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registro de autoridade

Gordon Floyd Ferris

  • Pessoa
  • 1893-1958

Nasceu em Bayard, Kansas, Estados Unidos, em 2 de janeiro de 1893. Em 1909 ingressou na Universidade Ottawa, no Kansas, mas logo desistiu para trabalhar em uma companhia de energia. Como esta financiava educação para seus empregados, em 1912 foi enviado para estudar na Universidade de Stanford. Em 1917 obteve o grau de mestre e tornou-se professor assistente permanecendo na instituição ao longo de seus 42 anos de carreira acadêmica. Atuou como taxonomista, pesquisando Anoplura, Mallophaga, Diptera, Coccoidea, Cimicidae e Polyctenidae. Realizou viagens de estudos e coleta de insetos por todo o sudoeste dos Estados Unidos, além de México, China e Inglaterra. Publicou 275 trabalhos dos quais se destaca a obra em sete volumes intitulada Atlas of the scale insects of North America (1937-1955). Entre os inúmeros táxons novos de sua autoria, criou em 1951 o gênero Werneckia para homenagear o pesquisador do IOC. Morreu em 21 de maio de 1958, na Califórnia.

Delir Corrêa Gomes Maués da Serra Freire

  • Pessoa
  • 1938-

Nasceu em 4 de setembro de 1938, na cidade do Rio de Janeiro, filha de Antônio Corrêa Gomes e Nadya Pinhel Gomes. Conduiu seus estudos secundários em uma escola da Irmandade das Freiras Servas do Espírito Santo, contando como incentivo e esforço de seus pais. Apesar da insistência de seu pai para que optasse pela medicina, o gosto pela biologia surgiu desde muito cedo, quando ainda frequentava o curso ginasial. A visita ao IOC, em 1961, por convite de uma amiga, e o incentivo do pesquisador Lauro Travassos fizeram com que ela contrariasse o desejo paterno e se decidisse pelo curso de história natural. Em 1963, começava a sua graduação na Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual UERJ, onde se formou em 1966. Ao iniciar o curso superior, conseguiu um estágio no IOC, tendo como orientadores Lauro Travassos e João Ferreira Teixeira de Freitas, importantes lideranças na Divisão de Zoologia do Instituto. O contato com estes dois pesquisadores de renome fez com que tomasse gosto pela área da helmintologia, a qual dedicaria a maior parte das atividades exercidas ao longo de sua carreira, seja na prática da pesquisa, da docência ou da gerência. Em 1967, já graduada, frequentou o Curso de Aplicação de Manguinhos, ampliando os seus conhecimentos na área biomédica. Quando estagiária no IOC, publicou os resultados de suas primeiras pesquisas nas Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro na revista Memórias do lOC. Entre 1963 e 1968, permaneceu como estagiária no Departamento de Helmintologia. A partir de então, recebeu apoio do CNPq, quando assumiu a função de pesquisadora assistente. Em fins dos anos 1970, foi contratada pela Fiocruz. Apesar das dificuldades financeiras e institucionais no decorrer das décadas de 1970 e 1980, concluiu o Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, na área de parasitologia, da UFRRJ. Concomitantemente, exerceu atividades docentes e cargos administrativos na Fiocruz. Convidada por Teixeira de Freitas, passou a ministrar aulas de entomologia e helmintologia, no Curso de Aplicação do IOC. A partir de então, a atividade docente se fez permanente em sua trajetória, exercendo-a em várias instituições. Entre 1990 e 1994, além do cargo de professora em helmintologia e parasitologia médica, assumiu a coordenação do Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical no IOC/Fiocruz. Dentre os cargos gerenciais, tornou-se responsável, em 1977, pelo Laboratório de Helmintologia; entre 1985 e 1991 assumiu a chefia do departamento, cargo que retomaria a partir de 1997. Entre 1982 e 1989, foi designada curadora da Coleção Helmintológica, embora sua relação com a mesma tenha começado desde muito cedo. Sempre reconhecendo a importância do acervo para as pesquisas na área da helmintologia, teve participação decisiva, em meados dos anos 1970, para que a coleção não fosse destruída mediante a proposta de transferência do acervo para outras instituições. Atualmente, é chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados (IOC).

Arthur Neiva

  • Pessoa
  • 1880-1943

Nasceu em 22 de março de 1880, em Salvador (BA), filho de João Augusto Neiva e Ana Adelaide Paço Neiva. Iniciou o curso superior na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1903. Trabalhou para a Inspetoria de Profilaxia da Febre Amarela nas campanhas dirigidas por Oswaldo Cruz visando à erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Em 1906 ingressou no Instituto Soroterápico Federal, posteriormente denominado IOC, onde realizou pesquisas em entomologia e parasitologia. Em 1907 participou ao lado de Carlos Chagas da campanha de profilaxia da malária em Xerém (RJ). Nessa região estudou os hábitos e as características dos mosquitos transmissores da doença e identificou alguns grupos de seus parasitos resistentes à quinina. Em 1908, como pesquisador do IOC, desenvolveu pesquisas sobre os insetos transmissores da doença de Chagas. Em 1910 forneceu informações detalhadas sobre a biologia do Conorhinus megistus – depois denominado Panstrongylus megistus –, que contribuíram para os primeiros conhecimentos sobre o ciclo evolutivo do Trypanosoma cruzi. Ainda sobre a doença de Chagas, realizou a classificação de espécies de barbeiros e explicou o mecanismo de transmissão, formulando a hipótese de que, ao se coçar, o indivíduo introduz em seu corpo, pela pele ou por uma mucosa, as fezes do inseto que contém tripanossomas. Durante a década de 1910 participou de expedições científicas enviadas pelo IOC ao interior do Brasil. Ao lado de Belisário Penna percorreu estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, com recursos do IOC e da Inspetoria de Obras contra as Secas, e publicou, quatro anos depois, um relatório em que são denunciadas as más condições de vida e saúde da população rural. Participou do movimento que congregou cientistas, médicos e intelectuais em prol do saneamento do país. Em 1914, com a tese intitulada "Revisão do gênero Triatoma Lap.", sobre um dos gêneros de barbeiros, tornou-se livre-docente da cadeira de história natural médica e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1923 a 1927 dirigiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1924 e 1927 chefiou a Comissão de Estudos e Debelação da Praga Cafeeira do estado de São Paulo, trabalhando com Angelo Moreira da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade. Em 1928 o governo paulista o contratou como diretor-superintendente do recém-criado Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, denominado, a partir de 1937, Instituto Biológico, onde permaneceu até 1932. Após a Revolução de 1930, ocupou cargos na administração pública, como o de interventor federal na Bahia. De 1935 a 1937 foi deputado federal pelo Partido Social Democrático baiano. Com a implantação do Estado Novo, retomou suas atividades em Manguinhos. Morreu em 6 de junho de 1943, no Rio de Janeiro.

Alda Lima Falcão

  • Pessoa
  • 1925-2019

Nasceu em 27 de março de 1925, em Aracati (CE), filha de João Barbosa Lima e Raimunda Pereira Lima. Sua trajetória profissional, iniciada em 1939, aos 14 anos, esteve ligada a instituições da área da saúde pública. Primeiramente atuou no Serviço de Malária do Nordeste (1939-1942), depois no Serviço Nacional de Malária (1942-1956), e posteriormente no Instituto Nacional de Endemias Rurais (1956-1975), que a partir de 1976 passou a fazer parte da Fiocruz. Nessa instituição foi pesquisadora e chefe do Laboratório de Leishmanioses do Centro de Pesquisas René Rachou, como também curadora da Coleção de Flebotomíneos. Em 1958 fez o curso de especialização em entomologia médica da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Aposentou-se em 1994, mas permaneceu desenvolvendo seus trabalhos sobre sistemática de flebotomíneos. Em 2007 recebeu o título de pesquisadora emérita da Fiocruz. Morreu em agosto de 2019, em Belo Horizonte.

Alina Perlowagora-Szumlewicz

  • Pessoa
  • 1911-1997

Nasceu em 18 de dezembro de 1911, em Jedwabne, Polônia, filha de Herman e Sabina Perlowagora. Formou-se em ciências naturais pela Universidade de Varsóvia, onde obteve o título de doutora em filosofia e trabalhou como pesquisadora associada do Instituto de Fisiologia Aplicada até 1939. Diante da perseguição nazista aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, transferiu-se para o Brasil em 1942 e ingressou como pesquisadora associada no Serviço de Estudos e Pesquisas sobre a Febre Amarela da Fundação Rockefeller, com sede no Rio de Janeiro. Realizou importantes pesquisas sobre febre amarela, sendo responsável pela implantação do método de fixação do complemento para o diagnóstico dessa doença no Brasil. Em 1949 foi para o Instituto de Malariologia do Serviço Nacional de Malária, incorporado em 1956 ao Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), para desenvolver pesquisas sobre o controle de moluscos vetores da esquistossomose através do uso de moluscicidas. Naturalizou-se brasileira em 1951. De 1962 a 1963 foi bolsista da União Pan-Americana e pesquisadora visitante do National Institutes of Health, lotada no Laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, em Bethesda, Maryland, Estados Unidos. Trabalhou no INERu até 1970, quando seu laboratório foi anexado à recém-criada Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ainda em 1970 assumiu como pesquisadora titular o Laboratório de Biologia e Controle de Vetores da Doença de Chagas do INERu, localizado no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Nesse laboratório desenvolveu estudos sobre a importância de parâmetros biológicos para o planejamento de medidas de controle de barbeiros, controle químico desse vetor por meio do uso de inseticidas, controle integrando métodos biológicos, como o lançamento de machos estéreis na natureza, e controle químico no desenvolvimento de inseticidas. Na Fiocruz, entre as décadas de 1980 e 1990, atuou no Laboratório de Vetores da Doença de Chagas do Departamento de Entomologia e no Laboratório/Núcleo de Biologia de Vetores e de Interação Vetor/Parasito do Departamento de Medicina Tropical, ambos do Instituto Oswaldo Cruz. Morreu em 21 de maio de 1997, no Rio de Janeiro.

Adolpho Lutz

  • Pessoa
  • 1855-1940

Nasceu no Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1855, filho dos suíços Gustav Lutz e Mathilde Oberteuffer Lutz. Mudou para Berna (Suíça) em 1857, onde obteve toda sua formação escolar. Diplomou-se em medicina em 1879, doutorando-se em julho de 1880 com a tese "Sobre os efeitos terapêuticos do quebracho cobrado". Durante sua formação médica, frequentou as aulas de Rudolph Leuckart, em Leipizig, sobre ciências naturais, tendo descrito, inclusive, uma espécie nova de cladóceros. Estagiou também em ginecologia e obstetrícia em Praga. Em 1881, depois de frequentar vários centros científicos, regressou ao Brasil onde revalidou seu diploma com tese de título semelhante àquela que lhe conferira o grau de doutor em Berna. Durante o primeiro semestre de 1882 foi morar em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Mudou, então, no segundo semestre desse mesmo ano para Limeira, em São Paulo, onde existia uma colônia suíço-alemã, exercendo a medicina até 1885. Durante esse período publicou suas observações clínicas e também trabalhos sobre helmintologia, parasitologia e dermatologia, descrevendo uma nova doença observada em crianças de Limeira. Em 1886 voltou à Europa com o intuito de fazer pesquisas sobre o micróbio da lepra, indo estudar em Hamburgo no Instituto de Dermatologia do professor Unna. Publicou entre 1886 e 1887 vários trabalhos sobre a lepra. De volta ao Brasil, transferiu-se, em 1887, para a capital de São Paulo, onde desenvolveu várias pesquisas sobre dermatologia, helmintologia, micologia e protozoologia. Em 1889 foi convidado para dirigir o hospital de leprosos de Honolulu (Kalihi Leper Hospital) e realizar ensaios terapêuticos no Havaí. Ficou na região até meados de 1892, quando deixou Honolulu para estabelecer-se em São Francisco, na Califórnia, onde exerceu a clínica. Voltou ao Brasil em fins de 1892, tendo sido convidado, em 1893, para dirigir o Instituto Bacteriológico de São Paulo. Durante o período em que ficou à frente do Instituto Bacteriológico (1893-1908), promoveu a transformação da medicina tradicional. Conhecedor da bacteriologia e parasitologia, abriu novos rumos para a medicina humana. No que concerne aos transmissores de doenças deu especial atenção aos insetos, trabalhando com a sistemática e a biologia de diferentes grupos. Pesquisou a febre amarela e a malária, descobrindo à época a malária silvestre. Em 1908, aceitando convite de Oswaldo G. Cruz, transferiu-se para Manguinhos, com o cargo de chefe de serviço, onde dedicou-se inteiramente aos trabalhos de entomologia médica, helmintologia e zoologia, mesclando os interesses puramente biológicos com a aplicação na medicina tropical. Durante os primeiros anos no Rio, ocupou-se em organizar a coleção de insetos do Bacteriológico de São Paulo, que se encontra depositada no IOC. Participou também ativamente na elborção da revista Memórias do IOC, na qual ficou encarregado de traduzir para o inglês e o alemão os artigos científicos para publicação. Durante o período em que atuou no Instituto (1908-1940), fez várias viagens de estudo a diversas regiões do país e do continente, entre elas ao Nordeste, Paraná, Argentina e Venezuela. Reuniu durante os seus anos de pesquisa diversas coleções científicas, entre elas as de insetos, helmintos, moluscos, anfíbios, répteis, plantas etc, que estão hoje depositadas na Fiocruz e no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Sua contribuição foi decisiva para o desenvolvimento da entomologia médica e dos estudos sobre verminoses dos homens e dos animais, da febra amarela e malária, iniciando também no Brasil a pesquisa veterinária. Recebeu ao longo de seus 85 anos várias homenagens no país e no exterior. Teve seu nome perpetuado nos mais diferentes grupos e, entre os insetos, destacam-se os gêneros Lutzomyia França,1924 e Lutzsimulium d'Andretta e d'Andretta, 1947, e as espécies Sabethes lutzii Theobald, 1903, Drosophila lutzii Sturtevant, 1916, Pastrongylus lutzi (Neiva & Pinto, 1923) e Wyeomyia lutzi (Costa Lima, 1930). Morreu em 6 de outubro de 1940, no Rio de Janeiro.

Moacyr Vaz de Andrade

  • Pessoa
  • 1920-?

Nasceu em 20 de março de 1920, no Rio de Janeiro. Formou-se bacharel em Química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, doutorando-se pela mesma universidade, em 1951. Aluno do Curso de Aplicação do IOC, foi contratado, em 1943, ao ser aprovado em concurso para químico analista. Em Manguinhos, foi professor e pesquisador da seção de micologia, onde se dedicou a investigações em Química e Terapêutica de fungos. Representou o IOC na Comissão de Biofarmácia do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia do Ministério da Saúde. Professor de Química em diversas escolas de segundo grau do Rio de Janeiro, lecionou também no curso de pós-graduação da Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil. Em 1970, vinha desenvolvendo pesquisas sobre a atividade antitumor de substâncias produzidas por fungos, quando teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5) e 10 (AI-10). Devido a esse fato, foi obrigado a interromper suas investigações, ficando praticamente desempregado durante dois anos e meio. A partir de 1973, passou a trabalhar para a iniciativa privada, chefiando o controle de qualidade de produtos farmacêuticos, alimentícios e dietéticos. É membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Associação Brasileira de Química e das Sociedades de Micopatologia Médica e Veterinária e de Biologia do Rio de Janeiro. Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, voltando a trabalhar no Departamento de Micologia, do qual se afastou em 1997 por problemas de saúde.

Fernando Braga Ubatuba

  • Pessoa
  • 1917-2003

Nasceu em 1º de novembro de 1917, em Pelotas (RS). Formou-se em medicina pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1942, obtendo doutorado em bioquímica na UFRRJ. Nesse mesmo ano, ingressou no IOC como químico-analista, sendo também designado para professor dos cursos do Instituto e chefe da seção de endocrinologia, cargo que ocupou até 1964. Lecionou também na Faculdade de Ciências Médicas da atual UERJ, na UFRJ, na UFF e em instituições particulares. Em 1951, foi nomeado professor catedrático da Escola Nacional de Veterinária, hoje UFRRJ, onde criou um núcleo de pesquisas em ciências fisiológicas. Especialista em hormônios, Fernando Ubatuba esteve na Suíça e Inglaterra, a fim de aprimorar seus conhecimentos nesse campo. De volta ao Brasil, montou um laboratório de padronização de hormônios no IOC e na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Além disso, foi assessor no planejamento do laboratório central de controle de produtos veterinários da Secretaria de Defesa Sanitária da Agricultura. Membro da Academia Brasileira de Ciências, desenvolveu trabalhos pioneiros em bioquímica e fisiologia de insetos e em deficiências minerais em gado bovino, criando núcleos de pesquisadores nessas áreas. Em 1968, foi preso na UFRRJ, ficando 14 dias incomunicável no paiol de pólvora do Exército, em Paracambi. Depois foi liberado apenas para dar aulas, sendo levado sob escolta até a universidade. Em 1970, Fernando Ubatuba teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5) e 10 (AI-10). Sua cassação desestruturou a divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica de Manguinhos e levou sua mulher, Arlette Ubatuba, responsável pela produção de vacinas antibacterianas, a aposentar-se. Em 1971, foi para a Universidade Centro-Ocidental Lisandro Alvarado, de Barquisimeto, na Venezuela, onde instalou um centro de pesquisas em ciências fisiológicas. Em seguida, viajou para a Grã-Bretanha como pesquisador visitante do Instituto de Fisiologia Animal da Universidade de Cambridge. Trabalhou também como professor de farmacologia na Universidade de Edinburgh, na Escócia. Foi contratado, em 1974, como pesquisador sênior da Wellcome Research Laboratories, aposentando-se em 1980. Nessa instituição, teve participação ativa nos estudos que acabaram por conceder o prêmio Nobel de Medicina a John Vane, em 1982. Fernando Ubatuba retornou ao Brasil, em 1980, para colaborar na reformulação dos cursos e no desenvolvimento de pesquisas na Faculdade de Ciências da UnB, passando a coordenar o Departamento de Farmacologia e o Biotério Central. Em 1986, embora tenha sido reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, optou por permanecer na UnB. Retornou ao Rio de Janeiro em 1990, como pesquisador visitante do CNPq no Departamento de Bioquímica da UFRJ. Afastou-se deste cargo em 1995, devido a problemas de saúde. Faleceu em 9 de março de 2003.

Domingos Arthur Machado Filho

  • Pessoa
  • 1914-1990

Nasceu em 28 de maio de 1914, no Rio de Janeiro. Formou-se em Veterinária pela Escola Nacional de Veterinária, atual UFRRJ, em 1937, e em Medicina pela Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hannemaniano, atual UniRio, em 1947. Graduou-se em história natural pela Universidade do Distrito Federal (UDF), em 1938. Aluno de Lauro Travassos e de Hugo de Souza Lopes, ingressou no IOC, em agosto de 1935, como estagiário da Divisão de Zoologia Médica, sem remuneração. Cerca de 16 anos depois, ainda em Manguinhos, foi contratado como bolsista e, posteriormente, como pesquisador e professor. Foi também subchefe e chefe da seção de helmintologia, onde dedicou-se principalmente ao estudo dos acantocéfalos. Mas essa pesquisa foi interrompida devido ao Ato Institucional nº 5 (AI-5), que o aposentou em 1970. Professor de nível médio e secundário da Secretaria Estadual de Educação e Cultura, lecionou também na Escola Nacional de Veterinária, na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e no mestrado da UFRRJ. Livre docente pela Escola de Medicina e Cirurgia, foi também professor dessa faculdade. Porém, perdeu seu cargo logo que a instituição foi federalizada. De 1968 a 1981, foi professor de parasitologia da Faculdade de Medicina de Valença, e professor titular da Faculdade de Medicina de Nova Iguaçu, de 1981 a 1988. Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, mas não voltou a trabalhar na instituição devido a problemas de saúde. Faleceu em agosto de 1990.

Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti

  • Pessoa
  • 1905-1990

Nasceu em 2 de julho de 1905, na cidade de Taquaritinga (SP). Doutor em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1931, foi assistente, chefe de laboratório e docente concursado de fisiologia da Faculdade de Medicina dessa universidade. Em 1939, foi aprovado em concurso para professor da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, ingressou no IOC, trabalhando como pesquisador, professor e chefe da Divisão de Fisiologia. Paralelamente, lecionou no Departamento Nacional de Saúde, na Faculdade de Ciências Médicas e na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Em 1955, foi colocado, pelo IOC, à disposição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sendo indicado para a direção do Setor de Pesquisas Biológicas e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Em 1959, retornou a Manguinhos e foi nomeado diretor do IOC no ano seguinte. Em 1961, voltou à chefia da Divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica, cargo do qual foi exonerado em 1964, como aconteceu com todos os outros pesquisadores envolvidos nos inquéritos administrativos instaurados no IOC. Foi ainda consultor científico do INPA, membro do Conselho Deliberativo do CNPq e da Comissão Nacional de Assistência Técnica do Ministério das Relações Exteriores. Em 1963, participou da Missão Científica Brasileira ao Leste Europeu, promovida pela Universidade de Brasília. Membro da Academia Brasileira de Ciências e fundador da Sociedade Brasileira de Fisiologia, foi agraciado em 1943 com o prêmio da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, por seus estudos sobre águas minerais, e em 1958, com a Medalha do Mérito D. João VI, pelos serviços prestados às pesquisas do Jardim Botânico. Desenvolveu estudos de grande importância nas áreas de nutrição e saúde ocupacional. Ente eles destacam-se trabalhos sobre o valor energético dos alimentos brasileiros, problemas alimentares na Amazônia, no Maranhão e Piauí, além de pesquisas sobre questões de saúde do trabalhador em indústrias gráficas. Em 1970, Tito Cavalcanti teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Ato Institucional (AI-5) e 10 (AI-10). Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, passando a trabalhar com Haity Moussatché na reorganização do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da instituição. Morreu em 11 de dezembro de 1990.

Masao Goto

  • Pessoa
  • 1919-1986

Nasceu em 11 de fevereiro de 1919, no Rio de Janeiro. Em 1942, formou-se em medicina pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também lecionou na Escola de Enfermagem Ana Nery e na Faculdade de Farmácia e Bioquímica. Formado pelo Curso de Aplicação do IOC, foi contratado por esta instituição em 1944, após ser aprovado em concurso. Foi pesquisador, professor de micologia dos cursos do IOC e chefe da seção de micologia, cargo que ocupou até 1964. Dedicou-se ao estudo das micoses sistêmicas e superficiais, sendo colaborador de Arêa Leão durante muitos anos. Além disso, apresentou contribuições para o melhor conhecimento de várias doenças causadas por fungos. Desenvolveu ainda trabalhos em micologia, alergia e imunologia clínica no Hospital Evandro Chagas. Em 1970, vinha desenvolvendo pesquisa sobre a ação antitumor de substâncias produzidas por fungos com os cientistas Moacyr Vaz de Andrade e Arêa Leão, quando foi aposentado pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5). Ao sair de Manguinhos, interrompeu suas investigações e se dedicou a sua clínica particular. Foi membro da Sociedade Latino-Americana de Alergia e Imunopatologia, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), das Sociedades de Patologia Clínica e de Alergia e Imunopatologia, da Associação Médica Brasileira e da Sociedade de Microbiologia do Brasil. Em 1986, após a sua reintegração ao quadro de pesquisadores da Fiocruz. Morreu, vítima de problemas cardíacos, não chegando a reassumir o seu cargo na instituição.

Herman Lent

  • Pessoa
  • 1911-2004

Nasceu em 3 de fevereiro de 1911, no Rio de Janeiro, filho de Hano e Anna Lent. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, obtendo o título de agrimensor e bacharel em ciências e letras em 1928. Entre 1931 e 1932 realizou o Curso de Aplicação do IOC. Em 1934, graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1929 e exerceu a função de auxiliar acadêmico de parasitologia (1933-1934). Em 1932, a convite de Carlos Chagas, iniciou sua trajetória no IOC como estagiário do Laboratório de Helmintologia dirigido por Lauro Travassos. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico com João Ferreira Teixeira de Freitas (1934), com quem manteve parceria por alguns anos. Influenciado por Arthur Neiva, passou a se interessar por entomologia, especializando-se no estudo da família Reduviidae, com destaque para os vetores da doença de Chagas. No IOC exerceu os cargos de chefe de clínica (1936), assistente técnico (1938), técnico especializado (1939) e pesquisador (1941). Além disso, chefiou a Seção de Entomologia (1950, 1954-1956 e 1959-1961) e a Divisão de Zoologia (1961-1964). Desde 1934 participou de inúmeras expedições pelo Brasil e América Latina para coleta de material científico. Integrou a Missão de Cooperação Intelectual do Ministério de Relações Exteriores do Brasil ao Paraguai (1943-1944), sendo nomeado chefe honorário do Laboratório de Parasitologia do Instituto de Higiene de Assunção. Atuou como professor na Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal (1935-1937), na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1940), em cursos do Ministério da Saúde (1940-1942 e 1964), no Colégio Pedro II (1954-1967) e como conferencista do Conselho Nacional de Pesquisas (1968-1970). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10, episódio relatado no livro "O massacre de Manguinhos". Dois anos depois foi para a Venezuela, atuando como professor de pós-graduação em parasitologia da Universidade de Los Andes até 1974. De 1975 a 1976 foi pesquisador associado do Museu Americano de História Natural, quando produziu com Pedro Wygodzinsky uma obra de referência sobre triatomíneos, "Revision of the Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), and their significance as vectors of Chagas' disease", publicada em 1979. Após retornar ao Brasil, em 1976, foi convidado para trabalhar na Universidade Santa Úrsula, onde desempenhou as funções de professor titular, decano (1980-1981) e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa (1982-1989). Não aceitou a reintegração à Fiocruz em 1986, porém fez parte do Conselho Técnico-Científico da instituição (1985-1988), além de frequentar o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC. Foi membro da Sociedade Brasileira de Biologia (1940), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1961) e da Academia Brasileira de Ciências (1966), entre outras. Recebeu diversas honrarias, como o prêmio Costa Lima (1972), a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de pesquisador emérito da Fiocruz (2004). Morreu em 7 de junho de 2004, no Rio de Janeiro.

Haity Moussatché

  • Pessoa
  • 1910-1998

Nasceu em 21 de fevereiro de 1910, em Smirna, Turquia, filho de Isidoro Moussatché e Sarina Hazan, tendo imigrado com a família para o Brasil quando tinha três anos de idade. Em 1933 formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte, ingressou no IOC como estagiário e naturalizou-se brasileiro. Por não receber nenhum tipo de remuneração, em 1935 se transferiu para a unidade que a Fundação Rockefeller mantinha no campus de Manguinhos, destinada à produção de vacina contra a febre amarela. Dois anos depois, foi contratado como assistente técnico do IOC, onde também exerceu as funções de biologista e professor. Além disso, chefiou a Seção de Farmacodinâmica e Quimioterapia (1954-1956) e a Seção de Fisiologia (1959-1964). O interesse pela fisiologia surgiu durante o curso de medicina, a partir das aulas ministradas por Álvaro Ozório de Almeida. No IOC, trabalhou com Miguel Ozório de Almeida, desenvolvendo pesquisas sobre fisiologia e farmacologia comportamental, reação anafilática em animais de laboratório, propriedades farmacológicas de frações de venenos de serpentes, reatividade de músculos lisos e estriados, e produtos naturais originários de plantas. Em 1942 realizou estudos sobre predisposição a convulsões e à concentração de um fermento no cérebro, no Laboratório de Fisiologia do Instituto Biológico de São Paulo. Em 1948 defendeu tese de livre-docência intitulada "Ação do gás carbônico nas convulsões experimentais", na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. A convite de Darcy Ribeiro fez parte do grupo de trabalho que planejou a criação da Universidade de Brasília (1959-1960). Em 1970, com nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10, episódio denominado "Massacre de Manguinhos". Em virtude disso, foi trabalhar na recém-criada Universidade Centro-Ocidental Lisandro Alvarado, de Barquisimeto, Venezuela. Nessa instituição, além de colaborar para o desenvolvimento das atividades de investigação cientifica, foi professor, chefe da Unidade de Pesquisa em Ciências Fisiológicas e presidente do Conselho de Pesquisas e Serviços. Ao retornar ao Brasil, no ano de 1985, foi convidado para reorganizar o Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica do IOC, uma vez que essas áreas de pesquisa estavam extintas desde a época da sua saída da instituição. Além de ter aceitado o convite, trouxe Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti para auxiliá-lo nessa missão. Trabalhou vários meses sem remuneração até conseguir uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico. Em 1986 foi reintegrado ao quadro de funcionários da Fiocruz, e chefiou o Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica e o Laboratório de Toxinologia do IOC. Foi membro da Sociedade de Biologia do Brasil (1941), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1948), da Sociedade Internacional de Toxicologia (1953) - todas na qualidade de fundador -, da Academia Brasileira de Ciências (1953), da Academia de Ciências de Nova York (1959), da Federação Mundial de Trabalhadores Científicos (1959), da Associação Venezuelana para o Progresso da Ciência (1974) e da Associação para Criação do Parlamento Mundial (1990). Morreu em 24 de julho de 1998, no Rio de Janeiro.

Comissão Organizadora da IV Conferência Nacional de Saúde

  • Entidade coletiva
  • 1967

A IV Conferência Nacional de Saúde foi convocada pelo decreto n. 58.266, de 27 de abril de 1966, durante a gestão do ministro da Saúde Raimundo de Moura Britto, com o tema "Recursos humanos para as atividades de saúde". Entretanto, o evento somente veio a ocorrer em 1967, de 30 de agosto a 4 de setembro, nas dependências da Fundação Ensino Especializado de Saúde Pública, no bairro de Manguinhos, Rio de Janeiro. Instalada pelo ministro Leonel Tavares Miranda de Albuquerque, a conferência debateu a formação de recursos humanos de que o país carecia para o desenvolvimento de suas atividades de saúde. Pela primeira vez, nas conferências de saúde, foi introduzida a prática do seminário, com a apresentação dos temas em sessões plenárias e sua discussão nos grupos de trabalho. O evento contou com a participação de trezentos profissionais ligados às áreas da medicina, enfermagem, farmácia e engenharia sanitária, tanto do Brasil quanto do exterior. A comissão organizadora, responsável pela preparação da conferência, foi presidida por Helio Fraga, vice-presidente do Conselho Nacional de Saúde à época, e o secretário-geral foi Edmar Terra Blois.

Comissão Organizadora da V Conferência Nacional de Saúde

  • Entidade coletiva
  • 1975

Convocada pelo decreto 75.409, de 25 de fevereiro de 1975, foi instalada pelo Presidente da República Ernesto Geisel no dia 5 de agosto do mesmo ano, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, sob a presidência do Ministro da Saúde Paulo de Almeida Machado.

Leonídio Ribeiro Filho

  • Pessoa
  • 1893-1976

Nasceu em 4 de novembro de 1893, em São Paulo, filho de Leonídio de Souza Ribeiro e Maria Henriqueta Marcondes Ribeiro. Em 1916 formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Discípulo de Afrânio Peixoto, tomou conhecimento em 1917 de um concurso para o cargo de legista da Polícia Civil. Inscrito e classificado, passou a exercer ainda naquele ano o cargo de médico legista da Polícia Civil do Distrito Federal. Em 1918, devido a divergências dentro do órgão, solicitou demissão e embarcou para a França, na Missão Médica que o Brasil enviou à Primeira Guerra Mundial. Como tenente-médico dirigiu um hospital em Marselha até 1919, quando foi dispensado e condecorado com a Legião de Honra pelo governo francês. Prosseguiu seus estudos na Europa e especializou-se em Cirurgia e Medicina Legal. Em 1925, no Brasil, tornou-se professor de Criminologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Com a Revolução de 1930 foi designado para o cargo de diretor do Gabinete de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal, pelo recém-empossado chefe de Polícia do Distrito Federal, seu amigo Baptista Luzardo. No gabinete permaneceu de 1931 a 1935 e promoveu a modernização da polícia, uma das exigências do governo de Getúlio Vargas. Em sua gestão criou o Laboratório de Antropologia Criminal, onde realizou pesquisas médicas sobre os biótipos de negros, criminosos e homossexuais. Esses estudos, ao lado de investigações sobre impressões digitais, causas endócrinas do homossexualismo masculino e biotipologia de criminosos, renderam-lhe em 1933 o prêmio Lombroso da Real Academia de Medicina da Itália. Ainda em 1933 tornou-se professor de Medicina Legal da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro com a tese “O direito de curar” . Lecionou por 35 anos as cadeiras de Medicina Legal e Criminologia. Entre suas publicações destaca-se o livro “Homossexualismo e endocrinologia”, de 1935. Foi eleito membro titular da Academia Nacional de Medicina em 1928 com a memória intitulada “Estudo clínico do protóxido de azoto”, tendo sido saudado em sua posse pelo acadêmico Augusto Paulino Soares de Souza. Em 1960 tornou-se membro emérito da academia. Morreu no dia 27 de fevereiro de 1976, em Petrópolis (RJ).

Alexandre Mikhailovich Besredka

  • Pessoa
  • 1870-1940

Nasceu em Odessa, na Ucrânia, em 27 de março de 1870. Formado em biologia em 1892, mudou-se no ano seguinte para Paris, iniciando carreira no Instituto Pasteur como assistente do imunologista russo Ilya Ilyich Mechnikov (ou Élie Metchnikoff). Doutorou-se em medicina em 1897, e em 1910 obteve a cidadania francesa. Especializou-se na descrição dos mecanismos de autodefesa celular, tendo pesquisado imunológicos para várias doenças infecciosas. Seu nome está associado ao desenvolvimento de uma técnica de dessensibilização para evitar o choque anafilático no uso da soroterapia, procedimento hoje conhecido como “método Besredka”. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), serviu como oficial médico em Verdun e Bar-le-Duc. Terminado o conflito, sucedeu Metchnikoff – então já falecido – como chefe de serviço no Instituto Pasteur. Nos anos seguintes, dedicou-se a investigar a imunidade das infecções intestinais e carbunculosas. Morreu em Paris, a 28 de fevereiro de 1940.

Berenice Soares de Moura

  • Pessoa
  • 1907-1981

Foi a primeira paciente diagnosticada com a doença de Chagas, sendo examinada e tratada, pelo próprio descobridor da doença. Aos dois anos de idade, seus pais a levaram para ser examinada ao saberem que um médico estava atendendo pessoas doentes em um consultório improvisado em um vagão de trem na cidade de Lassance (MG). Em 14 de abril de 1909, depois de examiná-la, Carlos Chagas realizou exames com o sangue da menina. No dia seguinte, o pesquisador fez anotações descrevendo todo o ciclo da doença causada por um protozoário, que mais tarde nomeou como Trypanosoma cruzi. Quase 60 anos depois da descoberta da doença, ela passou a ser acompanhada por pesquisadores mineiros e submetida a diversos exames. Apresentava manifestações clínicas compatíveis com pessoas de sua idade, mesmo ainda verificando-se a presença do Trypanosoma cruzi. Morreu em 1981 em razão de uma isquemia cerebral, aos 74 anos.

Cesar Ferreira Pinto

  • Pessoa
  • 1896-1964

Nasceu na cidade de Cruz Alta (RS), em 2 de abril de 1896. Em 1914 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro formando-se em 1919, tendo à época recebido o prêmio Gunning. Seu primeiro trabalho, “Sobre as eugregarinas dos arthropodos brazileiros. Nota prévia”, foi publicado em 1918. Frequentador assíduo de Manguinhos desde 1920, logo interessou-se pela parasitologia médica. Em 1924 foi contratado como adjunto de assistente do IOC. Em 1931 foi nomeado chefe de laboratório, tendo sido designado para chefe da Seção de Entomologia em 1942 e, novamente, em 1944. Em 1950 aposentou-se do IOC, fato que não o impediu de continuar exercendo suas atividades de pesquisa. Durante os anos que trabalhou em Manguinhos realizou pesquisas com diferentes grupos de interesse médico, iniciadas com os estudos sobre barbeiros ao lado de Arthur Neiva. Interessou- se posteriormente pelos helmintos, publicando em parceria com Firmato de Almeida um trabalho sobre a biologia do Schistosoma mansoni hospedeiro invertebrado e vertebrado. Trabalhou ainda com gregarinas e hírudíneos. Dedicou-se intensivamente ao ensino, tendo ministrado curso de Parasitologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, entre 1926 e 1928 junto com Lauro Pereira Travassos. Lecionou também no IOC, na Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Rio de Janeiro, atuando na cadeira de higiene e polícia sanitária animal, na Faculdade de Medicina de Uberaba e na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, onde organizou o laboratório de parasitologia. Além de suas atividades de ensino e pesquisa, atuou como biologista do Ministério da Educação e Saúde; organizou e dirigiu o Serviço de Combate às Doenças Infecciosas no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, durante os anos de 1948 e 1949 e dedicou-se à pesquisa sobre parasitas pulmonares, tendo atuado entre 1955 e 1957 no Serviço Nacional de Tuberculose. Deixou numerosas publicações em periódicos especializados, tendo contribuído ainda com três importantes obras para a ciência: “Doenças infecciosas e parasitárias dos animais domésticos”, “Zooparasitos de interesse médico e veterinário” e “Artrópodes parasitos e transmissores de doença”. Por seu legado à ciência, Foi homenageado por estudiosos de diferentes grupos que dedicaram a ele várias espécies e gêneros, como Brumptomyia pintoi (Lima, 1932), Simulium pintoi d'Andretta & d'Andretta, 1945, Cesartrema pintoi Travassos & Kohn, 1964 e o gênero Cesartrema Travassos & Kohn, 1964, e subgênero Pintomyia (Costa Lima, 1932). Morreu em 28 de julho de 1964, no Rio de Janeiro.

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