Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

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Área de identificação

tipo de entidade

Pessoa

Forma autorizada do nome

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Forma(s) paralela(s) de nome

Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

  • Chagas, Carlos Ribeiro Justiniano, 1878-1934

Outra(s) forma(s) de nome

  • Carlos Chagas

identificadores para entidades coletivas

Área de descrição

Datas de existência

1878-1934

Histórico

Nasceu em 9 de julho de 1878, numa fazenda próxima à cidade de Oliveira (MG), filho de José Justiniano das Chagas e Mariana Candida Ribeiro de Castro Chagas. Formou-se em 1903 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Sua tese de doutoramento para conclusão do curso médico, abordando os aspectos hematológicos da malária, foi desenvolvida no Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900 e denominado, a partir de 1908, Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1904 abriu consultório no centro do Rio de Janeiro e, como médico da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), trabalhou no hospital de Jurujuba, Niterói. Em 1905 foi encarregado, por Oswaldo Cruz, de combater uma epidemia de malária em Itatinga (SP) que prejudicava as obras da Companhia Docas de Santos. Dois anos depois, coordenou a profilaxia da malária em Xerém (RJ), onde a Inspetoria Geral de Obras Públicas realizava a captação de águas para a capital federal. Constatando que a transmissão da doença ocorria fundamentalmente no interior dos domicílios, defendeu que os mosquitos deveriam ser combatidos mediante aplicação de substâncias inseticidas, nesses ambientes. A teoria da infecção domiciliária da malária e o método profilático a ela associado seriam reconhecidos como importantes contribuições à malariologia. Em 1907 atuou no combate a epidemia de malária que afetava as obras da Estrada de Ferro Central do Brasil entre Corinto e Pirapora (MG). No povoado de São Gonçalo das Tabocas – que, a partir de 1908, com a inauguração da ferrovia, ganhou o nome de Lassance – improvisou um laboratório num vagão de trem. Por intermédio do chefe dos engenheiros, Cornélio Cantarino Motta, tomou conhecimento da existência de um inseto hematófago que proliferava nas frestas das paredes das casas de pau a pique, conhecido como barbeiro. Examinando-lhes o intestino, identificou uma nova espécie de tripanossoma, que denominou de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. No ano de 1909, em Lassance, identificou o novo parasito no sangue de uma criança de dois anos, chamada Berenice, que seria considerada o primeiro caso de tripanossomíase americana ou doença de Chagas. A descoberta e os estudos sobre a nova doença trouxeram grande prestígio ao cientista, que se tornaria membro de importantes associações médicas e científicas no Brasil e no exterior, e ao IOC, a cuja equipe ele se integrara como pesquisador em 1908. Em 1910 a Academia Nacional de Medicina abriu vaga extraordinária para recebê-lo como membro titular. Em 1912 foi agraciado com o prêmio Schaudinn de protozoologia, concedido pelo Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Por duas vezes foi indicado ao prêmio Nobel, em 1913 e 1921. Com a colaboração de outros cientistas do IOC, investigou os vários aspectos da nova doença, como as características biológicas do vetor e do parasito, o quadro clínico e a patogenia da infecção, a transmissão e o diagnóstico. Entre 1912 e 1913 chefiou uma expedição ao vale do rio Amazonas para estudar as condições sanitárias da região. Foi uma das lideranças do movimento sanitarista que, entre 1916 e 1920, reuniu médicos, cientistas e intelectuais em torno da ideia de que o atraso do país era fruto das endemias que assolavam seu interior, e que o combate a tais enfermidades deveria ser prioridade do Estado. Em 1917, por ocasião da morte de Oswaldo Cruz, assumiu a direção do IOC, cargo que ocuparia até o final de sua vida. Em 1918 coordenou o combate à epidemia de gripe espanhola na capital federal. Em 1919 foi nomeado para a DGSP, transformada, em 1920, no Departamento Nacional de Saúde Pública, que dirigiu até 1926. No cenário internacional, destacou-se como membro do Comitê de Higiene da Liga das Nações, a partir de 1922, e idealizador e primeiro diretor do Centro Internacional de Leprologia, instalado em 1934. Foi professor do Curso de Aplicação do IOC e, em 1925, tornou-se o primeiro titular da cadeira de medicina tropical da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Morreu em 8 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro.

Locais

Estado Legal

Funções, ocupações e atividades

Diretor do IOC, 14/02/1917-08/11/1934
Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, 1920-1926

Mandatos/Fontes de autoridade

Estruturas internas/genealogia

Contexto geral

Área de relacionamento

Entidade relacionada

Carlos Chagas Filho (1910-2000)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Carlos Chagas Filho

filho(a) de

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Entidade relacionada

Evandro Serafim Lobo Chagas (1905-1940)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Evandro Serafim Lobo Chagas

filho(a) de

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Entidade relacionada

Seraphim Ribeiro Justiniano das Chagas (18??-1907)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Seraphim Ribeiro Justiniano das Chagas

irmão(a) de

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Entidade relacionada

Iris Lobo Chagas (1882-1950)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Iris Lobo Chagas

casado(a) com

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Entidade relacionada

Astrogildo Machado (1885-1945)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Astrogildo Machado

cunhado(a) de

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Entidade relacionada

Hélio Lobo Leite Pereira (1883-1960)

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Categoria da relação

family

Tipo de relação

Hélio Lobo Leite Pereira

cunhado(a) de

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas

Datas da relação

Descrição da relação

Área de ponto de acesso

Ponto de acesso - assunto

Ponto de acesso - local

Ocupações

Área de controle da descrição

Identificador de autoridade arquivística de documentos

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias.

Status da descrição

nível de detalhamento

Datas das descrições (criação, revisão e remoção)

Idioma(s)

Escrita(s)

Fontes utilizadas na descrição

ALMEIDA, Miguel Ozorio de. Carlos Chagas. In: __. Ensaios, críticas e perfis. Rio de Janeiro: F. Brigueit & Cia., 1938. p. 161-174.
BENCHIMOL, Jaime Larry (coord.). Manguinhos do sonho a vida: a ciência na belle époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 1990.
CHAGAS, Carlos. Discursos e conferências. Rio de Janeiro: A Noite, 1935.
CHAGAS FILHO, Carlos. Meu pai. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 1993.
COUTINHO, Marilia; FREIRE JUNIOR, Olival; DIAS, João Carlos Pinto. The noble enigma: Chagas’ nominations for the Nobel prize. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 94, supl. 1, p. 123-129, set. 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/mioc/a/DWL3mJHHN8BwgrQdP7d4vjg/?lang=en. Acesso em: 11 jun. 2021.
FARIA, Lina Rodrigues de. Os primeiros anos da reforma sanitária no Brasil e a atuação da Fundação Rockefeller (1915-1920). Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 109-127, 1995.
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KROPF, Simone Petraglia; AZEVEDO, Nara; FERREIRA, Luiz Otávio. Doença de Chagas: a construção de um fato científico e de um problema de saúde pública no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 347-365, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/79tmmqmRSjn9zVQYkzM6ycQ/?lang=pt. Acesso em: 11 jun. 2021.
LACAZ, Carlos da Silva. Carlos Chagas (1879-1934). In: __. Vultos da medicina brasileira. v. 1. p. 48. São Paulo: Helicon Ltda., 1963.
PRATA, Aluizio (org.). Carlos Chagas: coletânea de trabalhos científicos. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1981. 902 p. (Temas brasileiros, v. 6).
SOUZA, Bianca Alves Peres Monteiro de; AMORIM, Wellington Mendonça de. A atuação das enfermeiras do DNSP, no Distrito Federal, 1921-1931. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental, Rio de Janeiro, ano 9, n. 1/2, p. 65-78, 1/2 sem. 2005.
VILLELA, Eurico. Carlos Chagas. Rio de Janeiro: Indústrias Gráficas Legislação Federal S/A, 1959.

Notas de manutenção