Federal, tornando-se líder da bancada carioca e vice-líder da bancada nacional do PTB. Com a transformação da Constituinte em Congresso Ordinário, te3ve seu mandato estendido até 1951.
Assumiu em seguida o Ministério do Trabalho, enfrentando dois anos depois expressivos movimentos de trabalhadores, como a greve dos 300 mil e a greve dos marítimos no Rio de Janeiro, Santos e Belém. Tentando utilizar-se de um decreto promulgado durante a Segunda Guerra Mundial, através do qual a Marinha Mercante poderia ser convocada como reserva da Marinha de Guerra, provocou a oposição aberta do então presidente nacional do PTB, João Goulart, que terminou por substituí-lo no ministério.
Em 1954, concorreu novamente pela legenda do PTB à Cãmara dos Deputados do Distrito Federal, alcançando a primeira suplência.
Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu interinamente a chefia do Ministério do Trabalho, cargo que ocupou até a posse de João Goulart. Pouco depois, participou do governo Carlos Lacerda no então estado da guanabara, tendo ocupado os cargos de secretário do interior e segurança, e chefe de polícia.
Como especialista em direito do trabalho, foi consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo elaborado os projetos do Código de Trabalho da República Dominicana do Panamá. Integrou as delegações brasileiras que participaram da Conferência de Seguro Sociel a em Viena e Madri, das duas Conferências Internacionais de Serviço Social em Porto rico e Tóquio, da Conferência dos Chanceleres em Washington, da X Assembleia da Previdência Social em Viena, e do Congresso Sindical Mundial em Milão.
Lecionou direito do trabalho e direito social na Faculdade Cândido Mendes e na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Com diversas obras publicadas, especialmente sobre direito do trabalho, dedica-se atualmente às atividades no setor jurídico da Santa Casa da Misericórdia e à publicação de novos livros.

Sumário
Fita 1
O convite para assumir o DNT na gestão do Ministro Marcondes Filho; o trabalho como procurador da Justiça do Trabalho, responsável pelo setor de Previdência; o incidente entre Getúlio Vargas e João Carlos Vital face à nomeação de Hélio Beltrão para a chefia de gabinete do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI); a responsabilidade de Getúlio Vargas em sua nomeação como procurador da Justiça do Trabalho; os motivos do interesse pela Previdência social; um exemplo da concepção de Getúlio Vargas sobre a forma de lidar com movimentos grevistas; as diferenças entre os ministros Waldemar Falcão e Marcondes Filho; a situação financeira das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) e a necessidade de ampliação da cobertura previdenciária; referência aos recursos encaminhados à Justiça do Trabalho relativos à aposentadorias e pensões; comentários sobre Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira; o papel dos sindicalistas “pelegos” no governo Getúlio Vargas; posicionamento sobre greves; autonomia dos técnicos do DNT na gestão do Ministro Marcondes Filho; visão social de Getúlio Vargas; ausência de condições para a extensão da Previdência ao trabalhador rural; comentários sobre Assis Chateaubriand; a paixão pelo jornalismo; os principais técnicos do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) na gestão de Marcondes Filho; o Serviço de Recreação Operária; os objetivos da Comissão Técnica de Orientação Sindical; comentário sobre Luiz Augusto Rego Monteiro; resistência à proposta de maior liberdade sindical e de inclusão da segurança do trabalho na CLT; a proposta de criação de um partido trabalhista semelhante ao partido trabalhista da Inglaterra; os centros trabalhistas como embriões do PTB; referência ao Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); referência ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); posicionamento sobre a candidatura de Eurico Gaspar Dutra à Presidência da República.

Fita 2
O interesse pelo direito coletivo do trabalho; o objetivo político da Comissão do Bem-Estar Social; concepção sobre seguridade social; o processo de nomeação para o MTIC; comentário sobre a volta de Getúlio Vargas ao governo; o tratamento às greves em sua gestão no MTIC; os motivos da demissão do cargo; referência à falta de recursos financeiros no MTIC; a intervenção no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC); o processo de escolha dos presidentes dos institutos de Previdência; a decisão de não mais se candidatar ao Legislativo; a participação na OIT; as divergências regionais no PTB; as dificuldades para obtenção do registro do PTB; referência a lideranças sindicais expressivas durante a sua gestão no MTIC; as diferenças entre os institutos quanto a organização e atendimento aos segurados; o trabalho na comissão que elaborou a CLT; comentários sobre a Assembleia Nacional Constituinte eleita em 1986; definição ideológica; comentários sobre o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e a liderança de Leonel Brizola; a rotina de trabalho e o gosto por escrever.

Hélio Bezerra Coutinho

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 05 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A infância e a família; o encaminhamento para o curso de medicina; o cotidiano da infância; a vida escolar; o curso pré-médico; a convocação para o Exército; o mestrado nos EUA; o incêndio do edifício nos EUA; o aprendizado em embriologia e histologia na Universidade de Michigan; o concurso para a Fundação Kellogg; a criação de uma cadeira no Departamento de Histologia, na Faculdade de Odontologia de Pernambuco; a reforma universitária (1968); o convite para trabalhar em ensino programado com especialistas de Porto Rico; os problemas com o Serviço Nacional de Informação (SNI); a experiência na Inglaterra; a Fiocruz; o trabalho na universidade; os convênios firmados na Escócia para o CPqAM.

Fita 1 - Lado B
A pesquisa no Brasil; o convite para trabalhar no CPqAM; sua gestão no CPqAM; a aquisição de recursos para a produção científica; o movimento de 1935; o teste para a escola experimental; lembranças de uma antiga professora; comentários sobre Cristiano Cordeiro; o período ginasial; a Faculdade de Medicina; o período em que esteve no quartel.

Fita 2 - Lado A
O Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR); a dedicação exclusiva na universidade; a participação nos movimentos políticos; o episódio Demócrito; o Partido Comunista; o Comitê Nacional de Organização e Preparação do Partido (CNOP); o golpe de 1964; a vida no bairro do Recife; a convivência com o mundo intelectual de Recife; os cinemas do período e o cinema mudo; o trabalho no CPqAM; a pesquisa científica no Brasil; as homenagens e os títulos recebidos.

Fita 2 - Lado B
A experiência de trabalhos na Inglaterra; memórias de Portugal; o contato com o mundo acadêmico português; o período pós-revolucionário em Portugal; os alunos portugueses; a falta de adaptação da esposa em Portugal.

Antônio José Lapa

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Fernando Dumas, em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 21 e 22 de setembro de 1999 e 30 de novembro de 2000.

Sumário

Fita 1 - Lado A
Referência a sua origem familiar, sua vida e seus estudos em Marília (SP); comentário sobre sua mudança para São Paulo e seu interesse pela medicina; seus estudos preparatórios para o curso de medicina; sua entrada na Escola Paulista de Medicina e sua rotina como aluno da faculdade; o envolvimento com a farmacologia e a relação com os professores Ribeiro do Vale e Leal Prado.

Fita 1 - Lado B
Comentário sobre a criação do Laboratório de Farmacologia na Escola Paulista de Medicina; a trajetória acadêmica de Ribeiro do Vale e as viagens pelo nordeste do país com este professor.

Fita 2 - Lado A
Referência a sua experiência como estudante de medicina nas instituições de ensino e pesquisa no nordeste do país; comenta sobre seu interesse e estudos sobre maconha e o interesse de Ribeiro do Vale por plantas; sua entrada como professor na Escola Paulista de Medicina; aborda a criação da Pós-graduação no país e o curso de farmacologia no Chile.

Fita 3 - Lado A
Comenta a formação acadêmica de colegas no curso de farmacologia no Chile e o retorno ao Brasil; suas pesquisas e tese sobre hormônios e o canal deferente; a conjuntura política pós-64; discute sobre sua decisão de não fazer uma tese sobre maconha; comentário sobre a eletrofisiologia e suas experiências nos Estados Unidos; o retorno ao Brasil e a segunda viagem ao Estados Unidos; a entrada na Escola Paulista de Medicina.

Fita3 - Lado B
Comentário sobre as dificuldades financeiras que sofreu quando veio dos Estados Unidos para o Brasil; referência ao convite para prestar concurso para a Universidade de São Paulo e convite de Ribeiro do Vale para coordenar projeto de plantas medicinais; sobre a escolha das plantas medicinais como objeto de estudo científico; sobre a interrupção do projeto de plantas medicinais pela Central de Medicamento (CEME); sobre a proposta de criação de um projeto integrado de produtos naturais e sua relação com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); comentário sobre a sua proposta pessoal para se estudar plantas medicinais no país.

Fita4 - Lado A
Comentário sobre a aplicação de um projeto de especialização em farmacologia no norte e nordeste do país: instituições envolvidas, dificuldades, qualificação dos alunos e repercussão social dos cursos; comenta o fato da CAPES ter cortado o financiamento do projeto de especialização em farmacologia; o convite para trabalhar em projeto da CEME de plantas medicinais.

Fita 4 - Lado B
Referência a grupos e projetos de estudo sobre plantas organizados pela CEME: problemas, investimentos e resultados; o projeto e estudos de toxidade de substâncias; a necessidade de treinamento de pessoal para se fazer testes de toxidade em substâncias; testes em medicamentos e o uso de cães como cobaias.

Fita 5 - Lado A
Referência a correlação entre os projetos da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Tecnológico (CAPES) e da Central de Medicamentos (CEME) sobre plantas medicinais no período de 1982 à 1988; as correntes científicas e o conhecimento popular sobre plantas; a necessidade de se formar farmacêuticos e a instalação de indústrias farmacêuticas multinacionais no país; o desenvolvimento da toxicologia; a diferença entre efeito colateral e tóxico.

Fita 5 - Lado B
Referência ao conceito de reação tóxica; a relação do projeto de formação de farmacologistas no país da CAPES e da CEME; fontes de financiamento para projetos de plantas medicinais; a relação entre subdesenvolvimento e investimento na atividade científica; o envio de plantas para fora do Brasil; a relação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com os projetos de plantas no país; diferença entre as gerações de farmacologistas e a mudança no conceito de toxidade.

Fita 6 - Lado A
Comentário sobre a indústria de fitoterápicos e consumo de medicamentos no país; o processo de valorização da planta para a produção de medicamentos; a importação de técnicas e métodos de pesquisas científicas estrangeiras; marcadores e testes biológicos; a relação das universidades com a indústria farmacêutica.

Fita 6 - Lado B
Referência a relação entre a produção de medicamentos, testes de toxidade e medicamentos inovadores; a distribuição e comercialização de medicamentos; o papel do medicamento natural nos Estados Unidos e Europa ocidental.

Fita 7 - Lado A
Referência a relação entre o estudo clínico das plantas e o pré-clínico; o desenvolvimento da clínica no país; ação, risco e toxidade das plantas; lei de patente no Brasil, controle de qualidade e legislação de vigilância sanitária.

Fita 7 - Lado B
Comentário sobre política de patentes; a diferença entre legalidade e legitimidade para se patentear produtos naturais; a relação entre a política de patentes e a Central de Medicamentos (CEME).

Fita 8 - Lado A
Referência a atividade de pesquisa na período posterior ao presidente Fernando Collor de Mello; o regionalismo na prática científica; os aspectos quantitativos de eventos acadêmicos sobre plantas.

Fita 9 - Lado A
Considerações sobre a organização da comunidade científica de plantas medicinais e as agências de fomento; a Escola Paulista de Medicina e a instituição e credenciamento da pós-graduação em farmacologia; o curso de farmacologia no Chile em 1968; referência ao intercâmbio com cientistas e os encontros latino-americanos; o curso nos Estados Unidos; menção a Ribeiro do Valle.

Fita 9 - Lado B
Referência a Carlini e o setor de psicobiologia; considerações sobre a farmacologia acadêmica e de plantas medicinais; menção ao trabalho nos Estados Unidos; Ribeiro do Valle e a coordenação do projeto de plantas medicinais da CEME; a questão da integração entre farmacologia, química e botânica; a CEME e os 13 projetos integrados de plantas medicinais.

Fita 10 - Lado A
Continuação dos comentários sobre a interação dos grupos de pesquisa de plantas medicinais e o fim do projeto da CEME em 1978; a elaboração do Projeto Integrado de Botânica, Farmacologia e Química de Produtos Naturais e a questão do financiamento da FINEP; a relação dos projetos de produtos naturais e de plantas medicinais; o convênio entre CAPES e a universidade para os cursos de recrutamento e formação de farmacologistas; considerações sobre a área de farmacologia e a formação acadêmica dos profissionais envolvidos na pesquisa com plantas medicinais; referência a Delby Fernandes.

Fita 10 - Lado B
Continuação das considerações sobre Delby Fernandes e a estrutura da pós-graduação na UFPb; a elaboração do protocolo de pesquisa de farmacologia em plantas medicinais em 1982; breve menção ao Programa Flora; os grupos de toxicologia para medicamentos; os estudos toxicológicos e os testes clínicos; referência ao Programa da CEME, a Portaria nº 6 e os estudos de toxicidade para fitoterápicos; o Comitê de Ética e os testes com cápsula.

Fita 11 - Lado A
Os projetos da CEME e a pesquisa em plantas medicinais; a questão da divulgação da eficácia nos estudos de plantas; a produção de cápsula para testes; o desenvolvimento de medicamentos e a discussão das patentes; o financiamento hoje e a área de plantas medicinais; referência aos simpósios de plantas medicinais.

Fita 11 - Lado B
Considerações sobre os recursos para pesquisa no Brasil, os órgãos de fomento e a questão da produção de medicamentos; o financiamento do CNPq para projetos regionais e o compromisso das pró-reitorias das universidades; menção ao programa da CEME, o PROCADE, o PRONEX (Programa de Apoio a Núcleos de Excelência) e os grupos de pesquisa com plantas medicinais; crítica a ausência de incentivo e financiamento para pesquisa de plantas no Brasil; referência a criação da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais em 1998.

Delby Fernandes de Medeiros

Entrevista realizada por Tânia Fernandes e Fernando Dumas, em João Pessoa (PB) nos dias 25 e 27 de março de 1998.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Aborda a sua infância, sua família e a farmácia de seu pai no Rio Grande do Norte; sua formação escolar até o curso de graduação na cidade de Recife; seu trabalho na Rhodya e a compra do Laboratório Rabelo; o trabalho de seu pai na farmácia da família e a intenção de escrever um livro de memórias; a criação da Faculdade de Farmácia em João Pessoa.

Fita 1 - Lado B
Referência a equipe de trabalho no Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF); o sobrinho que foi estudar farmacologia na França; suas atividades docentes na Faculdade de Farmácia; a criação do LTF e a tentativa de contratação de cientistas brasileiros para trabalhar no laboratório.

Fita 2 - Lado A
Comenta os problemas com os pesquisadores estrangeiros contratados para trabalhar no LTF; compara o curso de Farmácia de seu pai com o que fez e o que está montando; as cadeiras que deveriam ser extintas no curso de Farmácia; a relação do LTF com a Faculdade de Química.

Fita 2 - Lado B
Faz referência as pesquisas realizadas no LTF; as patentes e o convênio da Rhodya com o LTF; as situação atual do LTF: investimentos e financiamentos; a relação das universidades estatais paulistas com o setor privado e a atividade científica no Brasil; a constituição acadêmica da farmacologia e a farmácia; a diferença entre pesquisa básica e aplicada; referência a Laércio e Severino.

Fita 3 - Lado A
Aborda o curso de Limpeza que organizou no LTF e a trajetória de Jonas, aluno do curso; as bolsas de estudo no LTF e a fundação da Faculdade de Farmácia; o Núcleo de Fitoterapia do Centro de Ciências da Saúde e sua relação com o LTF.

Fita 4 - Lado A
Comentário sobre a criação e sua inserção na Faculdade de Farmácia; a mudança de catedrático para titular nas universidades; a relação do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) com a Central de Medicamentos (CEME); o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEP); a produção de fitoterápicos no LTF; o contexto político do período pós-64 e sua saída da direção do LTF; o processo de sucessão na direção do LTF.

Fita 4 - Lado B
Referência ao seu trabalho na comissão de avaliação de projetos de laboratórios universitários; o convite do Estado do Tocatins para organizar um laboratório no Estado; seu trabalho na Universidade de Tocatins; sua indicação e seu trabalho na reitoria da Universidade de Tocatins; o vínculo atual com o LTF; suas atividades atualmente e sua infância na fazenda da família.

Fita 5 - Lado A
Aborda a produção de medicamentos e a política da CEME; o Projeto Flora; a pesquisa com o “Ipê Roxo” e o princípio ativo em plantas.

Fita 5 - lado B
Comenta a diferença entre substâncias solúveis em água e em clorofórmio; o Projeto Plantas Medicinais do Nordeste como fonte de medicamentos; as áreas de interesse para as agências de fomento à pesquisa; o SIMPRONAT.

Fita 6 - Lado A
Sobre o êxito do LTF; o JAICA e a formação acadêmica do farmacêutico; os grupos de pesquisa que trabalham com plantas medicinais no Brasil e fora do país.

Otto Richard Gottlieb

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Lina Rodrigues , no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 28 de maio, 10 de junho, 03 de julho, 02 de dezembro de 1996 e 12 de fevereiro de 1999.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Comentário sobre sua família, a infância fora do país e a mudança para o Brasil; os estudos sobre Química na década de 40; a relação de seus pais com a música.

Fita 1 - Lado B
Aborda a saída da sua família da Tchecoslováquia; suas atividades como funcionário em fábrica de óleo no Rio de Janeiro; o Instituto de Química Agrícola (IQA); referências a Pérola Zaltzman e Roderick Barros; os amigos de infância que migraram durante as guerras mundiais; a extinção do IQA.

Fita 2 - Lado A
Referência a sua ida para a Universidade de Brasília e as universidades no Brasil; a ida para ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; referência ao estagiário inglês na Universidade de Brasília (UnB); a decadência da UnB; a ida para a Universidade Rural do Rio de Janeiro.

Fita 2 - Lado B
Comentário sobre convite para ir à Universidade de São Paulo (USP) e o trabalho na USP.

Fita 3 - lado A
Referência a origem de seus avós maternos e a relação de sua família com o comércio de café brasileiro; a vinda para o Brasil; seu pai e a fábrica de louça esmaltada; a educação na Inglaterra e os estudos no Brasil.

Fita 3 - Lado B
Referência aos professores e o curso na Escola Nacional de Química; o trabalho de químico na indústria; a mudança de ramo de trabalho da família: de louças esmaltadas para óleos essenciais; a passagem pelo Instituto Weizman em Israel.

Fita 4 - Lado A
Aborda a diferença entre substância natural e substância sintética; o Instituto de Química Agrícola e a ida para a Universidade de Brasília (UnB); a viagem para a Inglaterra e para os Estados Unidos como professor da UnB; a saída da UnB e a ida para a Universidade Rural do Rio de Janeiro; o curso de Química na Universidade Rural; a relação com a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Fita 5 - Lado A
Comenta seus estágios nos Estados Unidos e na Inglaterra; a atividade docente no Brasil; a Faculdade de Química da UnB; as características e propriedades das plantas.

Fita 5 - Lado B
Referência a sua ida para o Instituto de Química da Universidade de São Paulo; as pesquisas sobre plantas; seu trabalho no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia.

Fita 6 - Lado A
Referência a seu trabalho no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); o estado da pesquisa científica em Química no país: recursos humanos, órgãos de fomento à pesquisa, planejamento e coordenação da área.

Fita 7 - Lado A
Comenta a extinção do Instituto de Química Agrícola (IQA); referência a Joaquim B. de Morais e o envio de plantas e extratos para fora do Brasil; o químico Djerassi; a relação do IQA com outras instituições de pesquisa; o avanço técnico da química orgânica e a introdução de novas tecnologias (espectrômetros) no país; a relação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) com outras instituições de pesquisa; a situação do INPA e sua relação atual com a instituição.

Fita 7 - Lado B
Comenta sobre a atividade dos técnicos na área de pesquisa; a produção de artigos sobre produtos naturais no Brasil e fora do país; o trabalho de FAR-MANGUINHOS e a necessidade de automação nas pesquisas sobre plantas; avalia quantitativamente as pesquisas sobre plantas no país.

Fita 8 - Lado A
Aborda o envolvimento do Japão na pesquisa de plantas; o papel das instituições e do pessoal qualificado para pesquisa de plantas; o sistema de ensino nas universidade brasileiras; a política de patentes; referência ao livro que publicou sobre biodiversidade; sua equipe de trabalho e suas atividades atualmente.

Fita 9 - Lado A
Comenta a situação do campo profissional dos produtos naturais no Brasil atualmente; aborda os simpósios sobre plantas medicinais no país; referência a política de patentes de produtos naturais; comenta sobre espaços de divulgação de trabalhos de química e farmácia; discute a estrutura de produção de pesquisa na área de plantas medicinais no Brasil.

Fita 9 - Lado B
Comenta sobre o cultivo aleatório das plantas medicinais e a relevância da pesquisa científica; aborda experiência de trabalho de grupo brasileiro com plantas medicinais; referência a simpósios de plantas medicinais no país; comenta o trabalho da Reunião de Ecologia e Produção Sistemática; discute a abordagem interdisciplinar no trabalho com plantas; tece comentário sobre as pesquisas científicas na China com plantas medicinais.

Walter Mors

Entrevista realizada por Tania Maria Dias Fernandes, Sérgio Gil Marques e Lina Rodrigues, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 06 e 14 de novembro de 1995 e 10 de janeiro e 07 de maio de 1996.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Referência à sua origem familiar, a vida de seus pais na Europa, a imigração para o Brasil e as atividades da família no país; seus estudos básicos em São Paulo; as atividades da família no Brasil durante as guerras; a discriminação que seu pai sofreu no país durante as grandes guerras; a formação religiosa da família; a criação da Universidade de São Paulo (USP) e a contratação de professores estrangeiros; a influência dos professores alemães no Instituto de Química da USP.

Fita 1 - Lado B
Comenta a relação do Instituto de Química com outras instituições ligadas à Farmácia, Biologia e Botânica; sua opção pela Faculdade de Química; a sua trajetória na faculdade; o interesse dos químicos no Brasil por produtos naturais; o isolamento e a utilização do Manitol; a relação entre a Química e a Farmácia; os trabalhos dos cientistas Guilherme Piso, Markgraf e Theodoro Peckolt com plantas no país; seu interesse por plantas medicinais.

Fita 2 - Lado A
A possibilidade de ir para o Instituto Agronômico do Norte em Belém; o conceito de planta útil; o Timbó e o uso da planta pelos indígenas; a criação de institutos de pesquisa no Brasil para a melhoria das plantações no país; sua viagem para Belém e a estrutura de equipamentos e pessoal do Instituto Agronômico do Norte; a cidade de Belém; a mudança para o Instituto Químico Agrícola (IQA).

Fita 2 - Lado B
Sobre o químico Mário Saraiva e sua chegada no IQA.

Fita 3 - Lado A
O papel de seu pai no Oriente Médio durante a Primeira Guerra Mundial; a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e seu interesse pela Botânica; o trabalho com cremagem para tratamento da borracha; a saída do Instituto Agronômico do Norte em Belém e seu casamento; a opção pelo Instituto de Química Agrícola (IQA); o químico Mário Saraiva; a direção de Oscar Ribeiro no IQA e a mudança nas linhas de pesquisa.

Fita 3 - Lado B
Comenta sobre os temas de estudo no IQA e os financiamentos para pesquisa; sua relação com o professor Carl Djerassi e a ida para os Estados Unidos como bolsista da Fundação Rockefeller; a saída do IQA e as mudanças na direção da instituição; o desenvolvimento da Genética na Universidade de São Paulo (USP) com os professores André Dreyfus e Dobzhansky; referência a área onde foi construído o Instituto Agronômico do Norte em Belém; a relação da Fundação Rockefeller com o IQA; Carl Djerassi; a relação com Otto Gottlieb; a relação do IQA com outras instituições de pesquisa; a relação entre os pesquisadores no IQA; seu retorno dos Estados Unidos para o IQA.

Fita 4 - Lado A:
A extinção do IQA; o ingresso na universidade e na Academia Brasileira de Ciências; a mudança para o Rio de Janeiro; a extinção do IQA e a criação do Centro Nacional de pesquisas de Tecnologia Agro-Industrial de Alimentos (CTAA); a repercussão da extinção do IQA nas universidades e na Academia Brasileira de Ciências; o trabalho na direção do CTAA e as pesquisas com mandioca; a diferença entre mandioca e aipim; a orientação das pesquisas no CTAA.

Fita 4 - Lado B
A situação do CTAA antes de assumir a direção; a biblioteca do IQA; o convite da direção do CTAA para escrever um trabalho em homenagem aos antigos pesquisadores da instituição; as diferentes atribuições das equipes do CTAA, do Núcleo de Pesquisas em Plantas Medicinais (NPPN) e da Universidade de Brasília; o golpe militar de 1964 e a repercussão nas universidades brasileiras.

Fita 5 - Lado A
Comenta sua trajetória acadêmica e a relação da Química com outras ciências; o interesse científico pela esquistossomose; o desenvolvimento da Química Pura em produtos naturais; o trabalho de orientação de teses acadêmicas.

Fita 5 - Lado B
Seu livro Botânica Econômica Brasileira; a relação entre as pesquisas de Botânica Econômica e a indústria química; a Central de medicamentos (CEME) e a relação com a química; o Programa de Cultivos Pioneiros; o Programa Flora; o banco de dados sobre plantas medicinais organizado por Alda Regina e o Programa Interciência de Recursos Biológicos; o trabalho como diretor do Instituto de Tecnologia Agrícola.

Fita 6 - Lado A
O trabalho como diretor do Instituto de Tecnologia Agrícola e as pesquisas com farinha de mandioca; o surgimento do Centro de Tecnologia Agrícola e Alimentar (CTAA) e o papel da instituição atualmente; a relação entre o ensino e a pesquisa na área de produtos naturais; os órgãos de fomento e convênios para pesquisa; o destaque à ecologia atualmente; o perfil do cientista; a política de patentes; as instituições que se destacaram com pesquisas com produtos naturais.

Fita 6 - Lado B
Referência às instituições que se destacaram com pesquisas com produtos naturais.

Fita 7 - Lado A
Comenta seu vínculo atual com a universidade; a publicação de seus trabalhos, orientação de teses e as atividades de seus ex-orientando; sua atividade e o objeto atual de pesquisa; a utilização científica do conhecimento popular; os Programas de Cultivos Pioneiros e o Flora; o Banco de dados “Trabalhos Brasileiros sobre Plantas Medicinais do Brasil”; os congressos e simpósios sobre plantas medicinais; o professor Nuno Álvares Pereira.

Ana Maria Bontempo Dias

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 20 de março de 1998.
Sumário
Fita 1 – Lado A
O início do envolvimento com a questão da Aids; o desinteresse da equipe de trabalho de sua empresa (SESI) pelo assunto. As leituras sobre o tema; o contato com dados epidemiológicos que indicavam o aumento no número de mulheres infectadas; a percepção da sua própria condição de risco. O interesse pelas atividades desenvolvidas pelas Ongs-Aids; o contato com a ABIA e o Grupo Pela Vidda; o evento organizado no SESI em parceria com o Grupo Sim a Vida, grupo voltado para um trabalho terapêutico junto aos soropositivos; o interesse pela linha de prevenção desenvolvida pelo Grupo Pela Vidda, que não discrimina a condição sorológica de seus voluntários; o contato com o trabalho do GAPA, que desenvolve trabalhos na linha de visita domiciliar e hospitalar. A sua opção por trabalhos preventivos em consequência do seu despreparo emocional em lidar com doenças e com espaços hospitalares. Comenta a sua curiosidade, durante os primeiros contatos com estas organizações, em distinguir os soropositivos. A mudança na percepção das pessoas que vivem com a Aids, após o ingresso no Grupo Pela Vidda. Ao comentar a forma natural como encara as questões relacionadas à sexualidade, cita um episódio de preconceito contra dois homossexuais. Condena a postura preconceituosa contra os homossexuais, afirmando acreditar que, em alguns anos, os tabus relacionados à opção sexual estejam superados. Discute as suas restrições à bissexualidade manifestada por homens casados. Fala da relação com a homossexualidade de seu primeiro marido. Menciona sua experiência como plantonista do Disque-Aids, citando casos de homens casados bissexuais que ligam, buscando auxílio. Ressalta a ausência de preconceito em suas relações sociais com homossexuais e travestis. Menciona a sua intenção de voltar sua linha de trabalho para a prevenção entre soropositivos. O impacto dos medicamentos na garantia de uma maior sobrevida do doente de Aids. Aponta a necessidade de esclarecer a população sobre os efeitos colaterais dos remédios, para desmistificar a ideia de que o coquetel representa a cura da doença. Comenta sua preocupação com a palestra do Grupo na Fetransporte, organizada por ela, ressaltando a importante transformação na postura dos donos de empresa com relação à prevenção da Aids entre seus empregados.

Fita 1 – Lado B
Menciona, a partir de dados estatísticos, as mudanças no padrão epidemiológico da doença, apontando para o crescimento no número de casos entre os heterossexuais. Cita alguns dos meios usados para convencer os empresários do setor rodoviário sobre a importância e as vantagens das campanhas de prevenção junto aos seus funcionários; as estratégias de abordagem junto aos trabalhadores; a proposta de levar as palestras para o próprio local de trabalho; ressalta as vantagens desse tipo de estratégia; menciona uma experiência junto aos funcionários de um salão de beleza. Considerações sobre as dificuldades em abordar questões relacionadas à Aids e à sexualidade; a ausência de discussões sobre o assunto entre os casais; a resistência masculina ao preservativo; menciona, chocada, o relato de um médico ginecologista que, para evitar conflitos familiares, afirma não notificar suas pacientes sobre o aparecimento clínico de DSTs. O impacto das campanhas no nível de informação sobre a Aids; a contradição entre o acúmulo de informações e a resistência em adotar comportamentos mais seguros; o comportamento, segundo suas próprias observações, de mulheres jovens e solteiras que optaram por abrir mão da vida sexual; as limitações intrínsecas às campanhas de massas, tendo em vista toda a complexidade que envolve o processo de mudança comportamental; menciona a experiência frustrada de uma empresa de transportes que distribuía preservativos junto com o salário mensal dos funcionários, sem nenhum esclarecimento sobre a doença e sobre o uso do preservativo. Finaliza o assunto, ressaltando que as palestras informam sobre a Aids, mas que só a dinâmica das oficinas é eficaz no processo de mudança de comportamento. O impacto das palestras ministradas por soropositivos; cita a experiência de uma palestra, quando o seu acompanhante precisou interromper sua fala para tomar o coquetel Anti-Aids. Explica, rapidamente, a dinâmica das oficinas de prevenção. Explica a origem de seu interesse pelo trabalho técnico de prevenção à Aids junto às empresas, surgido ainda quando funcionária do SESI. Relembra o seu projeto de treinamento de agentes multiplicadores, voltado para os funcionários das empresas filiadas ao SESI, numa parceria entre a instituição e a Secretaria de Estado de Saúde; as estratégias para atrair o interesse dos funcionários; a recusa da direção do SESI em autorizar os treinamentos para os seus próprios funcionários; rápida avaliação dos resultados; a elaboração de um manual, logo publicado pelo SESI, contendo as técnicas de dinâmicas de grupo e informações básicas sobre Aids. O otimismo diante do ingresso de outros técnicos no Grupo Pela Vidda, interessados em desenvolver oficinas de prevenção junto às empresas. Ressalta a importância das oficinas no processo de interiorização das noções de prevenção à Aids. Comenta o desafio de fazer uma oficina com um grupo de travestis. Suas atividades no Grupo como palestrante, atendente no Disque-Aids e voluntária esporádica do Grupo de Mulheres. Enfatiza a importância do Grupo de Mulheres.

Fita 2 – Lado A
Considerações sobre o Grupo de Mulheres, ressalta o seu interesse pelas experiências das voluntárias do Grupo; a sua opção por uma postura menos interativa nas reuniões do Grupo; a sugestão, dada à coordenadora, de criar um momento, dentro da reunião, para falar sobre prevenção. Os objetivos da “Tribuna Livre”. A eficácia dos meios informais criados pelo Grupo Pela Vidda para divulgar informações sobre a doença. Menciona suas atuais atribuições no Disque-Aids, no Grupo de Mulheres e na área de prevenção à Aids no local de trabalho. O interesse do Ministério de Saúde em incentivar a organização de oficinas para treinamento de agentes multiplicadores nas empresas; cita o documento “Aids-2” enviado pelo Ministério e explica, em detalhes, a proposta voltada para prevenção no local de trabalho. A flexibilidade do Grupo ao negociar com as empresas as formas de pagamento das palestras; cita algumas experiências de negociações anteriores. A percepção das ONGs como empresas e a sua preocupação com a qualidade do trabalho prestado, principalmente, à comunidade empresarial e escolar. O aprendizado adquirido durante as oficinas. Reitera seu esforço pessoal em investigar a fundo as questões relacionadas à Aids. Sua percepção pessoal sobre os riscos de contaminação pelo vírus HIV. Reflete sobre as motivações que à levaram a trabalhar com Aids; a opção de não usar preservativo no relacionamento conjugal; o diálogo com o marido sobre fidelidade e uso de preservativo. A proximidade com as questões relacionadas à Aids proporcionada pelo trabalho; a ideia do “viver com Aids”, defendida pelo Grupo; cita uma experiência surpreendente e gratificante vivida junto à um soropositivo solitário. Menciona um episódio doloroso, envolvendo uma funcionária soropositiva do SESI que a procurou para pedir informações sobre Aids e, três dias depois, jogou-se da Ponte Rio Niterói; a culpa diante de sua insensibilidade em não perceber e se disponibilizar diante do estado de angústia da funcionária.

Fita 2 – Lado B
Ressalta a importância das ONGs que atuam com seriedade na luta contra Aids, citando como exemplo os grupos Pela Vidda e o Sim a Vida; o papel destas instituições no processo de mudança na percepção da doença. A visibilidade do Pela Vidda e o reconhecimento público do seu trabalho; o crescente interesse das empresas; elogia a seriedade de seu trabalho institucional. Finaliza, apontando à necessidade de relações mais solidárias entre as pessoas; rejeita veementemente o comportamento preconceituoso e intolerante dos que categorizam os soropositivos através da forma de contágio, rejeitando os homossexuais e vitimizando os hemofílicos e os demais transfundidos.

Angela Maria Cunha Furtado

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquier e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 24 e 31 de março de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 24 de março
Fita 1 - Lado A
Inicia relatando lembranças da infância. O nascimento em São Paulo, durante uma viagem dos pais; a convivência com a constante ausência paterna, que era jogador de futebol profissional; a separação dos pais e o afastamento definitivo do pai; o ingresso da mãe no mercado de trabalho; a convivência na casa dos tios. Ressalta as constantes transferências de casa; a descoberta, tardia, da morte do pai. Destaca a assistência concedida pela família materna, após o abandono paterno. Detalha a composição familiar; o comportamento da mãe, a sua opção por relacionamento informais, com exceção do relacionamento com seu pai, com o qual houve oficialização do casamento. Relembra a dificuldade, em princípio, de compreender o comportamento materno. A instabilidade da vida escolar; o comportamento rebelde. O afastamento do irmão mais velho, que optou em morar com o pai. A convivência mais próxima com o irmão do meio, com quem partilhava o comportamento rebelde; a internação num colégio de correção. A compreensão, a posteriori, da revolta que motivava o mau comportamento. As mudanças frequentes de escola e o desinteresse pelos estudos. Relaciona seu comportamento, entendido por ela como desviante, com as atitudes apreendidas da mãe. A participação restrita da mãe em sua educação, a dispersão entre os irmãos, que foram espalhados entre as casas dos parentes; a proximidade com o irmão do meio. A reaproximação da família, que passa a morar em apartamento cedido por um primo. A pouca convivência com o irmão mais velho, que nesta época também volta a morar com a mãe. O casamento aos 18 anos e o grande número de namorados na adolescência, ressaltando a inexistência de contatos sexuais mais íntimos; a proteção dos amigos homens; a irritação diante do controle exercido pelos irmãos mais velhos e a opção pela obediência; desentendimentos com a mãe, que insistia em controlar seu comportamento. As expectativas da mãe em vê-la casada na igreja; o hábito de exteriorizar uma imagem negativa de seu comportamento; as estratégias para tentar conquistar a confiança materna; os constantes desentendimentos entre ambas; o desejo da mãe de torná-la uma mulher ajustada aos padrões da família. A discrição da mãe, que não permitia contato entre os filhos e os seus namorados. A contradição entre o desejo de ser diferente da mãe e a exteriorização de um comportamento reprovável aos olhos da família. Relembra um antigo namorado, por quem se apaixonou e o fim do namoro. Narra longamente o primeiro encontro com o ex-marido e o início do namoro. Destaca a sua própria beleza e o seu temperamento cativante durante a juventude. O noivado e a decisão de assumir um comportamento mais sério. A pressão exercida pela mãe e a opção, a contragosto, pelo casamento. A descrença da mãe em sua virgindade. O comportamento destoante de suas contemporâneas.

Fita 1 – Lado B
A forte afinidade com os homens, contrapondo-se às dificuldades de relacionamento com mulheres. Considerações sobre a atitude opressiva da mãe, avaliando negativamente sua decisão de forçá-la ao casamento. O nascimento do primeiro filho e a opção precoce pelo casamento e maternidade. O término do curso de formação de professor; as dificuldades em conciliar os cuidados com o bebê e o cumprimento das exigências do curso. A experiência profissional com o magistério. A melhora no padrão de vida da família. A transferência do marido para Salvador (BA). O delicado estado de saúde da mãe, a dificuldade em aceitar sua mudança para Salvador e seu falecimento anos depois. Relembra o entusiasmo com o emprego de professora e a frustração de ter que abandoná-lo. Razões que a fizeram acompanhar o marido em sua mudança para Salvador. A dificuldade de engravidar e a decisão, depois da experiência da primeira gravidez, de não ter outros filhos. A opção por interromper uma gravidez tempos depois do nascimento do primeiro filho. A nova gravidez, descoberta durante a mudança para Salvador; o entusiasmo com a chegada da criança, seguida da decepção com o aborto espontâneo. A nova gravidez e a resistência em reconhecê-la; o nascimento do segundo filho, seguido de outra gravidez, quando nasce uma menina. A decisão de pegar a sobrinha para criar; a preocupação de recebê-la de forma calorosa, evitando repetir o descaso que vivera na casa dos tios durante a infância. O cuidado em garantir para a sobrinha o mesmo conforto dado ao filho. O incômodo diante do comportamento sem limites e arrogante da sobrinha, o descaso de seus pais naturais; a dificuldade de aprendizagem e as diferenças no desempenho escolar entre a sobrinha e o filho mais velho; a decisão de transferi-la para um colégio menos exigente.

Fita 2 – Lado A
A sensível melhora no desempenho da sobrinha no novo colégio; a descoberta da figura do pai e o agravamento das tensões entre a sobrinha e o tio; a decisão de levá-la ao psicólogo; a descoberta da origem de seus problemas com o tio; a irritação com as chantagens da menina; a decisão final da sobrinha em ir morar com a família de seu pai natural em outro estado. Ressalta a omissão e a falta de afeto de seu irmão em relação à filha; o difícil processo de separação da sobrinha; os problemas iniciais de adaptação da sobrinha na nova casa; o casamento e o nascimento de seu primeiro bebê. Retoma o nascimento de seu segundo filho. Destaca seu desprendimento das coisas materiais. O efeito da mudança para Salvador em seu comportamento; a obesidade em decorrência do nascimento seguido dos dois últimos filhos. A insatisfação com um cotidiano restrito aos cuidados com a família e a decisão, repentina, de transformar seu cotidiano. A preocupação com o corpo e a recuperação da beleza e da autoestima; os ciúmes do marido e sua mágoa por ele não valorizar sua vaidade. Menciona o relacionamento com uma amiga que foi morar em Salvador e comenta sobre as traições das amigas, destacando sua opção pela fidelidade. A insistência da amiga em apresentá-la ao seu irmão; o desinteresse inicial pelo garoto de 18 anos que, ao contrário, tinha se apaixonado por ela. Relembra as estratégias para estar sempre próximo, ressaltando sua ingenuidade em relação aos interesses dele. O desagrado do marido que, desconfiado, proibiu a ida do rapaz à sua casa durante sua ausência. Conta, em detalhes, o momento em que o rapaz declarou sua paixão por ela.

Fita 2 – Lado B
Descreve sua reação de repúdio diante da declaração do rapaz e o envaidecimento posterior ao se sentir desejada e o desejo, reprimido em princípio, de se envolver com o rapaz. O falecimento repentino da mãe, no Rio de Janeiro; a vinda para o enterro e o reencontro com os irmãos; a mágoa pelo marido tê-la deixado viajar sozinha para assistir ao enterro da mãe; a decisão de traí-lo, em represália por tê-la deixado sozinha. A volta para Salvador, a atitude calorosa do rapaz, contrapondo-se à indiferença do marido. Conta, em detalhes, o processo que os levou a tornarem-se amantes e as motivações para manter um relacionamento paralelo ao casamento durante 15 anos. Comenta a decisão dos dois de manterem vidas independentes. A mudança para Minas Gerais e o afastamento compulsório entre eles; a alegria dos encontros de férias; o amor dividido entre o marido e o amante. Nova mudança, agora para São Paulo; a vinda do amante para o Rio de Janeiro e a perda de contato entre os dois. As constantes ausências do marido; o reencontro com o amante; a descoberta da contaminação pelo vírus HIV.

2ª Sessão: 31 de março
Fita 3 – Lado A
O reencontro com o amante, no Rio de Janeiro; os encontros frequentes entre os dois; a inadaptação em São Paulo e as constantes vindas para o Rio de Janeiro. Destaca que, mesmo sabendo das trocas constantes de parceiras do amante, não se imaginava em risco. Os primeiros sintomas da doença, uma pneumonia e o receio de ele estar com a Aids. A ida, de férias, para Salvador e a decisão de fazerem juntos o teste Elisa. Considerações sobre a sua incredulidade num diagnóstico positivo. Descreve o momento do diagnóstico; a clareza sobre os caminhos que a levaram à doença; o medo de ter contaminado o marido; os receios diante dos possíveis desdobramentos da revelação de sua soropositividade; a solidariedade dos amigos que estavam com ela em Salvador; a dificuldade em tratar o assunto na família. Considerações sobre sua percepção do risco em se contaminar com a doença; a experiência de se ver contaminada pelo vírus. A volta para São Paulo e a decisão de esconder do marido a verdade; as estratégias para evitar contatos sexuais com o marido. Tece explicações sobre as motivações que a levaram a manter dois relacionamentos por 15 anos. O medo de ser tocada pelo marido. Volta a mencionar as estratégias usadas para evitar ficar a sós com o marido; o constrangimento durante a noite, diante de sua insistência em tocá-la. A consulta com o médico da família; a conversa sincera com o médico e a decisão fazer o exame Western Blot, para confirmar o diagnóstico. A confirmação do diagnóstico e a decisão, sugerida pelo médico, de contar a verdade para o marido. As dúvidas sobre como contar a verdade para o marido e o receio em comprometer os amigos que sabiam do seu relacionamento. Comenta a preocupação da família em vê-la emocionalmente abalada. A decisão de contar a verdade para o marido. Descreve os momentos de expectativa e de medo que antecederam o encontro; a reação de incredulidade do marido. Fala sobre sua reação e da decisão, impulsiva, de fantasiar relacionamentos extraconjugais que não aconteceram. Faz algumas considerações sobre o adultério. Cita as motivações que a levaram ao adultério, destacando os elementos que diferenciam a sua experiência extraconjugal de um adultério comum.

Fita 3 – Lado B
Reproduz parte do diálogo com o marido; a sua reação de perplexidade e decepção; a decisão de apoiá-la e de manter, formalmente, o casamento; a preocupação em manter o diagnóstico em segredo. O cotidiano de angústia e solidão; a reação dos filhos diante de seu comportamento; o sentimento de alívio com o resultado negativo do exame do marido. A insatisfação com o casamento, a percepção dos filhos. A aproximação do amante; a angústia diante do afastamento do marido; os sinais de desgaste no relacionamento entre os dois e a reação dos filhos. Relembra a insatisfação com o seu alto padrão de vida, proporcionado pelo marido; os diálogos com os filhos sobre a insatisfação com a casa de São Paulo e o desejo de mudar para um apartamento no Rio de Janeiro. Descreve as características do condomínio onde morava em São Paulo. O desejo inicial dos filhos em morar com ela. A percepção das mudanças no comportamento do marido e o desejo crescente de sair de casa. A mudança para o Rio de Janeiro e a publicização do novo relacionamento do ex-marido. Considera a possibilidade de ter sido traída por ele; avalia positivamente a nova fase do relacionamento com o ex-marido. Reflete longamente sobre os motivos que levaram ao fim de seu casamento e sobre a vida de ambos após a separação. Menção aos momentos em que o ex-marido buscou nela a verdade sobre a contaminação, ressaltando sua opção por omitir dele a verdade sobre sua contaminação.

Fita 4 – Lado A
A preocupação em preservar os amigos que sabiam de sua relação extraconjugal. Descreve o período final do processo de separação; a mudança para o Rio de Janeiro sem os filhos e a decisão de vender "cachorro quente" com duas amigas. A inadaptação no trabalho e a opção de viver da mesada dada pelo marido. A mudança para um apartamento pequeno; a insatisfação com a casa e o condomínio em que morava em São Paulo; compara os condomínios de Alphaville, em São Paulo e os condomínios da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Menciona alguns desentendimentos com as sócias. O cuidado em informar a filha adolescente sobre a importância do uso do preservativo nas relações sexuais. A omissão dos filhos sobre sua própria condição sorológica. A abordagem sutil durante os diálogos com a filha sobre as questões relacionadas à Aids e sobre a sua participação no Grupo Pela Vidda. As dificuldades em lidar com a sexualidade da filha; a insistência em entregar-lhe camisinhas, mesmo sem ela ter iniciado sua vida sexual. Avalia negativamente a despreocupação dos amigos de sua filha com a ameaça da Aids, mas vê com otimismo a incorporação gradativa da camisinha no cotidiano dos adolescentes. Ressalta os tabus que cercam a questão do uso da camisinha. Comenta as experiências sexuais do filho mais velho e sua resistência em usar preservativo com a namorada. Menciona os amigos que, mesmo acompanhando o seu sofrimento com a doença, resistem ao uso da camisinha. Avalia a sua própria percepção do risco da doença, durante os anos em que manteve um relacionamento extraconjugal. O lento afastamento do amante; avalia os motivos que levaram ao desinteresse entre ambos.

Fita 4 – Lado B
Avalia positivamente sua atual fase e destaca a estabilidade de seu quadro clínico. Cita a discussão com o seu médico sobre a necessidade do uso de medicamentos em casos assintomáticos e o medo de desenvolver os sintomas da doença. Menciona a questão dos filhos e da necessidade crescente de falar com eles sobre a sua contaminação. Relembra o primeiro contato com o Grupo pela Vidda; a proximidade com uma de suas voluntárias; o ingresso definitivo no Grupo após a mudança para o Rio de Janeiro. Relativiza a convicção, comum entre as mulheres do Grupo, sobre a responsabilidade dos homens na transmissão do vírus. Afirma não ter guardado rancor pelo afastamento do amante. Pondera sobre os efeitos positivos da Aids em sua vida. Menciona o contato com as experiências de outros integrantes do Grupo, enfatizando a importância do apoio e da descrição do marido. Finaliza, ressaltando as mudanças em sua relação com o corpo e com a sua saúde após a descoberta do diagnóstico.

Hibernon Costa Guerreiro

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 18 e 27 de março de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 18 de março
Fita 1 – Lado A
A infância em Rocha Miranda, origem operária dos pais e o ingresso no mercado de trabalho aos 14 anos; discordâncias com o irmão mais velho e a responsabilidade com o sustento da família. O valor do trabalho para seus pais. O uso recente de drogas. A relação dos pais com sua homossexualidade, a iniciativa atual de se “heterossexualizar” e as poucas experiências sexuais com mulheres. A iniciativa dos pais em levá-lo ao psicólogo aos 10 anos de idade. O escândalo com a descoberta de seu envolvimento sexual com um parente; o relacionamento entre seus pais e sua decisão em não discutir sua homossexualidade com eles. O trabalho operário ainda na adolescência, o ingresso na Marinha aos 18 anos e as dificuldades em viver lá sua homossexualidade; a importância do Grupo Pela Vidda no processo de assumir sua homossexualidade. Ressalta a sua capacidade de separar a sua vida sexual de seu desempenho profissional. A descoberta da contaminação pelo vírus durante um exame periódico na Marinha, em 1990; descreve todo o processo de investigação clínica até o resultado final; o desabafo com um primo na noite de Natal; o choque no momento do diagnóstico definitivo; a postura insensível do médico; o encontro emocionado com o primo no caminho para o hospital; o início do tratamento no hospital Marcílio Dias; a opção de omitir o diagnóstico dos pais. As estratégias usadas para impedir que seus pais soubessem da licença médica concedida pela Marinha. O trabalho como contador e a sociedade em um escritório.

Fita 1 – Lado B
As questões e problemas com a sócia e seus atos de má fé que, sem seu conhecimento, desviava sua parte na divisão dos rendimentos e o fim da sociedade. As maneiras encontradas para passar o tempo, diante da falta de ocupação diária para poder, assim, omitir dos pais o afastamento compulsório da Marinha. O ingresso, em setembro de 1995, no Grupo Pela Vidda. Crítica à falta de plantonistas permanentes no Grupo; a rápida integração na equipe organizadora do Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com Aids de 1995. A importância do Grupo Pela Vidda em seu processo de reintegração social; seu sentimento de vergonha e solidão; o medo da rejeição; o afastamento dos amigos da Marinha após aposentadoria compulsória. Rápidos comentários sobre os superfaturamentos nos processos de licitação na Marinha envolvendo os clientes de seu escritório de contabilidade. As consequências da falta de informações sobre a Aids; a associação Aids/morte; a desistência do tratamento médico; o efeito das informações obtidas nas reuniões do Grupo em sua vida social e afetiva; o efeito do contato com soropositivos e soronegativos que não demonstravam preconceito; o fim de seu próprio preconceito e a publicização, para os amigos, de sua opção sexual e de sua soropositividade.

2ª Sessão: 27 de março
Fita 2 – Lado A
A forma como a tia e a mãe tomaram conhecimento de sua soropositividade; a carta anônima enviada à sua mãe e a decisão de contar-lhe a verdade; os cuidados dos pais com a sua saúde; as motivações que o levaram a sair da casa dos pais; a reação dos pais diante de sua revelação e a iniciativa deles em buscar mais informações sobre a doença; sua decisão de contar, de maneira informal, para o restante da família e a atitude receptiva dos familiares que já sabiam de sua contaminação; a atitude tranquila do irmão homossexual que vive nos Estados Unidos ao saber de seu diagnóstico. A profunda reorientação em sua maneira de perceber a Aids e o papel fundamental do Grupo pela Vida em seu processo de reintegração social; a gratificante sensação de poder estar dividindo e transformando junto a outros a convivência com a Aids. Sua vida sexual depois do diagnóstico. Polemiza, ao questionar o uso contínuo da camisinha como método de prevenção à Aids. Menciona seu parceiro sexual, com quem manteve relações sexuais desprotegidas por dois anos sem contaminá-lo. Relativiza as probabilidades de contaminação pelo vírus da Aids por via sexual; afirma praticar sexo oral sem preservativo. Aponta a demagogia das pessoas que defendem o uso de preservativo, mas que, quando indagadas, confessam que não praticam sexo com o uso regular do preservativo. Ressalta sua opção, consciente e sem culpas, de manter relações sexuais sem preservativo; defende a responsabilidade, quanto à prevenção, partilhada entre os parceiros.

Fita 2 – Lado B
Na discussão quanto ao aumento progressivo nos índices de contágio, ressalta a sua adoção do coito interrompido na falta de preservativos disponíveis. Questiona a ideia, divulgada pela comunidade científica, da recontaminação. Afirma abdicar de qualquer método preventivo em relações sexuais com parceiros soropositivos e duvida que soropositivos usem preservativos em relações sexuais com soropositivos. Ressalta a sua preferência pela posição ativa durante a relação sexual. O ingresso no Grupo Pela Vidda; a oportunidade de se expressar e assumir sua homossexualidade e sua soropositividade. Considerações sobre a organização interna do Grupo; sua participação na diretoria oficial do Grupo decisões do Grupo. Ressalta a seriedade dos integrantes do Grupo. Comenta a respeito da nova chapa, da qual faz parte, que concorrerá à direção do Grupo. Critica os soronegativos que ingressam no Grupo com interesses carreiristas e financeiros. Menciona as tensões internas entre soronegativos e soropositivos, ressaltando sua postura contrária aos privilégios concedidos aos soronegativos. Comenta os altos salários pagos a funcionários soronegativos, comparando-os aos baixos rendimentos dos três soropositivos que recebem pelo trabalho desenvolvido no Grupo. Explica a organização orçamentária do Grupo; critica os meios e os critérios de seleção dos participantes dos projetos; a postura oportunista de alguns voluntários. Considerações sobre o processo eleitoral no qual sua chapa está inscrita; a função dos curadores; sua contundente atuação para romper com os grupos de interesse que agem no Grupo; as propostas de sua chapa; mudanças nas funções e na representação da nova diretoria eleita. Tenta definir as razões que o levam a querer transformar as relações dentro do Grupo; o descontentamento generalizado dos voluntários soropositivos. Cita um exemplo do que chama de “panelinha” existente no Grupo: a distribuição de convites doados ao Grupo entre soronegativos, sem que os soropositivos tomem conhecimento dos convites.

Ronaldo Fernandes Espíndola

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 21 de maio de 1998.
Sumário
Fita 1 – Lado A
A formação familiar; a profissão do pai; Corumbá (MT), sua cidade de origem; as viagens do pai, que era ferroviário; a separação dos pais; a ascendência espanhola por parte de pai. Rápidas considerações sobre o caráter dos espanhóis; as lembranças do pai, sua seriedade e rigidez na educação dos filhos. O impacto causado pela descoberta da traição do pai, que constituiu, em segredo, outra família. O retorno do pai e a recusa da mãe em reatar o casamento. A resistência diante da imposição do pai, que queria colocá-lo numa escola agrícola; a melhora na condição financeira do pai; a fragilidade de seu estado de saúde atual; a preocupação dos irmãos com a partilha dos bens adquiridos pelo pai. A sua liderança entre os demais irmãos e a construção da casa de sua mãe em Corumbá; a morte de um dos seus irmãos. Ressalta sua liderança, mesmo que exercida à distância. Relembra outros episódios de desavenças familiares em que ficou marcada sua liderança sobre o restante da família. O impacto da separação dos pais na rotina da família; a morte de uma tia e a atitude de sua mãe que, comovida, acolheu toda a família em casa. O impacto do crescimento repentino da família em seu cotidiano.

Fita 1 – Lado B
Os encontros agradáveis com os primos e as lembranças da infância de dificuldades, vivida junto aos irmãos e aos sete primos. A trajetória escolar: o curso profissionalizante no SENAC e o ingresso na Marinha, como fuzileiro naval, aos 17 anos; a mudança para o Rio de Janeiro. A volta do pai e a recusa da mãe em aceitá-lo; a exclusão do pai das decisões da família; seu apoio à decisão da mãe; o descontentamento inicial com a chegada dos 7 primos pequenos e o posterior aprendizado a partir da convivência com a nova família; a amizade estabelecida entre eles. O ingresso na Marinha, transferência para o Rio de Janeiro, estratégias para conhecer a cidade e sua rápida adaptação; a permanência na Marinha até o afastamento compulsório devido à sua soropositividade. As namoradas; a opção por manter relacionamentos estáveis e duradouros; o relacionamento com a mãe de seu filho; a gravidez inesperada e a decisão de morarem juntos no Rio de Janeiro; o fim do relacionamento. A experiência da paternidade; a resistência da família da namorada em aceitar sua gravidez; as mudanças no relacionamento com o filho; a atual proximidade entre eles. A separação e a decisão de morar com uns amigos do quartel na Ilha do Governador. Problemas com vizinhos e a decisão do grupo de mudar para uma casa, ainda na Ilha do Governador; o ótimo relacionamento com os amigos. O casamento dos amigos. Os relacionamentos: o longo namoro com Hadne; a paixão por Alice e o início deste relacionamento com Alice; o contato com seus pais.

Fita 2 – Lado A
A ida à casa dos pais da nova namorada; sua paciência com a impontualidade dela; o constrangimento diante da naturalidade com que ela o convidou para conversar no quarto; o flagra com outra mulher e o fim do romance; o arrependimento por tê-la traído. A iniciação sexual; os contatos com as primas; o controle da mãe e da avó sobre o comportamento das crianças; os contatos sexuais com as namoradas da escola; os passeios com as meninas; relembra o constrangimento de uma menina ao ficar menstruada durante um dos passeios da escola. A mudança para a escola rural; cita uma festa organizada, sem o consentimento da direção da escola, durante a visita para conhecer a escola. Cita dois momentos em que fez prevalecer seu senso de responsabilidade: a desistência em manter relações sexuais com uma colega de escola ao saber de sua virgindade e, anos depois, quando se recusou a manter relações sexuais sem preservativo, durante o primeiro carnaval depois do diagnóstico. O uso de preservativo apenas como método contraceptivo. Os objetivos e a periodicidade do exame de saúde exigido pela Marinha; a surpresa diante do teste positivo para HIV. A retrospectiva de alguns relacionamentos anteriores; o alívio depois de constatado que suas parceiras não tinham sido contaminadas. A vontade de manter contato com Alice, uma de suas ex-namoradas. A decepção com Hádna, a namorada que ameaçou processá-lo por tê-la exposto ao risco de contaminação. O longo tempo de relacionamento entre os dois, a opção de morarem juntos; o fim do relacionamento.

Fita 2 – Lado B
A opção pela praticidade de morar junto; o desejo de casar oficialmente com a atual mulher. O impacto do diagnóstico; descreve a rotina que antecedeu a notificação de seu diagnóstico; a consulta com o médico da Marinha; a volta para a casa; a surpreendente solidariedade dos amigos do quartel que, apesar da total desinformação sobre a doença, foram com suas famílias visitá-lo. O contato superficial com o médico que iria acompanhar seu tratamento; a certeza da morte imediata e a decisão de abandonar tudo e viajar pelo país. A volta definitiva para o Rio de Janeiro e o início do tratamento no hospital Marcílio Dias.

Akira Homma

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo do Nascimento, no dia 27 de março de 2002, no Rio de Janeiro.

Cláudio da Silveira

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel no dia 03 de agosto de 2001, em Porto Alegre (RS).

Helvécio Bueno

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Laurinda Rosa Maciel no dia 19 de junho de 2001, em Brasília (DF).

Hermann Schatzmayr

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo do Nascimento no dia 14 de março de 2002, no Rio de Janeiro (RJ).

Maria Lúcia Carnelosso

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Dilene Raimundo do Nascimento e Carlos Fidélis Ponte no dia 06 de maio de 2002, em Goiânia (GO).

Mozart de Abreu e Lima

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo Nascimento nos dias 12 de abril e 07 de maio de 2002, no Rio de Janeiro (RJ).

Oacyr de Almeida Pinto

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Angela de Araújo Porto no dia 27 de novembro de 2001, no Rio de Janeiro (RJ).

Aldo Villas Boas

Entrevista realizada em cinco sessões, por Anna Beatriz de Sá Almeida, Wanda Hamilton e Maria Beatriz Guimarães, nos dias 20 de setembro (fitas 1 e 2); 27 de setembro (fitas 3 e 4); 5 de outubro (fitas 5 e 6); 10 de outubro (fitas 7 e 8) e 11 de novembro de 1995 (fitas 9 a 11).

Walter Silva

Entrevista realizada em 9 sessões por Anna Beatriz Almeida, Maria Beatriz Guimarães e Wanda Hamilton, nos dias 13 (fitas 1 e 2), 21 (fitas 3 e 4) e 30 de junho (fitas 5 e 6), 11 (fitas 7 a 9) e 18 de julho (fitas 9 a 11) e 03 (fitas 11 a 13), 08 (fitas 14 e 15), 17 (fitas 16 a 18) e 23 de agosto de 1995 (fitas 19 a 21).

Wilson Fadul

Entrevista realizada em 4 sessões, por Cristina M. Oliveira Fonseca e Anna Beatriz de Sá Almeida, nos dias 20 (fitas 1 e 2), 22 (fitas 3 a 5) e 26 de novembro (fitas 6 a 9) e 12 de dezembro de 1996 (fitas 10 a 12).

Italo Sherlock

Entrevista realizada por Wanda Hamilton e Simone Kropf , nos dias 10 e 11 de abril de 2000.

Sumário

Fita 1
Considerações sobre o local de nascimento e origem familiar; as áreas de atuação de seu pai; o hobby pessoal em desenho e pintura; o despertar da carreira de pesquisador entomologista ainda quando garoto; considerações sobre a criação de seu museu particular de história natural; seus irmãos e a história familiar; a profissão de sua mãe; os estudos no Ginásio Sobralense; referência aos destaques culturais da cidade de Sobral, no Estado do Ceará; a tendência para os estudos em ciências naturais; referência à visita dos professores Samuel Pessoa, Leônidas Deane e Maria Deane à cidade de Sobral na campanha da leishmaniose em 1952; o entusiasmo dos professores Samuel Pessoa, Leônidas Deane e Maria Deane com o museu de história natural e o convite, aos dezesseis anos, para trabalhar na campanha contra a leishmaniose; a iniciação de seus primeiros estudos em ciências e entomologia com o professor Arquibaldo Galvão; considerações sobre o trabalho de levantamento entomológico feito para os Deane na cidade de Sobral; a ida para São Paulo com os Deane e o curso de entomologia realizado na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo; a ida para o Rio de Janeiro; o estágio no Instituto Oswaldo Cruz e aproximação com o professor Herman Lent e Hugo Lopes; o término do curso de entomologia na Faculdade de São Paulo e o quadro de professores do curso; a nomeação, aos vinte anos, como “Conselheiro da Sociedade Brasileira de Entomologia”; o estágio no laboratório do Dr. Herman Lent, no Instituto Oswaldo Cruz; o convite de Otávio Mangabeira Filho para trabalhar na Bahia; o Dr. Deane como “modelo” profissional; considerações sobre suas perspectivas em fazer ciência; o incentivo de Otávio Mangabeira Filho aos seus estudos na Faculdade de Medicina da Bahia; referência ao trabalho como bolsista de iniciação científica (CNPq) do IOC; perfil profissional de Amilcar Viana Martins; referência aos trabalhos que desenvolveu sobre flebótomos; considerações sobre sua trajetória profissional; os trabalhos desenvolvidos com o Dr. Otávio Mangabeira Filho; o perfil de Otávio Mangabeira Filho; a criação da Fundação Gonçalo Moniz; breve referência aos problemas enfrentados por Otávio Mangabeira Filho após a criação da Fundação Gonçalo Moniz; a criação do Centro de Pesquisa da Bahia; a morte de Otávio Mangabeira Filho e a ocupação do cargo de diretor do Centro de Pesquisa da Bahia (Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz); os desafios enfrentados como diretor do Centro de Pesquisa; o vínculo do Centro de Pesquisa com outras instituições; os objetivos do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; considerações sobre o perfil profissional de Otávio Mangabeira Filho; os estudos realizados por Otávio Mangabeira Filho acerca do vetor da leishmaniose; a proveniência dos recursos do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; o quadro de pesquisadores do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as verbas do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as perspectivas do Centro de Pesquisas após a morte do Dr. Otávio Mangabeira Filho; considerações sobre sua incorporação no quadro de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz; a admiração por Samuel Pessoa; as demandas em pesquisa do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; referência aos trabalhos publicados em colaboração com Otávio Mangabeira Filho; considerações sobre a falta que sentiu do Dr. Mangabeira após o seu falecimento; a transferência do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz para o INERu; o incentivo de Samuel Pessoa para que ingressasse na especialização em otorrinolaringologia; os testes realizados para ingressar na especialização em otorrinolaringologia.

Fita 2
Considerações sobre o ingresso no curso de otorrinolaringologia e seu trabalho em sua clínica particular; referência ao trabalho realizado como médico contratado da Marinha; ausência de militância política; a admiração por Samuel Pessoa; considerações sobre o período em que o Dr. Samuel Pessoa e sua esposa ficaram escondidos em sua casa; considerações sobre a transferência do Núcleo de Pesquisas em conseqüência da tomada do prédio pelo DENERu; referência à falta de instalação do Centro de Pesquisas em sua sede permanente como um dos impecílios para o desenvolvimento do Centro de Pesquisa; as decepções acumuladas em incertezas devido às peregrinações do Centro de Pesquisa por diversas sedes; os conflitos enfrentados pelo Centro de Pesquisa; os motivos do afastamento de Otávio Mangabeira Filho da Fundação Gonçalo Moniz e a criação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os problemas enfrentados pelo Centro de Pesquisa após a morte do Dr. Mangabeira Filho; menção à sua premiação com a medalha Gerhard Domack, concedida pelo Laboratório Bayer; o sacrifício em manter o Centro de Pesquisas após a morte do Dr. Mangabeira Filho; a orientação das pesquisas durante os seus dezoito anos de chefia no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a sua dedicação aos estudos em leishmaniose; a participação do Centro de Pesquisas no inquérito nacional sobre doença de Chagas; considerações sobre as experiências adquiridas na Faculdade de Medicina da Bahia; o desejo em se espelhar, na época de estudante, em pesquisadores como o Dr. Deane, Samuel Pessoa e Otávio Mangabeira Filho; as cátedras da Faculdade de Medicina da Bahia; o apoio e incentivo do Dr. Mangabeira Filho em sua época de estudante de medicina; as matérias com que mais se identificou na faculdade de medicina; considerações sobre o perfil de Otávio Mangabeira Filho; as colaborações de Otávio Mangabeira Filho na universidade; o estatuto da Fundação Gonçalo Moniz, criada pelo Dr. Mangabeira Filho; breve histórico sobre a vida de Gonçalo Moniz; a origem do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as áreas de maior destaque na Faculdade de Medicina; a bolsa concedida pela Kellogg’s Fundation para o desenvolvimento de um projeto, ainda como estudante de medicina; a atuação de Edgar Santos como Reitor da Faculdade de Medicina da Bahia; referência ao projeto que desenvolveu como bolsista da Kellogg’s Fundation; os programas de controle para doença de Chagas no Estado da Bahia, em sua época de estudante de medicina, e sua participação em alguns destes projetos; referência ao trabalho do Dr. Mangabeira Filho sobre doença de Chagas; os contatos que teve com os grupos de pesquisadores que se dedicavam ao estudo da doença de Chagas; breve referência às dificuldades financeiras que teve em sua época de medicina e após a morte do Dr. Otávio Mangabeira Filho.

Fita 3
Considerações sobre sua época de estudante na Faculdade de Medicina da Bahia; o curso de entomologia realizado na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo; referência às dificuldades financeiras de sua família para ajudá-lo no estudos; o convênio estabelecido, entre o Centro de Pesquisas e a Harvard School no período em que esteve como diretor do Centro de Pesquisas; breve referência aos cursos de especialização feitos após a conclusão da Faculdade de Medicina; os pesquisadores da Harvard Schooll que desenvolveram projetos no Centro de Pesquisas; o trabalho sobre os barbeiros da Bahia publicado com o cientista da Harvard School Phillip Mardsden; o encantamento dos cientistas da Harvard School com o tema das doenças tropicais; a dificuldade em manter os pesquisadores no Centro de Pesquisas no período de 1964 até 1970; referência à sua família, esposa e filhos; a vocação da esposa em cuidar da casa; a relação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz com as Universidades fora do Brasil; os problemas enfrentados com a falta de instalação do Centro de Pesquisas; considerações sobre sua viagem à London ShoolI na década de 1970; as experiências adquiridas nas viagens para instituições da Inglaterra; breve referência a origem de seu sobrenome “Sherlock “; as relações com os institutos de pesquisa da Inglaterra e os pesquisadores com quem manteve contato; as experiências adquiridas na viagem à London School; breve referência aos pesquisadores estrangeiros que se instalaram no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz para desenvolverem seus projetos; menção ao trabalho do Dr. Kenneth Mott e sua importante atuação no Centro de Pesquisas como intermediador entre a Harvard Scholl; os projetos do Centro de Pesquisas desenvolvidos em colaboração com institutos estrangeiros; o trabalho sobre doença de Chagas no interior da Bahia e o acordo com a Harvard Sholl; o interesse dos pesquisadores estrangeiros na área de medicina tropical; o término das colaborações entre o Centro de Pesquisa e os institutos estrangeiros quando sai da direção do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os recursos mobilizados para o desenvolvimento do projeto em parceria com a Harvard School e as verbas destinadas ao Centro de Pesquisas; breve comentário sobre o desperdício na compra de aparelhos dentro das instituições; considerações acerca das mudanças ocorridas no Centro de Pesquisas em decorrência de sua integração à Fiocruz; as especialidades estabelecidas pelo Dr. Mangabeira Filho no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; as demandas em pesquisa aplicada do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; referência ao modelo ideal de pesquisadores na visão do Dr. Otávio Mangabeira Filho; os intercâmbios do Centro de pesquisas com outros institutos do Nordeste; o Centro de Pesquisa como pólo de atração de pesquisas na Região Nordeste; a atuação de Aluízio Prata no Centro de Pesquisas; descrição das pesquisas aplicadas desenvolvidas pelo Centro de Pesquisas; referência às dificuldades do centro de pesquisas após a sua incorporação à Fundação Oswaldo Cruz; os motivos que levaram à extinção da Fundação Gonçalo Moniz; as grandes dificuldades em manter a sede do Centro de Pesquisas em um local fixo; os pesquisadores que pediram demissão do Centro de Pesquisas em decorrência da crise pela qual estava passando; o convênio estabelecido com a Escola Nacional de Saúde Pública para a montagem de cursos regionalizados.

Fita 4
Referência à sua opção de passar de estatutário para CLT na Fiocruz; as razões por sua opção por CLT; a repercussão do prêmio Gerhard Domack que recebeu; a visita do presidente Ernesto Geisel à Fiocruz; a indicação do Dr. Aluízio Prata e do Dr. Zilton Andrade para serem membros do Conselho Científico Tecnológico na Bahia; os primeiros contatos do Dr. Zilton Andrade com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz através do Conselho Científico Tecnológico; considerações sobre o seu grande ressentimento com o Dr. Zilton Andrade; perfil profissional do Dr. Zilton Andrade considerações sobre as negociações acerca das instalações do Centro de Pesquisas; a interferência de Antônio Carlos Magalhães nas negociações do terreno de Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a gestão de Vinícius da Fonseca na presidência da Fiocruz; a assinatura do comodato como garantia das instalações físicas do Centro de Pesquisas; referência a seu afastamento do Centro de Pesquisas em 1980 e a nomeação do Dr. Zilton Andrade; referência às dificuldades do Centro de Pesquisas após o falecimento do Dr. Otávio Mangabeira Filho; os trabalhos realizados pelo Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz na gestão do Dr. Vinícius da Fonseca como presidente da Fiocruz; as dificuldades do Centro de Pesquisas no período em que ficou incorporado ao DENERu; referência a incorporação do INERu pela Fiocruz e as esperanças de prosperidade; a situação do Centro de Pesquisas após a incorporação com a Fiocruz; considerações sobre o seu período de gestão extra-oficial no Centro de Pesquisas; a nomeação do Dr. Zilton Andrade como diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; o desgaste pessoal perante as dificuldades porque passou o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; referência ao ressentimento pessoal com o Dr. Zilton Andrade; as decepções que considera ter sofrido na gestão de Zilton Andrade e Moyses Sadigurksy como diretores do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; breve referência ao perfil profissional do Dr. Zilton Andrade; referência ao desenvolvimento atual de seu trabalho; o estudo atual sobre a interação do hospedeiro e vetor nas doenças parasitológicas; o doutorado em Biologia Parasitária; a perda de alguns funcionários de seu laboratório; descrição de alguns trabalhos sobre vetores de doenças parasitárias que possui para publicação; considerações sobre os projetos desenvolvidos para o PAPES e para o CNPq; sua dedicação e pioneirismo ao estudo da leishmaniose no Brasil; a decepção pessoal por nunca ter sido convidado para os projetos do PRONEX; a aprovação do projeto sobre doenças reemergentes no Brasil pelo CNPq; os estudos sobre leishmaniose visceral realizado por sua equipe; as hipóteses de trabalho sobre leishmaniose e o trabalho sobre doença de Chagas; referência à colônia de flebótomos que possui o laboratório; o convite para ser, em 2002, presidente do Simpósio Internacional de Flebótomos; breve avaliação sobre a área de estudos e doenças parasitárias no Brasil; a utilização de técnicas de biologia molecular nas pesquisas de seu laboratório; a situação do controle da doença de Chagas na Bahia; a colaboração de pesquisadores e instituições no projeto sobre leishmaniose.

Fita 5
Referência aos trabalhos desenvolvidos por sua equipe de pesquisa; opinião pessoal de que as perseguições que sofre ou sofreu não possui fundamentos; considerações sobre o descaso que um pesquisador sofre; o trabalho em seu consultório particular; o gosto pelo trabalho no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os cursos e conferências que ministra na Faculdade de Medicina; os motivos pelos quais deixou de ser assistente de otorrinolaringologia na Universidade.

Cezar Vieira

Entrevista realizada por Carlos Henrique Assunção Paiva e Regina Celie Marques, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 14 de outubro de 2005.

Sumário
FITA 1 / LADO A
Sua vida estudantil e o início de sua trajetória profissional; seu envolvimento com os temas da saúde pública, da medicina social, da medicina comunitária e da saúde coletiva.
FITA 1 / LADO B
A temática do planejamento no campo da saúde e o método CENDES-OPS; suas experiências na Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais e na SUDENE; o Projeto Montes Claros e o sistema de saúde do Estado de Minas Gerais.
FITA 2 / LADO A
O seu ingresso na cooperação técnica Opas-Brasil em recursos humanos; as diferentes percepções em torno da área de recursos humanos na Opas-Washington e na Opas-Brasil; a criação da ABRASCO; a gestão de Carlyle Guerra de Macedo na OPAS; a criação da Associação Latino-americana de Medicina Social ( ALAMES); o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) e o Banco Nacional da Habitação (BNH); o NUTES/CLATES e os demais centros regionais da OPAS; o Grupo técnico do PPREPS; a ampliação das atividades programáticas do PPREPS; a criação do PREV-SAÚDE.
FITA 2 / LADO B
A relação do PPREPS com a CIPLAN; a organização dos serviços de saúde e o SUS; a proposta do PREV-SAÚDE.
FITA 3 / LADO A
A cooperação técnica Opas-Brasil em RH na primeira metade dos anos 1980; o processo da eleição de Carlyle Guerra de Macedo; o relatório técnico de 1984 e a avaliação da cooperação Opas-Brasil em recursos humanos; sua gestão na coordenação da cooperação Opas-Brasil em recursos humanos; as temáticas etnicidade e saúde na OPAS; considerações sobre a situação atual da cooperação técnica promovida pela Opas; o Programa de Especialização em Residência de Saúde Internacional da OPAS; a dimensão nacional da cooperação técnica Opas-Brasil em recursos humanos; a rede de Observatórios em Recursos Humanos para a saúde.
FITA 3 / LADO B
A representação brasileira na Opas; considerações sobre a cooperação técnica na Opas atualmente; a experiência do Programa Larga Escala e o déficit de pessoal de saúde nas Américas atualmente; a relação do PPREPS com as universidades.
FITA 4 / LADO A
O processo de seleção dos projetos enviados das instâncias estaduais para a equipe central do PPREPS; as diferentes fases de desenvolvimento do PPREPS.

José Roberto Ferreira

Entrevista realizada por Carlos Henrique Assunção Paiva, Fernando Pires Alves, Gilberto Hochman e Janete Lima de Castro, no dia 15 de março de 2005.

Sumário
FITA 1 / LADO A
Seu ingresso na OPAS; a situação dos recursos humanos nas décadas de 1960-70; o contexto da criação da FEPAFEM; considerações sobre o termo “cooperação técnica”; a repercussão dos encontros e eventos sobre recursos humanos em saúde internacionais no Brasil; o papel das agências internacionais no campo da formação dos recursos humanos em saúde; a proposta da Conferência Internacional sobre Recursos Humanos para a Saúde e Educação Médica de 1967; os primeiros estudos da OPAS sobre a integração das demandas de recursos humanos às necessidades do ensino em saúde; a inserção do campo dos recursos humanos nas discussões sobre ensino médico; a integração profissional no Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da OPAS.
FITA 1 / LADO B
A trajetória no Departamento de Recursos Humanos e Investigação da OPAS; o processo de integração entre os departamentos da OPAS; a diferença entre a gestão de Carlyle Guerra de Macedo e de George Alleyne; a criação das revistas da OPAS; o incentivo à criação de Centro Latino-americano para o Desenvolvimento de Tecnologia Educacional.
FITA 2 / LADO A
O surgimento do PPREPS; a seleção dos consultores do PPREPS; a relação institucional entre a OPAS e o Brasil; os acordos de cooperação técnica Opas-Brasil em recursos humanos de 1973 e de 1975; a avaliação do PPREPS na primeira década de funcionamento.
FITA 2 / LADO B
A relação entre o programa de recursos humanos de Washington e do Brasil; o papel do PPREPS na cooperação técnica Opas-Brasil; aspectos históricos da cooperação da OPAS no campo da saúde; as características da cooperação técnica entre a OPAS e os países membros; a criação do BIREME e do PALTEX; a inserção do Larga Escala no programa de cooperação técnica da OPAS.
FITA 3 / LADO A
O movimento de escolas médicas no Brasil e na América Latina; criação da FEPAFEM; sua situação como funcionário da OPAS; o PPREPS ao final dos anos 1970; a cooperação técnica OPAS-Brasil e as experiências do CADRHU e do GERUS; o fim da função de consultor internacional na Opas.
FITA 3 / LADO B
A avaliação da gestão de Abraham Horwitz, de Héctor Acuña e do Carlyle Guerra de Macedo na OPAS; a área de recursos humanos na OPAS e o pensamento norte-americano; as linhas de pesquisa da área de recursos humanos; a situação dos recursos humanos nos anos 90 e no século XXI.
FITA 4 / LADO A
A Declaração de Alma-Ata e a Declaração de Otawa; a influência das agências financiadoras nas políticas de recursos humanos; a fundação das associações de Escolas Médicas; a idéia de nacionalização da cooperação técnica Opas-Brasil; as perspectivas em relação ao campo da medicina e suas tendências .
FITA 4 / LADO B
A proposta do PROMEDIS.

Roberto Passos Nogueira

Entrevista realizada por Carlos Henrique Assunção Paiva e Janete Lima de Castro, no Rio de Janeiro, nos dias 25 e 26 de julho de 2005.

Sumário
FITA 1 / LADO A
A escolha pela formação em medicina e o interesse por psicologia e filosofia; o ingresso no IMS/UERJ; os professores e colegas no IMS/UERJ; o papel da OPAS na criação dos cursos de medicina social na América Latina; sua dissertação de mestrado; o envolvimento com o tema de recursos humanos.
FITA 1 / LADO B
Seu trabalho no primeiro curso descentralizado de saúde em Brasília; o ingresso no PPREPS; o método CENDES-OPS; a interface do planejamento com a formação de recursos humanos; a cooperação técnica e a integração docente-assistencial; a relação do GAP/PPREPS com as secretarias estaduais de saúde; a discussão em torno do aumento da cobertura dos serviços de saúde; o trabalho de Lia Fanuck e a cooperação técnica; a cooperação técnica e o Projeto Larga Escala.
FITA 2 / LADO A
O funcionamento do GAP; a cooperação em infra-estrutura dos serviços de saúde; o PREV-SAÚDE; a relação da OPAS-Brasil com a sede em Washington; sua contribuição à pesquisa em recursos humanos em saúde no Brasil.
FITA 2 / LADO B
A pesquisa em recursos humanos em saúde na pauta da cooperação técnica OPAS-Brasil; a singularidade da cooperação técnica OPAS-Brasil frente outras experiências da OPAS; a cooperação técnica na gestão de Carlyle Guerra de Macedo.
FITA 3 / LADO A
O Plano Decenal de Saúde e outras referências intelectuais para a cooperação OPAS-Brasil; O regime militar e a cooperação técnica OPAS-Brasil; burocracia, relações pessoais e a cooperação técnica OPAS-Brasil; os projetos de trabalho coordenados pelo GAP/PPREPS; a relação do GAP com a CIPLAN; a composição do GAP na década de 1980; a Revista Educacion Medica y Salut.
FITA 3 / LADO B
A Revista Educacion Medica y Salut e outros periódicos relevantes na área de educação médica e recursos humanos em saúde; as idéias de Paulo Freire e o processo de renovação da educação profissional no Brasil; as idéias de Paulo Freire, Juan Diaz Bordenave e a concepção do Projeto Larga Escala; a institucionalização do Projeto Larga Escala; sua ida para a sede da OPAS em Washington e seu trabalho na OPAS.
FITA 4 / LADO A
Sua vida pessoal e profissional em Washington; o papel da OPAS-Washington no desenvolvimento dos projetos CADRUH e GERUS; o papel da OPAS-Washington na organização dos Observatórios de Recursos Humanos; o papel da OPAS na construção da Rede de Núcleos de Estudos de Saúde Coletiva e de Saúde Pública; o papel da OPAS na formulação de políticas de saúde nacionais e o futuro da cooperação técnica OPAS-Brasil.
FITA 4 / LADO B
Personagens importantes do estado brasileiro para a cooperação técnica OPAS-Brasil; a cooperação técnica OPAS-Brasil nos estados.

Tânia Celeste Matos Nunes

Entrevista realizada por Carlos Henrique Assunção Paiva e Fernando Pires Alves, no Rio de Janeiro, no dia 10 de março de 2010.

Sumário
Páginas: 1 - 30
Origem familiar e primeiros estudos; suas primeiras experiências como professora; sua escolha pelo curso de graduação em nutrição; sua experiência no curso de graduação em nutrição; seu trabalho na Campanha Nacional de Alimentação Escolar; seu trabalho na Central de Abastecimento e na CEASA; sua aproximação da saúde pública; a experiência do curso descentralizado em saúde pública na Bahia; o panorama da formação em medicina social e saúde pública na Bahia; seu trabalho no Centro de Treinamento (Cetre).
Páginas: 31 – 60
Seu trabalho no CETRE; o PPREPS/PIASS; a experiências de formação de pessoal de saúde de Porteirinha/MG; Hortênsia Hurpia de Hollanda e o debate sobre educação na formação de pessoal de saúde; sua indicação para a função de diretora do CETRE; o trabalho de Hortênsia Hollanda no CETRE; as experiências de Porteirinha/MG e Montes Claros/MG.
Páginas 61 – 79
A trajetória de Hortênsia Hollanda; o papel do PPREPS/PIASS e das universidades na constituição do campo de RH na Bahia; a reorganização do CETRE e sua transformação em Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos – CENDRHU; o debate sobre a formação de pessoal auxiliar de saúde na Bahia; a trajetória institucional do CENDRHU.

História e memória das comunidades de Manguinhos

Reúne 23 depoimentos orais. Este projeto visou um estudo sobre a ocupação de área de Manguinhos com o objetivo de dar suporte de caráter histórico ao Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS/ Manguinhos) que vem sendo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz junto às 14 comunidades territorialmente circunvizinhas ao seu campus, em Manguinhos. Este projeto maior assumiu como questão central a criação de uma instância de intervenção pedagógica que promova círculos de inclusão da comunidade, no âmbito do desenvolvimento ambiental, urbanístico, social e cultural.

Deusdete Soares

Entrevista realizada por Tânia Fernandes, no Rio de Janeiro, no dia 02 de junho de 2004.

José de Carvalho FIlho

Entrevista realizada por Tânia Maria Fernandes, Renato Gama-Rosa, Michele Soares e Graziela no Rio de Janeiro, no dia 10 de dezembro de 2003.

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