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registro de autoridade

Álvaro Tavares de Souza

  • Pessoa
  • 1902-1986

Nasceu em 20 de janeiro de 1902, em Rio Grande (RS), filho de Abílio Chaves de Souza e Marieta Tavares de Souza. Em 1924 formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte ingressou por concurso na Fundação Gaffrée Guinle como médico assistente do Serviço de Sífilis e Moléstias Venéreas, alcançando os cargos de chefe da clínica e chefe do Serviço de Ginecologia. Entre 1931 e 1938 foi chefe do Serviço Médico da Casa de Correção do Distrito Federal. De 1941 a 1942 chefiou o Serviço de Alimentação da Previdência Social, órgão assistencial do governo voltado para a alimentação e saúde dos trabalhadores. Nesse cargo dedicou-se à educação alimentar através dos meios de comunicação de massa, utilizando, para isso, programas de rádio e exposições. Dedicou-se também à medicina esportiva, atuando como médico da delegação do Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1932, diretor do Serviço Médico da Liga Carioca de Atletismo, entre 1934 e 1937, diretor do Serviço Médico da Federação Brasileira de Atletismo, no mesmo período, e membro da Federação Metropolitana de Futebol, de 1942 a 1950. Em 1927 participou da fundação do Sindicato Médico Brasileiro, do qual foi membro do Conselho Deliberativo, da Comissão Executiva e da Diretoria, além de presidente da instituição de 1938 a 1941. Ainda nesse ano, assumiu a presidência do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro – nova denominação do sindicato nacional –, onde se manteve até 1951. Após encerrar suas atividades junto ao sindicalismo médico, presidiu o Conselho Federal de Medicina no período de 1952 a 1959. Foi membro de associações médicas e cívico-culturais, como a Sociedade Brasileira de Ginecologia, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, a Liga Brasileira de Higiene Mental, a Sociedade Sul Rio-Grandense, a Liga de Defesa Nacional, o Centro Brasileiro de Estudos Biográficos e a Sociedade Brasileira de Escritores Médicos. Morreu em 1986, no Rio de Janeiro.

Antonio Gonçalves Peryassú

  • Pessoa
  • 1879-1962

Nasceu em 19 de novembro de 1879, na cidade de Igarapé-Miri (PA), filho de Napoleão Manoel Gonçalves e Benedita Pinheiro Gonçalves. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1908, quando obteve o título de doutor ao defender a tese Os culicideos do Brazil, a primeira sobre insetos elaborada em Manguinhos, que teve Oswaldo Cruz e Arthur Neiva como orientadores. Atuou em pesquisas sobre mosquitos, com destaque para a descrição de novas espécies para a ciência, em campanhas de combate à gripe espanhola, malária e febre amarela e no ensino superior em diversos estados brasileiros. Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará, Sociedade Entomológica do Brasil, Sociedade Brasileira de Higiene e Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, entre outras entidades científicas. Morreu em 29 de março de 1962, no Rio de Janeiro.

Benjamin Gilbert

  • Pessoa
  • 1929-2024

Nasceu em 27 de setembro de 1929, em Felixstowe, litoral do condado de Suffolk, Inglaterra, filho de William Richard Gilbert e Dorothy Oxley Gilbert. Em 1950 graduou-se em química pela Universidade de Bristol e obteve o título de doutor em química orgânica pela mesma universidade em 1954. Nesse período dedicou-se à química de produtos naturais estudando estruturas de vários flavonóides, especialmente as isoflavonas. Entre 1957 e 1958 realizou pós-doutorado na Universidade de Wayne State, em Detroit, Michigan, Estados Unidos, sob a orientação do professor Carl Djerassi. Na ocasião participou de programa de pesquisa voltado para a determinação da estrutura de um inseticida natural presente em sementes de Mammea americana, conhecida no Brasil como abricó-do-Pará. Em 1958 transferiu-se para o Brasil e trabalhou como pesquisador visitante associado com o professor Walter Mors no Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura. Ao deixar o instituto em 1963, participou da fundação do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atuou como professor visitante até 1974. Ainda entre as décadas de 1960 e 1970 dedicou-se ao estudo de doenças endêmicas em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e do Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De 1972 a 1985 foi chefe do Grupo de Bioquímica do Instituto de Pesquisas da Marinha e de 1985 a 1994, orientador científico da Companhia de Desenvolvimento Tecnológico, entidade privada instalada pela Central de Medicamentos e pela Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio para desenvolvimento de medicamentos sintéticos e naturais. Em 1986 ingressou na Fiocruz como consultor técnico, função depois alterada para tecnologista sênior do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Ali chefiou laboratórios e colocou em prática seus conhecimentos sobre química, com ênfase em química de produtos naturais, nas seguintes ações: padronização química de plantas medicinais, implantação da fitoterapia no Sistema Único de Saúde e produção de monografias sobre plantas medicinais. Aposentou-se em 2002, mas permaneceu à frente de suas atividades em Farmanguinhos. Integrou grupos de trabalho, comissões e comitês da Organização Mundial da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, entre outras instituições. Ingressou na Academia Brasileira de Ciências em 1966 e é também membro da Royal Society of Chemistry, American Chemical Society, Associação Brasileira de Química e Sociedade Brasileira de Química. Em 2020 recebeu o título de pesquisador emérito da Fiocruz. Morreu em 9 de fevereiro de 2024, no Rio de Janeiro.

Anthony Leeds

  • Pessoa
  • 1925-1989

Nasceu em 26 de janeiro de 1925, em Nova York, Estados Unidos, filho de Arthur Leeds e Polly Leeds. Em 1942 formou-se no ensino médio na Waden School. No ano de 1948 casou-se com a artista e professora Jo Alice Lowrey. Sua formação acadêmica em antropologia foi realizada na Universidade de Columbia, onde se graduou (1949) e obteve o título de doutor (1957), defendendo a tese "Economic cycles in Brazil: the persistence of a total-cultural pattern: cacao and other cases". Entre 1951 e 1952 veio pela primeira vez ao Brasil para realizar o trabalho de campo sobre a zona do cacau na Bahia, destinado à elaboração de sua tese. De 1956 a 1959 lecionou na Universidade de Hofstra, em Nova York, onde ministrou a disciplina Introdução às Ciências Sociais. Em 1958 fez um estudo etnográfico sobre os índios yaruro da região de Los Llanos, Venezuela. Em 1959 ingressou no City College, em Nova York, onde permaneceu até 1961. A partir desse ano até 1963 exerceu a chefia do Programa de Desenvolvimento Urbano da União Pan-Americana, atual Organização dos Estados Americanos. Durante a década de 1960 iniciou suas pesquisas sobre favelas de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde residiu nas localidades do Tuiuti e Jacarezinho. As pesquisas em favelas cariocas tornaram-se seu campo privilegiado de estudos sobre a pobreza urbana na América Latina, e foram divididas sob os seguintes aspectos: os contextos urbanos nas sociedades complexas, a ecologia cultural, que compreende estudos sobre tecnologia e agricultura, filosofia e história das ciências sociais. Nesta mesma década, organizou um seminário de pesquisa em que reuniu participantes do Peace Corps e jovens sociólogos, antropólogos e arquitetos brasileiros que começavam a se especializar nos estudos urbanos. No ano de 1967 casou-se com a cientista política Elizabeth Rachel Leeds, pesquisadora do Peace Corps. De 1963 a 1972 ministrou na Universidade do Texas a disciplina Princípios de Análise Urbana, que serviu de base para que coordenasse, em 1969, no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o mestrado em antropologia, a convite do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira. Entre 1966 e 1967 estudou as relações entre brancos, méxico-americanos e afro-americanos em Austin, Texas. De 1969 a 1970 pesquisou as barriadas em Lima, Peru. Antes de vincular-se à Universidade de Boston, onde lecionou de 1973 até o final de sua vida, foi professor visitante nas universidades de Oxford e Londres. Neste período, filiou-se à UFRJ, ao Centro de Pesquisas Habitacionais do Rio de Janeiro e a outros institutos brasileiros. Também fundou a Sociedade de Antropologia Urbana, que presidiu de 1982 a 1983. Dedicou-se aos mais variados objetos de estudo, como habitação, história e economia política, movimentos populares e comunitários. Em parceria com Elizabeth Leeds publicou o livro "A sociologia do Brasil urbano". Entre 1987 e 1988 retornou ao Rio de Janeiro para completar seus estudos sobre profissões brasileiras e políticas nas favelas. Morreu em 20 de fevereiro de 1989, em Tunbridge, Vermont.

Wladimir Lobato Paraense

  • Pessoa
  • 1914-2012

Nasceu em 16 de novembro de 1914, em Igarapé-Miri (PA), filho de Joaquim Mamede de Moraes e Orminda Paraense Lopes. Em 1931 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, que foi concluída em 1937 na Faculdade de Medicina de Recife. Um ano antes fora aprovado em concurso para interno do Hospital Oswaldo Cruz, instituição ligada ao Departamento de Saúde Pública de Pernambuco. Entre 1938 e 1939 especializou-se em Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Permaneceu no Hospital Oswaldo Cruz até 1939, quando ingressou como pesquisador assistente no Serviço de Estudo das Grandes Endemias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), comandado por Evandro Chagas. Em 1941 foi contratado como biologista extranumerário do IOC e assumiu a responsabilidade pelo serviço clínico do Hospital Evandro Chagas. Em 1943, como comissionado pela direção do IOC, investigou casos de pênfigo foliáceo e bouba em Minas Gerais. No mesmo ano comprovou a existência do ciclo exoeritrocitário da malária. Em 1945, por concurso de provas e títulos promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público, foi efetivado como biologista do IOC. Além das pesquisas dedicou-se à docência em cursos de Protozoologia, Parasitologia e Imunologia no instituto. De 1954 a 1956 atuou no Serviço Especial de Saúde Pública como pesquisador associado para o estudo de moluscos planorbídeos do Brasil. Em 1956 foi cedido pelo IOC para atuar no Instituto Nacional de Endemias Rurais, que dirigiu de 1961 a 1963. Ainda em 1956 foi comissionado pelo Conselho Nacional de Pesquisas para coletar moluscos planorbídeos em localidades-tipo no Peru, Bolívia, México, Cuba e Venezuela, a fim de estudar problemas de sistemática desse grupo zoológico. Em 1959 realizou a mesma tarefa nas Guianas Inglesa, Holandesa e Francesa, dessa vez comissionado pelo Departamento Nacional de Endemias Rurais. Entre 1961 e 1976 desenvolveu pesquisas sobre planorbídeos americanos, pela Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, a qual pertenceu como membro do Quadro de Peritos em Doenças Parasitárias (Esquistossomose) de 1964 a 1997. Em 1968 foi contratado como professor titular de Parasitologia pela Universidade de Brasília, onde ocupou os cargos de diretor do Instituto de Ciências Biológicas e chefe do Departamento de Biologia Animal. Em 1976 retornou ao Rio de Janeiro, a convite do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Vinícius da Fonseca, para ocupar o cargo de vice-presidente de Pesquisas da instituição, função em que permaneceu até 1978. No ano seguinte tornou-se pesquisador titular da Fiocruz. Chefiou no IOC o Departamento de Malacologia (1980-1991) e o Laboratório de Malacologia (1991-2007). Ao longo de sua carreira publicou mais de cento e setenta artigos científicos, dos quais muitos foram elaborados em parceria com os pesquisadores Newton Deslandes e Lygia dos Reis Corrêa, sua segunda esposa. Recebeu diversas honrarias, como a medalha Pirajá da Silva (1958), o prêmio Golfinho de Ouro (1982), a Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz (2006). Morreu em 11 de fevereiro de 2012, no Rio de Janeiro.

Walter Vieira Mendes

  • Pessoa
  • 1914-1969

Nasceu em 26 de dezembro de 1914, no Rio de Janeiro, filho de José Machado Mendes e Adelaide Vieira Mendes. Formou-se em 1940 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória profissional teve destacada atuação em instituições de saúde localizadas no Rio de Janeiro, onde foi secretário-geral da Federação das Sociedades de Tuberculose, diretor do Hospital Sanatório Torres Homem, diretor do Hospital Sanatório de São Sebastião e diretor do Departamento de Tuberculose da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1953 atuou como professor de curso sobre tuberculose (uso do fármaco isoniazida no tratamento da doença) realizado na Faculdade Nacional de Medicina em colaboração com a Campanha Nacional contra a Tuberculose. Morreu em 22 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

Victor Tavares de Moura

  • Pessoa
  • 1892-1960

Nasceu em 12 de abril de 1892, em Nazareth (PE), filho de João de Moura Vasconcelos e Davina de Moura Tavares. Em 1906 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, mas concluiu o curso em 1913, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Entre 1916 e 1918 fez cursos em Paris e Berlim, especializando-se em cirurgia, e regressou em seguida a Pernambuco, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Em Recife foi diretor do posto de Assistência, da Diretoria de Higiene e Saúde Pública. Em 1920 foi nomeado médico da prefeitura de Garanhuns e dois anos depois coordenou a campanha contra a peste bubônica. Exerceu a profissão de médico sanitarista e foi nomeado, em 1928, diretor do Hospital Santa Francisca, em Barreiros. A essa atividade acumulou, entre 1928 e 1930, as funções de chefe do posto de Saneamento Rural e diretor do Centro de Saúde anexo ao hospital. De volta a Recife em 1930, atuou como epidemiologista até 1934. No ano seguinte transferiu-se para o Rio de Janeiro, para trabalhar como médico da prefeitura do Distrito Federal. Posteriormente, foi assistente de clínica sifilográfica, da Diretoria Geral de Assistência Municipal, e médico dos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Bancários (IAPB) e dos Comerciários. Em 1937 foi nomeado chefe do Albergue da Boa Vontade, pelo interventor federal cônego Olímpio de Melo. Em virtude da Lei de Desacumulação deixou o IAPB em 1938, ao optar pelo cargo que ocupava na prefeitura. Exerceu as funções de adido chefe e diretor na Secretaria Geral de Saúde e Assistência. Em 1941 constituiu uma comissão para o estudo das favelas, tornando-se um dos responsáveis pela execução do projeto piloto dos Parques Proletários, o primeiro dos quais inaugurado em 1939 no bairro carioca da Gávea. No contexto da Segunda Guerra Mundial, tomou parte, em janeiro de 1943, da comissão denominada Mobilização Econômica, cujo objetivo era encaminhar trabalhadores para a extração de borracha na região amazônica. No mesmo ano tornou-se chefe do Serviço Social, que, transformado em Departamento de Assistência Social, teve-o como seu primeiro diretor. Entre 1944 e 1958 foi professor das cadeiras de medicina social e sociologia da Escola de Enfermeiras Rachel Haddock Lobo. Em 1949, a convite de Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria, assumiu o cargo de chefe de serviço para a divisão regional do Rio de Janeiro do Serviço Social da Indústria, onde permaneceu até 1953. Ainda em 1949 participou do I Congresso Americano de Medicina do Trabalho, em Buenos Aires, Argentina. Em 1951 tornou-se membro da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e organizou o II Congresso Americano de Medicina do Trabalho, realizado no Brasil em 1952, ocasião em que foi agraciado com a medalha de ouro. Apesar da especialização em cirurgia, trocou a medicina curativa pela preventiva e dedicou-se inteiramente à medicina social e do trabalho, à prevenção de acidentes e doenças profissionais. Morreu em 3 de novembro de 1960, no Rio de Janeiro.

Rubens da Rocha Paranhos

  • Pessoa
  • 1893-1961

Nasceu em 22 de janeiro de 1893, no Rio de Janeiro, filho de Fernando Pereira da Rocha Paranhos e Lydia Amélia da Rocha Paranhos. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1918. Ainda nesse ano foi acadêmico microscopista no Serviço de Saneamento Rural do Distrito Federal, destacado para servir no Posto de Pedra de Guaratiba e posteriormente no da Ilha de Guaratiba. Em 1919 ingressou no Serviço de Saneamento Rural como médico auxiliar, trabalhando nos postos de Campo Grande, Pedra e Ilha de Guaratiba. Em 1920 foi nomeado inspetor sanitário rural. Dessa data até 1933 chefiou os postos de Pedra de Guaratiba, Santa Cruz, Gávea e Madureira, além do Centro de Saúde de Bangu. Suas realizações no período envolveram o combate à malária, febre tifóide, varíola e febre amarela. Entre as décadas de 1930 e 1950 ocupou as funções de chefe da Seção de Epidemiologia e Estatística da Diretoria de Saneamento Rural, e chefe da Seção de Assistência Social, da Seção de Exames Ocasionais do Serviço de Biometria Médica e de diretor do mesmo serviço do Ministério da Educação e Saúde. Foi membro da Associação Médica Brasileira, Associação Médica do Distrito Federal e Sociedade Brasileira de Higiene, sendo as duas primeiras na qualidade de fundador. Morreu em 20 de junho de 1961, no Rio de Janeiro.

Adelstano Soares de Mattos Porto d'Ave

  • Pessoa
  • 1890-1952

Nasceu em 6 de março de 1890, no Rio de Janeiro, filho de Antonio José de Mattos e Cândida Carneiro Soares de Campos. Em 1908 prestou concurso para a Escola Politécnica, porém somente em 1911 iniciou o curso, concluído em 1918. Em 31 de março de 1919 colou grau como engenheiro geógrafo e consolidou sua carreira como arquiteto e construtor. Na época era comum o desempenho de múltiplas atividades por parte dos engenheiros, os quais atuavam tanto em projetos de arquitetura quanto em especialidades de engenharia. No início de sua trajetória profissional foi amparado pelo industrial Guilherme Guinle. Por intermédio da família Guinle, foi escolhido para elaborar projetos de três hospitais na cidade do Rio de Janeiro: o Gaffrée e Guinle, o Instituto do Câncer e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A partir disso consolidou seu nome como arquiteto de hospitais, tendo sido responsável pelo traçado de outros, como o Espanhol, o Regional de Niterói, e o do Sanatório Santa Clara, em Campos do Jordão (SP). Foi laureado com o primeiro lugar pelos projetos do Hospital Regional de Niterói, em 1928, e do Hospital do Funcionário Público, em 1935. Para além dos projetos hospitalares, dedicou-se à construção civil de edifícios multifamiliares e comerciais, escolas e clubes de esporte, como também projetou um trecho fluminense da estrada Rio-São Paulo. Em 1930 fez parte da primeira diretoria da Associação Brasileira do Concreto e, no final da vida, esteve ligado ao escritório de arquitetura e construção civil de Sérgio Dourado. Sua paixão pelo automobilismo o transformou em liderança nessa área, tendo assumido a presidência do Automóvel Clube do Brasil e do Club dos Bandeirantes e o comando de eventos, como o Salão do Automóvel. Morreu em 1952, no Rio de Janeiro.

Manoel Carlos de Gouvêa

  • Pessoa
  • 1891-1970

Nasceu em 25 de dezembro de 1891, em Aracajú (AL), filho de Ricardo Viviano de Gouvêa e Clotilde Soares de Gouvêa. Em 1892, devido à transferência de sua família, passou a residir em Fortaleza (CE). Estudou no Colégio Cearense até 1906, quando foi residir em Salvador (BA), e passou a frequentar o Colégio 7 de Setembro. Voltou para Fortaleza em 1910, completando seus estudos no Liceu do Ceará. Durante seu período estudantil, trabalhou nas redações do “Jornal de Notícias”, “A Tarde” e “Diário de Notícias”. Em 1913, retornou a Salvador onde frequentou o Curso Elefante, através do qual garantiu o seu ingresso na Faculdade de Medicina da Bahia. Graduou-se bacharel em medicina em 1919. No mesmo ano, casou com sua prima, Maria Rosa de Gouvêa, e regressou ao Ceará, ocupando o cargo de médico do estado no município de Caucaia. Em 1920 mudou-se para Iguatu, cidade do centro-sul cearense. Quatro anos depois fundou a Sociedade Beneficente de Iguatu e começou as obras de construção do Hospital Santo Antônio dos Pobres, que teve seu primeiro pavilhão inaugurado somente em 1930. Nessa instituição, do qual foi diretor por toda a sua vida , desenvolveu um trabalho beneficente na região, oferecendo atendimento aos enfermos que não tinham condições de arcar com os custos dos tratamentos de saúde. Iniciou a carreira política como o primeiro prefeito eleito de Iguatu (1926-1928), tendo sido reeleito no pleito seguinte (1928-1930). Devido à Revolução de 1930 foi deposto do cargo executivo. Em 1932 foi designado médico da assistências aos operários das frentes de serviços em Lima Campos e Solonópole no combate à febre tifoide. Em 1935 foi nomeado prefeito por poucos meses e elegeu-se nas eleições do mesmo ano. Em 1937, devido à instalação do Estado Novo, foi nomeado prefeito, permanecendo no cargo até 1945. Além de sua atuação política no executivo municipal, foi eleito 1º suplemente a deputado federal em 1945, deputado estadual em 1947 e 2º suplente a deputado federal em 1950. Elegeu-se prefeito de Iguatu pela 4ª vez em 1959. Recebeu em 1965 a medalha Marechal Rondon da Sociedade Geográfica Brasileira, e em 1968 o título honorífico de Cidadão Iguatuense pelo trabalho realizado na cidade, tanto como diretor do hospital quanto prefeito. Morreu em 6 de janeiro de 1970, em Iguatu.

Lauro Pereira Travassos

  • Pessoa
  • 1890-1970

Nasceu em 2 de julho de 1890, em Angra dos Reis (RJ), filho de João de Mattos Travassos e de Laura Pereira Travassos. Formou-se em 1913 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, apresentando a tese Sobre as espécies brazileiras da subfamília Heterakinae. Três anos antes de sua formatura foi nomeado auxiliar acadêmico do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela no Rio de Janeiro. Participou de diversas expedições científicas, a primeira das quais em 1912 à cidade de Botucatu (SP), ao lado de Paulo Parreiras Horta, com o objetivo de estudar as epizootias do gado. Em 1915 acompanhou as primeiras demonstrações da Fundação Rockefeller sobre a profilaxia da ancilostomíase em Minas Gerais, e dois anos depois tomou parte da Comissão Científico-Militar enviada à Ilha de Trindade, no litoral fluminense. Em 1918 mereceu elogios de Carlos Chagas por sua cooperação nos trabalhos de assistência hospitalar e socorros domiciliares durante a epidemia de gripe espanhola que grassou na capital federal. Em 1923 foi nomeado médico auxiliar do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural do Rio de Janeiro. Entre 1922 e 1950 realizou expedições ao Pantanal do Mato Grosso, dirigindo comissões do IOC em trabalhos de campo sobre parasitologia. Em 1929, a convite do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo, ingressou em projeto de intercâmbio intelectual com pesquisadores brasileiros. Suas atividades docentes tiveram início no ano de 1913, quando passou a lecionar no Curso de Aplicação do IOC. Em 1915 tornou-se livre-docente da cátedra de história natural e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1926 a 1928 ministrou aulas de parasitologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, de cujo corpo docente tornara-se conhecido por seus trabalhos científicos e pela participação em congressos médicos e de higiene. Em 1930 prestou concurso para as áreas de parasitologia e zoologia médica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, sendo nomeado em seguida. Foi também professor de zoologia da Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal, entre 1935 e 1937. Nesse último ano, em função lei que impedia a acumulação de empregos públicos, renunciou à carreira no magistério e passou a se dedicar exclusivamente ao IOC, onde exerceu as funções de chefe da Divisão de Zoologia Médica e de professor de helmintologia nos cursos oferecidos pela instituição. Por sua trajetória profissional recebeu os prêmios Desportes, da Academia de Medicina de Paris, em 1944, e Alfredo Jurzykowsky, da Academia Nacional de Medicina, como também a Ordem do Mérito Médico, na classe de comendador, concedida pelo Ministério da Saúde, em 1964. Fundou a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e foi presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Morreu em 20 de março de 1970, no Rio de Janeiro.

Gustavo Kohler Riedel

  • Pessoa
  • 1887-1934

Nasceu em 14 de agosto de 1887, em Porto Alegre (RS), filho de Henrique Riedel e Hermínia Kohler. Em 1906 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, que foi concluída em 1908 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com a apresentação da tese “Novas contribuições à patogenia da epilepsia”. Em 1907 conquistou o primeiro lugar em concurso para interno na Assistência a Psicopatas. Três anos depois fez concurso para alienista, alcançando voto de louvor. Em 1911 foi nomeado livre-docente da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e diretor interino do Laboratório de Anatomia Patológica do Hospício Nacional de Alienados. Ainda nesse mesmo ano foi promovido a psiquiatra. Em 1918 foi eleito diretor da Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, onde criou o Ambulatório Rivadávia Corrêa com o objetivo de desenvolver ações preventivas em psiquiatria e outras especialidades médicas. Em 1931 assumiu a direção da Assistência Hospitalar do Distrito Federal, e no ano seguinte foi eleito diretor da Assistência a Psicopatas, local onde se aposentou em 1934. Participou da criação da Liga Brasileira de Higiene Mental, da qual foi seu primeiro presidente, de 1923 a 1925. Representou o Brasil em eventos internacionais, como o IV Congresso Médico Latino-Americano (1909), o Centenário de Louis Pasteur (1923), o Congresso Internacional de Higiene Social e Educação Profilática (1923) e o Congresso Internacional de Higiene Mental (1930). Integrou a Academia Nacional de Medicina, onde ocupou a cadeira que pertencerá a Oswaldo Cruz, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal e a Associação Real Médico-Pisicológica de Londres. Foi casado com Edith Hasch Riedel, com quem teve dois filhos, Lia e Léo. Morreu em 16 de maio de 1934, no Rio de Janeiro.

Paulo Barragat

  • Pessoa
  • 1923-2015

Nasceu em 15 de junho de 1923, no Rio de Janeiro, filho de Marcello Barragat e Olga Correa Barragat. Iniciou sua trajetória profissional em 1947, ao graduar-se em química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse ano ingressou como estagiário na Seção de Análises Químicas do Instituto de Química Agrícola (IQA) do Ministério da Agricultura, atual Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por solicitação da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, em convênio com o IQA, foi contratado com Hilda Almeida Aguiar para o trabalho de análises de terras. Com o fim do convênio, ambos foram requisitados pelo Instituto de Malariologia, com sede na Cidade das Meninas, em Duque de Caxias (RJ), subordinado ao Serviço Nacional de Malária, cuja missão era realizar estudos sobre a doença, além de incorporar investigações sobre outras endemias, como a doença de Chagas e a esquistossomose. Na instituição chefiou a Seção Técnica, onde eram preparados e testados os inseticidas diclorodifeniltricloroetano (DDT) e hexaclorociclohexano (BHC), largamente utilizados no combate aos transmissores dessas endemias. Em 1956, com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, as atividades de produção de inseticidas ficaram sob a responsabilidade do Serviço de Produtos Profiláticos (SPP), que, no ano seguinte, passou também a produzir medicamentos. Nesse período ocupou o cargo de chefe da Seção Industrial. Em 1962 conseguiu transferir o SPP para um terreno localizado no campus de Manguinhos. Em 1966 foram inauguradas as novas instalações do SPP, destinado à produção de derivados do DDT. Esteve à frente do Instituto de Produção de Medicamentos, órgão da Fiocruz originado pela fusão do SPP com o Departamento de Soros e Vacinas do IOC, atualmente denominado Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Foi membro da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina e dos conselhos diretor e consultivo da Central de Medicamentos. Aposentou-se em 1991. Morreu em 2015.

Erney Felício Plessmann de Camargo

  • Pessoa
  • 1935-2023

Nasceu em 20 de abril de 1935, em Campinas (SP), filho de Felicio Edgard de Camargo Cruz e Mary Marcondes Plessmann de Camargo. Formou-se em 1959 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Iniciou-se em ciência ainda no segundo ano do curso médico no Departamento de Parasitologia liderado por Samuel Pessoa. Depois de formado, estagiou por um ano no Instituto Butantan, supervisionado por Sebastião Baeta Henriques, estudando biossíntese de proteínas. Em 1961 foi convidado por Leônidas de Mello Deane, que ocupava a regência do Departamento de Parasitologia, para ingressar como auxiliar de ensino no quadro docente da Faculdade de Medicina. No início de sua carreira foi fortemente influenciado por outros pesquisadores da faculdade, como Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Leônidas e Maria Deane, Luis Rey, Victor e Ruth Nussenzweig, Michel Rabinovitch, Olga Castellani e José Ferreira Fernandes. Seus primeiros trabalhos foram sobre a bioquímica de protozoários parasitas em colaboração com Luiz Hildebrando. Em 1964, junto com outros pesquisadores da instituição, foi demitido por razões políticas e emigrou para os Estados Unidos, onde permaneceu por cinco anos na Universidade de Wisconsin, trabalhando com Walter Plaut e D. R. Sonneborn. Retornou ao Brasil em 1969 e obteve o título de doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ao apresentar a tese “Biossíntese de glicogênio em Blastocladiella emersonii”, cujo orientador foi José Moura Gonçalves. No ano seguinte, a convite de José Leal Prado de Carvalho, ingressou na Escola Paulista de Medicina, onde atuou como professor e chefe de departamento. Nesse período também realizou a livre docência no Departamento de Bioquímica da USP (1979) e o pós-doutoramento no Instituto Pasteur (1984). Retornou à USP em 1985 como professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), do qual foi chefe do Departamento de Parasitologia e se vice-diretor. Ainda na universidade, entre 1988 e 1993, ocupou o cargo de pró-reitor de Pesquisa. De 1986 a 1989 foi membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e seu presidente entre 2003 e 2007. É membro da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento, da Sociedade Brasileira de Parasitologia, da Sociedade Brasileira de Bioquímica, da Sociedade Brasileira de Protozoologia e da Academia Brasileira de Ciências, entre outras. Por sua trajetória científico-acadêmica recebeu diversas honrarias, como os títulos de professor emérito do ICB (2005) e da Faculdade de Medicina (2008) da USP, a Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz (2006), a Ordem Nacional do Mérito Científico, nos graus comendador (1998) e Grã-Cruz (2002), e o prêmio LAFI de Medicina (1980). Morreu em 3 de março de 2023.

Carlos Médicis Morel

  • Pessoa
  • 1943-

Nasceu em 28 de outubro de 1943, no Recife (PE), filho de Sérgio Morel Moreira e Elisa Médicis Morel. Formou-se em 1967 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1968 estagiou no Laboratório de Biologia Molecular do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte do Curso de Pós-Graduação em Ciências. No mesmo ano ingressou na Universidade de Brasília (UnB), onde ocupou os cargos de professor visitante e auxiliar (1968-1972) da Faculdade de Ciências da Saúde e professor assistente e associado no Departamento de Biologia Celular do Instituto de Biologia (1972-1978). Entre 1969 e 1972 realizou cursos e estágios patrocinados por instituições médicas e de pesquisa científica internacionais, tais como o Cold Spring Harbor Laboratory, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Europeia de Biologia Molecular. Em 1974, para a obtenção do título de doutor em ciências naturais (biofísica), apresentou a tese Metabolismo de ácido ribonucleico mensageiro em células animais, realizada experimentalmente no Institut Suisse de Recherches Experimentales sur le Cancer, em Lausanne, Suíça, e defendida no Instituto de Biofísica. Participou da organização do Curso de Pós-Graduação em Biologia Molecular da UnB, que coordenou por dois anos. A partir de 1975 enveredou pelo estudo e desenvolvimento de um novo método de caracterização por tipagem bioquímica de tripanossomatídeos, em particular aqueles patogênicos para o homem e de maior importância na América Latina, como o Trypanosoma cruzi. Em 1978 transferiu-se para a Fiocruz, onde ocupou as funções de pesquisador associado e titular do IOC e chefiou o Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (1980-1985 e 1989-1992). Foi diretor do IOC (1985-1989) e vice-presidente de Pesquisa (1985-1990). De 1993 a 1997 ocupou a Presidência da Fiocruz, nomeado para o cargo com base em lista tríplice indicada pela comunidade de Manguinhos. Em seguida, dirigiu o Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da Organização Mundial da Saúde em Genebra, Suíça (1998-2003). Desde 2004 atua como coordenador científico do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz.

Augusto Cid de Mello Perissé

  • Pessoa
  • 1917-2008

Nasceu em 30 de abril de 1917, em Barbacena (MG), filho de João Gambetta Perissé e Irene de Mello Perissé. Em 1938 formou-se pela Escola Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio Janeiro. Em 1943 ingressou no IOC como químico analista. Na instituição foi tecnologista, professor, pesquisador e organizador do Laboratório de Química Orgânica. De 1948 a 1951 realizou cursos de especialização em química orgânica, bioquímica, eletrônica e microscopia eletrônica no IOC. Lecionou química no Instituto de Tecnologia do Rio de Janeiro (1952) e na Universidade da Bahia (1956). Em 1957 obteve o grau de doutor em ciências (química) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo ao apresentar a tese intitulada "Sobre a síntese e as propriedades de formazanos e tetrazenos". Ainda em 1957 viajou para Frankfurt, Alemanha Ocidental, a fim de realizar o pós-doutorado como bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Em seguida, passou dois anos no Collège de France, em Paris, dando continuidade ao seu pós-doutorado. Em 1965 foi pesquisador visitante no laboratório do professor László Mester, do Instituto de Química de Substâncias Naturais, de Gif-sur-Yvette, França. Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e também foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10 do governo militar instaurado no país em 1964, episódio denominado de "Massacre de Manguinhos". Embora tenha sido aprovado em concurso para professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto nesse mesmo ano, não pode ocupar o posto devido a sua cassação. Além disso, foi obrigado a interromper suas pesquisas sobre venenos de diplópodes (gongôlo) brasileiros. Em 1972, a convite do professor Mester, voltou ao Instituto de Química de Substâncias Naturais, onde permaneceu até 1975. Ainda no exterior, em 1973, esteve no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, de Paris, na Universidade Técnica de Munique e no Instituto Max Planck, de Heidelberg, onde pesquisou a síntese automática de proteínas. Entre 1976 e 1977 atuou em Moçambique como professor catedrático concursado da Universidade Eduardo Mondlane. Retornou ao Brasil por causa de problemas de saúde da esposa. Em 1981, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, recomeçou seu trabalho em Manguinhos, quando prestou consultoria à Vice-Presidência de Desenvolvimento da Fiocruz e retomou suas pesquisas sobre os diplópodes. Em 1984 iniciou estudos sobre química e bioquímica da hanseníase. No ano de 1986 foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz. Em 1994, devido a problemas de saúde, afastou-se da instituição. Foi membro da Sociedade Brasileira de Química, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e das Sociedades de Química de Londres e da Alemanha. Morreu em 30 de março de 2008, no Rio de Janeiro.

Renato Ferraz Kehl

  • Pessoa
  • 1889-1974

Nasceu em 22 de agosto de 1889, em Limeira (SP), filho de Joaquim Maynert Kehl e Rita de Cássia Ferraz Kehl. Formou-se aos vinte anos pela Escola de Farmácia de São Paulo e, posteriormente, em 1915, doutorou-se em medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Exerceu a clínica em São Paulo durante alguns anos. Interessou-se pelos princípios da eugenia e fundou em 1918 a Sociedade Eugênica de São Paulo, com 140 médicos. Lutando pela difusão e implantação das ideias eugênicas, realizou conferências no Brasil, publicou cerca de trinta livros e inúmeros artigos em jornais. Durante alguns anos exerceu o cargo de inspetor sanitário rural do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), no qual organizou o Serviço de Educação Sanitária ligado à Inspetoria da Lepra e das Doenças Venéreas, tendo sido também o criador do Museu de Higiene, apresentado por esse serviço nas Comemorações do Centenário da Independência, em 1922. No museu realizou uma exposição da campanha educativa e sanitária que deveria ser instalada no país, na qual incluiu objetos e fotografias que mostravam as habitações típicas das áreas rurais infestadas de insetos transmissores de doenças. No Departamento de Saneamento e Profilaxia Rural do DNSP trabalhou entre 1919 e 1922 como inspetor sanitário rural e chefe do posto de Meriti (RJ), e depois passou para o Serviço de Educação e Propaganda Sanitária, de 1923 a 1924. Tendo se exonerado do cargo de inspetor sanitário do DNSP, ingressou na empresa Bayer, a princípio como farmacêutico e depois como diretor. Nessa companhia dirigiu durante muitos anos os periódicos Os Farmacêuticos Brasileiros e Revista Terapêutica, que circulavam largamente entre os médicos de todo o país. Em 1933 ingressou na Academia Nacional de Medicina. Entre os seus principais livros destacam-se: "Eugenia e medicina social", "O médico do lar", "Aparas eugênicas", "A cura da fealdade", "Lições de eugenia", "Bíblia da saúde" e "Pais, médicos e mestres". Morreu em 14 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro.

Luiz Fernando Raposo Fontenelle

  • Pessoa
  • 1929-2008

Nasceu em 22 de julho de 1929, no Rio de Janeiro. Ingressou em 1950 na Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se graduou em geografia e história no ano de 1953, tendo atuado ao longo de sua vida como antropólogo. Em 1953 foi admitido como técnico auxiliar no Museu Nacional, onde trabalhou como assistente de pesquisa do professor visitante Carl Withers durante a pesquisa realizada em Arraial do Cabo (RJ). Em 1955 deixou o Museu Nacional e ingressou como pesquisador no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Logo após o ingresso foi mandado para Aimorés (MG), onde realizou a pesquisa da qual resultou o livro "Aimorés: análise antropológica de um programa de saúde", publicado em 1959 pelo Serviço de Documentação do DASP. Em 1956 iniciou um curso de especialização na Universidade da Califórnia, em Berkeley, retornando ao Brasil em 1957. Nessa ocasião foi enviado pelo SESP para Linhares (ES), onde realizou pesquisa sobre consumo de água. No mesmo ano inscreveu-se no curso de mobilização nacional da Escola Superior de Guerra. Em 1959 foi cedido ao recém criado Serviço Social Rural (SSR) do Ministério da Agricultura. Durante esse período realizou a pesquisa que considerava a mais importante de sua carreira, muito embora não a tenha concluído: o trabalho em Ibiapaba (CE) sobre a questão agrária no Brasil. Por ordem do presidente Jânio Quadros, que determinava que todos os funcionários cedidos retornassem às suas instituições de origem, foi obrigado a interromper sua pesquisa e se reapresentar ao SESP. Em 1961 fez pesquisa em Itumbiara (GO) sobre os problemas agrários do Brasil. Em 1962 foi contratado pelo reitor da Universidade Federal do Ceará e, em 1965, assumiu a direção do Instituto de Antropologia, iniciando sua reestruturação, assim como a do curso de Ciências Sociais. Concluiu seu doutorado na França em 1972. Trabalhou também nos ministérios da Educação, Saúde, Agricultura, Dataprev e no Inamps. Morreu em 2 de dezembro de 2008, em Teresópolis (RJ).

Romualdo Francisco Dâmaso

  • Pessoa
  • 1947-1995

Nasceu em 7 de fevereiro de 1947, em Presidente Olegário (MG), filho de Sebastião Francisco Dâmaso e Maria Madalena Nunes. Em 1970 formou-se em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No ano seguinte ingressou no mestrado de ciências políticas da instituição, que foi concluído em 1978. De 1971 a 1991 exerceu atividades docentes no Departamento de Psicologia da UFMG, na Fundação Mineira de Educação e Cultura e na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atuou ainda como professor no curso de especialização em saúde mental da Escola de Saúde de Minas Gerais (1987-1989). Em 1989 ingressou na Escola Nacional de Saúde Pública, com lotação no Departamento de Administração e Planejamento em Saúde. Em 1992 foi aprovado no doutorado da ENSP, que não foi concluído devido à sua morte. Entre 1993 e 1994 foi professor na Escola de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, participou de bancas examinadoras, eventos, consultorias e assessorias, e também coordenou projetos direcionados à saúde mental e coletiva, sendo o Dicionário Critico de Saúde Coletiva, em 1994, um dos mais relevantes. Morreu em 20 de novembro de 1995, em Belo Horizonte.

Carlos Alberto de Medina

  • Pessoa
  • 1931-2010

Nasceu no dia 1° de novembro de 1931, em Recife (PE), filho de Francisco de Medina e Olga da Silva Lima de Medina. Iniciou sua trajetória como sociólogo em 1953 quando assumiu o cargo de assistente da cadeira de Problemas Econômicos e Sociais do Brasil, do curso de Puericultura e Administração do Departamento Nacional da Criança, vinculado ao Ministério da Saúde. Em 1955 ingressou no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) para atuar na Seção de Pesquisa Social da Divisão de Educação Sanitária, onde permaneceu por mais de uma década realizando levantamentos socioeconômicos em municípios do interior. Ao final da década de 1950 participou, ao lado do sociólogo José Arthur Rios e do arquiteto Hélio Modesto, da pesquisa “Aspectos humanos da favela carioca”, realizada pela Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais. O estudo é considerado o marco inicial da pesquisa em ciências sociais em favelas brasileiras. Em 1963 foi cedido pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública, nova denominação do SESP, para o Centro Latino-Americano de Pesquisas em Ciências Sociais, órgão criado pela Unesco, onde ocupou os cargos de secretário-geral a partir de 1967 e diretor entre 1974 e 1979. De 1965 a 1992 chefiou o Departamento de Estudos e Pesquisas do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais, filiado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cuja missão era realizar estudos, planejamento e consultoria para programas de assistência social. No Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância, dirigido por sua mulher, a psicóloga Berenice Fialho Moreira, realizou diversos trabalhos como membro consultor colaborador. A partir da década de 1970 dedicou-se também à docência, tendo atuado como professor e conferencista em várias instituições, entre elas a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, Escola Nacional de Serviços Urbanos e Federação das Indústrias do Amazonas. Autor de livros, artigos, estudos de caso e ensaios que abrangeram variados temas, como política, economia, segurança pública, família e cultura. Morreu em 3 de maio de 2010, no Rio de Janeiro.

Luiz de Moraes Júnior

  • Pessoa
  • 1867-1955

Nasceu em 30 de janeiro de 1867, em Faro, Algarve, Portugal, filho de Luiz de Moraes e Eugênia Emília da Fonseca Moraes. Engenheiro-arquiteto, em 1900 imigrou para o Brasil a convite do padre Ricardo, vigário-geral da Igreja da Penha, e fixou-se no Rio de Janeiro, onde iniciou atividades de restauração das fachadas dessa igreja, concluídas em 1902. Nesse ano, durante trajeto que fazia de trem diariamente até o local das obras, conheceu Oswaldo G. Cruz, com quem travou sólida amizade. Chefe da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), Oswaldo o convidou para projetar e coordenar os trabalhos de construção do complexo arquitetônico do instituto que mais tarde levaria seu nome, com destaque para o Pavilhão Mourisco, castelo de estilo eclético. O primeiro projeto de sua autoria construído no campus de Manguinhos foi um biotério para pequenos animais, espécie de gaiola de alvenaria, que serviu de modelo para construções posteriores de finalidade semelhante. De 1903 a 1907 trabalhou para a ordem dos padres beneditinos, executando obras de recuperação de mosteiros da cidade do Rio de Janeiro. Depois da morte do cientista, em 1917, ainda realizou outros trabalhos para o IOC, tendo coordenado a ampliação do seu conjunto arquitetônico, assinando os projetos do Pavilhão Quinino ou Figueiredo Vasconcellos, em 1919, e do Pavilhão Vacínico, em 1922, destinado às atividades de profilaxia da varíola. Com a experiência acumulada até então adquiriu expertise em construções civis e executou diversos projetos de arquitetura hospitalar e sanitária, bem como de laboratórios para pesquisas experimentais. Em 1914 concluiu a edificação de dois projetos sob sua condução: a nova sede da DGSP, no centro da cidade, e o prédio da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, demolido em 1975. Na década de 1940 esteve à frente de projetos de construção de hospitais da rede pública, durante a gestão de Pedro Ernesto na prefeitura do Rio de Janeiro. Projetou e construiu também residências, como o palacete da família Oswaldo Cruz, em Botafogo (já demolido), o palacete Seabra, no Flamengo (ainda preservado), e o Rio Hotel, na praça Tiradentes, além do Grande Hotel e da sua residência, ambas as construções localizadas em Petrópolis. Morreu em 15 de julho de 1955, no Rio de Janeiro.

José Arthur Alves da Cruz Rios

  • Pessoa
  • 1921-2017

Nasceu em 24 de maio de 1921, no Rio de Janeiro (RJ), filho único de José Alves da Cruz Rios e Umbelina de Castro. Casou-se em 1943 com Regina Alves de Figueiredo, filha de Jackson de Figueiredo, fundador do Centro Dom Vital e destacada liderança da intelectualidade católica leiga. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói (1939-1943) e iniciou o curso de Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) (1939-1941), no entanto, não o concluiu. Durante seus estudos na FNFi, entrou em contato com a Sociologia Empírica norte-americana e, por intermédio de Regina Figueiredo, passou a integrar o grupo de católicos que realizava conferências e debates no Centro Dom Vital. Entre 1946 e 1947, a convite do sociólogo rural Thomas Lynn Smith e através de uma bolsa de estudos, formou-se mestre em Sociologia Rural na Universidade do Estado de Louisiana, nos Estados Unidos. De 1951 a 1953 coordenou a Campanha Nacional de Educação Rural. Chefiou, entre 1954 e 1962, a Seção de Pesquisas Sociais da Divisão de Educação Sanitária no Serviço Especial de Saúde Pública. Ocupou o cargo de assessor legislativo no Senado Federal (1957-1974). Dirigiu o escritório da Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais (SAGMACS), no Rio de Janeiro (1956-1959). Na direção da SAGMACS e orientado pelo padre Louis-Joseph Lebret, desenvolveu um estudo encomendado pelo jornal O Estado de São Paulo, publicado em 1960 sob o título “Aspectos humanos da favela carioca”. No governo de Carlos Lacerda, coordenou os Serviços Sociais do Estado da Guanabara (1960-1961). Fundou e dirigiu os escritórios Sociedade de Pesquisas e Planejamento (1960-1972) e Instituto de Estudos para Desenvolvimento Social e Econômico (1963-1970), pelos quais desenvolveu variadas consultorias e cursos de formação profissional e assistência técnica para instituições públicas e privadas. Entre as décadas de 1970 e 1990 atuou em agências internacionais voltadas para o campo da Defesa Social e da Criminologia, como a Organização das Nações Unidas, o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes e o Instituto Inter-Regional de Pesquisas sobre Crime e Justiça das Nações Unidas. Ainda nesse período e no âmbito da criminologia, integrou conselhos e grupos de trabalho do Ministério da Justiça. Produziu artigos, ensaios, livros, estudos, pesquisas e consultorias sobre, entre outros temas, sociologia urbana e sociologia rural, habitação, educação rural, desenvolvimento, sociologia religiosa, penitencialismo, favelas, artesanato, violência, criminalidade urbana, vitimologia, suicídio em jovens, reforma agrária, literatura, imigração e colonização. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Confederação Nacional do Comércio, do Pen Clube e do Centro Dom Vital, entre outras instituições. Durante sua trajetória profissional, desenvolveu atividades técnicas e compôs diversos comitês, comissões, conselhos e associações. Ministrou cursos avulsos e aulas em universidades brasileiras e norte-americanas. Incorporado como docente à academia, foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979-1991), na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1969-1976) e na Universidade Santa Úrsula (2000-2002). Proferiu inúmeros seminários, palestras e conferências para instituições públicas e privadas. Morreu em 16 de setembro de 2017, no Rio de Janeiro.

Raphael de Paula Souza

  • Pessoa
  • 1902-1999

Nasceu em 19 de maio de 1902, em São Paulo, filho de Calixto de Paula Souza e Elfrida Pacheco de Paula Souza. Enquanto aluno da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, em 1923, foi acometido pela tuberculose, doença que o afastaria temporariamente dos estudos. Mudou-se para Belo Horizonte, onde, mesmo em tratamento, conseguiu concluir os estudos na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, em 1927. Dois anos depois seguiu para a França a fim de fazer o Curso de Aperfeiçoamento em Tisiologia na Faculdade de Medicina de Paris com o professor Leon Bernard. De volta ao Brasil, em 1930, assumiu a direção do Sanatório São Paulo, atividade que exerceu até 1932. O sucesso de sua administração resultou na organização de um conjunto de sanatórios beneficentes, voltados para pacientes de tuberculose, denominado Associação de Sanatórios Populares (Sanatorinhos), do qual foi presidente de honra. Nesse mesmo período exerceu a clínica particular, atividade que desempenhou até 1945. Ainda em São Paulo, ingressou, como assistente voluntário, na Clínica do Instituto de Higiene de São Paulo, tornando-se funcionário efetivo em 1938. Quando, em 1945, o instituto transformou-se em Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), passou a professor catedrático de tisiologia, tendo sido diretor da faculdade em 1953-1959 e 1961-1962. Organizou, ainda, o Serviço de Inspeção de Saúde de estudantes e funcionários da USP, onde respondeu pela área de pneumologia. Posteriormente, quando o serviço transformou-se em Instituto de Saúde e Serviço Social da Faculdade de Higiene e Saúde Pública, assumiu sua direção. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de dirigir o Serviço Nacional de Tuberculose (SNT) a convite de Ernesto de Souza Campos, ministro da Educação e Saúde. Condicionou sua ida para o SNT à autonomia na elaboração e gestão de uma campanha de cunho nacional contra a doença. Uma vez traçadas as linhas básicas de trabalho, foi criada a Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT), em 1946, da qual ocupou a superintendência até 1951. Ao deixar nesse ano o SNT e a CNCT, retornou a São Paulo, onde, paralelamente às atividades desenvolvidas na faculdade, assumiu a Divisão dos Serviços de Tuberculose da Secretaria de Saúde do estado. Ficou no cargo de 1967 a 1968, e foi responsável pela Coordenadoria de Saúde da Comunidade de 1968 a 1970. Foi também diretor da Divisão dos Serviços de Tuberculose da Secretaria de Saúde de São Paulo, membro da Comissão Técnica da Divisão Nacional de Tuberculose, da Comissão Científica da Federação Brasileira de Tuberculose, da Comissão de Peritos sobre Tratamento da Tuberculose e da Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária, além de consultor da Organização Pan-Americana da Saúde no Curso de Pós-Graduação de Sanitaristas da Escola de Saúde Pública do México, em 1962. Morreu em 2 de junho de 1999.

Cláudio do Amaral Júnior

  • Pessoa
  • 1934-2019

Nasceu em 1934, na cidade de Araraquara (SP). Formou-se em medicina pela Universidade Federal Fluminense em 1967, onde também atuou como militante estudantil pelo movimento Ação Popular. Neste ano transferiu-se para o Maranhão e trabalhou na estruturação dos serviços de saúde do estado e na Campanha de Erradicação da Varíola (CEV). Em 1969 ingressou na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP) e um ano depois passou a coordenar a CEV nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná. De 1973 a 1976 atuou na Índia como consultor em doenças transmissíveis da Organização Mundial da Saúde e entre 1976 e 1980 acompanhou na Etiópia os últimos casos de varíola no mundo. Retornou ao Brasil em 1981 como diretor do Departamento de Epidemiologia da FSESP, exercendo atividades de coordenação de campanhas de vacinação contra poliomielite, sarampo e tuberculose. Em 1983 dirigiu o Departamento de Epidemiologia e Controle de Doenças da Secretaria de Saúde durante a gestão de Leonel Brizola no governo do estado do Rio de Janeiro. Em 1988 trabalhou na Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde (SNABS) como assessor do ministro da Saúde Waldyr Mendes Arcoverde para o Programa Nacional de Imunizações. Com a experiência adquirida com a varíola, colaborou junto à Organização Pan-Americana da Saúde do projeto para a erradicação da poliomielite no Brasil. Morreu em 10 de outubro de 2019, em Niterói (RJ).

Heráclides César de Souza-Araújo

  • Pessoa
  • 1886-1962

Nasceu em 24 de junho de 1886, em Imbituva (PR), filho de Júlio César de Souza Araújo e Manoela Alves de Souza Araújo. Em 1912 formou-se pela Escola de Farmácia de Ouro Preto. No ano seguinte transferiu-se para a capital federal e ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e no Curso de Aplicação do IOC, onde foi aluno de Adolpho Lutz e trabalhou com doenças venéreas. Nesse período, por indicação de Adolpho Lutz, especializou-se em dermatologia na Universidade de Berlim, onde apresentou um trabalho sobre a lepra no Brasil. De volta ao Rio de Janeiro, concluiu em 1915 a graduação em medicina com a tese Estudo clínico do granuloma venéreo: casos observados no Brazil, Uruguay e Argentina e permaneceu no IOC, além de ter estagiado no Hospital dos Lázaros. Em 1916 conheceu o presidente do Paraná, Affonso Alves de Camargo, que tinha interesse em implantar políticas de saúde contra a lepra no estado. O programa elaborado pelo cientista com esse objetivo foi transformado em lei em 1917. No ano seguinte, juntamente com Adolpho Lutz e Olympio da Fonseca Filho, participou da expedição científica ao rio Paraná e a Assunção para analisar as condições de saúde da população da região Sul do país. Ainda em 1918 foi nomeado chefe do Serviço de Saneamento Rural no Paraná, onde permaneceu até 1921, quando foi transferido para o Pará, na mesma função. Inaugurou o hospital colônia Lazarópolis do Prata e exerceu a clínica atendendo aos portadores dessa doença e de sífilis. Em 1924 retornou ao IOC e ao grupo de trabalho coordenado por Adolpho Lutz, e no mesmo ano teve início sua viagem ao redor do mundo, que durou três anos. A partir das observações que obteve na ocasião, publicou o livro A lepra: estudos realizados em quarenta países (1924-1927). No retorno à instituição, inaugurou o Laboratório de Leprologia, que dirigiu até sua aposentadoria, em 1956. Em 1928 começou a lecionar no Curso de Aplicação do IOC e a atender pacientes no Hospital Oswaldo Cruz, em Manguinhos. Em 1931 especializou-se em dermatologia pela Escola de Dermatologia de Londres. De 1936 a 1958 foi professor de leprologia das universidades do Distrito Federal, do Brasil e do Rio de Janeiro. Após a criação do Serviço Nacional de Lepra, em 1941, ministrou cursos de reciclagem para leprologistas pelo Departamento Nacional de Saúde. Entre 1941 e 1956 foi editor das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e exerceu a chefia da Seção de Bacteriologia e da Divisão de Microbiologia e Imunologia do IOC. No ano seguinte e até sua morte, foi perito da Organização Mundial da Saúde em leprologia. Participou de associações acadêmicas e profissionais em todo o mundo, tendo contribuído para a criação da Sociedade Internacional de Leprologia, em que ocupou o cargo de vice-presidente entre 1932 e 1956. Após a aposentadoria, continuou seu trabalho no IOC. Morreu em 10 de agosto de 1962, no Rio de Janeiro.

Sebastião José de Oliveira

  • Pessoa
  • 1918-2005

Nasceu em 3 de novembro de 1918, no Rio de Janeiro, filho de Onofre José de Oliveira e Jesuína Fonseca Oliveira. Em 1941 diplomou-se em medicina veterinária pela Escola Nacional de Veterinária, atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em 1939 ingressou no IOC como estagiário sem remuneração na Seção de Helmintologia, chefiada por Lauro Travassos. Trabalhou na coleção de dípteros sob a orientação de Hugo de Souza Lopes, dedicando-se, inicialmente, ao estudo de moscas da família Clusiidae (Acaliptrata) e Anthomyidae. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico, intitulado “Sobre Ophyra aenescens (Widermann, 1830) (Diptera, Anthomyidae)”. Em 1940, por indicação de Arthur Neiva, Lauro Travassos e Hugo de Souza Lopes, obteve uma vaga de entomologista no Serviço de Malária da Baixada Fluminense. Já formado, foi convidado por César Pinto, em 1942, para integrar o Serviço de Doenças Parasitárias do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, onde trabalhou como entomologista. Entre 1943 e 1944 desenvolveu experiências com DDT na Companhia de Anilinas e Produtos Químicos Geigy do Brasil Sociedade Anônima. Durante todo esse tempo permaneceu como estagiário no IOC, sendo contratado em 1950 como pesquisador especializado, e efetivado como biologista por meio de concurso realizado pelo Departamento Administrativo do Serviço Público. Atuou também como assistente voluntário da cadeira de Zoologia Médica e Parasitologia da Escola Nacional de Veterinária (1953-1954), assistente do Curso de Parasitologia, Bacteriologia e Imunologia do IOC (1954 e 1959), professor da cadeira de doenças parasitárias do Curso de Aperfeiçoamento, Especialização e Extensão do Ministério da Agricultura (1954-1955, 1957-1958 e 1959-1960) e professor do Curso de Entomologia do IOC (1962). Em 1970, com outros nove pesquisadores da instituição, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10, episódio denominado de "Massacre de Manguinhos". Como ficou proibido de trabalhar em qualquer instituição pública, passou a prestar serviços à iniciativa privada. Com a Anistia, foi reintegrado à Fiocruz em 1986 como curador da Coleção Entomológica do IOC, cargo que ocupou até a sua morte, e como professor de entomologia médica no Curso de Biologia Parasitária da unidade. De 1992 a 1993 foi subsecretário adjunto de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do estado do Rio de Janeiro. Em 1998, aos oitenta anos, obteve o grau de doutor em ciências no Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do IOC. Sua contribuição para os estudos entomológicos abrangeu as ordens Strepsiptera (Stylopidae, Myrmecolacidae e Mengeidae), em colaboração com Marcos Kogan, e Diptera (Anthomyidae, Culicidae, Ephydridae, Agromyzidae e Chironomidae), sendo responsável pela descrição de quatro gêneros e setenta espécies de insetos para a ciência. O material entomológico reunido durante suas pesquisas encontra-se depositado na Coleção Entomológica. Recebeu homenagens de pesquisadores brasileiros e estrangeiros com a descrição do gênero Oliveriella Wiedenbrug & Fittkau, 1997 e com dez espécies, tais como: Palpomyia oliveirai Lane, 1947, Lutzomyia oliveirai Martins, Silva & Falcão, 1970 e Oukurilla oliveirai Messias & Fittkau, 1997. Morreu em 16 de abril de 2005, no Rio de Janeiro.

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