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registro de autoridade

Manuel Isnard Teixeira

  • Pessoa
  • 1912-1998

Nasceu a 6 de maio de 1912, em Itapipoca (CE). Realizou seus primeiros estudos em Fortaleza, viajando em 1927 para Salvador, onde frequentou o curso preparatório. Em 1933, diplomou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, ingressando no ano seguinte no Curso de Aplicação do IOC, onde permaneceu até 1936, quando foi contratado como chefe do laboratório da Inspetoria de Defesa Sanitária Animal, em Fortaleza. Simultaneamente à formação acadêmica, iniciou sua militância política, participando da organização do 1º Congresso Leigo Acadêmico do Brasil. Candidatou-se a deputado federal pela União Sindical da Bahia, em 1933. No ano seguinte, passou a atuar no movimento denominado Ala Médica Reivindicadora e na Juventude Comunista da Bahia, ligada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que levou a ser preso em 1936. Foi chefe do Serviço de Biologia e diretor científico do laboratório Bezerra S/A, em Fortaleza, de 1938 a 1943, quando seguiu como bolsista do Institute of Interamerican Affairs para os Estados Unidos, onde realizou vários cursos na School of Higiene of Johns Hopkins University. Ao retornar, em 1945, foi convidado para a direção do Instituto Evandro Chagas, do qual se afastou um ano depois, devido às precárias condições de vida no Norte do país. Em 1946, foi encarregado das pesquisas bacteriológicas do Instituto Nacional de Nutrição da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), função que desempenhou paralelamente à de assistente da cadeira de microbiologia e imunologia. Nesse mesmo ano, foi nomeado biologista da Divisão de Organização Sanitária do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), que o designou, em 1947, para chefiar a campanha contra as helmintoses. Desenvolveu, com Barca Pellon, o Inquérito Helmintológico Escolar, visando o levantamento das áreas infestadas pela esquistossomose no Brasil, concluído em 1954. A tentativa de fazer valer os interesses dos médicos e sanitaristas nas decisões governamentais relativas à saúde pública fez com que se candidatasse, em 1946, à Assembléia Constituinte, além de participar da criação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF), em 1950. Em 1952, foi nomeado por concurso, médico sanitarista do DNSP, tornando-se chefe do laboratório do Serviço Nacional de Tuberculose, em 1954. Chefiou também o laboratório de pesquisa sobre toxoplasmose e viroses oculares da clínica oftalmológica da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. A partir de 1959, iniciou uma série de viagens comissionado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visitando inicialmente o México, Estados Unidos, Canadá e Japão, para estudar a fabricação e aplicação da vacina BCG liofilizada. Foi também à Europa, em 1960, para pesquisar novas técnicas em bacteriologia da tuberculose. Em 1961, de volta ao Brasil, passou a chefiar o laboratório do Instituto Fernandes Figueira (IFF) até 1964, quando teve seu direitos políticos cassados e foi compulsoriamente aposentado sob a acusação de comunismo. De 1964 a 1970, ministrou vários cursos sobre vírus e técnicas de laboratório no Rio de Janeiro e em São Paulo. No período da ditadura militar, continuou militando clandestinamente e participou da Comissão Jurídica Popular, organismo responsável pela apuração de crimes políticos. Em 1973, tornou-se diretor do Instituto Abreu Fialho, sendo nomeado chefe de serviço da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Morreu no dia 11 de julho de 1998.

Aloysio de Salles Fonseca

  • Pessoa
  • 1918-2007

Nasceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1918. Filho de José de Salles Fonseca e Anna de Salles Fonseca. Formou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1940. Logo após a sua formatura, instalou um consultório médico na farmácia de seu pai, nas proximidades do Morro da Mangueira, além de trabalhar como assistente voluntário e Professor do Genival Londres, no Hospital Souza Aguiar. Em 1944, dirigiu o Serviço Médico do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (atual UFRRJ), realizando pesquisas e campanhas sanitárias, muitas das quais em convênio com o Serviço Nacional de Malária da época. Foi também Chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE). Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina (ANM) em 1962 , tornando-se Membro Emérito em 2002. Ocupou vários cargos da Diretoria e foi Presidente em três biênios diferentes, 1983-85, 1987-89 e 1999-2001. Presidiu o Congresso Internacional de Educação Médica, ano 2000 (ANM), elaborando precioso volume comemorativo. Na sua segunda gestão, obteve a doação do terreno lateral ao prédio da Academia que ocupa desde 2011 o novo Prédio-sede em final de construção (Centro da Memória Médica Nacional). Salles Fonseca foi um dos fundadores e idealizadores do Hospital dos Servidores do Estado (HSE). Além disso, foi Diretor do INAMPS, Professor Titular de Clínica Médica da Universidade Federal Fluminense (UFF) onde foi Diretor da Faculdade de Medicina, Diretor do Hospital Universitário Antônio Pedro da UFF, Membro do Conselho Nacional do Ministério da Saúde, Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, da Federação Pan-Americana de Faculdades/Escolas Médicas, da Associação Brasileira de Escolas Médicas e Membro correspondente estrangeiro da Academia Venezuelana de Medicina. Ele implantou seu Plano de Reforma da Assistência Médica na Previdência Social, denominado Plano do CONASP, cujas Ações Integradas de Saúde constituem a espinha dorsal da Reforma Sanitária Brasileira, ora em vigor. Ocupou, interinamente, o Ministério da Assistência e Previdência Social. Professor Emérito da Faculdade de Medicina de Teresópolis. Professor Honoris Causa da Faculdade de Medicina da UFPE. Foi agraciado pelo Governo Brasileiro com as Comendas da Ordem do Rio Branco, da Ordem do Mérito Médico Nacional, da Ordem do Mérito Naval e da Ordem do Mérito Aeronáutico. Condecorado com a medalha de Honra Presidente Juscelino Kubitschek do Estado de Minas Gerais. Faleceu em 28 de abril de 2007.

Armando de Oliveira Assis

  • Pessoa
  • 1912-1988

Nasceu em Piracicaba (SP), a 27 de março de 1912, filho do dentista Francisco Ribeiro de Assis e de Adélia de Oliveira Assis. Realizou seus estudos básicos em Piracicaba (SP) e Juiz de Fora (MG), para onde mudou após o falecimento de seu pai. Em Juiz de Fora, trabalhou como tipógrafo no jornal de propriedade do seu avô materno. Mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, cursando o internato do Colégio Pedro II, e depois a Faculdade Nacional de Direito, diplomando-se em 1936. Durante os seus estudos na faculdade de direito, trabalhou no escritório de advocacia de um tio, depois ingressou na Companhia Adriática de Seguros, onde teve os primeiros contatos com as técnicas de seguro e cálculo atuarial. Em dezembro de 1937, prestou concurso para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), ingressando na carreira de secretaria, em janeiro de 1938. No IAPI, chefiou a secretaria do Departamento de Benefícios, de 1938 a 1940, assumindo no ano seguinte o cargo de diretor do departamento. Entre 1946 e 1955, já como assistente-técnico do Departamento de Benefícios, foi encarregado das relações com as instituições internacionais de seguridade social. Em 1956, assumiu a direção da Divisão de Estudo e Planejamento do IAPI, permanecendo no cargo até 1964, quando passou a consultor-administrativo da presidência do IAPI. Durante a década de 1950, participou de inúmeras comissões de estudos e de apoio legislativo na área da Previdência Social. Integrou ainda a equipe que, junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV), assessorou o deputado Aluízio Alves na revisão do projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Deste trabalho resultou a publicação, em 1950, de "A Previdência Social no Brasil e Estrangeiro". Participou, como representante das instituições de Previdência Social brasileiras, de várias reuniões e congressos internacionais patrocinados pela Associação Internacional de Seguridade Social (AISS), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Ibero-Americana de Seguridade (OISS). Entre 1965 e 1966, foi designado representante do governo no Conselho Diretor do Departamento Nacional de Previdência Social (DNPS), e depois diretor do mesmo departamento. Entre abril e julho de 1966, ocupou a chefia do gabinete do Ministro do Trabalho e Previdência Social. Além disso, entre outros cargos, presidiu o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) em dois períodos, sendo o último entre 1973 e 1985. Faleceu em 1º de dezembro de 1988.

Celso Barroso Leite

  • Pessoa
  • 1917-?

Nasceu em Santo Antônio de Pádua (RJ), em 06 de novembro de 1917. Formou-se bacharel em direito e jornalismo, e mestre em jornalismo pela Universidade de Siracuse (Estados Unidos). Funcionário do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) através de concurso público, exerceu, entre outros cargos, o de chefe do serviço de divulgação e diretor do Departamento de Benefícios. Fundador e primeiro diretor da revista Industriários, foi secretário-geral do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), tendo ocupado o cargo de ministro interino. Além disso, exerceu a função de secretário de Previdência Social, do Ministério de Previdência e Assistência Social (MPAS), e coordenador das comissões de Intercâmbio Internacional e de Acordos Internacionais de Previdência Social. Assessorou a Coordenação-Geral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e foi também diretor-executivo da Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Entre as suas principais atribuições, destacam-se a de assessor-técnico da comissão instituída para estudar a reformulação da Previdência Social, em 1964, relator da comissão que elaborou o regimento geral da Previdência Social, em 1967, membro da comissão de elaboração do projeto que, transformado em lei, incluiu o seguro de acidentes do trabalho na Previdência Social; e da comissão de sua regulamentação. Chefiou a delegação brasileira na reunião de ministros responsáveis pelo bem-estar social, em 1968, e foi membro das delegações brasileiras na Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, em 1968 e 1974. Presidiu ainda a reunião de peritos sobre prevenção e reparação dos acidentes de trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1979, coordenou o grupo que preparou a Consolidação das Leis da Previdência Social, em 1977, e sua atualização em 1984. Participou da comissão que preparou o desdobramento do Ministério do Trabalho e Previdência Social em dois ministérios (MT e MPAS). Foi pesquisador bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), membro do Comitê Consultivo sobre pesquisas em seguridade social, da Associação Internacional de Seguridade Social (AISS).

Demisthóclides Baptista

  • Pessoa
  • 1925-1993

Nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 18 de outubro de 1925. Batistinha, como era mais conhecido, era filho de um ferroviário da Estrada de Ferro Leopoldina e teve 11 irmãos, dos quais sete morreram de tuberculose na infância. Aos 16 anos, ingressou na Estrada de Ferro Leopoldina, onde trabalhou até ser demitido por motivos políticos, em 1964. Foi eleito presidente do Sindicato dos Ferroviários da Leopoldina, em 1954, quando então comandou uma greve que resultou na intervenção do sindicato pelo Ministério do Trabalho. Participou também da articulação do Pacto da Unidade e Ação (PUA), movimento que congregou portuários, ferroviários e marítimos, e posteriormente o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). Com a promulgação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), em 1960, e a instituição da direção colegiada nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), atuou como representante dos trabalhadores na Junta de Julgamento e Revisão (JJR) do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados do Serviço Público (IAPFESP). Em Cachoeiro do Itapemirim, além de atuar no movimento sindical, foi também professor secundário, diretor da Casa do Estudante e jornalista do Correio do Sul, o Arauto e Sete Dias. Eleito deputado federal com 38 mil votos, por uma coligação integrada pelo Movimento Trabalhista Renovador (MTR), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pelo Partido Social Trabalhista (PST), cumpriu apenas 14 meses de mandato. Cassado em abril de 1964, foi incluído no Inquérito Policial Militar (IPM) da Leopoldina, entre outros processos. Formado em direito pela Universidade Federal de Vitória, em 1958, passou a exercer advocacia no Rio de Janeiro, durante o regime militar. Atuou ainda na reorganização do movimento sindical dos ferroviários e, nas eleições de 1986, foi candidato ao Senado Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Foi assassinado no Rio de Janeiro no dia 05 de julho de 1993, em sua casa, em circunstâncias não esclarecidas.

Fioravanti Alonso di Piero

  • Pessoa
  • 1904-2006

Nasceu em Itatinga (SP), em 13 de maio de 1905, filho de imigrantes italianos. A partir de 1942, ocupou o cargo de consultor-médico da Previdência Social, no qual permaneceu durante 32 anos. Em 1930, obteve o título de Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde trabalhou como interno na clínica de propedêutica médica, a cargo do professor Rocha Vaz. Iniciou suas atividades profissionais em 1928, como auxiliar-acadêmico da Assistência Municipal do Rio de Janeiro. Após a sua formatura, foi admitido no corpo médico do Hospital São Francisco de Assis, da Santa Casa da Misericórdia, além da contratação para professor de clínica de propedêutica médica na Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemaniano do Rio de Janeiro (professor catedrático desde 1933), professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, em 1934, e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1937. A experiência universitária que adquiriu no decorrer dos anos, levou-o à direção da Escola de Medicina do Instituto Hahnemaniano, em 1958, quando então separou a escola do instituto, fundando a Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Iniciou o seu trabalho em Previdência Social ao assumir o cargo de diretor-médico da Caixa dos Estivadores, em 1934, quando teve a oportunidade de elaborar um plano de assistência e previdência para o serviço médico desta Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP). Em 1937, participou da seleção médica dos candidatos ao primeiro concurso do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). A partir daí, tornou-se então, sucessivamente, consultor-médico do IAPI e da Previdência social, cargo para o qual foi nomeado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra. Como consultor-médico da Previdência Social, participou da organização do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU) e presidiu a Comissão de Unificação das CAPs. Foi representante do Brasil em várias entidades e conferências internacionais sobre Previdência Social, durante três décadas, tendo ainda contribuído na constituição do sistema previdenciário do México. Proprietário e articulista do jornal Gazeta de Notícias, escreveu e publicou inúmeros artigos e livros, abordando temas médicos, previdenciários e trabalhistas. Durante o governo João Goulart, a expressão política e administrativa da Consultoria Médica da Previdência Social (CMPS) ficou reduzida. Porém, com o golpe de 1964, o consultor-médico recuperou a sua importância e permaneceu no cargo até a sua aposentadoria, em 1974. Ainda na década de 1970, organizou a Faculdade de medicina de Vassouras e Nova Iguaçu, ambas no Rio de Janeiro. Faleceu em 22 de março de 2006.

Jessé de Souza Montello

  • Pessoa
  • 1919-1994

Nasceu em São Luís (MA), em 12 de março de 1919. Sua família, de origem pobre, era presbiteriana. Seu pai era proprietário de uma pequena sapataria e sua mãe dona de casa. O fato de possuírem grande sentimento religioso levou-os a batizar seus nove filhos com nomes bíblicos, como seu irmão Josué. Os seus primeiros estudos foram realizados no Maranhão, onde também concluiu um curso técnico complementar de engenharia, dedicando-se muito cedo ao ensino de matemática. Com o objetivo de seguir a carreira militar, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Porém, sem recursos financeiros, começou a trabalhar como professor no Instituto Lafayette, ao mesmo tempo em que fazia a Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, concluindo o curso em 1945. Em 1939, prestou concurso para estatístico-auxiliar do Ministério da Fazenda e, mais tarde, para atuário do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). Em 1948, ainda na Universidade do Brasil, completou o curso de engenharia. Tempos depois, prestou mais um concurso público e ingressou no quadro de docentes da Universidade do Brasil, onde ocupou o cargo de professor titular. Entre 1943 e 1956, dirigiu o Departamento Atuarial do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB). No campo da Previdência complementar, atuou também nos planos de suplementação da aposentadoria para funcionários de diversas empresas, como a Light e a Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA). Quanto às suas propostas para a Previdência Social, destaca-se a defesa da instituição de idade mínima para aposentadoria por tempo de serviço. Em 1957, foi indicado para assumir a direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), tendo nesta ocasião a oportunidade de acumular experiências na área econômica, através de projetos realizados nesta instituição. Mais tarde, entre 1979 e 1985, ocupou a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Morreu no Rio de Janeiro, no dia 7 de fevereiro de 1994.

José Gomes Talarico

  • Pessoa
  • 1915-2010

Nasceu na cidade de São Paulo, em 11 de novembro de 1915. Descendente de imigrantes italianos e portugueses, seu pai era arquiteto e amigo do Presidente Washington Luís (1926-1930) e de várias personalidades do Partido Republicano Paulista (PRP). Estudou no Ginásio Moura Santos e fez o curso de criminologia na Escola de Polícia do Instituto Paulistano. Mais tarde, ingressou na Faculdade de Filosofia de São Bento, mas não chegou a completar o curso. Em 1932, assumiu a direção administrativa do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, da Faculdade de Medicina de São Paulo, e foi secretário do grêmio universitário do PRP. Partidário do governo provisório chefiado por Getúlio Vargas, trabalhou nesse período no gabinete do presidente do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), Luis Aranha, e no gabinete do Ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha. Iniciou sua carreira jornalística ainda em 1933, como repórter do Correio Paulistano, tendo trabalhado na sucursal paulista do jornal carioca "A Noite" por dois anos. Foi um dos fundadores da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1937, sendo nomeado inspetor federal do ensino secundário no ano seguinte. Em 1939, foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Esportes Universitários, exercendo na mesma época o cargo de secretário-geral da Federação Universitária Paulista de Desportos (FUPD). Mudou para o Rio de Janeiro, em 1941, e passou a trabalhar na redação do jornal "A Noite". Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), participou das manifestações públicas – organizadas pela UNE e por outras entidades antifascistas – em favor da entrada do Brasil no conflito contra a Alemanha e Itália. Nesse mesmo ano, foi nomeado inspetor do trabalho, passando a desempenhar papel relevante na burocracia do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). Em 1944, participou da luta pela regulamentação da profissão de jornalista e ajudou a fundar o sindicato da categoria no Rio de Janeiro, sendo eleito seu representante junto à Federação Nacional dos Jornalistas, então criada. Foi presidente da comissão organizadora da federação e, em seguida, seu primeiro vice-presidente. Em 1945, participou da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Apoiou o Presidente Getúlio Vargas, sendo preso ao tentar organizar resistência quando de sua queda em outubro daquele ano. Em 1950, participou da campanha de Vargas às eleições presidenciais e, com a sua vitória, chefiou o Comitê de Imprensa do Ministério do Trabalho até 1964. Em 1951, participou da delegação brasileira no I Congresso Ibero-Americano de Seguridade Social na Espanha, onde teve um estreito contato com a Previdência social espanhola, considerada na época uma das mais avançadas do mundo. Em 1954, nos últimos meses do governo Vargas, presidiu a Comissão do Imposto Sindical, por designação do Ministro Hugo Faria. Em outubro do mesmo ano, candidatou-se a deputado federal pelo Distrito Federal, na legenda do PTB, obtendo uma suplência. De novembro de 1955 a janeiro de 1956, presidiu a Comissão Técnica de Orientação Sindical, por designação do Ministro do Trabalho Nelson Omega. Logo depois, foi convocado para exercer o mandato na Câmara Federal, de setembro de 1956 a maio de 1957, tendo participado da Frente Parlamentar Nacionalista (FPN). No ano seguinte, Talarico voltou à Comissão Técnica de Orientação Sindical como substituto do presidente. Em outubro de 1958, candidatou-se mais uma vez a deputado federal pelo Distrito Federal, na legenda do PTB, e obteve novamente uma suplência, exercendo o mandato de setembro a outubro de 1960. Ainda nesse ano, foi nomeado assessor subchefe do gabinete do Ministro do Trabalho e assessor-técnico do Vice-Presidente João Goulart, além de Presidente da Associação de Servidores do Ministério do Trabalho. De novembro de 1961 a fevereiro de 1962, voltou a exercer o mandato na Câmara, e foi eleito deputado estadual do então estado da Guanabara, na legenda do PTB, sendo empossado em fevereiro de 1963. Com o golpe de 1964, teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos pelo Ato Institucional nº 1 (AI-1). Em 1966, após diversas prisões, colaborou na formação da Frente Ampla. Anistiado em 1978, filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) e foi reintegrado ao Ministério do Trabalho. Em 1982, foi eleito deputado estadual, cumprindo o mandato até 1986. Em 1988, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Afastado da política e da vida partidária, tornou-se membro da diretoria da Associação Brasileira de Imprensa. Diretor da Confederação Brasileira de Des­portos (CBD) e membro de seu conselho téc­nico durante 12 anos, foi também diretor da Federação Paulista de Futebol, da Federação Paulista de Atletismo, secretário da Federação Paulista de Esportes e presidente da Confede­ração Brasileira de Esportes Universitários. Foi ainda delegado do Brasil em sessões da Conferência Internacional do Trabalho, em Ge­nebra, na Suíça, da Assembleia das Nações Unidas, em Nova Iorque, e do Conselho Mun­dial da Paz. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 6 de dezembro de 2010.

Luiz Viegas da Motta Lima

  • Pessoa
  • 1923-2018

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, filho de Pedro da Motta Lima, jornalista e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e de Priscilla Viegas da Motta Lima; ambos nascidos em Viçosa, Alagoas. Estudou o curso primário em escola pública e o ginásio no Colégio Pedro II. Em dezembro de 1940 ingressou, através de concurso público, no quadro de funcionários do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), onde trabalhou até 1943. Nesse momento, foi admitido também por concurso no Banco do Brasil. A partir de 1944, participou intensamente de todas as lutas e mobilizações do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro até o movimento militar de 1964. Foi um dos fundadores da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, sendo o seu primeiro presidente, em 1957, e reeleito, sucessivamente, até 1964. Participou também da fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (CONTEC), ocupando o cargo de secretário-geral de 1961 a 1964. Membro do CPB desde 1944, concorreu pela legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no período que antecedeu a mudança da capital para Brasília. Constou da lista dos primeiros 101 brasileiros atingidos pelo Ato Inconstitucional no 1 (AI-1), em abril de 1964. Nessa ocasião, exilou-se na Embaixada do México, no Rio de Janeiro, e depois transferiu-se para a Tchecoslováquia, onde viveu até 1965, quando então retornou ao Brasil. Demitido do Banco do Brasil por decreto-lei, em outubro de 1964, foi anistiado e aposentado em agosto de 1979. Em 1980, colaborou na organização do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, no qual atua até hoje. Participou ainda como um dos organizadores do IX Congresso Nacional dos Aposentados e Pensionistas, realizado em 1985, em Curitiba e da criação da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, sendo um dos seus vice-presidentes. Em 1986, participou da Comissão de Alto Nível, patrocinada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que sugeriu um plano de mudanças na Previdência Social. Faleceu em 15 de março de 2018.

Odilon Duarte Baptista

  • Pessoa
  • 1910-1998

Nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1910, filho de Pedro Ernesto, ex-prefeito da capital fluminense. Realizou os estudos básicos no Colégio Santo Inácio e o curso secundário no Colégio Pedro II. Formou-se, em 1932, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Iniciou suas atividades profissionais na Casa de Saúde Pedro Ernesto, local em que desde o final dos anos 1920 desenvolviam-se articulações políticas, tornando-o conhecido como “Centro da Revolução de 1930”. Em 1933, foi nomeado para o quadro de médicos da Colônia Juliano Moreira e do recém-criado Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM). Três anos depois, devido à sua participação na Aliança Nacional Libertadora (ANL), foi preso e demitido do IAPM e do Ministério da Educação, ao qual se subordinava a Colônia Juliano Moreira. Em 1938, retornou ao IAPM, passando então a chefiar o Centro Cirúrgico, atividade que exerceu até 1964, quando todos os chefes de clínica do Hospital dos Marítimos foram destituídos de seus cargos. Cirurgião e cancerologista, introduziu no Hospital dos Marítimos procedimentos modernos de diagnóstico do câncer, como a biópsia por congelamento. Em 1943, realizou nos Estados Unidos um curso de especialização em cancerologia. Integrou também a delegação brasileira nos congressos internacionais de câncer, realizados em 1952 e 1962. Em 1953 e 1954, quando ocupava o cargo de presidente da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF), foi um dos líderes do movimento nacional pelo enquadramento na letra ‘O”- nível salarial pretendido pelos médicos do serviço público. Além das atividades de caráter sindical, atuou em diversos movimentos políticos, tendo pertencido ao Conselho Mundial da Paz. Morreu em 1998.

Carlos Renato Grey

  • Pessoa
  • 1912-?

Nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1912. Teve uma infância marcada pela perda de três de seus quatro irmãos e de sua mãe. Seu pai era um médico que viajava a cada dois anos à Europa para se aperfeiçoar profissionalmente. O contato com o cotidiano profissional de seu pai, principalmente durante o período da gripe espanhola (1918), influiu na sua opção pela medicina. Outra motivação foi sua admiração pelo seu primo Jorge de Moraes Grey que, na época, gozava de grande prestígio como médico e professor. Durante o período em que frequentou a Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1932/1937), exerceu uma expressiva liderança no movimento estudantil. Participou do Diretório Acadêmico, do qual chegou a ser presidente, e do Diretório Central dos Estudantes, onde ocupou os cargos de diretor de intercâmbio e de vice-presidente. A atividade política na universidade não o impediu de ser monitor da cadeira de Histologia e Embriologia Geral e interno no Serviço de Cirurgia Geral e Urologia do Hospital São Francisco de Assis, chefiado por Jorge Gouvêa. Antes de se formar, tornou-se Auxiliar Acadêmico dos Cursos de Docência Livre de Clínica Urológica de seu primo Jorge de Moraes Grey. Já formado, continuou no Serviço de Cirurgia Geral e Urologia do Hospital São Francisco de Assis, sob a orientação de Jorge Gouvêa. Como as possibilidades de inserção no mercado de trabalho como cirurgião eram então bastante restritas, aceitou uma proposta de seu ex-professor de Medicina Tropical, Evandro Chagas, para trabalhar no convênio firmado entre o governo brasileiro e a Fundação Rockefeller. Assim, trabalhou no Nordeste, no Centro de Estudos da Malária (1940/1942), onde desempenhou importante trabalho e conseguiu erradicar uma espécie de mosquito causador da malária. Apesar do resultado positivo do trabalho desenvolvido no Nordeste, jamais abandonou a sua opção pela cirurgia e pela urologia. De volta ao Rio de Janeiro, com o objetivo de aperfeiçoar sua formação, tornou-se estagiário no Hospital do Pronto Socorro, atual Souza Aguiar. Nos anos seguintes, exerceu suas atividades como médico na Embaixada Americana (1942/1943) e como assistente do Serviço de Cirurgia Geral e Urologia no Hospital Nossa Senhora do Socorro. Seu consultório foi montado no centro da cidade. O trabalho nos dois hospitais era realizado em regime de plantões de 24 horas, o que lhe permitia dedicar bastante tempo ao próprio consultório. Em 1945, foi aprovado, por concurso público, para trabalhar como urologista no Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC), atual Hospital de Ipanema. Naquela época, somente médicos com sólida formação eram aprovados em um concurso público. Consequentemente, eles conquistavam grande prestígio, dentro e fora da profissão. A. partir desse momento, ele pôde adquirir a sua autonomia profissional, trabalhando como cirurgião. Durante sua vida profissional, não se ocupou somente de atividade clínica, tendo no seu horizonte alguns objetivos políticos. Sua luta política tinha, segundo suas palavras, três objetivos principais. O primeiro deles era combater o "regime da copa e cozinha": um médico recém-formado só conseguia se inserir no mercado de trabalho se dispusesse de algum tipo de apadrinhamento. O segundo era denunciar a existência de um "feudo na cirurgia": o mercado de trabalho na área da cirurgia estava dominado por um pequeno grupo que ocupava todos os espaços institucionais de atuação. Finalmente, condenava a exploração que os medalhões da Santa Casa exerciam sobre os estudantes. Estas foram as principais motivações que o levaram a ingressar, juntamente com outros médicos jovens, no Sindicato Médico Brasileiro. No Sindicato, acabou sendo designado por Álvaro Tavares de Souza, presidente da entidade, para participar da Comissão Organizadora do IV Congresso Médico Sindicalista, realizado em 1944. Neste Congresso, participou das discussões sobre a constituição de um novo Código de Ética, para substituir o de 1931, e sobre a criação do Conselho de Medicina. Fez parte da Comissão que encaminhou as resoluções do Congresso ao presidente Getúlio Vargas. Sua intensa atividade durante o Congresso lhe valeu a indicação para tornar-se membro do Primeiro Conselho Provisório Federal de Medicina (1945). Este Primeiro Conselho, criado a partir da aprovação da Lei n° 7.955 de 1945, não teve uma atuação efetiva, pois os médicos não sabiam muito bem quais seriam as funções desta nova instituição. Aos poucos, abandonou a atividade associativa, dedicando-se à carreira profissional.

Guido Antonio Espírito Santo Palmeira

  • Pessoa
  • 1954-

Formado em Medicina pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos, em Teresópolis, Rio de Janeiro (1979). Concluiu Residência em Medicina Preventiva e Social na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em 1981. No ano seguinte esteve no Rio Grande do Norte, participando de um convênio da Fiocruz com a Secretaria Estadual de Saúde daquele estado, para supervisionar as atividades de saúde pública. Participou, junto com Peter Patriarca e outros, na década de 1980, da pesquisa realizada em função dos surtos epidêmicos de pólio no Nordeste, que resultou na modificação da formulação da vacina Sabin. Em 1983, tornou-se especialista em Epidemiologia, também pela ENSP, e ingressou no Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde, passando a fazer parte da equipe do Programa Ampliado de Imunizações (PAI). Ffoi docente nas áreas de epidemiologia e vigilância epidemiológica para alunos de Moçambique e de vários estados do Brasil, além de coordenar cursos de especialização do Programa de Ensino a Distância (EAD) da ENSP/Fiocruz na área de Vigilância Epidemiológica e de Saúde Pública. Atuou ativamente na organização das campanhas de vacinação. Tornou-se mestre em Saúde Pública, pela ENSP, em 1994.

Maria da Luz Fernandes Leal

  • Pessoa
  • 1957-

Nasceu em 1957, na cidade de Sezelhe, em Portugal. Graduou-se em farmácia pela UFRJ, em 1979, e concluiu o mestrado em gestão de C&T em saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, em 2004. É vinculada, desde 1981, ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos/Fiocruz, onde exerceu a Vice-Diretoria de Produção.

José Rodrigues Coura

  • Pessoa
  • 1927-2021

Nasceu em 15 de junho de 1927, em Taperoá (PB), filho de Lupércio Rodrigues Coura e Ercília Coura. Em 1957 graduou-se pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui especialização em clínica médica e doenças infecciosas e parasitárias pela Universidade de Londres (1964), livre docência e doutorado em doenças infecciosas e parasitárias pela UFRJ (1965) e pós-doutorado pelo National Institutes of Health (1986). Ingressou como instrutor de ensino na Faculdade Nacional de Medicina em 1960, na disciplina de doenças infecciosas e parasitárias, onde exerceu, em sequência, os cargos de professor assistente, adjunto e titular até 1996. De 1966 a 1970 foi também professor da mesma disciplina e chefe do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal Fluminense. De 1979 a 1985 atuou concomitantemente como vice-presidente de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e diretor do Instituto Oswaldo Cruz, que comandou por mais um mandato entre 1997 e 2001. Ainda no instituto foi chefe do Departamento de Medicina Tropical e do Laboratório de Doenças Parasitárias, além de editor das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e coordenador do Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical. Em 2006 recebeu o título de pesquisador emérito da Fiocruz. Morreu em 3 de abril de 2021, no Rio de Janeiro.

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